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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Joice Hasselmann pode perder mandato e até ser presa por declaração de bens irregular ao TSE



No intervalo de cinco dias, em 2018, seu advogado mudou sua declaração de patrimônio de R$ 89.980 para R$ 1,05 milhão

Joice Hasselmann, candidata do PSL à Prefeitura de São Paulo, declarou irregularmente seus bens à Justiça Eleitoral quando se elegeu deputada federal em 2018.

Valores divergentes de patrimônio, bem como a ausência do documento no sistema oficial, que é obrigatório, podem render processo na Justiça, levando à perda de mandato e até detenção em caso de condenação.

O não envio da declaração de bens da deputada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi confirmado pela campanha:

“O partido, ao fazer o registro da candidatura em 2018, se equivocou e não lançou o patrimônio da candidata, que estava devidamente informado no seu Imposto de Renda.”

Joice declarou, em 13 de agosto de 2018, que não possuía patrimônio, contradizendo declaração de Imposto de Renda enviada à reportagem por sua campanha, que indicava bens equivalentes a R$ 89.980 em 2017.

Ela tinha capital social em uma empresa (R$ 1.900), um Peugeot 206 (R$ 18 mil) e um terreno em Curitiba (R$ 70 mil).

Seu advogado, no entanto, encaminhou uma retificação ao TRE, cinco dias depois, em 18 de agosto, informando que a candidata teria bens avaliados em R$ 1,05 milhão: R$ 150 mil em depósitos em contas bancárias e uma “construção” de R$ 900 mil.

O UOL enviou as seguintes perguntas para Gustavo Guedes, advogado da deputada, na manhã de segunda-feira (5) e, até o momento, não obteve respostas:

Esse valor [R$ 1,050 milhão], mesmo que inclua dívidas, não foi declarado no CANDex para ocultar publicamente os bens da candidata?

O que houve para que ela tenha aumentado tanto seus bens em tão curto espaço de tempo?

O que houve com esses bens também não declarados ao TRE em 2020?

Por que a campanha me mandou a declaração de imposto de renda de 2017 e não a declaração enviada ao TRE em agosto de 2018, indicando valores muito superiores ao de 2017?

Fonte: Revista FórumUOL


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