Mostrando postagens com marcador Artigos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Artigos. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Greta Thunberg detalha como foi torturada por “israel”: “eles me batiam, me chutavam e me chamavam de puta”


Ativista sueca detalha a forma como foi maltratada após a Global Sumud Flotilla ter sido sequestrada e seus membros presos pela ditadura israelense, por tentaram levar comida aos famintos em Gaza


 Mala pichada por soldados israelenses com a inscrição em inglês "Greta puta", o desenho de um pênis e a bandeira de "israel". (Foto: Magnus Wennman/Aftonbladet)

Por Lisa Röstlund*


Espancamentos, chutes e ameaças de serem asfixiados com gás dentro de jaulas.

Greta Thunberg e vários outros integrantes da flotilha agora compartilham detalhes sobre seus cinco dias de cativeiro em Israel – e como funcionários do Ministério das Relações Exteriores da Suécia os deixaram sem ajuda.

A investigação do Aftonbladet mostra como o ministério minimizou os abusos em suas comunicações.

A mala vermelha dela está no corredor. “Greta puta”, alguém escreveu em grandes letras pretas. Ao redor do texto: uma bandeira israelense e um pênis ereto. [Foto acima]

A bagagem foi confiscada no barco pelos militares israelenses – e devolvida a ela desse jeito. Greta ri.

– São como crianças de cinco anos!

Encontramos Greta Thunberg em casa, no alojamento coletivo onde vive com amigos. O sol de outono entra pelas janelas. Tomamos café. As paredes estão cobertas de cartazes de manifestações ao redor do mundo.

Ela dormiu apenas meia hora na noite anterior. Um pesadelo com barcos bombardeados a acordou.

Ela não quer manchetes sobre si mesma e sobre a tortura à qual diz ter sido submetida. Essa foi uma das primeiras coisas que disse na noite em que voltou para casa, em uma coletiva de imprensa na Sergels Torg, junto com vários dos outros suecos que participaram da grande Global Sumud Flotilla, que tentou levar ajuda emergencial a Gaza.

E ela mantém essa posição.

– Não se trata de mim nem dos outros da flotilha. Há milhares de palestinos, centenas deles crianças, que estão sendo mantidos sem julgamento neste momento, e muitos deles provavelmente estão sendo torturados, diz Greta Thunberg.


Após troca de “prisioneiros”, mais de

 11 mil palestinos seguirão trancafiados nos

 campos de concentração israelenses


A história, ela enfatiza, é sobre solidariedade internacional, sobre pessoas se unindo para fazer o trabalho que os governos não fazem.

– E, acima de tudo, trata-se das pessoas que vivem em Gaza.

Mas há muito interesse público, e a forma como ela foi tratada reflete algo.

– Isso mostra que, se Israel, com o mundo todo observando, pode tratar dessa maneira uma pessoa famosa, branca, com passaporte sueco, imagine o que fazem com os palestinos a portas fechadas.

Acaba de chegar a notícia de que um menino palestino da Cisjordânia, da mesma idade de Greta, morreu sob custódia israelense.

– O que passamos é apenas uma parte minúscula do que os palestinos vivem. Nas paredes das nossas celas, vimos buracos de bala com manchas de sangue e mensagens gravadas por prisioneiros palestinos que estiveram lá antes de nós.

Peço que ela descreva o bombardeio do barco, ocorrido na costa da Tunísia, no início de setembro. Ela teria estado a bordo naquele exato momento, não fosse chamada para ajudar em uma coletiva de imprensa. Agentes de inteligência americanos declararam à CBS que o ataque foi ordenado pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Ela menciona os produtos químicos lançados sobre os barcos e diz que nunca mais conseguirá olhar para um céu estrelado sem pensar em drones.

Greta Thunberg quer destacar a tripulação de 500 pessoas das 42 embarcações que compunham a flotilha. Professores, médicos, pesquisadores, estudantes, parlamentares, pequenos empresários. O mais jovem tinha 18 anos; o mais velho, 78.

Todos eram pessoas com diferentes histórias de vida.

Ela conta a história de participantes judeus que conheceu e que a tocaram profundamente.

– Vários cresceram em famílias muito pró-Israel. Eles deixaram tudo para trás e foram, arriscando a vida e se posicionando para que o que está acontecendo em Gaza não acontecesse em seu nome. Mas, em vários casos, isso fez com que suas famílias cortassem contato com eles.

Greta Thunberg precisa comer algo e esquenta uma panela de feijão que estava na geladeira. No balcão da cozinha há beterrabas e outros vegetais de uma recente coleta em latas de supermercados – comida descartada, resgatada e trazida para casa.

Avançamos para a noite em que o barco foi abordado pelos militares israelenses. Homens de rostos cobertos e armas automáticas subiram a bordo — a operação foi transmitida ao vivo pelos canais da flotilha e vista por pessoas em todo o mundo. Várias testemunhas entrevistadas pelo Aftonbladet descrevem como as armas foram apontadas para seus rostos. Eles foram levados ao convés inferior e obrigados a sentar em círculo, sem se mover, enquanto o barco era levado à costa.

– Estava extremamente quente lá embaixo. Mal conseguíamos sentar. Os que não estavam nos vigiando andavam pelo barco, destruindo coisas e jogando tudo ao redor.

Ela não sabe o que aconteceu com a comida, os remédios, as fraldas e o leite infantil – a ajuda destinada a Gaza.

Depois de cerca de 20 horas, chegaram a Ashdod, o maior porto industrial de Israel, a 40 quilômetros ao sul de Tel Aviv. Um soldado apontou para Greta e disse: “Você primeiro, vamos!”, relata ela.

Ela não pôde usar a camiseta com os dizeres “Free Palestine” e foi obrigada a trocar de roupa, explica. Vestiu uma camiseta laranja com o texto “Decolonize”.

– E então coloquei meu chapéu de sapo. Quando estava prestes a descer do barco, havia um monte de policiais me esperando. Eles me agarraram, me jogaram no chão e atiraram uma bandeira israelense sobre mim.

A partir daí, tudo “foi do zero ao cem”, descrevem várias testemunhas – a violência escalou.

Greta conta que foi arrastada para uma área pavimentada cercada por grades de ferro. Essa é uma cena longa, que durou mais de seis horas, segundo ela, e confirmada por vários participantes da flotilha entrevistados pelo Aftonbladet.

– Era algo distópico. Vi talvez 50 pessoas ajoelhadas em fila, algemadas, com a testa no chão.

Greta se levanta do sofá e deita no tapete listrado da sala, mostrando a posição.

– Eles me arrastaram para o lado oposto de onde os outros estavam e deixaram a bandeira sobre mim o tempo todo. Eles me batiam e chutavam.

Greta ri.

– Depois arrancaram meu chapéu de sapo, jogaram no chão, pisotearam e chutaram, como se estivessem tendo um acesso de raiva.

– Depois me moveram, de forma muito brutal, para um canto, voltada para a parede. “Um lugar especial para uma dama especial”, disseram. E tinham aprendido as palavras “Lilla hora” (putinha) e “Hora Greta” (Greta puta) em sueco, que repetiam o tempo todo.

Toda vez que alguém levantava a cabeça do chão, era derrubado novamente, contam Greta e os outros suecos. No canto onde Greta estava sentada, os policiais colocaram uma bandeira.

– A bandeira foi colocada de forma que me tocasse. Quando ela tremulava e encostava em mim, gritavam “Não toque na bandeira” e me chutavam na lateral. Depois de um tempo, amarraram minhas mãos com enforca-cabos, bem apertado. Uma fila de guardas se formou para tirar selfies comigo enquanto eu estava sentada daquela forma.


Siga a Fepal no X!

Siga-nos também no Instagram!

Inscreva-se em nosso canal no Youtube!


– Eles pegaram minha bolsa e jogaram fora tudo o que interpretaram como relacionado à Palestina. Pegavam cada item e olhavam nos meus olhos enquanto o cortavam lentamente com uma faca, enquanto dez pessoas tiravam selfies.

De repente, o ministro da extrema direita Itamar Ben-Gvir entrou na área e ficou diante de todos, conta Greta.

– Ele gritava: “Vocês são terroristas. Querem matar bebês judeus.” Os que responderam foram levados para o lado e espancados. Foram jogados no chão e agredidos. Mas eu só conseguia ver de relance, porque toda vez que levantava a cabeça do chão, levava um chute do guarda ao meu lado.

Ela descreve uma cena muito comovente.

– Eu precisava ir ao banheiro e pedi permissão. Então tive que ser conduzida por entre as pessoas sentadas, e elas me viram.

Uma integrante sueca da delegação disse: “Estamos com você, Greta.”

– Então ela foi levada de lado e agredida, diz Greta.

– Quando continuo passando pelas fileiras de pessoas, elas dizem “Slay!”.

(Slay originalmente significa “matar violentamente”. Mas, como gíria da internet, quer dizer fazer algo de forma incrível. Greta usa essa palavra o tempo todo.)

– Eles diziam “Slay” porque sabiam que é uma palavra minha. E quem dizia “Slay” apanhava dos guardas. Continuei andando e alguém gritou “Slaaaay”. E então mais e mais pessoas começaram a gritar “Slay”, e quando todos gritavam, eles não conseguiam bater em todo mundo. Foi…

Ela faz uma pausa e sorri.

Greta foi então levada para dentro de um prédio, para ser revistada e despida.

– Os guardas não têm empatia nem humanidade, e continuavam tirando selfies comigo. Há muita coisa que eu não lembro. Muita coisa acontece ao mesmo tempo. Você está em choque. Está com dor, mas tenta manter a calma.

De repente, ela foi arrastada para um armário de limpeza, onde foi forçada a ajoelhar-se.

– Então Ben-Gvir e sua equipe de mídia entraram, ficaram ali filmando, e ele disse: “Eu vou pessoalmente garantir que você seja tratada como terrorista e apodreça na prisão. Você é Hamas. Você é terrorista. Quer matar bebês judeus.” Enquanto ele gritava, eu me mantive o mais calma possível e citei convenções da ONU, dizendo que Israel não é imune e deve respeitar o direito internacional. Achei que estavam gravando isso para divulgar, mas nunca vi esse vídeo sendo publicado.

– Talvez você tenha respondido bem demais, diz uma das amigas de Greta.

O próprio Ben-Gvir depois contou à imprensa sobre sua visita à prisão – e se gabou do tratamento duro dado aos prisioneiros. Ele descreveu isso como uma política que ele mesmo havia ordenado.

– “Tenho orgulho de que tratemos os ativistas da flotilha como apoiadores do terrorismo”, disse ao jornal Yedioth Ahronoth. “Eles devem experimentar as condições da prisão de Ketziot e pensar duas vezes antes de voltar a Israel. É assim que funciona.”

Após esse encontro no armário de limpeza, Greta relata intermináveis reuniões com autoridades que queriam que ela assinasse papéis declarando, entre outras coisas, que havia entrado ilegalmente em Israel – o que se recusou a fazer. Então suas mãos foram novamente amarradas com enforca-cabos, ela foi vendada e colocada em uma pequena cela dentro de um carro, onde passou uma noite fria com outros prisioneiros.

– Estava gelado. Estávamos de camiseta.

Depois foi levada para a prisão. Lá fora, foi novamente obrigada a se despir, conta.

– Era zombaria, tratamento bruto, e tudo era filmado. Tudo o que faziam era extremamente violento. Jogavam os medicamentos das pessoas no lixo na frente delas – remédios cardíacos, medicamentos contra o câncer, insulina.


Dentro da prisão, havia um grande mural cobrindo uma parede, mostrando uma Gaza bombardeada e pessoas fugindo, com um texto em árabe: “A nova Gaza”, ao lado de uma grande bandeira israelense, diz ela.

 

Na prisão, ela foi mantida em diferentes celas. Às vezes, em uma de cerca de 15 metros quadrados com outras 13 pessoas. Foram muitos dias — quatro, talvez? O tempo se confundia, não havia relógios. Quase não recebiam comida nem água potável durante todo o cativeiro, sendo obrigados a beber da torneira do lavabo do banheiro, de onde saía algo marrom. Vários ficaram doentes.

– Você sentia que não podia “se dar ao luxo” de chorar porque estava desidratado demais.

– Estava tão quente, tipo 40 graus. Pedíamos o tempo todo: “Podemos ter água? Podemos ter água?” No fim, gritávamos. Os guardas passavam diante das grades o tempo todo, rindo e exibindo suas garrafas de água. Jogavam as garrafas cheias no lixo, na nossa frente.

Em certo momento, cerca de 60 pessoas foram colocadas em uma pequena jaula ao ar livre, sob o sol, segundo vários participantes da flotilha. A maioria não tinha espaço nem para se sentar.

– Quando as pessoas desmaiavam, batíamos nas grades e pedíamos por um médico. Então os guardas vinham e diziam: “Vamos asfixiar vocês com gases.” Era algo padrão para eles. Erguendo um cilindro de gás, ameaçavam nos atingir com ele.

Durante as noites, os guardas passavam regularmente balançando as grades, apontando lanternas, e várias vezes por noite nos obrigavam a ficar de pé.

Greta relata que foi colocada em uma cela de isolamento cheia de insetos. Hora após hora, sem saber quanto tempo se passava. Ela cantava uma música para se acalmar.

– Mas precisei parar depois de um tempo, porque cantar aquela música era fisicamente exaustivo.

Greta foi levada para reuniões particulares com várias autoridades, diplomatas e políticos, inclusive representantes do governo.

– Eles disseram: “Oferecemos você ao Hamas em troca de reféns”, e ficaram me encarando em silêncio. Quando perguntei depois de um tempo “Do que se trata isso?”, responderam: “Estávamos brincando.” Outros repetiam: “Isto não é genocídio. Confie em nós – se quiséssemos cometer um genocídio, poderíamos fazê-lo.”

Por cinco minutos no porto, os suecos puderam encontrar um advogado; depois disso não houve assistência jurídica. Só na sexta-feira é que três funcionários da embaixada sueca em Tel Aviv apareceram para ver os suecos — em uma jaula, ao ar livre.

– Estávamos juntos e contamos a eles sobre o tratamento que recebemos. Sobre a falta de comida, de água, sobre os abusos. A tortura. Mostramos nossas lesões físicas — hematomas e arranhões. Deixamos todos os nossos contatos — dei o número do meu pai e o número do nosso contato na organização. Fomos claros: tudo o que dissermos agora deve ser divulgado à mídia.

Segundo Greta Thunberg, a resposta foi que o trabalho deles era nos escutar.

– Eles não fizeram nada, disseram apenas: “Nosso trabalho é ouvi-los. Estamos aqui e vocês têm direito a apoio consular.”

– Dissemos repetidas vezes: precisamos de água. E eles viam que os guardas tinham garrafas d’água. O pessoal da embaixada disse: “Vamos tomar nota disso.” Um de nós, Vincent, disse: “Da próxima vez que nos encontrarmos, vocês devem trazer água.”

Demorou então dois dias até que o pessoal da embaixada voltasse a aparecer.

– Eles não trouxeram água, exceto uma garrafinha pequena pela metade, que era deles — Vincent, que estava em pior estado, conseguiu bebê-la. Continuávamos pedindo aos guardas “Podemos ter água?”, mas eles só andavam com suas garrafas e não respondiam.

Finalmente, o grupo sueco decidiu, na presença do pessoal da embaixada, recusar voltar às celas até que lhes dessem água, segundo várias testemunhas ouvidas pelo Aftonbladet. Mas então o pessoal da embaixada quis sair da prisão, alegam.

– Eu disse: “Vocês vão nos deixar assim? Se saírem agora, vão nos espancar.” Mas eles continuaram andando.

Vários participantes relataram que uma ativista ficou furiosa e chutou a lixeira onde os guardas haviam jogado as garrafas de água. As garrafas se espalharam pelo chão; Greta e os outros se atiraram ao chão e apressaram-se a abrir as garrafas para beber o que restava.

“O pessoal da embaixada vê isso e segue andando.”

No mesmo dia em que os participantes foram libertados após cinco dias de cativeiro, o primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson disse à mídia sueca que foi “muito estúpido” viajar para Gaza apesar dos avisos.

Quando o Aftonbladet compara os e-mails enviados pelo Ministério das Relações Exteriores a parentes com o que os detidos dizem ter contado ao pessoal da embaixada, fica claro que a gravidade da situação foi minimizada.

O Ministério descreve a cena no porto, onde Greta foi espancada por horas, assim: “Ela nos falou sobre tratamento duro e que esteve sentada sobre uma superfície dura por muito tempo.”

No sábado, vários meios publicaram depoimentos de que Greta havia sido submetida à tortura.

Em um e-mail visto pelo Aftonbladet, seu pai Svante Thunberg relatou isso ao Ministério das Relações Exteriores:

– Quando o que me enviaram por e-mail não corresponde ao que ela lhes disse, sinto que toda a resposta e o contato são uma traição e pura provocação. Parecia que eu era uma peça em uma guerra cultural, enquanto ao mesmo tempo li que o ministro israelense responsável admitia abertamente que foram submetidos a tortura, de acordo com as leis aplicáveis, diz seu pai, Svante Thunberg.

Aftonbladet conversou com três outros membros da flotilha que confirmam em grande parte o relato de Greta e que também sofreram vários tipos de abuso e humilhação. Falamos também com parentes. Todos criticam fortemente a atuação do pessoal da embaixada sueca.

Uma delas é Marita Rodriguez, cujo marido Tomas esperava em casa com o filho Malik.

– Pedimos que nos repassassem todas as informações que lhes demos e que notificassem nossos familiares. Por que omitiram as coisas mais importantes que dissemos?

Marita tem dupla cidadania, sueca e chilena.

– Vimos um cônsul do Chile. Quando não lhe foi permitido entrar, ele tentou ultrapassar os guardas. Foi um contraste enorme com o pessoal do Ministério das Relações Exteriores sueco, que não parecia protestar. Ali havia alguém tentando desafiar os guardas, dizendo: “Oi, sou seu cônsul do Chile. Só quero saber: como vocês estão?”

Outro prisioneiro foi Vincent Storm, que descreve abuso e humilhação.

– Eles não fizeram nada. Estou tão decepcionado. Vimos delegações de outros países, como a França, enviando seus embaixadores, e eles podiam beber água e comer biscoitos nas reuniões. A embaixada sueca não fez nada, diz ele.

Aftonbladet teve acesso à correspondência por e-mail entre a parceira de Vincent, Rebecca Karlsson, e o Ministério. Em um dos e-mails, o Ministério escreve, entre outras coisas, que Vincent recebeu água: “Durante a visita, ele pôde beber uma garrafa de água que a embaixada trouxe com eles.”

– Mas era uma garrafinha pequena e pela metade que o pessoal da embaixada trouxe para si — e mais ninguém recebeu água. Eles embelezaram a realidade, diz Rebecca Karlsson.

Todos os participantes da flotilha e parentes ouvidos pelo Aftonbladet descrevem de forma semelhante que os testemunhos dos detidos sobre suas experiências foram amaciados pelo Ministério das Relações Exteriores nas comunicações com os familiares. Vários parentes não receberam nenhum relato de seus entes detidos.

“Vamos denunciar o Ministério das Relações Exteriores ao Comitê de Ombudsman Parlamentar por não defender os direitos dos cidadãos suecos”, diz Rebecca Karlsson, que trabalha como gestora em serviços municipais.

Aftonbladet contatou o primeiro-ministro Ulf Kristersson, cujo secretário de imprensa remeteu ao Ministério das Relações Exteriores. Ninguém na embaixada sueca em Tel Aviv quis conceder entrevista.

Em um e-mail ao Aftonbladet, a ministra das Relações Exteriores Maria Malmer Stenergard escreve:

“Os cidadãos suecos se expuseram a grande risco. A Global Sumud Flotilla navegou para Gaza novamente com o mesmo resultado da última vez; nenhuma ajuda emergencial chegou à população civil em Gaza com seus navios.”

Aftonbladet conversou com vários especialistas críticos à atuação do governo. Um deles é o advogado Linus Gardell, que aponta que o ataque às embarcações de ajuda constituiu crime segundo a lei sueca e o direito internacional.

– O silêncio do governo é espantoso, diz ele.

– É difícil de entender, diz Said Mahmoudi, professor emérito de direito internacional na Universidade de Estocolmo.

* Jornalista sueca. Reportagem publicada no jornal Aftonbladet em 15/10/2025.



Fonte:  FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


 

Bem-vindo ao OTPLink

 

Nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, o Gabinete do Procurador (“OTP”) pode analisar informações sobre alegados crimes da jurisdição do Tribunal Penal Internacional (crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídio e agressão), que lhe sejam submetidos. de qualquer fonte. Isto pode ocorrer durante exames preliminares, bem como no contexto de situações sob investigação. O formulário abaixo pode ser usado para enviar tais informações, também conhecidas como “comunicações”, ao OTP de forma anônima ou nomeada. Gostaria de agradecer-lhe por dedicar seu tempo para enviar informações ao Ministério Público.

Promotor, Karim AA Khan KC


Odysee...  🎬 🎬 🎬 🎬



Bem-vindo ao OTPLink


Cidadania 01

Cidadania 02


👉 Click Verdade - Jornal Missão 👈


segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Lula critica ‘tirania do veto’ na ONU que impede fim do genocídio em Gaza


Presidente disse que Israel extermina palestinos durante discurso na Conferência de Alto Nível sobre Palestina, em Nova York


Lula-ONU

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (22/09) que o genocídio cometido por Israel contra o povo palestino é “símbolo maior dos obstáculos enfrentados pelo multilateralismo”. Em crítica indireta aos Estados Unidos, que recentemente voltaram a barrar, no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), uma resolução de cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza, afirmou que a “tirania do veto” impede com que atrocidades sejam evitadas.

“Ele mostra como a tirania do veto sabota a própria razão de ser da ONU, de evitar que atrocidades como as que motivaram sua fundação se repitam. Também vai contra sua vocação universal, bloqueando a admissão, como membro pleno, de um Estado cuja criação deriva da autoridade da própria Assembleia Geral”, disse o petista.

A declaração de Lula se deu na Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução da Questão Palestina e a Implementação da Solução de dois Estados, na cidade estadunidense de Nova York, à margem da 80º sessão da Assembleia Geral da ONU.

Ao afirmar que o genocídio é o termo mais apropriado para descrever o que ocorre em Gaza, o presidente lembrou que foi justamente por isso que o Brasil decidiu aderir ao caso apresentado pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça.

“Nada justifica tirar a vida ou mutilar mais de cinquenta mil crianças. Nada justifica destruir 90% dos lares palestinos. Nada justifica usar a fome como arma de guerra, nem alvejar pessoas famintas em busca de ajuda. Meio milhão de palestinos não têm comida suficiente, mais do que a população de Miami ou Tel Aviv. A fome não aflige apenas o corpo. Ela estilhaça a alma. O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação”, disse Lula.

Por fim, o petista se comprometeu a reforçar o controle sobre importações de assentamentos ilegais na Cisjordânia e manter suspensas as exportações de material de defesa que possam ser usadas para cometimento de crimes contra a humanidade e genocídio.

“Diante da omissão do Conselho de Segurança, a Assembleia Geral precisa exercer sua responsabilidade”, reiterou. “Apoiamos a criação de um órgão inspirado no Comitê Especial contra o Apartheid, que teve papel central no fim do regime de segregação racial sul-africano”.

O presidente Lula desembarcou em Nova York no fim da tarde deste domingo (21/09). Na terça-feira (22/09), como tradição, abrirá a reunião de líderes da 80ª Assembleia Geral da ONU. O mandatário tem uma agenda intensa durante os três dias em que estará nos EUA, que incluirá encontros bilaterais com empresas de tecnologia, participação em uma reunião sobre a proposta de dois Estados para o conflito no Oriente Médio e articulações para a COP30, que será realizada em Belém, em novembro.


Leia o discurso na íntegra:

 

“Cumprimento o presidente Emmanuel Macron e primeiro-ministro Mohammed bin Salman por liderarem este importante processo.

A questão da Palestina surgiu no momento em que a Assembleia Geral adotou o chamado Plano de Partilha, há 78 anos.

A sessão em que ele foi aprovado foi presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha.

Naquela ocasião, nasceu a perspectiva de dois Estados. Mas só um se materializou.

O conflito entre Israel e Palestina é símbolo maior dos obstáculos enfrentados pelo multilateralismo.

Ele mostra como a tirania do veto sabota a própria razão de ser da ONU, de evitar que atrocidades como as que motivaram sua fundação se repitam.

Também vai contra sua vocação universal, bloqueando a admissão, como membro pleno, de um Estado cuja criação deriva da autoridade da própria Assembleia Geral.

Um Estado se assenta sobre três pilares: o território, a população e o governo.

Todos têm sido sistematicamente solapados no caso palestino.

Como falar em território diante de uma ocupação ilegal que cresce a cada novo assentamento?

Como manter uma população diante da limpeza étnica a que assistimos em tempo real?

E como construir um governo sem empoderar a Autoridade Palestina?

Como apontou a Comissão de Inquérito sobre os Territórios Palestinos Ocupados, não há palavra mais apropriada para descrever o que está ocorrendo em Gaza do que genocídio.

Por isso, o Brasil decidiu tornar-se parte do caso apresentado pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça.

Os atos terroristas cometidos pelo Hamas são inaceitáveis. O Brasil foi enfático ao condená-los.

Mas o direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis.

Nada justifica tirar a vida ou mutilar mais de cinquenta mil crianças.

Nada justifica destruir 90% dos lares palestinos.

Nada justifica usar a fome como arma de guerra, nem alvejar pessoas famintas em busca de ajuda.

Meio milhão de palestinos não têm comida suficiente, mais do que a população de Miami ou Tel Aviv.

A fome não aflige apenas o corpo. Ela estilhaça a alma.

O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação.

Tanto Israel, quanto a Palestina têm o direito de existir.

Trabalhar para efetivar o Estado palestino é corrigir uma assimetria que compromete o diálogo e obstrui a paz.

Saudamos os países que reconheceram a Palestina, como o Brasil fez em 2010. Já somos a imensa maioria dos 193 membros da ONU.

O Brasil se compromete a reforçar o controle sobre importações de assentamentos ilegais na Cisjordânia e manter suspensas as exportações de material de defesa, inclusive de uso dual, que possam ser usadas em crimes contra a humanidade e genocídio.

Diante da omissão do Conselho de Segurança, a Assembleia Geral precisa exercer sua responsabilidade.

Apoiamos a criação de um órgão inspirado no Comitê Especial contra o Apartheid, que teve papel central no fim do regime de segregação racial sul-africano.

Assegurar o direito de autodeterminação da Palestina é um ato de justiça e um passo essencial para restituir a força do multilateralismo e recobrar nosso sentido coletivo de humanidade.

Obrigado.”

Fonte: Opera Mundi


Lula


Discurso do presidente Lula durante Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução De Dois Estados

A questão da Palestina surgiu no momento em que a Assembleia Geral adotou o chamado Plano de Partilha, há 78 anos. A sessão em que ele foi aprovado foi presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha. Naquela ocasião, nasceu a perspectiva de dois Estados. Mas só um se materializou.


 

FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


 Na ONU, Lula afirma que "israel" comete genocídio, tenta "aniquilar sonho palestino" e pede comitê internacional inspirado no modelo contra apartheid na África do Sul: "Nada justifica o extermínio de 50 mil crianças"



Cidadania 01

Cidadania 02 


👉 Click Verdade - Jornal Missão 👈


A extrema direita não hesita em sacrificar o país para proteger seus líderes


Já estamos há mais de dois meses enfrentando o tarifaço de 50% que Trump impôs para punir o Brasil e tentar em vão salvar Bolsonaro do julgamento pelo golpe


Intercept Brasil
 

O impacto é devastador: bilhões em prejuízo direto para o agronegócio e um efeito em cascata sobre toda a economia. Os primeiros atingidos são justamente os estados governados pelos herdeiros do bolsonarismo: São Paulo, Minas e Goiás, comandados por Tarcísio, Zema e Caiado.

Esses três governadores que disputam a herança política de Bolsonaro em 2026 não pensaram duas vezes em sacrificar o agro dos seus próprios estados pelo ex-presidente. Apoiaram o golpismo, clamaram pela anistia, e agora assistem calados enquanto Eduardo Bolsonaro segue articulando contra o próprio país dos EUA.

A traição deste último é ainda mais revoltante: Eduardo Bolsonaro, que deveria representar o Brasil como deputado federal, usa os privilégios do seu cargo para negociar sanções americanas contra a economia brasileira.

Um brasileiro eleito, pago com seus impostos, trabalhando contra você, contra sua família, contra o país que o elegeu. É um retrato cruel do que esses governadores fazem: sacrificam seus estados, sua economia, seu povo pelos próprios interesses políticos.

Tarcísio, Zema e Caiado calcularam que valia a pena apostar no golpismo para herdar o eleitorado bolsonarista. Deu errado, mas quem sai prejudicada é a população brasileira.


Eles estão se fortalecendo para as eleições de 2026 com apoio internacional. Mas você pode enfraquecê-los!  É necessário investigar, pressionar e expor estes governantes para impedir que a extrema direita avance. Você pode doar R$35 hoje?


É um retrato cruel e simbólico: as elites podem brincar de golpismo, mas é o povo que paga a fatura.

A extrema direita não hesita em sacrificar o país para proteger seus líderes.

E o jornalismo independente que denuncia a hipocrisia e os crimes de um agro que posa de vítima, mas é cúmplice do golpe.

 

Se você acredita que o Brasil não pode ser refém de Trump, Bolsonaro e da Bancada Ruralista, junte-se a nós hoje mesmo.


Fonte: Equipe Intercept Brasil


Lula critica a atuação de Eduardo Bolsonaro e diz que ele está nos EUA para "lamber as botas do Trump" para impor sanções ao Brasil



Economia 01 

Economia 02


 👉 Click Verdade - Jornal Missão 👈


sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Brasil eleva o tom e vai aderir à ação que acusa Israel de genocídio do povo palestino


Governo está em fase final para submissão de intervenção formal no processo na Corte Internacional de Justiça, na ONU, movido pela África do Sul


Lula ONU

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou nesta quarta-feira (23/7) uma nota em que “expressa profunda indignação diante dos recorrentes episódios contra a população civil no Estado da Palestina” e declara que "a impunidade mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral".

O documento, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, vem um tom bem acima do anterior, com palavreado forte, azeda ainda mais a relação já distante entre Brasil e Israel (que declarou o presidente Lula persona non grata) e avisa que o Brasil está em fase final para submissão de intervenção formal no processo em curso na Corte Internacional de Justiça, movido pela África do Sul com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

A nota diz ainda que "já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política”.


Confira a íntegra da nota:


Violações Sistemáticas de Direitos Humanos e Humanitário no Estado da Palestina

O governo brasileiro expressa profunda indignação diante dos recorrentes episódios de violência contra a população civil no Estado da Palestina, não se restringindo à Faixa de Gaza e estendendo-se à Cisjordânia.

A comunidade internacional segue testemunhando, de forma rotineira, graves violações de Direitos Humanos e Humanitário: ataques à infraestrutura civil, inclusive a sítios religiosos, como à paróquia católica em Gaza, e às instalações das Nações Unidas, como à Organização Mundial da Saúde; violência indiscriminada e vandalismo por colonos extremistas na Cisjordânia, como o incêndio às ruínas da antiga Igreja de São Jorge e ao cemitério bizantino em Taybeh; massacres de civis, a maior parte dos quais mulheres e crianças, que se tornaram cotidianos durante a entrega de ajuda humanitária em Gaza; e a utilização despudorada da fome como arma de guerra.

A esses horrores somam-se contínuas violações do Direito Internacional, como a anexação de territórios pela força e a expansão de assentamentos ilegais.

A comunidade internacional não pode permanecer inerte diante das atrocidades em curso.

O Brasil considera que já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política. A impunidade mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral.

Finalmente, o governo brasileiro anuncia que está em fase final para submissão de intervenção formal no processo em curso na Corte Internacional de Justiça, movido pela África do Sul com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. A decisão fundamenta-se no dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de Direito Internacional e Direito Internacional Humanitário frente à plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados, conforme conclusão da Corte Internacional de Justiça, em medidas cautelares anunciadas em 2024.


FONTE: JOTA


Conta oficial do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ, ONU)


COMUNICADO DE IMPRENSA: O Brasil, referindo-se ao Artigo 63 do Estatuto do #CIJ , apresentou uma declaração de intervenção no caso ( #Israël #AfriqueduSud v. Link para o comunicado de imprensa: http://go.icj-cij.org/3VVuLZh



 FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


OFICIAL: BRASIL ACUSA "israel" DE GENOCÍDIO NA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA

Em documento enviado à Corte Internacional de Justiça, o Brasil formalizou a acusação de genocídio contra "israel" junto à África do Sul em Haia.

No documento, o Brasil afirma que a Corte tem elementos suficientes para concluir que "israel" comete genocídio em Gaza, destacado o amplo volume de declarações e incitacoes genocidas por líderes políticos e militares israelenses, principal critério para caracterizar o genocídio.

O Brasil afirma ainda que "requisitos do Artigo II" da Convenção para Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (1948) foram atingidos e rejeitou a tese de que os israelenses estariam atuando "em legítima defesa".




Cidadania 01

Cidadania 02


👉 Click Verdade - Jornal Missão 👈


sábado, 8 de fevereiro de 2025

Declaração da Presidente do TPI, Juíza Tomoko Akane, Após a Emissão da Ordem Executiva dos EUA Buscando Impor Sanções ao Tribunal Penal Internacional


Declaração da Presidente Juíza Tomoko Akane após a emissão da Ordem Executiva dos EUA buscando impor sanções ao Tribunal #ICC


Juíza Tomoko Akane

 
Observo com profundo pesar a emissão pelos Estados Unidos de uma Ordem Executiva buscando impor sanções aos funcionários do Tribunal Penal Internacional (TPI), prejudicar a independência e a imparcialidade do Tribunal e privar milhões de vítimas inocentes de atrocidades de justiça e esperança.

O TPI é um órgão judicial que desempenha funções alinhadas aos interesses da comunidade internacional, aplicando e promovendo regras universalmente reconhecidas do direito internacional, incluindo o direito dos conflitos armados e o direito dos direitos humanos.

À medida que atrocidades continuam a assolar o globo, afetando as vidas de milhões de crianças, mulheres e homens inocentes, o Tribunal se tornou indispensável. Ele representa o legado mais significativo do imenso sofrimento infligido a civis pelas guerras mundiais, o Holocausto, genocídios, violência e perseguições. Quando a maioria dos Estados do mundo se reuniu para redigir o Estatuto de Roma, eles fizeram o sonho de muitas mulheres e homens se tornar realidade. Hoje, o TPI está lidando com procedimentos decorrentes de diferentes situações em todo o mundo, em estrita adesão às disposições do Estatuto de Roma.

A Ordem Executiva anunciada é apenas a mais recente de uma série de ataques sem precedentes e escalonados visando minar a capacidade do Tribunal de administrar justiça em todas as situações. Tais ameaças e medidas coercitivas constituem ataques sérios contra os Estados Partes do Tribunal, a ordem internacional baseada no estado de direito e milhões de vítimas.

O TPI e seus funcionários de todo o mundo realizam diariamente seu mandato judicial para determinar se certas condutas individuais, dentro de sua jurisdição legítima, dão origem à responsabilidade por crimes internacionais. Rejeitamos firmemente qualquer tentativa de influenciar a independência e a imparcialidade do Tribunal ou de politizar nossa função judicial. Cumprimos e sempre cumpriremos apenas a lei, em todas as circunstâncias.

O TPI apoia firmemente seu pessoal e promete continuar a fornecer justiça e esperança a milhões de vítimas inocentes de atrocidades em todo o mundo, em todas as Situações diante dele, no único interesse da dignidade humana. Apelo a todos aqueles que compartilham os valores consagrados no Estatuto para se unirem na defesa do Tribunal: nossos 125 Estados Partes, a sociedade civil e todas as nações do mundo.

Para mais informações, entre em contato com Fadi El Abdallah, porta-voz e chefe da Unidade de Assuntos Públicos do Tribunal Penal Internacional, pelo telefone:  +31 (0)70 515-9152  ou  +31 (0)6 46448938  ou pelo e-mail:  fadi.el-abdallah@icc-cpi.int .

Você também pode acompanhar as atividades do Tribunal no  X ,  Instagram ,   Facebook ,  YouTube  e  Flickr


 

Fonte: Int'l Criminal Court


Cidadania e Solidariedade 01

Cidadania e Solidariedade 02


👉 Click Verdade - Jornal Missão 👈


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

A vergonhosa utilização da ajuda alimentar como arma pela administração Biden


O governo Biden causou mais danos às normas internacionais de direito humanitário e segurança alimentar do que qualquer outro governo dos EUA na história recente


Palestinos famintos e furiosos fazem fila para receber refeições gratuitas durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, no campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, em 27 de março de 2024. (Foto: © Mahmoud Issa/dpa via ZUMA Press/APA Images)

Na semana de 23 de dezembro, a FEWSNet, um serviço independente de relatórios sobre fome financiado pelo governo dos Estados Unidos, atualizou suas projeções para a fome iminente no norte de Gaza. O embaixador dos EUA em Israel criticou publicamente os números populacionais usados, e a atualização prontamente desapareceu da vista do público, aparentemente por instruções de autoridades do governo dos EUA.   

Esta recente batalha de censura sobre se deve chamar a fome em Gaza de fome está comprometendo a credibilidade dos Estados Unidos em questões em que os EUA lideraram o mundo por décadas. Meio século atrás, os EUA ajudaram a forjar um consenso global sobre normas para orientar como o mundo responde a crises alimentares, incluindo que alimentos não sejam usados ​​como armas. Agora, autoridades dos EUA estão censurando reportagens independentes sobre a fome em Gaza resultante da retenção de suprimentos de alimentos do norte de Gaza por Israel.

1974 foi um ano crucial para forjar esse novo consenso. O ano começou mal. Em um dos pontos baixos da história orgulhosa da assistência humanitária dos EUA, o governo dos EUA realmente usou comida como arma, retaliando contra o jovem governo de Bangladesh ao interromper as remessas de ajuda alimentar no meio da pior crise alimentar do país desde a independência. Cerca de 1,5 milhão de pessoas podem ter morrido de fome naquela fome. A ajuda alimentar dos EUA parou por causa de uma disputa sobre as relações comerciais de Bangladesh com Cuba.  

Isso seguiu a política de Nixon/Kissinger durante a guerra de independência daquele país, três anos antes, de ignorar os terríveis abusos de direitos humanos civis e o número de mortos infligidos pelas forças militares de um aliado dos EUA. O Paquistão era um forte aliado dos EUA, seu presidente era amigo do presidente Nixon, e o Paquistão estava no meio de uma negociação secreta para a abertura da China que ocorreu alguns meses depois. A política dos EUA estava disposta a pagar o preço de um terrível desastre humanitário infligido pelo exército do Paquistão à população civil de Bangladesh por um aliado próximo para que o presidente Nixon alcançasse seu triunfo de política externa sobre a China.  

Aquele desastre anterior em Bangladesh foi um precursor para os EUA reterem ajuda alimentar durante a fome de 1974. Mas os EUA não estavam sozinhos em 1974 na busca por políticas vergonhosas que instigaram a fome. A falha do Imperador Haile Salassie em abordar ou mesmo reconhecer uma fome na Etiópia levou a uma tomada comunista lá.   

Mas no final de 1974, as nações do mundo representadas na Conferência Mundial de Alimentos da ONU estabeleceram um novo conjunto de normas, instituições e aspirações para orientar a segurança alimentar global. E três anos depois, apesar da alegação do então Secretário de Agricultura Earl Butz na conferência de 1974 de que a comida era uma arma poderosa no arsenal dos EUA, os EUA, juntamente com o resto do mundo, proibiram o uso de comida como arma em protocolos para as Convenções de Genebra. Esta norma foi recentemente reforçada pela resolução unânime do Conselho de Segurança (2018), resolução do Senado dos EUA (2022) e um comunicado conjunto da ONU liderado pelos EUA (2023).

Uma década depois daquela Conferência Mundial da Alimentação, quando a Etiópia enfrentou outra fome, essas normas foram honradas por um dos presidentes anticomunistas mais ferrenhos dos Estados Unidos. O presidente Ronald Reagan, decidindo que as pessoas famintas na Etiópia receberiam ajuda alimentar dos EUA, apesar de seu governo comunista, declarou que "uma criança faminta não conhece política".   

A fome na Etiópia foi parte de uma emergência alimentar africana mais ampla em meados da década de 1980, o que levou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) a iniciar o Sistema de Alerta Precoce de Fome (FEWS). O FEWS começou como, e continua sendo, um serviço analítico e de alerta precoce independente para a comunidade global de alimentos e humanitária sob uma série de contratos e acordos de subsídios da USAID. Como ex-funcionário da USAID, frequentemente confiei nas estimativas e informações do FEWS durante meus 38 anos de carreira e tive colegas próximos do FEWS durante grande parte desse tempo também. Sei — mesmo em ambientes de grande incerteza e dados inadequados — quão cuidadosa e imparcialmente os analistas do FEWS pesam as informações às quais têm acesso ao fazer seus julgamentos mais informados.   

Desde sua adoção pela ONU em 2004, a escala de fome do Sistema Integrado de Fases de Segurança Alimentar (IPC) tem sido o padrão para alerta precoce, e esse é o sistema usado pela FEWS em sua atualização mais recente de Gaza. Uma declaração de fome da FEWS também requer validação por um grupo independente de especialistas globais em segurança alimentar chamado Comitê de Revisão da Fome. Os analistas da FEWS são cuidadosos ao usar esse sistema e fazer suas avaliações porque esse é o trabalho deles, mas também porque sabem que – sempre e onde quer que declarem condições que se aproximam da fome – pessoas e instituições poderosas atacarão suas análises, como o embaixador dos EUA em Israel, Jack Lew, e a USAID acabaram de fazer.



A guerra em Gaza teve muitas baixas, incluindo mortos, cativos, deslocados e palestinos, israelenses e libaneses em luto. Uma baixa adicional é o compromisso global com as normas dos direitos humanos internacionais, a lei da guerra e o direito internacional humanitário para os quais os EUA gastaram tanto esforço construindo consenso desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Ao permitir o desrespeito de Israel por essas normas, a Administração Biden tornou difícil, se não impossível, chamar outros governos, como a Rússia, de forma credível quando eles as violam flagrantemente.

Agora, outra vítima é a reputação da FEWS, bem como do Embaixador Lew, um dos melhores servidores públicos seniores dos Estados Unidos. O Embaixador Lew atacou a última atualização da FEWS sobre Gaza como "irresponsável" na semana de 23 de dezembro, questionando os números populacionais usados ​​em sua análise. A FEWS usa os melhores números disponíveis para população e suprimentos humanitários, com base em seu julgamento técnico sobre dados acessíveis. Este é um problema técnico não incomum em alguns países sobre os quais a FEWS relatou ao longo dos anos. Além disso, a escala IPC que a FEWS usa para determinar as condições de fome é em uma base por 10.000 pessoas, então a população total não importaria para determinar se as condições de fome prevalecem ou não. A FEWS rapidamente retirou a atualização sob pressão aparente de funcionários da USAID . 

Vale ressaltar que — desde maio — as atualizações do FEWS já projetam fome iminente , na ausência de aumento de remessas de alimentos humanitários chegando a Gaza, e o Comitê de Revisão da Fome projetou fome iminente em partes de Gaza em novembro. Essas descobertas e projeções são totalmente consistentes com o que as vozes mais respeitadas na comunidade humanitária vêm alertando há meses como consequência da falha de Israel em permitir grandes aumentos e previsibilidade no fornecimento humanitário.

Essa censura de uma atualização técnica cuidadosa, baseada em padrões globais e revisão cuidadosa, corrói ainda mais as normas de segurança alimentar global, minando qualquer pretensão de uma avaliação imparcial do governo dos EUA sobre a crise humanitária de Gaza. Isso segue a falha da Administração Biden em fazer cumprir a lei e a política dos EUA após a carta Austin-Blinken de outubro ao governo israelense ameaçando cessar as remessas de armas para países que impedem a ajuda humanitária.   

O governo Biden tem uma escolha: pode deixar o cargo tendo causado mais danos às normas internacionais de direito humanitário e segurança alimentar do que qualquer outro governo recente, ou pode voltar a honrar as normas que os governos anteriores de ambos os partidos mantiveram e declarar publicamente que Israel é um violador das normas humanitárias básicas, em vez de censurar relatórios que identificam a fome como resultado dessas ações israelenses.

Fonte: Mondoweiss


FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


"Israel está usando a fome para aniquilar palestinos, apagá-los da história e anexar suas terras. Isso não começou em 7 de outubro"

Relator Especial da ONU para Direito à Alimentação, Michael Fakhri, apresenta relatório detalhando como "israel" usa a fome para exterminar palestinos no genocídio em Gaza.

Fakhri relembra que a ocupação sionista sempre manteve controle do que entra em Gaza e, antes do 7 de outubro, "contava calorias" para manter palestinos famintos apenas o suficiente para não disparar alarmes internacionais.

Segundo o especialista da ONU, isso explica como "israel" foi capaz de provocar fome generalizada em Gaza tão rápido - algo nunca visto na história moderna.



Cidadania e Solidariedade 01

Cidadania e Solidariedade 02


👉 Click Verdade - Jornal Missão 👈


HRF exige prisão imediata do major-general Ghassan Alian em Roma


O #HindRajabFoundation (HRF) entrou com processos no TPI e informou as autoridades italianas exigindo a prisão imediata do Major General Ghassan Alian, Chefe do COGAT, atualmente em Roma. Alian supervisionou o bloqueio total de Gaza, armando a fome e mirando infraestrutura civil, incluindo hospitais, em atos que equivalem a genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade


Ghassan Alian, chefe do COGAT, é responsável por transformar a fome em arma em Gaza.

O Major General Ghassan Alian, Chefe do Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT), está atualmente em Roma, Itália. A Hind Rajab Foundation (HRF) entrou com processos no Tribunal Penal Internacional (ICC) e autoridades italianas, pedindo sua prisão imediata por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Alian, que se referiu publicamente aos palestinos em Gaza como "animais humanos", não tem imunidade de acusação. O tempo é essencial para garantir a responsabilização por suas ações.


O papel de Alian nas atrocidades


Como chefe do COGAT desde abril de 2021, Alian supervisionou a administração da Cisjordânia e o bloqueio de longa data de Gaza. Após 7 de outubro de 2023, ele supervisionou e impôs um cerco total a Gaza, cortando recursos essenciais como alimentos, água, eletricidade e suprimentos médicos. Essa política deliberada de privação levou à fome em massa, mortes de civis e à destruição de infraestrutura crítica, incluindo hospitais.

O COGAT é um braço do Ministério da Defesa israelense responsável pela implementação de políticas governamentais nos Territórios Palestinos Ocupados. Sob a liderança de Alian, o COGAT coordenou ações militares que visavam a infraestrutura civil e impuseram punições coletivas à população de Gaza. Relatórios das Nações Unidas e de organizações de direitos humanos descreveram essas ações como constituindo crimes de guerra e crimes contra a humanidade.


Precedente do TPI e supervisão de crimes de Alian


O TPI já emitiu mandados de prisão contra Yoav Gallant e Benjamin Netanyahu por crimes decorrentes de políticas de fome armada e ataque à infraestrutura civil, como hospitais. Alian desempenhou um papel fundamental na supervisão dessas mesmas políticas, garantindo sua implementação por meio do COGAT. Suas declarações, incluindo a infame declaração de que "animais humanos devem ser tratados como tal", demonstram intenção genocida e um esforço calculado para destruir a população de Gaza no todo ou em parte.

Sem imunidade, obrigação legal de agir


De acordo com o direito internacional,  Alian não tem imunidade de processo por crimes dessa natureza. O HRF enfatiza que a Itália, como signatária do Estatuto de Roma, é obrigada a agir. Sua presença em Roma oferece às autoridades italianas uma oportunidade de defender o direito internacional, emitindo um mandado de prisão e garantindo seu processo.
"O COGAT tem sido fundamental na aplicação de políticas que equivalem a punição coletiva, o que é proibido pelas Convenções de Genebra", afirmou o advogado Haroon Raza do HRF. “O Major General Alian supervisionou diretamente esses crimes, e a hora de agir é agora.”

Um momento crítico para a justiça


A presença de Alian em Roma é um teste do comprometimento da Itália com a justiça e o estado de direito”, disse Dyab Abou Jahjah, presidente da Fundação Hind Rajab. “Não podemos permitir que indivíduos responsáveis ​​por esses crimes hediondos fujam da responsabilização. O tempo é essencial, e o mundo está observando.”
A Fundação Hind Rajab pede que as autoridades italianas ajam rápida e decisivamente. A prisão do Major General Ghassan Alian enviaria uma mensagem clara de que a impunidade por crimes de guerra e crimes contra a humanidade não será tolerada.


Francesca Albanese, UN Special Rapporteur oPt


Entendo que esse indivíduo pode deixar a Itália em breve, o que representa um desafio para uma ação imediata das autoridades italianas. O trabalho de @ HindRFoundation é essencial e deve continuar. Esperançosamente, a comunidade jurídica global se tornará mais bem organizada, permitindo o rápido compartilhamento de informações com as autoridades. Isso garantirá que indivíduos suspeitos de crimes internacionais em seus territórios sejam levados muito a sério.



Fonte: The Hind Rajab Foundation


Cidadania e Solidariedade 01

Cidadania e Solidariedade 02


👉 Click Verdade - Jornal Missão 👈


domingo, 12 de janeiro de 2025

A máscara da Meta caiu


Donald Trump ainda não assumiu a presidência, mas as big techs já mostraram seus reais interesses por trás da suposta “luta pela liberdade de expressão”.


Intercept Brasil

No dia do anúncio da Meta, bati um papo com o Francisco Brito Cruz, diretor-executivo do InternetLab, um centro independente de pesquisa que atua na intersecção entre direito e tecnologia.

Quando eu perguntei o que a Meta teria a ganhar abraçando o trumpismo e com essa “Elon Muskização”, o Chico disse que, na verdade, a pergunta certa é: o que ela tinha a ganhar antes, tentando agradar aos democratas e à imprensa? “É mais uma renúncia a esse lado do que qualquer coisa. Eles vão parar de performar essa tentativa de agradar,” ele explicou.

Talvez isso valha para o combate à desinformação também. Ao longo dos últimos anos, nós assistimos à empresa declarar para autoridades, tribunais e jornalistas que estava fazendo de tudo para combater a desinformação que se espalhou como fogo em mato seco nas suas plataformas. Até 2022, a empresa dizia ter investido mais de US$ 100 milhões em seus programas de checagem de fatos.

Apesar dessas declarações, vimos em repetidas ocasiões como a desinformação espalhada e distribuída nas redes da Meta causou danos na vida real. Em Mianmar, o discurso de ódio e fake news disseminada no Facebook contribuíram para o genocídio contra a minoria étnica Rohingya.

Nem é preciso ir longe: ficou amplamente documentado como o Facebook foi usado para organizar e amplificar a invasão do Congresso norte-americano em 6 de janeiro de 2021.

Fora o impacto mais granular, no nível individual, de pessoas cujas vidas foram afetadas pela desinformação e que não viraram notícia. Tudo isso mostra que, apesar de dizer que tinha o combate à desinformação como prioridade, os esforços ainda eram, no mínimo, insuficientes.

Por anos, a Meta contou com a parceria com agências de checagem de fatos como forma de dar mais contexto ao conteúdo mais viral de suas plataformas. É verdade que, pela escala, a checagem esteve longe de dar conta do universo desinformativo das plataformas, mas é uma atividade crucial e necessária para manter a sociedade informada.

Nesta semana, a Meta não só anunciou que vai encerrar a parceria com as agências como puxou o tapete delas: em seu vídeo, Mark Zuckerberg acusou os checadores de terem viés político e disse que o sistema promovia censura.

Se a desinformação era uma preocupação da empresa, agora não é mais. Ou, pelo menos, não é mais necessário fingir e performar. Mas essa virada não passou batido pelas autoridades brasileiras. Em um ofício enviado à Meta na quarta-feira, 8 de janeiro, o Ministério Público Federal pediu que a empresa explique se as medidas anunciadas valerão para o Brasil e detalhe as mudanças.

Na nota, o MPF apontou que as novidades “alteram radicalmente” o que a Meta havia informado anteriormente ao próprio MPF sobre as providências tomadas a fim de enfrentar a desinformação.

Mas nem tudo está perdido. Pessoalmente, não acredito que sair das redes sociais seja o caminho. Talvez eu até já tenha desejado isso e concordo que devemos discutir como usar esses espaços de modo mais saudável.

Mas não acho justo que tenhamos que abdicar das relações e conexões que construímos nessas arenas virtuais cada vez que um bilionário decide pivotar a maneira como as empresas operam, tornando as plataformas piores. É hora de retomar o controle e fazer valer o poder que nós, usuários, temos. Sem nós, as redes sociais não são nada.

Qual é o caminho, então? Especialistas, advogados e ativistas mundo afora estão tentando descobrir e viabilizar novas alternativas. Uma grande aposta tem sido redes como Mastodon e, mais recentemente, o Bluesky.

Conhecidas como plataformas federadas, elas funcionam através de uma rede de instâncias e servidores independentes construídos sobre um mesmo protocolo. No caso do Mastodon, essas diferentes instâncias têm, cada uma, suas próprias regras, definidas pelos membros.

Viabilizar esse futuro das redes federadas não é simples. Hoje, a grande discussão está ligada ao financiamento e à governança, que acaba ficando na mão de voluntários que administram essas diferentes instâncias.

Qual é a beleza dessas alternativas? O poder fica diluído, impedindo que uma tomada de poder unilateral destrua a rede como um todo e permitindo que as regras sejam construídas de maneira mais democrática e coletiva, em vez de impostas pela direção de uma empresa.

Se um Elon Musk ou um Mark Zuckerberg assumir o controle de uma das instâncias, a rede social pode prosperar independentemente deles. O futuro das redes está em tirar o controle delas das mãos dos oligarcas do Vale do Silício.






Tecnologia 01

Tecnologia 02


👉 Click Verdade - Jornal Missão 👈


Comentários Facebook