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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Chuva no Sul, fogo no Norte: governo precisa agir no novo normal


Enquanto o Rio Grande do Sul ainda não conseguiu nem sequer contar seus mortos na pior tempestade já registrada no estado, no resto Brasil quem faz estragos é o fogo: o número de queimadas no país de janeiro a 1o de maio de 2024 – 17.421 focos – já é o maior da história desde o início das medições do Inpe, em 1998. Na Amazônia, a alta é de 148%; no Pantanal, bioma que ainda não se recuperou da devastação de 2020, a elevação é de quase 1.000%.



Observatório do Clima

As duas tragédias carregam a impressão digital da crise do clima e reforçam a urgência de falar sério sobre adaptação no país. Ao mesmo tempo, o governo federal precisa correr para tomar medidas que impeçam que a situação se agrave ainda mais – socorro aos gaúchos e o fim da greve do Ibama.

As chuvas extremas no sul da América do Sul, que inclui toda a bacia do Prata, são há décadas uma previsão recorrente dos modelos climáticos, informação ignorada por sucessivos governos estaduais. “Enquanto não se entender a relevância da adaptação, essas tragédias vão continuar acontecendo, cada vez piores e mais frequentes”, diz Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima.

Segundo ela, é preciso pensar em recursos vultosos a fundo perdido. “Municípios não vão sair pedindo dinheiro emprestado para ações de adaptação. Elas requerem um mecanismo específico, nos moldes do Fundo Amazônia.”


Fogo

A disparada das queimadas neste semestre preocupa, uma vez que a estação seca na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal está apenas começando. Ela sugere que os impactos da seca extraordinária de 2023 ainda perduram e que a estação chuvosa de 2023/2024 não foi suficiente para umedecer o solo e impedir o fogo.

“As queimadas estão batendo recordes mesmo com os alertas de desmatamento em queda no Cerrado e na Amazônia nos primeiros cinco meses do ano, o que sugere influência do clima. Se o governo não tomar medidas amplas de prevenção e controle, teremos uma catástrofe nos próximos meses”, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do OC.

“Precisamos de uma  ampla mobilização da União e dos governos estaduais, além de resolver a greve hoje instalada em órgãos ambientais, como o Ibama. Mas, infelizmente, o quadro que se desenha é de uma prorrogação indefinida da greve, já que o atual governo preferiu dar aumento à corporação que tentou impedir sua eleição do que aos servidores que entregam um dos seus principais resultados.

Sobre o Observatório do Clima – Fundado em 2002, é a principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática, com 107 integrantes, entre ONGs ambientalistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais. Seu objetivo é ajudar a construir um Brasil descarbonizado, igualitário, próspero e sustentável, na luta contra a crise climática (oc.eco.br). Desde 2013 o OC publica o SEEG, a estimativa anual das emissões de gases de efeito estufa do Brasil (seeg.eco.br).


Estamos em uma crise climática mundial. Modelos previam aumento da precipitação na região Sul há uma década, mas falta de ações de adaptação e retrocesso na legislação ambiental deixaram o Rio Grande do Sul ainda mais vulnerável aos eventos extremos. #SOSRS #PacotedaDestruição



 Enquanto o Congresso ri do povo brasileiro, destruindo nossa legislação ambiental, nos deparamos com tragédias como a do Rio Grande do Sul, que estão diretamente ligadas às mudanças climáticas. @MarcioAstrini



 Informações para imprensa

Solange A. Barreira – Observatório do Clima

solange@pbcomunica.com.br

+ 55 11 9 8108-7272

Claudio Angelo – Observatório do Clima

claudio@oc.eco.br

+55 61 9 9825-4783

Fonte: Observatório do Clima


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terça-feira, 7 de maio de 2024

EXCLUSIVO: “Você foi avisado”: ​​Senadores republicanos ameaçam o promotor do TPI sobre possíveis mandados de prisão em Israel


Leia a carta completa, obtida pela Zeteo, que ameaça sanções em defesa de Netanyahu


Karim Khan KC, promotor do TPI (foto de Yui Mok/PA Images via Getty Images)

Um grupo de influentes senadores republicanos enviou uma carta ao procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, alertando-o para não emitir mandados de prisão internacionais contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu e outras autoridades israelenses, e ameaçando-o com “sanções severas” se ele faz isso. 

Numa carta concisa de uma página obtida exclusivamente pela Zeteo e assinada por 12 senadores republicanos, incluindo Tom Cotton do Arkansas, Marco Rubio da Flórida e Ted Cruz do Texas, Khan é informado de que qualquer tentativa do TPI de deter Netanyahu e seus colegas que prestem contas pelas suas ações em Gaza serão interpretados “não apenas como uma ameaça à soberania de Israel, mas à soberania dos Estados Unidos”.


Zeteo

“Vise Israel e nós o atacaremos”, disseram os senadores a Khan, acrescentando que “sancionarão seus funcionários e associados e barrarão você e suas famílias dos Estados Unidos”.

De forma bastante ameaçadora, a carta conclui: “Você foi avisado.”

Numa declaração à Zeteo , o senador democrata Chris Van Hollen, de Maryland, disse: “Não há problema em expressar oposição a uma possível ação judicial, mas é absolutamente errado interferir em uma questão judicial ameaçando oficiais de justiça, seus familiares e seus funcionários com retribuição. Essa violência é algo condizente com a máfia, não com os senadores dos EUA.”

Embora nem Israel nem os Estados Unidos sejam membros do TPI, os territórios palestinos foram admitidos com o estatuto de Estado membro em abril de 2015. Khan, um advogado britânico, foi nomeado procurador-chefe do TPI em fevereiro de 2021, uma semana após o o tribunal já tinha decidido , por maioria, que a sua jurisdição territorial se estendia a “Gaza e Cisjordânia”.

Na sequência dos ataques de 7 de outubro de 2023, Khan anunciou que o tribunal tinha jurisdição sobre quaisquer potenciais crimes de guerra cometidos tanto por militantes do Hamas em Israel como pelas forças israelitas em Gaza. O TPI, de acordo com o Estatuto de Roma de 2002, pode acusar indivíduos de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio – e relatórios recentes sugerem que as autoridades israelitas acreditam cada vez mais que o TPI está a preparar mandados de prisão para Netanyahu e outros altos funcionários do gabinete e militares.

Na sexta-feira, o gabinete do procurador-chefe, com sede em Haia, publicou uma declaração sem precedentes no Twitter, apelando ao fim das ameaças de retaliação contra o TPI e das tentativas de “impedir” e “intimidar” os seus funcionários. A declaração acrescentava que tais ameaças poderiam “constituir uma ofensa contra a administração da justiça” nos termos do Estatuto de Roma. 


(Twitter @IntlCrimCourt )

O momento desta rara repreensão pública faz agora mais sentido: a carta dos senadores dos EUA foi enviada a Khan uma semana antes, em 24 de Abril.

Na sua carta, os doze senadores republicanos lembram a Khan que os EUA “demonstraram na Lei de Proteção dos Membros do Serviço Americano até onde iremos para proteger a [sua] soberania”.

ASPA , sancionada por George W. Bush em 2002, tornou-se desde então amplamente conhecida como “A Lei da Invasão de Haia” porque autoriza o presidente dos EUA “a usar todos os meios necessários e apropriados” para conseguir a libertação não apenas dos EUA. pessoas, mas também aliados que estão presos ou detidos pelo TPI.

O grupo de senadores republicanos – que também inclui o líder da minoria Mitch McConnell, do Kentucky, e Tim Scott, da Carolina do Sul, que se acredita estar na lista de vice-presidentes de Donald Trump – sugere que a emissão de quaisquer mandados de prisão para os líderes de Israel pelo TPI seria ser “ilegítimo e sem base legal”, bem como “expor” a “hipocrisia e os padrões duplos” do tribunal. Eles salientam que Khan não emitiu mandados de prisão para os líderes do Irão, da Síria, da China ou do Hamas. Não mencionam, no entanto, que os três países listados não são membros do TPI, nem são acusados ​​de cometer crimes de guerra no território de um membro do TPI. Quanto aos responsáveis ​​do Hamas, foi relatado que o procurador-chefe também está, de fato, a “avaliar mandados de detenção para líderes do Hamas”. 

Se Khan emitir um mandado de prisão para Netanyahu nos próximos dias, não será a primeira vez que ele perseguirá um polémico líder mundial por alegados crimes de guerra – ou será sancionado por o fazer. Em Março de 2023, o TPI emitiu um mandado de prisão contra o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua alegada responsabilidade “pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças)”. O governo russo respondeu colocando Khan numa lista de “procurados” 

Na época, o presidente Biden classificou o mandado de prisão contra Putin como “justificado” e disse que ele apresentava “um argumento muito bom”. E, dois anos antes, em Abril de 2021, Biden revogou as sanções dos EUA que tinham sido impostas pela administração Trump ao procurador do TPI, na sequência de uma investigação sobre a ação militar dos EUA no Afeganistão.

Na sexta-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse aos jornalistas que a administração se opõe a “qualquer ameaça ou intimidação a funcionários públicos… incluindo funcionários do TPI”, mas que o presidente “não apoia esta investigação investigativa”. A Casa Branca recusou-se a comentar a Zeteo sobre a carta dos senadores, tal como o Gabinete do Procurador-Geral do TPI em Haia.

A senadora Katie Britt, do Alabama, uma das signatárias republicanas da carta, disse a Zeteo que “não era uma ameaça – uma promessa”. Os outros 11 senadores republicanos que assinaram a carta não responderam aos pedidos de comentários de Zeteo até o momento da publicação.”


A carta completa, com a lista dos signatários republicanos, é publicada exclusivamente pela Zeteo abaixo:


Zeteo



AIPAC Tracker


Estes 12 senadores dos EUA receberam > US$ 6,8 MILHÕES da AIPAC e do lobby de Israel:



Você não está interessado em um cessar-fogo.

Netanyahu é um criminoso de guerra.

Israel é um estado pária genocida.



Leia mais:






‘Tragédia no RS é responsabilidade também de senadores e deputados que desmontam legislação ambiental’, diz secretário do Observatório do Clima


As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, as mais intensas registradas em território gaúcho em décadas, já deixaram dezenas de mortos, causaram estragos em 300 municípios, romperam uma barragem e desalojaram mais de 80 mil pessoas. Há ainda mais de uma centena de pessoas desaparecidas enquanto o mau tempo já provoca danos em outros Estados do Sul.


253 municípios foram afetados por chuvas no Sul

Mas a responsabilidade não é apenas dos governos estaduais e federal, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima (OC), mas também do Congresso — pois as tragédias são resultado da falta de adaptação e de combate às mudanças climáticas, duas áreas onde os Executivos precisam fazer mais e onde o Legislativo têm promovido ativamente retrocessos, na opinião dele.

"A maioria conservadora tem aprovado diversos projetos considerados nocivos para o meio ambiente. Nunca tivemos um Congresso tão dedicado a desmontar", afirma o especialista em políticas públicas à frente do Observatório do Clima, rede de entidades que monitora a questão climática no Brasil.

Além disso, segundo Astrini, ações que se limitam às respostas de emergência em situações de crise não são suficientes. Eventos extremos como esse — cada vez mais comuns por causa das mudanças climáticas — não podem mais ser tratados como “imprevistos”.


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Embora nem sempre seja possível prever com precisão a intensidade de um evento extremo, já sabemos que eles se tornarão mais frequentes — e quais as medidas que precisam ser tomadas para nos adaptarmos a eles, afirma o especialista.

Modelos climáticos preveem há décadas um aumento de chuvas extremas no sul da América do Sul, incluindo toda a bacia do Prata (formada pelos rios Paraná e Uruguai), lembra Astrini.

“O maior problema que a gente enfrenta neste momento não é a previsão, é a aceitação”, afirma Astrini. “A gente precisa aceitar que, infelizmente, esse é o novo normal. Mas não basta aceitar pacificamente, é preciso aceitar e tomar atitudes.”

Todo ano o governo do Rio Grande do Sul fica extremamente espantado que as chuvas são intensas. O governo do Rio de Janeiro fica super surpreso quando acontece em Petrópolis. É uma surpresa em São Sebastião (SP), no norte de Minas Gerais, em Recife (PE), no sul da Bahia. Só que acontece que já faz nove anos consecutivos que as médias de temperatura do planeta são as mais quentes já registradas. Não tem mais surpresa. A gente precisa se preparar para isso”, afirma Astrini.


Dinheiro investido em prevenção evita tragédias, diz Astrini

Mitigação, adaptação e redução de danos

Astrini explica que existem três tipos de resposta possíveis diante da crise climática: a mitigação das causas, a adaptação em preparação para as consequências e a redução de danos diante das tragédias.

“Mitigação é quando você ataca o problema: é quando você interrompe o desmatamento, quando você tira uma termoelétrica de operação, quando substitui uma fonte poluente por uma fonte renovável”, afirma o especialista.

“A adaptação é quando o problema vai acontecer e você começa a adaptar principalmente as populações mais vulneráveis ao problema. Por exemplo, quando tira as populações da área de risco, quando dá mais assistência para um pequeno agricultor lidar com uma seca.”

As ações também são necessárias contra problemas que não necessariamente são causados pelo aquecimento global, embora agravados por ele, explica Astrini.

“Adaptação é também quando você reforça a rede de saúde, porque vão aumentar os casos de dengue, porque o ciclo de reprodução do mosquito vai ficar mais longo por causa de chuvas desproporcionais e do calor prolongado.”

Já lidar com as perdas e reduzir os danos é promover as respostas emergenciais às tragédias.

“Perdas e danos é o que se faz normalmente: desbarrancou, você vai procurar sobreviventes, vai construir casas”, diz Astrini. O problema, na visão do especialista, é que as ações tomadas por autoridades federais, estaduais e municípais tendem a se concentrar apenas nesse terceiro estágio de resposta.

“O pessoal só age quando já está no nível da desgraça”, diz Astrini.

“O dinheiro investido na primeira camada vale muito mais, porque ele evita a adaptação e evita o desastre.”

Ações que estão sendo tomadas tanto pelo governo federal quanto pelo governo estadual e pelos municípios no caso das chuvas no Rio Grande do Sul — alertas da Defesa Civil, evacuação de pessoas de áreas de emergência, restabelecimento de serviços etc — se encaixam no terceiro tipo.

Após a região ser atingida por um ciclone em setembro do ano passado, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional repassou R$ 82 milhões para o governo do Estado e outros R$ 243 milhões aos municípios gaúchos para lidar com a crise. Segundo reportagem da CNN Brasil, a maior parte do dinheiro foi usada em ações emergenciais, como compra de mantimentos e desobstrução de estradas.

“A gente pode ter a Defesa Civil 30 vezes maior no Rio Grande do Sul ou em qualquer outro Estado. Vai continuar morrendo gente, porque a Defesa Civil vai conseguir salvar a vida de alguém próximo, mas não de todos. Quem salva mais vidas é o planejamento, e no caso dos municípios, o planejamento urbano”, afirma o líder do Observatório do Clima.

Embora o aquecimento global seja um problema em escala mundial, ações de mitigação não são responsabilidade apenas de entidades internacionais e governos nacionais. Elas podem — e precisam — ser alvo também dos governos locais, diz Astrini.

“A mitigação é uma agenda de responsabilidade, não de ganho político. Vou pegar um exemplo aqui no Cerrado, que bateu o recorde de desmatamento nesse último período: mais de 60% de aumento de agosto do ano passado para cá. E quem dá as autorizações de desmatamento são os governos estaduais”, diz ele.

“E há vários outros exemplos, como legislações de licenciamento ambiental mais frouxas nos Estados, a responsabilidade com o saneamento básico, com a transição energética.”

O governo do Rio Grande do Sul não respondeu inicialmente ao pedido de informações sobre ações de mitigação e adaptação da BBC News Brasil. O governador Eduardo Leite (PSDB) tem dado atualizações diárias sobre as medidas emergenciais tomadas no Estado, que incluem alertas e remoção das pessoas das áreas de risco.

Após a publicação desta reportagem, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado enviou nota em que "reforça a necessidade de adaptação para garantir a sobrevivência na Terra" e afirma que as ações de mitigação, adaptação e resiliência são parte do programa ProClima2050, lançado em 2023.

O programa, diz a pasta, criou o Gabinete de Crise Climática, "que tem como principal função conectar as secretarias de Estado, instituições e pesquisadores no monitoramento e implementação de ações práticas de resposta à crise do clima".

Segundo a secretaria, entre as medidas em andamento estão "a contratação de serviço de radar meteorológico pela Defesa Civil; melhorias na Sala de Situação, responsável pelo monitoramento das chuvas e dos níveis dos rios; e a implementação do roadmap climático dos municípios, que mapeará as ações relacionadas ao clima em esfera municipal".


Chuvas foram as piores já registradas no Estado

‘Deputados e senadores também são responsáveis’

Astrini diz ainda que é preciso lembrar da responsabilidade do Congresso em relação à situação climática que leva à tragédias como a sofrida pelo RS neste momento.

"Deputados trabalham dia e noite para destruir a legislação ambiental do Brasil com afinco. Neste momento estão querendo acabar com a Lei de Licenciamento Ambiental, querem acabar com a reserva legal na Amazônia, querem acabar com as reservas indígenas”, diz Astrini.

Ele se refere a um um projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, permitindo que Estados e Municípios determinem os projetos que precisam ou não fazer uma análise de impacto, entre outras medidas.

Os defensores do PL argumentam que ele “diminuirá a burocracia” e por isso facilitaria o desenvolvimento econômico.

Mas Astrini diz que o projeto não só não resolve o problema da burocracia como pode comprometer metas de desenvolvimento sustentável.

“A gente nunca teve um Congresso tão agressivo nesse esforço para desmontar a legislação ambiental no Brasil”, afirma.

Deputados e senadores contrários a pautas importantes para ambientalistas argumentam que a legislação ambiental atrapalha o desenvolvimento econômico e, em alguns casos, negam dados científicos sobre o aquecimento global ou sobre desmatamento no Brasil.

“Tem dois momentos em que o Congresso ajuda o Brasil na área ambiental: no recesso do meio do ano e no recesso do final”, diz Astrini.

Para Astrini, o governo federal vem falhando na disputa com os deputados e senadores pelas pautas ambientais, embora tenha um bom projeto para a área.

Ele cita, por exemplo, o fato de a bancada governista ter sido liberada para votar em qualquer sentido (em vez de receber a orientação para votar contra) o marco temporal para as terras indígenas.

“A gente nunca teve um Ministério do Meio Ambiente com tanto apoio no governo. É a primeira vez que um presidente fala em desmatamento zero e tolerância zero para desmatadores. Você tem um ministro da Economia que faz conversas sobre o meio ambiente, um Ministério dos Povos Indígenas... Mas mesmo assim as coisas não estão andando como deveriam”, afirma.

Além na tragédia no Sul, há outras notícias negativas na área. O Norte registra número recorde de queimadas de janeiro a maio deste enquanto a greve de servidores dos dois principais órgãos de fiscalização ambiental do país —Ibama e ICMBio— já dura mais de 100 dias.

Para o especialista, não se trata apenas de uma questão de orçamento mais robusto para ministérios da área —que também é importante — mas da capacidade de integrar essa visão em todos os setores.

“Quem causa o problema de emissões do Brasil? São os atores no setor do Ministério da Agricultura. E no Ministério das Minas e Energia. São esses ministérios que têm que ter programas e investimentos para diminuir as emissões de seus setores”, afirma Astrini. “O Ministério do Ambiente pode multar uma área que já foi desmatada, mas para as ações de mitigação você precisa da ação de todos os agentes.”

A BBC procurou o governo federal para falar sobre o assunto, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

O governo, que apesar de não ter maioria no Congresso conseguiu aprovar agendas suas como o novo arcabouço fiscal, não tem “comprado a briga” nas pautas ambientais, opina Astrini.

No caso do marco temporal para as terras indígenas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva até tentou barrar a aprovação da lei que limita a demarcação, mas seu veto foi derrubado pelo Congresso.

A tese do marco temporal é de que apenas áreas ocupadas por indígenas em outubro de 1988, momento em que a Constituição Federal foi promulgada, poderiam ser demarcadas.

Movimentos indígenas questionam a tese porque havia terras que, naquele momento, não eram ocupadas porque seus habitantes originários haviam sido expulsos por invasores. Já os ruralistas alegam que não estabelecer um marco temporal criava insegurança jurídica.

Além de um direito dos povos originários, a demarcação de terras indígenas é considerada por ambientalistas e pesquisadores uma das principais formas de preservação da mata nativa brasileira — hoje as reservas impedem o desmatamento de diversas áreas cujo entorno foi devastado.

Astrini também critica o fato de pautas ambientais terem entrado no cabo de guerra entre o Supremo e o Legislativo, virando parte de uma disputa de poder mais do que uma discussão sobre políticas públicas.

O Senado e Câmara têm entrado em rota de colisão com o STF em diversos temas, em uma disputa sobre os limites de cada poder.

A questão do marco temporal, inclusive, só teve a sua votação acelerada como resposta da bancada ruralista a uma decisão do STF de 2023.

Na época, a Corte rejeitou a tese do marco, que era baseada em uma situação jurídica ambígua. Logo em seguida o Congresso aprovou uma nova legislação determinando a existência de um marco temporal.

“Em algumas áreas, como essa do marco temporal, o Congresso tem usado a questão para atacar os indígenas e o Supremo.”

Além das decisões recentes tomadas pela maioria conservadora do Congresso e de projetos em tramitação, Astrini critica a postura pública de deputados e senadores em relação a temas ambientais.

“São os homens privilegiados, com espaço, que falam com seus eleitores e formam opinião pública. Eles não cansam de repetir que essa coisa de meio ambiente, de regra ambiental, é uma besteira”, diz Astrini. “Mas aí as consequências chegam e a responsabilidade é de quem?”

Para o secretário-executico do OC, esses parlamentares "incentivam quem quer desrespeitar a leis ambientais e prejudicam quem quer fazer certo”. “Então eles têm enorme responsabilidade por situações como essa (no Rio Grande do Sul) e têm que ser cobrados por isso.”

Por: Letícia Mori - Twitter,@_leticiamori 

Da BBC News Brasil em São Paulo


Observatório do Clima

E esse aqui é o candidato a vice-prefeito de São Paulo dizendo o que ele pensa sobre o aquecimento global. Vão eleger esse cidadão em plena crise climática na chapa de um prefeito que já teve outro negacionista cuidando de clima?


 

Esse aqui é o picareta Luiz Molion, negacionista do clima que palhaços como @PlinioValerio45 e @marciobittar alçaram à condição de “especialista”, dando um depoimento na CPI das ONGs que fala por si.



 ClimaInfo

Doe @MST_Oficial, @gzhdigital, @defesacivilrs, @AMRIGS, mas não esqueça de cobrar empresas e parlamentares pela solução do problema!

#AçãoPeloClima #AjudaRioGrande #SOSRS



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domingo, 5 de maio de 2024

De onda de calor à chuva no Rio Grande do Sul: por que o Brasil sofre tanto com extremos climáticos


Parte disso se deve ao El Niño, fenômeno que ajuda a elevar as temperaturas do planeta desde meados de 2023


Jornal O Sul


Os extremos climáticos têm castigado o Brasil nos últimos dias. A transição de abril para maio começou com o alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para a onda de calor fora de época em diferentes regiões do País. Poucos dias depois, temporais causaram destruição em mais de 300 cidades do Rio Grande do Sul, na maior tragédia ambiental da história do Estado.

Parte disso se deve ao El Niño, fenômeno que ajuda a elevar as temperaturas do planeta desde meados de 2023. Mas especialistas destacam que a recorrência dessas anomalias climáticas – no Brasil e no mundo – tem relação direta com o aquecimento global.

Diante do risco de novas catástrofes, cientistas fazem o alerta. “Estamos vivendo num novo clima, cheio de ondas de calor e chuvas intensas, que trazem prejuízos socioeconômicos”, diz Paulo Artaxo, cientista que integra o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas.

“A única maneira de lidar com isso é reduzir as emissões de gases do efeito estufa”, acrescenta ele, também professor da USP.

“Nós já mudamos o clima do planeta, ele já é diferente do que havia nos últimos dez, vinte anos em relação à intensidade e frequência dos fenômenos climáticos extremos. É inegável que eles já estão impactando o clima de maneira muito significativa e certamente, com o agravamento do aquecimento global, só vão aumentar em frequência e intensidade no futuro.”


AVENIDA PADRE CACIQUE INUNDADA! O @estadiobeirariooficial sofreu inundações após a subida do Guaíba. O entorno do Beira-Rio, casa do @scinternacional, ficou completamente tomado pela água neste sábado (4). #rdgrenal #radiogrenal #inter #colorado #ChuvasRS


 

 Fonte: Jornal O Sul


Observatório do Clima

Este é o senador ruralista @Heinzeoficial desfilando seu negacionismo climático ao @deolhonoagro em 2016.

Heinze foi eleito por 2,3 milhões de gaúchos para desmontar a proteção ambiental no país. Hoje a zona rural do RS sofre com as chuvas.

Lembrem-se disso na próxima eleição.



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Governo Lula e Israel | Com recursos do Novo PAC, Exército Brasileiro pagará R$ 900 milhões a empresa israelense por artilharia


De baixo de um genocídio que já dura 6 meses, a empresa israelense Elbit Systems, com seu modelo Atmos, foi a vencedora da licitação de compra de obuseiro autopropulsados sobre rodas pelo Exército Brasileiro. Dinheiro virá de projeto do governo Lula


Click Verdade - Jornal Missão

Após compra de drones testados no massacre dos palestinos, feitos pela Força Aérea brasileira em março, com aval de Lula, agora foi anunciada esta nova compra.

Dentro do programa Obtenção da Capacidade Operacional Plena (OCOP), do Exército, a compra será financiada com recursos do Novo PAC e terá um valor estimado em US$ 180 milhões (R$ 900 milhões), mais uma margem de 15% a 20% para treinamento de pessoal.

A empresa fornecerá 36 veículos blindados. Um obuseiro é um tipo de boca de fogo de artilharia que se caracteriza tradicionalmente por dispor de um tubo relativamente curto e por disparar projéteis explosivos em trajetórias curvas.

O acordo também inclui compra de equipamentos, manutenção, fiscalização e treinamento de pessoal. Espera-se que os 2 primeiros veículos cheguem até 2025 para testes. Caso sejam aprovados, um contrato será assinado para fornecimento do resto dos veículos até 2034.

É esperado que a Elbit Systems assine o contrato para entrega do lote de amostra em 7 de maio, no salão de honra da Chefia de Material do Comando Logístico, em Brasília.

O militarismo israelense desenvolve a alta tecnologia bélica que é testada em corpos palestinos, e que ao mesmo tempo fornece novos produtos de exportação. A aproximação entre Brasil e Israel, é um projeto de governo que atravessa o século XXI, passando pelos governos petistas e pelo bolsonarismo, sendo uma mostra do fortalecimento da extrema direita no país.

Fonte: Esquerda Diário


Iela ufsc

Israel: o genocídio é programado

Entrevista com o presidente da Federação Árabe Palestina (Fepal), Ualid Rabah. Ele fala sobre esse que está sendo um dos maiores massacres de um povo e observa que o genocídio promovido por Israel é programado. A intenção é exterminar mulheres e crianças. 27 de nov. de 2023






quinta-feira, 2 de maio de 2024

Senna 30 anos: FAB homenageia Ayrton Senna


Há 30 anos, no dia 1º de maio de 1994, o Brasil despediu-se de um de seus maiores ídolos: Ayrton Senna da Silva. Mas, ainda hoje, seu legado está presente no cotidiano daqueles que trabalham com determinação e abnegação. A Força Aérea Brasileira (FAB) é repleta de integrantes que baseiam suas ações nesses aspectos


Força Aérea Brasileira (FAB)

A relação da Instituição com Senna, entretanto, foi ainda mais direta e rendeu importantes parcerias. Hoje, relembramos alguns momentos que ficaram na história.


Um herói em nossas asas

Era uma quarta-feira, 29 de março de 1989. Amanhecia dentro das instalações do Esquadrão Jaguar (1º GDA), localizado na Base Aérea de Anápolis (BAAN). Mas não era apenas um dia normal. Dois Mirage III do Esquadrão decolavam com o intuito de interceptar e conduzir a aeronave PT-ASN, matrícula que referenciava as iniciais de Ayrton Senna, até o pouso seguro na BAAN. A bordo, o então campeão mundial da Fórmula 1. Naquele dia, o piloto conheceu as instalações da unidade e embarcou a bordo do Mirage III, onde realizou um voo no supersônico, inspirando brasileiros em uma data lembrada com carinho até hoje.


Força Aérea Brasileira (FAB)

Ayrton Senna havia sido campeão mundial pela primeira vez em 1988. Ele estava no início da temporada de 1989 da Fórmula 1, protagonizada pelo seu duelo com Alain Prost dentro e fora das pistas.

Até o precoce fim de sua carreira na categoria, ainda conquistaria mais dois títulos mundiais (1990 e 1991) e obteria números impressionantes, que fazem com que muitos especialistas o considerem, até hoje, o melhor piloto que já passou pela categoria.

Naquela época, a cada vez que o piloto ostentava a bandeira verde-amarela no ponto mais alto do pódio, milhares de brasileiros se emocionavam junto ao ídolo e orgulhavam-se do país, assim como ele fazia questão de demonstrar.

O Coronel Alberto de Paiva Côrtes, hoje militar da reserva, lembra detalhes do voo que fez com Senna em 1989. “Eu quero sentir a velocidade”, contou o militar sobre o pedido do ídolo das corridas antes do voo.


Força Aérea Brasileira (FAB)

Em 1987, Ayrton Senna já havia voado nas asas da FAB. Daquela vez, em um caça F-5 do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), sobrevoou o hoje extinto Circuito de Jacarepaguá.


Homenagens

Em 1991, após a conquista do tricampeonato mundial de Fórmula 1 no GP de Suzuka, no Japão, a aeronave em que estava foi interceptada pela FAB e recebeu as boas-vindas.

No dia 3 de maio de 2019, a lembrança do herói brasileiro esteve presente na Base Aérea de Anápolis (BAAN) como 30 anos antes. O Esquadrão Jaguar, o mesmo que voou com Ayrton, recebeu a visita do irmão do tricampeão, Leonardo Senna, para rememorar o voo inesquecível nos céus de Anápolis (GO). Após a adrenalina do voo, outra emoção tomou conta da área operacional da BAAN. Em celebração ao voo do ídolo nacional e aos 40 anos do Esquadrão Jaguar, a aeronave Mirage FAB4940 recebeu uma pintura alusiva ao tradicional capacete do automobilista.


Força Aérea Brasileira (FAB)

Para aqueles que quiserem conhecer de perto a aeronave em que Ayrton Senna voou em 1989, o Mirage III matrícula FAB 4904 está exposto para visitação no Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro (RJ). Na fuselagem do supersônico, estão eternizados os nomes dos tripulantes e a data daquele voo, 29 de março de 1989.

Ayrton Senna também foi condecorado pela Força Aérea Brasileira com a Medalha Mérito Santos Dumont, em 1987, e com a Medalha da Ordem do Mérito Aeronáutico, Grau Cavaleiro, em 1993.


Força Aérea Brasileira (FAB)

A Medalha Mérito Santos Dumont é destinada a militares e civis, brasileiros ou estrangeiros, que hajam prestado ou prestarem destacados serviços à FAB, e para distinguir aqueles que, por suas qualidades ou valor em relação à Aeronáutica, forem julgados merecedores dessa condecoração.

A Ordem do Mérito Aeronáutico é destinada a premiar os militares da Aeronáutica Brasileira que tenham prestado notáveis serviços ao País ou se hajam distinguido no exercício de sua profissão, assim como para reconhecer assinalados serviços prestados à Aeronáutica por personalidades civis e militares, brasileiras ou estrangeiras e, ainda, por Organizações Militares e Instituições Civis, nacionais ou estrangeiras.


Força Aérea Brasileira (FAB)



 

 

 


 FONTE: FAB

 

Ayrton Senna 01

Ayrton Senna 02


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