Deflagrada nesta quinta (11), operação apura uso irregular
da Inteligência brasileira para favorecer filhos de Bolsonaro
Ministros do STF teriam sido monitorados pela chamada
"Abin Paralela" - Antônio Cruz/Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a
prisão de cinco investigados na quarta fase da Operação Última Milha,
deflagrada nesta quinta-feira (11), que apura o uso irregular da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecer filhos do ex-presidente Jair
Bolsonaro, monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos opositores.
Com a decisão, vão continuar presos Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o empresário Richards Dyer Pozzer, o influenciador digital Rogério Beraldo de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet, policial federal, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército.
As prisões foram mantidas após audiência de custódia
realizada por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A
justificativa para manutenção das prisões ainda não foi divulgada.
Segundo a investigação da Polícia Federal (PF), os cinco acusados
participaram do trabalho de monitoramento ilegal, que teria sido realizado com
o conhecimento do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem
(PL-RJ).
A Agência Brasil não conseguiu localizar as
defesas dos cinco acusados. Em nota, Alexandre Ramagem negou ter atuado
ilegalmente durante sua gestão no órgão.
Ramagem disse que não houve monitoramento ilegal de
autoridades. Segundo ele, os nomes que aparecem na investigação foram citados
em mensagens de WhatsApp e conversas de outros investigados na operação.
"Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas
para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em
First Mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de WhatsApp, informações
alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório
oficial contrário à legalidade", afirmou.
O parlamentar também negou que tenha favorecido o senador
Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Segundo a PF, as ações clandestinas de monitoramento
também ocorreram contra três auditores da Receita Federal responsáveis pela
investigação sobre "rachadinha" no gabinete de Flávio quando ele
ocupava do cargo de deputado estadual.
"Não há interferência ou influência em processo
vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em
instância judicial", concluiu.
Ontem (11), o senador negou qualquer favorecimento e disse
que a divulgação do relatório de investigação da PF foi feita para prejudicar a
candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro.
"Simplesmente não existia nenhuma relação minha com
Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade
que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das
eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura do delegado Ramagem
à prefeitura do Rio de Janeiro", afirmou.
Segundo pastor Alan Chaves, judeus o expulsaram do Muro das
Lamentações por ele ter falado de Jesus
Alan Chaves
O pastor Alan Chaves, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
foi expulso por judeus do Muro das Lamentações, em Jerusalém, após tentar
pregar no local.
Em um vídeo publicado no Instagram, nesse domingo (23/6), o
homem mostra o momento em que tenta fazer uma pregação no local, considerado um
dos locais mais sagrados do judaísmo.
Enquanto segura a Bíblia, Alan Chaves é cercado por um grupo
de crianças e jovens que começam a cantar. Alguns deles levantam cópias da
Torá, o livro sagrado dos judeus. Segundo o pastor, ele ainda foi perseguido e
sofreu ameaças de agressão por parte de três judeus.
“Nos expulsaram do Muro das Lamentações porque falamos de
Jesus”, escreveu o pastor na legenda da publicação.
Alan Chaves anunciou a viagem a Israel, em janeiro deste
ano, dizendo que iria “levar aos judeus a mensagem de salvação de Cristo e seu
consolo”.
Na mesma publicação, ele pediu doações via Pix.
⏯️Pastor bolsonarista é atacado ao tentar pregar no Muro das Lamentações, em Israel
O pastor bolsonarista Alan Chaves publicou um vídeo nas redes sociais nesse domingo (23/6) em que afirma ter sido expulso do Muro das Lamentações, em Israel, por ter falado sobre Jesus. pic.twitter.com/DC9re5iNi4
Software israelense FirstMile, alvo de escândalo na Abin,
também foi adquirido pelo Exército, que, questionado em 2019, dizia não ter
acesso à ferramenta que já utilizava
Exército Brasileiro / Flickr: Exército Brasileiro participa de operações de apoio durante
as Olimpíadas no Brasil, em 2016
No dia 20 de outubro de 2023, por determinação do Supremo
Tribunal Federal, a Polícia Federal deflagrou a Operação Última Milha, que
investiga o uso ilegal de um software espião, o First Mile, por servidores da
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro.
Comercializado pela empresa Cognyte, subsidiária
da israelense Verint, o aplicativo First Mile tem capacidade de acessar
a localização em tempo real de telefones celulares captando os metadados
trocados entre o aparelho e torres de telecomunicação.
Além disso, possibilita o armazenamento do histórico da
geolocalização do aparelho e a criação de alertas sobre a presença do telefone
móvel em uma determinada área. Para que os dados fossem monitorados, bastava
que se digitasse o número do celular escolhido como alvo.
A investigação da Polícia Federal apontou que a ferramenta
foi usada pela Abin mais de 60 mil vezes, 1,8 mil das quais para monitorar
políticos, jornalistas, juízes e adversários do governo Bolsonaro.
Na última quinta-feira (25), o STF autorizou a Operação
Vigilância Aproximada, com ações de busca e apreensão contra 12 alvos – dentre
os quais o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-dirigente da Abin. Na
última segunda-feira (29), houve também operações de busca e apreensão contra o
vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, e o
militar Giancarlo Gomes Rodrigues, apontado como um dos operadores da FirstMile
enquanto estava lotado no Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin, criado
em julho de 2020 por Bolsonaro e Augusto Heleno para “enfrentar
ameaças à segurança e à estabilidade do Estado”.
A PF passou a investigar o que considera uma organização
criminosa, dividida em vários núcleos, que fez uso do FirstMile em benefício da
família Bolsonaro e para atacar seus inimigos. Dentre os espionados pela
"Abin paralela" estariam o então governador do Ceará e atual ministro
da Educação, Camilo Santana, os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar
Mendes, além do então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e a
deputada federal Joice Hasselmann – a lista completa dos espionados continua
desconhecida.
Além da Abin, a PF também encontrou evidências, durante as
ações de busca e apreensão de 20 de outubro, de que o software FirstMile foi
adquirido pelo Exército Brasileiro. Em agosto de 2023, a Agência
Pública já havia apurado que o Exército tinha contratos
com a fabricante do software. Mas foi a investigação da Polícia Federal que
encontrou evidências de que a ferramenta fora comprada durante a intervenção
federal na segurança pública do Rio de Janeiro, ainda em 2018.
Com o avanço das investigações, Caio Santos Cruz, filho do
general Santos Cruz, relatou à PF que a compra da ferramenta foi intermediada
pelo general Luiz Roberto Peret, que havia sido contratado pela Verint Systems,
fabricante da FirstMile e proprietária da Cognyte, criada em 2021 como um braço
separado voltado especificamente à inteligência e defesa. Peret, que passou
para a reserva em 2007, teria sido membro da organização de extrema-direita
militar TERNUMA (Terrorismo Nunca Mais), e é um dos conselheiros fundadores do
Instituto General Villas Bôas, general que ocupava o cargo de comandante do
Exército na época em que o software espião foi adquirido.
O contrato do Exército com a Verint, fechado em outubro de
2018, teria o valor de 10,8 milhões de dólares (52 milhões de reais), pagos com
parte dos 1,2 bilhões de reais que compunham o orçamento da intervenção federal
no Rio de Janeiro.
Segundo
a Folha de São Paulo, “apesar de a compra ter sido
realizada no âmbito da intervenção, o software não foi utilizado somente para o
combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. Ele ficou sob a administração do
Exército”. O Gabinete de Intervenção Federal confirmou ao jornal que “[...]
softwares de inteligência ficaram sob a propriedade das Forças Armadas, mas com
a possibilidade de utilização em prol dos órgãos de segurança pública do Rio de
Janeiro mediante necessidade e acordo com a União, caso fosse de interesse do
Governo do Estado do Rio de Janeiro”.
O compartilhamento do software com autoridades estaduais e o
eventual desvio de finalidade dos recursos da intervenção federal – como conclui
um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) –, no entanto, não
são os únicos possíveis problemas envolvendo o Exército e o aplicativo
FirstMile. Em 27 de agosto de 2019, quatro anos antes da operação da PF,
a Revista Opera enviou ao Centro de Comunicação Social
do Exército (CComSEx) uma série de questionamentos acerca do uso de ferramentas
de vigilância como a FirstMile. As questões, formuladas pelo então jornalista
da Revista Opera André Ortega, que investigava o uso
dessas tecnologias no Brasil, foram então encaminhadas ao Comando de
Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, que no dia 11 de setembro de 2019
deu respostas contraditórias com o que viria a ser apontado pela PF quatro anos
depois.
Os questionamentos chegavam a citar nominalmente a empresa
Verint Systems, que também teria fornecido ferramentas de vigilância similares
à FirstMile para o Exército do Peru. Mas, de acordo com o DCT, o Exército “não
possuía capacidades semelhantes” a uma ferramenta que “seria capaz de
identificar a localização precisa de telefones”. Perguntado se possuía
capacidades similares ou próximas das ostentadas pelo Exército do Peru graças a
seu contrato com a Verint em 2015, o Exército respondeu somente que “possui
capacidades de monitoramento rádio”.
O Departamento também informou que o Exército “não possui
nenhum produto (malware) capaz de infectar, monitorar e coletar informações de
telefones móveis.”
À luz do que revelou a PF, a única explicação plausível para
a resposta dada pelo Exército à época seria se a ferramenta, adquirida em 2018,
não estivesse com sua licença de uso ativa entre agosto e setembro de 2019,
quando o questionamento foi feito. Em 2019, o Comando
do Exército destinou 40 milhões de reais à Verint, proprietária do
FirstMile, por meio de três contratos. Os três contratos, classificados como de
“aquisição de serviços de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) de
caráter secreto ou reservado" ou de “aquisição de material permanente de
caráter secreto ou reservado", disponíveis no Portal da Transparência,
foram pagos no dia 12 de agosto. Os questionamentos da Revista Opera foram
feitos no dia 27 de agosto, e as respostas do Exército foram enviadas no dia 11
de setembro.
Outro lado: Exército se recusa a dar informações
A reportagem voltou a entrar em contato com o Exército,
questionando quais foram os períodos durante os quais a organização teve acesso
ao FirstMile, bem como as razões pelas quais respondeu negativamente às
perguntas feitas pela Revista Opera há quatro anos.
Desta vez, o Centro de Comunicação Social do Exército disse somente que “em
função de previsão legal (Lei n.º 12.527 de 18 de novembro de 2011, em seu
artigo 23, incisos V e VIII) não poderá atender à solicitação apresentada.”
A legislação a que o Exército se refere é a Lei de Acesso à
Informação (LAI), e o artigo 23 diz respeito às informações consideradas
imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado. Os incisos mencionados
pelo Exército dizem respeito a informações que possam “prejudicar ou causar
risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas” (V) e “comprometer
atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em
andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações" (VIII).
Não foi explicado porque, em 2019, o Exército pôde responder aos
questionamentos da Revista Opera negativamente, mas
agora não pode explicar as respostas que deu, à luz da investigação da Polícia
Federal.
Mas a LAI prevê também, no seu artigo 32, as condutas
ilícitas que ensejam responsabilidade de agente público ou militar: “I -
recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar
deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma
incorreta, incompleta ou imprecisa”; “III - agir com dolo ou má-fé na análise
das solicitações de acesso à informação”; “V - impor sigilo à informação para
obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal
cometido por si ou por outrem”.
Para o diretor da associação Data Privacy Brasil e mestre em
direito Rafael Zanatta, o uso de tecnologias para atividades de inteligência no
Brasil conta com a ausência de jurisdição específica. “A legislação, a
cobertura legal e jurídica que temos para Inteligência já é bastante reduzida;
porque constitucionalmente não temos. Temos a cobertura de segurança pública,
mas não se fala de Inteligência na Constituição Brasileira. E temos a lei que
reorganizou a Abin, no governo FHC, que determina as competências e depois as
normas que criam a CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de
Inteligência), que seria o órgão de controle. Mas elas não dizem nada sobre
softwares, ou seja, não parametrizam em que condições é legítima a utilização
de um software com essas capacidades, softwares espiões”, diz. “E o que foi
feito na construção de raciocínios sobre a utilização desses softwares, que
acho que tem uma certa perversidade jurídica, é que também encontraram
fundamentação jurídica dentro de pareceres que vinham da Advocacia Geral da
União (AGU) e da própria Procuradoria Geral da República (PGR) e órgãos
especializados para olhar juridicamente a licitude dessas operações, onde se
cravou uma tese de zona cinzenta. Ou seja: 'não se aplica aqui o Código de
Processo Penal, não estamos falando de interceptação telefônica, estamos
operando numa outra situação fática'. E essa outra situação fática não aplica,
não traz, não puxa, essas regras de devido processo que estão na Constituição e
no código de processo. Que é você ter o crivo judicial, autorização judicial; e
ter a delimitação de finalidade específica, de operação dentro de um espaço de
tempo, e de uma razoabilidade.”
Zanatta chama atenção, no entanto, a uma especificidade
jurídica do FirstMile. Ele cita ferramentas que são usadas para extrair
informações de celulares em posse de autoridades policiais, ou ainda softwares
que extraem informações em massa da internet e criam relatórios, como casos
diferentes ao FirstMile: “o FirstMile é diferente, porque ele explora uma
vulnerabilidade de infraestrutura de comunicações que é per se ilícita.
Esse 'spoofing', que é o atacante que está na unidade celular explorando
informação, está explorando uma vulnerabilidade que as empresas de
telecomunicações não querem que ele explore. E está explorando uma capacidade
de obtenção de informações de centenas, milhares de pessoas. E ele é feito por
uma empresa prestadora de serviço, não é uma autoridade policial que está em
posse de um dispositivo”, analisa. “Então eu acho que o FirstMile é
indefensável na nossa concepção jurídica; porque a premissa dele é uma
ilicitude. A dinâmica de funcionamento, para ele poder funcionar, ele está em
ilicitude. Porque está explorando a vulnerabilidade de um protocolo de
comunicações de um setor que é considerado de interesse nacional e que é
amplamente regulado, pela ANATEL, pelas normas de telecomunicações, etc.”
Para retirar o uso das ferramentas espiãs dessa zona
cinzenta, opina Zanatta, seria fundamental estabelecer uma classificação
jurídica clara sobre os diferentes tipos de software – malwares, spywares,
aplicativos de extração de dados, etc. –, e estabelecer uma legislação
específica sobre o tema. “Precisaria de um enfrentamento constitucional mesmo,
ou seja, inaugurar por meio de uma emenda constitucional um capítulo específico
sobre Inteligência na Constituição. E parametrizar esses elementos básicos de
necessidade, finalidade específica, razoabilidade, proporcionalidade, e criar
algum arranjo democrático de supervisão.”
Uso interno do Exército aumenta risco de autoritarismo,
diz pesquisadora
Para Julia Almeida, professora de Direito na Universidade
Anhembi Morumbi, integrante do Núcleo de Estudos da Violência da USP e autora
do livro “A militarização da política no Brasil” (Alameda, 2023), o uso
das Forças Armadas em missões de ordem interna, como a Intervenção Federal do
Rio de Janeiro, por meio da qual o FirstMile foi adquirido ou readquirido pelo
Exército, aumenta significativamente o risco de construção de governos
autoritários.
“A intervenção federal na Segurança Pública do Rio de
Janeiro foi um exemplo emblemático dessa atuação. Essa forma de intervenção é
uma forma política que ajuda a construir a intervenção de militares e membros
das Forças Armadas em projetos políticos, inclusive de natureza eleitoral.
Então o que esse escândalo do FirstMile revela é isso; como essas ferramentas
(como a GLO) não deveriam existir, e como seu uso desenfreado e intensificado é
um risco imenso à democracia no Brasil. O fato dos sistemas de inteligência
contarem com órgãos militares e terem a Abin sob o GSI também são determinantes
para essa atuação. É fundamental apontar, por último, que essa sempre foi a
tarefa da inteligência no Brasil, que tem nos militares sua efetivação:
controlar opositores, a pobreza e os que de alguma forma ameaçavam o status
quo no Brasil”, diz ela, que diz ainda que ferramentas como o
FirstMile “possuem inúmeros problemas de utilização.
Por si só, é um potencial violador de direitos fundamentais.
Tendo em vista o desenho atual da inteligência no Brasil e falta de controle
civil da atuação das Forças Armadas, acredito que esse tipo de ferramenta não
deveria ser controlada e utilizada diretamente pelas Forças Armadas, mesmo que
direcionada para as suas atribuições de Defesa.”
Para a professora, seria essencial a uma perspectiva
democrática que houvesse uma efetiva subordinação das Forças Armadas à
presidência e ao Congresso, e um efetivo controle civil delas. “Atualmente,
embora previstas na própria Constituição e na legislação da Abin e do SISBIN
(Sistema Brasileiro de Inteligência), não contamos com nenhuma efetivação de
mecanismo de controle dessas atividades [de inteligência] pelo Congresso
Nacional, com audiências e acariações.
E, no caso dos militares, embora devendo prestar contas ao
Ministério da Defesa, a que estão subordinados, o acúmulo de poder deles nos
últimos anos e o padrão de militarização do Estado impedem que essa relação
entre Executivo e Forças Armadas se dê dentro dos marcos republicanos. É o jogo
da correlação de forças, e os militares já deram sinais (como no 8 de janeiro e
seus desdobramentos) de que a mediação só é possível se alguns de seus
interesses forem atendidos, em especial o da anistia e da manutenção de
privilégios corporativos. No mais, a subordinação da Abin ao GSI sob o comando
de um militar (que tem sido a regra), também dificulta esse tipo de controle
pelos mecanismos do SISBIN.”
Resposta do Exército Brasileiro a questionamentos da Revista
Opera, dada em setembro de 2019.
O local havia sido montado para receber a cerimônia de
entrega das Obras de Modernização do Aeroporto de Maringá
Em decorrência de uma frente fria que avança do Rio Grande
do Sul em direção ao Paraná, a estrutura que havia sido montada no aeroporto de
Maringá, para receber a cerimônia de entrega das Obras de Modernização do
Aeroporto de Maringá e de Inauguração da Hidrelétrica de Bela Vista, foi
totalmente danificada por uma ventania.
O presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) partirá para o município, na tarde desta
sexta-feira (1º/10).
Veja o vídeodo momento em que a estrutura é totalmente
levantada pelo vento:
O deputado federal Ricardo
Barros (PP-PR), líder do governo federal na Câmara dos Deputados,
acompanhará o presidente na agenda, já que é natural de Maringá. Nas redes
sociais, ele disse, ao lado do chefe do Executivo, que mesmo após o imprevisto,
o evento estaria mantido.
“Amigos de Maringá, estamos aqui com o presidente, daqui a
pouco estaremos aí na cidade para a inauguração do aeroporto, que é um
investimento na ordem dos R$ 100 milhões e agradecer o presidente que publicou
o aviso de edital do Contorno sul-metropolitano que é uma obra tão esperada por
Maringá e região. Vamos decolar daqui a pouco, o evento vai ser transferido
para o Pavilhão Azul do Parque de Exposições, então todo mundo se movimenta pra
lá”, disse Barros.
Bolsonaro afirma que Maringá é o estado que ele mais visita
e que tem “um carinho todo especial” pelo moradores de lá. “Se Deus quiser,
estaremos pousando às 14h30 no aeroporto de Maringá, onde iniciaremos uma série
de eventos, levando entregas e anunciando novas obras”, informou o presidente.
O acontecimento ficou entre os assuntos mais comentados no
Twitter. Veja alguns posts:
Isso é praga do Marreco de Maringá? Ou são as forças da natureza dominadas pelo comunismo e o globalismo? pic.twitter.com/BLEAAbf567
— rodrigo vianna 🇧🇷🇺🇾🇦🇷🇵🇾🇧🇴🇻🇪🇨🇺🇨🇴 (@rvianna) October 1, 2021
Ventos fortes derrubam estrutura que iriam receber o Bolsonaro no Aeroporto de Maringá. A natureza também é Fora Bolsonaro! pic.twitter.com/D9RPyTiLFl
Deputado diz que, após assistir ao documentário
"Bolsonaro e Adélio – uma fakeada no coração do Brasil", que desmonta
a farsa sobre a "facada de Juiz de Fora", do jornalista Joaquim de
Carvalho, não tem dúvidas de que Carlos Bolsonaro “está por trás de tudo”
Alexandre Frota, Bolsonaro levando facada e Carlos Bolsonaro
(Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados | Eduardo Barreto/CMRJ | Reprodução)
247 - O deputado Alexandre Frota declarou em
suas redes sociais nesta terça-feira (14) que, após assistir ao documentário
documentário "Bolsonaro e Adélio – uma fakeada no coração do
Brasil", que desmonta a farsa sobre a "facada de Juiz de
Fora", do jornalista Joaquim de Carvalho, não tem dúvidas de que Carlos
Bolsonaro “está por trás de tudo” .
"Sim, isso foi armado e tem o Carlos Bolsonaro por trás
de tudo . Assistam ao documentário. Minha parte foi feita, mas não vou ficar
ligando para deputado (a) pedindo assinatura. O caminho está aberto se quiserem
caminhar vamos juntos”, disse Frota.
Sim isso foi armado e tem o Carlos Bolsonaro por trás de tudo . Assistam ao documentario. Minha parte foi feita, mas não vou ficar ligando p Deputado (a) pedindo assinatura.O caminho está aberto se quiserem caminhar vamos juntos . https://t.co/JMoL0p6AxL
Carlos Bolsonaro, que é um dos investigados no inquérito sobre fake news conduzido
pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal, reagiu ao
documentário.
Bolsonaro e Adélio - Uma fakeada no coração do Brasil
O episódio em Juiz de Fora que decidiu a eleição em 2018
ainda tem muitas lacunas, mentiras e uma versão oficial que só interessa a
Bolsonaro, não ao país. Carlos Bolsonaro precisa ser investigado. É o que o
repórter investigativo Joaquim de Carvalho conta neste documentário.
Repórter investigativo Joaquim de Carvalho apontou todos os
furos do episódio usado por Jair Bolsonaro para fugir dos debates em 2018 e
exige a reabertura do caso
Bolsonaro levando facada e Joaquim de Carvalho (Foto:
Reprodução)
247 – O documentário "Bolsonaro
e Adélio - uma facada no coração do Brasil", feito pelo repórter
investigativo Joaquim de Carvalho, pelo cineasta Max Alvim e pelo cinegrafista
Eric Monteiro, com produção da TV 247 e financiamento coletivo de seus
assinantes e apoiadores, demonstrou todos os furos do episódio usado por Jair
Bolsonaro na disputa presidencial de 2018 para fugir dos debates e assim se
tornar presidente da República sem ser confrontado.
O filme, de uma hora e 44 minutos, demonstra, com riqueza de
detalhes, todas as inconsistências da história oficial – e mentirosa – que vem
sendo contada aos brasileiros desde então. Joaquim de Carvalho demonstra como
Adélio Bispo de Oliveira era um militante de direita, como esteve no mesmo
local em que Carlos Bolsonaro esteve dois meses antes do episódio, revela ainda
como os seguranças de Jair Bolsonaro protegeram Adélio e depois foram
promovidos e também narra como os prontuários foram escondidos e como o caso
foi usado como arma de propaganda para eleger Jair Bolsonaro.
Lançado na noite de ontem como estreia no Youtube, o filme
chegou a ter 15 mil espectadores simultâneos e já foi visto por dezenas de
milhares de internautas, recebendo fartos elogios do público pela excelência
jornalística. "O caso precisa ser reaberto e Carlos Bolsonaro deve ser
investigado", diz Joaquim de Carvalho:
Parabéns ao grande jornalista investigativo Joaquim de Carvalho por ter desmontado a maior farsa da história do Brasil. Um trabalho de excelência que é a peça jornalística mais importante de 2021 https://t.co/EkLn8duQQW
Primeiro presidente da História do Brasil que tem
pronunciamento confundido com fake news por seus próprios apoiadores, Jair
Bolsonaro virou uma piada pronta que Marcelo Adnet não deixou passar.
Foto: Instagram/Marcelo Adnet / Pipoca Moderna
Vale lembrar que, podendo usar as redes de TV e rádio para
um pronunciamento oficial, Bolsonaro preferiu gravar um áudio de Whatsapp na
noite de quarta (8/9) para pedir aos caminhoneiros que, após interditarem
estradas do país em nome dele, encerrassem o movimento. Ironia suprema, o
foragido conhecido como Zé Trovão duvidou da veracidade do pedido. Num vídeo
curioso, ele pediu que o presidente ouvido no "zap" fizesse um
pronunciamento oficial, sugerindo que o meio de comunicação favorito do grande
líder é o aplicativo número um das fake news.
Divertindo-se com a situação, o humorista Marcelo Adnet,
conhecido por suas imitações, publicou em suas redes sociais um áudio simulando
a voz de Jair Bolsonaro, afirmando que o primeiro áudio era fake. O pedido real
era para os caminhoneiros que estão bloqueando as estradas deixarem a
"boleia" e começarem a "dançar Macarena".
"Gostaria até de pedir aí que encaminhe esse áudio aí a
todos os caminhoneiros que estão aí com a gente nessa questão. O que eu tenho a
dizer aí que o áudio que circulou ai é falso, tá ok? Esse sim que é o
verdadeiro, e para vocês permanecerem aí, e começarem a dançar maracarena, agora,
3h15 da manhã, e não pararem mais. Quero ver ninguém na boleia! Todos pra fora
dançando macarena até aquele outro lá pedir pra sair', disse Adnet, imitando
voz e arrotos de Bolsonaro.
O objetivo é firmar um movimento do ex-presidente com outras lideranças que disputaram as eleições nos últimos anos
O deputado e o ex-presidente mantiveram diálogo nos últimos
anos, mesmo sendo opositores políticos (foto: Twitter/Reprodução )
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou,
em agendas diferentes, com os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Cid Gomes
(PDT-CE) e o ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), em Fortaleza,
nesta segunda-feira (23/8).
Me reuni na tarde desta segunda-feira, 23, para receber o ex-presidente @LulaOficial, em minha casa. Fui ministro dele e o tenho como grande estadista. Conversamos sobre vários assuntos, especialmente sobre a atual conjuntura política e econômica do Ceará e do Brasil. pic.twitter.com/V2YXLiszXI
As reuniões ocorreram com o objetivo de firmar um movimento
do ex-presidente com outras lideranças que disputaram as eleições nos últimos
anos, focando na sua possível candidatura presidencial em 2022 e em oposição a
Jair Bolsonaro.
Lula foi ao Ceará na companhia da presidente nacional do PT,
deputada Gleisi Hoffmann (PT) e do ex-deputado estadual Ilário Marques (PT-CE).
O encontro com Tasso durou aproximadamente uma hora e ocorreu no escritório
particular do tucano.
De acordo com a assessoria de imprensa do deputado, a
conversa focou no cenário atual da política brasileira, na importância da
defesa intransigente da democracia, no fortalecimento das instituições e no
compromisso de resistência a qualquer ato ou medida que ponha em risco a
democracia no Brasil. Jereissati informou ainda que não formou nenhuma aliança
eleitoral.
O deputado e o ex-presidente mantiveram diálogo nos últimos
anos, mesmo sendo opositores políticos. Durante a prisão de Lula, o senador
enviou uma carta de solidariedade após a morte do neto do petista, em março de
2019.
Após o encontro, Lula se reuniu com o senador Cid Gomes
(PDT), irmão do ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, que vem
atacando o petista nos últimos meses. Além disso, ele encontrou com o
governador Camilo Santana (PT) e teve uma agenda com o ex-presidente do Senado,
Eunício Oliveira (MDB).
Lula tem se encontrado com políticos do centro e deu sinais
de que está planejando formar aliança com outros partidos além da esquerda,
para se opor a Jair Bolsonaro na próxima eleição. De acordo com aliados do
ex-presidente, o partido mais próximo é o PL, legenda "número 2" no
bloco formado pelo Centrão e que hoje declara apoio a Bolsonaro.
No Ceará, PSDB e PT podem continuar sendo opostos, e os
tucanos caminham para firmar aliança com o PDT, enquanto a legenda petista fala
em candidatura própria.
A convite do ex-ministro Nelson Jobim, o ex-presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se reuniram para um almoço com muita democracia no cardápio. pic.twitter.com/6f0mwcc3wI
O presidente Jair Bolsonaro gastou
R$711 mil, entre diárias suas e de sua equipe, telefonia e passagens terrestres,
para inaugurar uma ponte que custou R$255 mil, em uma rodovia não pavimentada
em São Gabriel da Cachoeira extremo noroeste do estado do Amazonas. Um
documento fornecido pela Casa Civil da Presidência da República via Lei de
Acesso à Informação (LAI) ao deputado Elias Vaz(PSG-GO)
explicitou o valor da viagem, mais caro que a própria obra.
Bolsonaro na inauguração da ponte em São Gabriel da Cachoeira (AM), em Maio
Veja a íntegra da manifestação do governo sobre a viagem:
Ao discriminar os gastos com a empreitada de inauguração, a
Presidência da República diz que R$50 mil foram pago em diárias ao chamado
"Escalão Avançado", e outros R$610 mil em deslocamentos terrestres na
cidade, isolada na floresta amazônica. Há ainda outros R$ 50 mil em gastos com
cartão de crédito corporativo, e mais R$742 em telefonia. A viagem da equipe
presidencial durou cinco dias.
O valor gasto daria para construir quase três pontes como a
que foi inaugurada e corta o Igarapé Rodrigo e Cibele. Parte da BR-307, uma
rodovia federal de terra que corta a cidade até próximo da fronteira com a
Colômbia e a Venezuela, a ponte tem 18 metros de comprimento e 6 metros de
largura. A ponte já existia, e R$69 mil do total de R$255 mil foi destinado
para recuperar a antiga estrutura. A obra foi feita pelo Exército
brasileiro.
Veja a íntegra da manifestação do governo sobre a obra:
Por conta do desequilíbrio de gastos, o deputado Elias Vaz
anunciou que irá acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o caso.
"O presidente Bolsonaro fez um evento para inaugurar uma ponte de madeira
no Amazonas. Acontece que a inauguração custou três vezes mais que a ponte.
Isso fere diretamente o princípio da economicidade, artigo 70 da
Constituição", disse o parlamentar goiano.
Apoiadora convicta de Jair
Bolsonaro (sem partido), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP)
decidiu apagar cinco tweets em que mencionava a vacina Covaxin, cujo processo
de importação é investigado pela CPI da Covid por suspeitas de irregularidades
e superfaturamento.
Quem trouxe à tona a informação foi o projeto 7c0, que
monitora mensagens apagadas de políticos com cargos públicos. Em uma publicação
do dia 3 de março, Zambelli anunciava que o governo Bolsonaro havia comprado
“20 milhões de doses da Covaxin”.
“URGENTE: Vacina indiana Covaxin tem 81% de eficácia, afirma
a fabricante @BharatBiotech. O Governo Bolsonaro comprou 20 milhões de doses da
Covaxin, além de ter garantido 42 milhões via consórcio…”, dizia o tweet.
URGENTE: Vacina indiana Covaxin tem 81% de eficácia, afirma a fabricante @BharatBiotech!🇮🇳🤝🇧🇷
O Governo Bolsonaro comprou 20 milhões de doses da Covaxin, além de ter garantido 42 milhões via consórci...
Em outra postagem, a deputada bolsonarista destacava a
autorização da Anvisa dada para importação excepcional da Covaxin, além da
russa Sputnik V. Ou seja, Carla Zambelli tinha informações de todos os trâmites
que envolveram a compra da vacina indiana.
Em depoimento à CPI da Covid na sexta-feira, o deputado
federal Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde
Luis Ricardo Miranda, afirmaram que denunciaram pessoalmente a Bolsonaro
suspeitas de irregularidades na compra da Covaxin.
Caso isso seja confirmado, Bolsonaro pode ter cometido crime
de prevaricação. Saiba o que é.
Cena ridícula
Na última segunda-feira, 21, Bolsonaro esteve em
Guaratinguetá, São Paulo, e uma cena fez com que Carla Zambelli passasse a
maior vergonha na web.
Ao ver Bolsonaro retirar a máscara e mandar uma repórter
“calar a boca”, a deputada seguiu o presidente e também retirou o equipamento
de proteção contra a covid-19, em claro sinal de subserviência a ele. Zambelli
virou meme nas redes sociais. Assista aqui.
A Secretaria da Segurança Pública de São
Paulo informou que foram gastos mais de R$ 1,2 milhão com o
reforço no policiamento para a motociata com o presidente Jair Bolsonaro realizada
neste sábado, 12, na capital paulista e região de Jundiaí.
Policiais das três forças de segurança estaduais foram convocados para garantir
a segurança do presidente e a fluidez no trânsito.
Dos mais de 6,3 mil policiais escalados, 1.433 atuaram
exclusivamente nas medidas relacionadas ao deslocamento dos manifestantes ao
longo dos 129 km do trajeto. Foram empregados policiais de batalhões territoriais
e especializados, como Baep, Choque, Trânsito, Rodoviária e Comando de Aviação
da PM, Canil, além de equipes do Corpo de Bombeiros e do Resgate.
A operação contou ainda com dedicação exclusiva de 5 aeronaves, 10 drones e aproximadamente 600 viaturas, entre motos, carros, bases comunitárias móveis e unidades especiais. Todo ato foi monitorado pelo sistema Olho de Águia, por meio de câmeras fixas, móveis, motolink e bodycams.
A manifestação custou ainda R$ 75,2 mil à Prefeitura de São Paulo, que contratou a empresa SPTuris para arcar com custos de organização do evento. O recurso foi desembolsado a pedido do secretário de Esportes, Thiago Milhim, que ocupa cota do Podemos no governo montado no começo do ano pela gestão Covas. Planilha de custos obtida pelo Estadão mostra que os recursos públicos pagaram a instalação de banheiros químicos, gradis para separação de público, geradores elétricos e som, além de seguranças.
O governo paulista autuou o presidente Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o deputado Coronel Tadeu e o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, por não terem usado máscara na manifestação.
A multa de R$ 552,71 que, acertadamente, o Centro de
Vigilância Sanitária de São Paulo deu a Jair Bolsonaro, neste sábado (12), por
ignorar o uso de máscara, foi um ato civilizatório. Mas o arrecadado com a
infração não faz nem cócegas considerando os R$ 1,2 milhão que os contribuintes
do estado tiveram que desembolsar para garantir policiamento extra para que o
presidente da República pudesse fazer seu passeio de moto com milhares de
apoiadores.
Crédito: Reprodução/Youtube “Quem está falando ‘fora, Bolsonaro’ deveria ir de jegue”,
disse presidente a apoiadores e tripulação
No aeroporto de Vitória, o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) visitou um avião antes da decolagem para
cumprimentar apoiadores e a equipe de voo. Um grupo que tinha embarcado se
manifestou contra o chefe do executivo, gritando “fora, Bolsonaro” e
“genocida”.
“‘Fora, Bolsonaro’ tem que estar viajando de jegue, não de
avião É ou não é?”, questionou o presidente. “Para ser solidário ao candidato
deles”, conclui.
Abaixo, assista a um dos vídeos:
Bolsonaro foi vaiado nesse voo. Se fosse você no mesmo avião que ele, faria igual? pic.twitter.com/U97vmF20QZ
A comitiva presidencial chegou ao Espírito Santo para a
cerimônia de entrega do Residencial Solar São Mateus, em São Mateus (ES), com o
ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o deputado federal
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ex-senador Magno Malta (PL-ES).
Na saída do aeroporto, Maria Clara Gama, de 27 anos, que
fazia um protesto sozinha contra a gestão do governo federal durante a crise da
pandemia do coronavírus, foi hostilizada por bolsonaristas. Ela foi
xingada de “lixo” e de “vagabunda”.
Ela sozinha. Sozinha na frente de fanáticos. Em silêncio. O cartaz gritava por todos nós. A cena é de uma coragem estonteante. Assistam ao vídeo no @MidiaNINJApic.twitter.com/PFHJ6Ww06z
O presidente Jair Bolsonaro foi vaiado e xingado nesta
sexta-feira (11) quando entrou em um avião para cumprimentar passageiros no
aeroporto de Vitória, no Espírito Santo. Bolsonaro respondeu aos ataques:
"Quem fala 'Fora Bolsonaro' tinha que estar viajando de jegue e não de
avião".
Antigo partido de Bolsonaro recebeu R$ 92 milhões do
orçamento secreto. "Coube à liderança fazer a triagem", conta
Júnior Bozella (Divulgação)
O deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP), que rompeu com
o presidente Jair Bolsonaro após a saída do mandatário do partido, em 2019,
confirmou em entrevista à revista Crusoé o
esquema de cooptação de parlamentares por meio do “orçamento paralelo” do
governo. Ele conta que Bolsonaro usava o esquema para negociar com
parlamentares em diferentes votações.
O antigo partido do presidente, o PSL, recebeu sozinho R$ 92
milhões, a maior parte destinada a bolsonaristas. A liderança do PSL fez
contato com meu chefe de gabinete para pedir para fazermos os apontamentos, as
indicações. Coube à liderança fazer a triagem com base na nossa relação
política com prefeitos, com quem a gente tem ligação”, contou Bozzella.
“Perguntaram quem a gente queria contemplar. Igual com as
emendas impositivas. Os técnicos da liderança falaram: ‘Olha, tenho aqui um
recurso para indicar para a base’. A liderança do partido liga no gabinete e
fala que pode fazer a indicação, é assim. Fui um dos menos contemplados. Os
governistas é que foram realmente beneficiados”, completou o deputado.
Bozzella conta ainda que as negociações variam dependendo da
votação em curso no Congresso. “O que a gente escuta é que cada caso tem um
acordo específico. Numa determinada votação, liberação de ‘x’ milhões para
aquela votação. A última que teve foi por causa do auxílio emergencial. Aí teve
mais um quantitativo para a eleição do Arthur [Lira, presidente da Câmara]”,
relata.
O deputado afirmou que o governo Bolsonaro é o “mais corrupto da história do Brasil” e que “o mensalão, se comparado a isso, foi ‘barato’ para o povo brasileiro”.
Reinaldo Azevedo: Bolsolão é a maior compra de votos do
Congresso da história - 21 de mai. de 2021
A área técnica do TCU vai investigar a forma com que o Ministério do Desenvolvimento Regional e a Codevasf usaram R$ 3 bilhões das emendas do relator-geral do Orçamento de 2020 em contratos com empresas privadas. Reinaldo Azevedo comenta as apurações.
Confissão no Bolsolão? Dep. Junior Bozzella, vice-presidente do PSL, falou à @RevistaCrusoe sobre distribuição de 92 milhões ao PSL via orçamento paralelo. "Este é o governo mais corrupto da História" diz ele ao explicar compra de apoio. Bozzella está listado no bolsolão. CPI JÁ!
Presidente convocou cadeia nacional de rádio e televisão em
meio à pressão da CPI da Covid e das manifestações contra seu governo que
tomaram o país
Reprodução/Instagram
Durante seu pronunciamento em cadeia nacional de rádio e
televisão, na noite desta quarta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro foi
alvo, mais uma vez, de fortes “panelaços” realizados em todo o país, assim como
aconteceu em todos os seus outros pronunciamentos.
Esse tipo de protesto nas janelas ganhou força
principalmente em março do ano passado, quando o presidente foi à público para
minimizar a pandemia do coronavírus que, apesar de recente à época, já colocava
o país todo em alerta. A partir dali, os panelaços passaram a ser feitos
semanalmente até meados de abril.
Desta vez, os panelaços acontecem em meio ao que pode ser o
início de um levante popular contra Bolsonaro iniciado nas manifestações
massivas que ocorreram em todo o país no último sábado (29) e também em meio à
pressão da CPI do Genocídio, que apura as omissões do governo no combate à
pandemia.
Em seu discurso nesta noite, Bolsonaro tentou mudar o tom e
afirmou que “lamenta” as mortes por Covid, algo que não está habituado a fazer.
Confira alguns registros dos panelaços divulgados nas redes
sociais.