Testemunhas denunciam o envolvimento das empresas de Ana
Cristina Vale também em fraudes do seguro obrigatório de veículos, o DPVAT,
como mostrou o Jornal Nacional.
Documentos obtidos pelo Jornal Nacional mostram novos
indícios de da participação da ex-mulher de Jair Bolsonaro Ana
Cristina Valle na lavagem de dinheiro de rachadinha no gabinete de Carlos
Bolsonaro. Testemunhas denunciam o envolvimento das empresas de Ana
Cristina também em fraudes do DPVAT, com o não pagamento dos valores para
vítimas.
O Jornal Nacional encontrou dezenas de processos em que Ana,
que também é ex-madastra de Carlos Bolsonaro trabalhou
como advogada em indenizações de acidente de trânsito - o seguro DPVAT. O
Ministério Público estadual suspeita que o negócio tem relação com a
rachadinha que teria ocorrido no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro
Uma consulta ao site do Tribunal de Justiça do RJ mostra que
Ana Cristina atuou em 56 processos cíveis de 2007 a 2010. Desses, 54 envolvem o
DPVAT, o seguro obrigatório de veículos. Apesar do escritório dela ficar no
Rio, 37 casos eram de moradores do Rio Grande do Sul.
Ana Cristina Valle era casada com Jair Bolsonaro quando foi
trabalhar com o enteado, o vereador Carlos Bolsonaro.
Ela foi a primeira chefe de gabinete de Carlos, em 2001, no
primeiro mandato, e ficou até abril de 2008, meses depois de se separar do
presidente da República.
Os registros no Tribunal de Justiça do Rio mostram que, nos
últimos três anos, em que esteve no gabinete, Ana Cristina também atuava como
advogada.
Ela teve um escritório de advocacia e duas empresas de
seguro. As empresas funcionavam em um prédio, no Centro do Rio, a poucos metros
da Câmara de Vereadores.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registrou
que as contas bancárias de quatro empresas vinculadas a Ana Cristina realizaram
movimentações financeiras suspeitas.
O Ministério Público do Rio de Janeiro acredita que a
escolha do endereço tão próximo não foi uma coincidência e quer saber se as
duas atividades desemprenhadas por Ana Cristina Valle estavam ligadas.
Os investigadores dizem que a elevada movimentação
de dinheiro vivo ( recursos em espécie) por Ana Cristina sugere que
ela era a real destinatária dos recursos públicos desembolsados em nome
dos parentes.
Os promotores suspeitam que esses funcionários continuaram
a pagar a rachadinha mesmo depois que ela deixou o gabinete e que Ana
Cristina usava as próprias empresas pra lavar o dinheiro.
A rachadinha é o esquema em que o político se apropria
ilegalmente de parte do salário dos funcionários. Muitos servidores do gabinete
de Carlos foram indicados por Ana Cristina e eram parentes dela.
De acordo com os registros da Câmara dos Vereadores, as
pessoas ligadas a Ana ganharam, ao todo, R$ 7,5 milhões só no período em
que Ana Crisitna não era mais chefe de gabinete de Carlos.
Área destruída é equivalente a quase nove vezes o município
de São Paulo ou 11 vezes a cidade do Rio de Janeiro.
A área desmatada na Amazônia no último ano divulgada hoje
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi de 13.235 km².
Os dados divulgados por meio do Projeto de Monitoramento de Desmatamento da
Amazônia (Prodes) representam um aumento de 21,97% na taxa de
destruição em relação ao ano anterior, que foi de 10.851 km². Esta é a maior
taxa já registrada desde 2006. Os dados são referentes a medições entre agosto
de 2020 e julho deste ano.
A má notícia chega na semana seguinte ao encerramento da COP
26, onde o governo brasileiro tentou limpar sua imagem, mesmo sabendo que mais
um recorde de desmatamento já havia sido batido. O documento divulgado hoje tem
data de 27 de Outubro de 2021, ou seja, o governo adiou a divulgação dos dados
para depois antes da Conferência do Clima. O anúncio também ocorre ao mesmo
tempo que o cerco para o desmatamento começa a se fechar: a
comissão da União Europeia publicou ontem (17) o projeto da nova legislação do
bloco que veda a compra de produtos ligados ao desmatamento.
Na média, houve um aumento de 52,9% na área
desmatada nos três anos de governo Bolsonaro (média de 11.405 km² entre 2019 e
2021) em relação à média dos três anos anteriores (média de 7.458 km² entre
2016 e 2018). Os estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia foram
responsáveis por 87,25% do desmatamento na Amazônia Legal.
Só no Amazonas o desmatamento aumentou em 55% no último ano.
O estado tem se destacado no avanço da destruição da floresta. O desmatamento
tem avançado cada vez mais perto de áreas antes conservadas da Amazônia.
Inclusive em expedição recente
ao sul do estado, o Greenpeace realizou uma série de três reportagens especiais
para mostrar como essa dinâmica de destruição tem se dado na região. destruição
na região.
Ao longo do último ano, o Brasil foi um dos poucos países
que aumentaram a emissão de gases de efeito estufa, apesar dos efeitos da
pandemia de Coronavírus.O país emitiu 9,5% a mais de gases, enquanto o restante
do mundo reduziu em 7%. 46% das emissões do Brasil são oriundas de desmatamento
e de acordo com um estudo da Carbon Brief, o Brasil
foi o quinto país que mais contribuiu com emissões de gases desde 1850.
“Apesar das tentativas recentes do governo em limpar sua
imagem, a realidade se impõe mais uma vez. Os mais de 13 mil km² não
surpreendem quem acompanhou os últimos três anos de desmonte na gestão
ambiental brasileira e as tentativas de enfraquecer o arcabouço legal para a
proteção do meio ambiente. Fica evidente que as ações necessárias por parte do
Brasil para conter o desmatamento e as mudanças climáticas não virão deste
governo que está estacionado no tempo e, ainda vê a floresta e seus povos como
empecilho ao desenvolvimento”, declara Cristiane Mazzetti, porta-voz da
campanha da Amazônia do Greenpeace
“O governo atual, com sua política antiambiental, elevou
drasticamente o patamar de desmatamento na maior floresta tropical do planeta.
Estes são níveis inaceitáveis perante à emergência climática que vivemos no
Brasil e no mundo, com extremos climáticos e seus impactos cada vez mais
devastadores e frequentes”, comenta Cristiane. “E essa situação só vai piorar, se
o Senado aprovar o PL da Grilagem, que beneficia invasores de terras públicas e
incentiva ainda mais desmatamento”, completa.
No período em que a taxa foi medida, 32% dos alertas de
desmatamento se concentraram nas Florestas Públicas Não Destinadas, alvo
frequente de grilagem de terras. A última audiência pública do Senado para
discutir o PL 2633/2020, já aprovado na Câmara dos Deputados deve acontecer na
próxima semana, com isso a matéria pode ser votada em Plenário logo na
sequência.
Para entender melhor a dimensão da destruição, fizemos
algumas comparações. Os 13.235km² desmatados em apenas 1 ano equivalem à:
3.6 árvores perdidas por cada um dos 212 milhões de
brasileiros
O colunista Josias de Souza comentou hoje, durante a
participação no UOL News, sobre a divulgação de dados do INPE sobre o
desmatamento da Amazônia. "Consolida o sucesso das duas prioridades de
Bolsonaro para o setor do Meio Ambiente: a devastação consentida da Amazônia e
a institucionalização da mentira como política ambiental", analisou.
Os 13.235 km² de #Amazônia destruídos no último ano equivalem a: 9 cidades de São Paulo 1/2 estado de Sergipe 2x o território da Palestina maior do que o Líbano, Qatar e Jamaica. O governo de @jairbolsonaro tem que parar com suas falsas promessas e começar a proteger a floresta. pic.twitter.com/QOgY3gWJGm
O local havia sido montado para receber a cerimônia de
entrega das Obras de Modernização do Aeroporto de Maringá
Em decorrência de uma frente fria que avança do Rio Grande
do Sul em direção ao Paraná, a estrutura que havia sido montada no aeroporto de
Maringá, para receber a cerimônia de entrega das Obras de Modernização do
Aeroporto de Maringá e de Inauguração da Hidrelétrica de Bela Vista, foi
totalmente danificada por uma ventania.
O presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) partirá para o município, na tarde desta
sexta-feira (1º/10).
Veja o vídeodo momento em que a estrutura é totalmente
levantada pelo vento:
O deputado federal Ricardo
Barros (PP-PR), líder do governo federal na Câmara dos Deputados,
acompanhará o presidente na agenda, já que é natural de Maringá. Nas redes
sociais, ele disse, ao lado do chefe do Executivo, que mesmo após o imprevisto,
o evento estaria mantido.
“Amigos de Maringá, estamos aqui com o presidente, daqui a
pouco estaremos aí na cidade para a inauguração do aeroporto, que é um
investimento na ordem dos R$ 100 milhões e agradecer o presidente que publicou
o aviso de edital do Contorno sul-metropolitano que é uma obra tão esperada por
Maringá e região. Vamos decolar daqui a pouco, o evento vai ser transferido
para o Pavilhão Azul do Parque de Exposições, então todo mundo se movimenta pra
lá”, disse Barros.
Bolsonaro afirma que Maringá é o estado que ele mais visita
e que tem “um carinho todo especial” pelo moradores de lá. “Se Deus quiser,
estaremos pousando às 14h30 no aeroporto de Maringá, onde iniciaremos uma série
de eventos, levando entregas e anunciando novas obras”, informou o presidente.
O acontecimento ficou entre os assuntos mais comentados no
Twitter. Veja alguns posts:
Isso é praga do Marreco de Maringá? Ou são as forças da natureza dominadas pelo comunismo e o globalismo? pic.twitter.com/BLEAAbf567
— rodrigo vianna 🇧🇷🇺🇾🇦🇷🇵🇾🇧🇴🇻🇪🇨🇺🇨🇴 (@rvianna) October 1, 2021
Ventos fortes derrubam estrutura que iriam receber o Bolsonaro no Aeroporto de Maringá. A natureza também é Fora Bolsonaro! pic.twitter.com/D9RPyTiLFl
Após chamar atenção ao circular por Nova Iorque sem estar vacinado, o chefe
de Estado brasileiro declarou oficialmente na abertura do evento que
"os recursos para fiscalização, nos órgãos ambientais, foram dobrados. E
os resultados já começam a aparecer.”
Em abril, o governo aprovou corte de 24% no orçamento do
meio ambiente para 2021 em relação ao ano passado.
Bolsonaro também mentiu sobre dados de desmatamento na
Amazônia em agosto. Ele falou em 32% de redução em relação ao mesmo mês de
2020. Segundo o Imazon, houve aumento de 7%, um recorde desde 2012.
“Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão
completa quanto a nossa. Nossa agricultura é sustentável e de baixo
carbono", afirmou o presidente brasileiro. Bolsonaro acrescentou
que “indígenas desejam utilizar suas terras para agricultura e outras
atividades.”
O discurso reforçou a polarização política interna, mentindo
que as manifestações pró-governo do último dia 7 foram "as maiores da
história do país."
“Estávamos à beira do socialismo. Apresento agora um novo
Brasil, com credibilidade reconhecida em todo o mundo”, disse o presidente. Em
seguida, mentiu mais uma vez, dizendo que não houve nenhum caso de corrupção em
seu governo – apesar de todos os indícios levantados pela CPI da Covid.
Sobre a pandemia, ele disse que sempre defendeu
"combater o vírus e o desemprego com a mesma responsabilidade."
Para o capitão reformado, “as medidas de lockdown deixaram
um legado de inflação”, e as pessoas foram "obrigadas a ficar em
casa" por prefeitos e governadores.
Bolsonaro foi obrigado a usar máscara nas dependências do
prédio / John Minchillo / POOL / AFP
O discurso durou, ao todo, 13 minutos.
Jair Bolsonaro valorizou os números da vacinação no
Brasil, embora nunca tenha feito um pronunciamento incentivando os
cidadãos a se imunizarem.
"Fiz tratamento inicial [contra a covid]. Nosso governo
é contra a vacinação obrigatória", ressaltou.
“Meu governo recuperou a credibilidade, e hoje o Brasil se
apresenta como um dos melhores destinos para investimentos”, disse ainda o
capitão reformado, citando os programas de concessão e privatização no setor de
infraestrutura.
A reportagem do Brasil de Fato selecionou as principais
informações falsas do pronunciamento do presidente brasileiro na manhã desta
terça (21) em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
A reportagem do Brasil de Fato selecionou as principais informações falsas do pronunciamento do presidente brasileiro.
😳 Especialistas ouvidos pelo BdF afirmam que o presidente mentiu "descaradamente" várias vezes na tribuna da ONU. Confira! 📽️ pic.twitter.com/ESnYYfMP70
Após manifestações golpistas, o Jornal Nacional, da Globo,
detonou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após discurso e ataques à
democracia.
Foto: Reprodução
Durante pronunciamento na Avenida Paulista (SP), o presidente
voltou a atacar STF. Ele declarou que não respeitará “qualquer decisão” do
ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro também xingou o magistrado de “canalha”
e pediu sua saída diante de milhares de apoiadores.
O “Jornal Nacional” foi direto ao ponto. “O desrespeito à
democracia com as cores da nossa bandeira. Em diversas brasileiras,
bolsonaristas insuflados pelo presidente da República usam o verde e amarelo,
mas atacam pilares da Constituição. Em tom golpista o presidente discursa em
Brasília e em São Paulo. Diz que respeita a Constituição, mas na mesma frase
volta a ameaçar o STF.”
Trabalhadores que receberam dinheiro, no interior de SP, dizem que o pagamento era feito por uma grande empresa de equipamentos agrícolas, que nega. No entanto, deputado bolsonarista mostrou carreata organizada pela companhia
Imagem: Redes sociais
Um grupo de trabalhadores aparece em um vídeo que circula
pelas redes sociais recebendo dinheiro de um homem vestido com uma camiseta dos
atos golpistas promovidos por Jair Bolsonaro nesta terça-feira (7). Nas
imagens, gravadas dentro de um ônibus, eles comentam sobre quem seria o
responsável pelos pagamentos e pela iniciativa da excursão à Avenida Paulista,
parodiando uma música do programa Sílvio Santos, famoso por distribuir
dinheiro.
“Grupo Jacto vem aí… Nishimura vem aí… Olha isso, cara. Eu
achei que era brincadeira. Uma camiseta para cada um, mais o ônibus, mais R$
100 para alimentação. Esse é o nosso grupo Jacto de Pompeia. Deus abençoe.
Heróis, mano”, cantam, enquanto o homem que detém os valores entrega uma nota
de para cada participante da caravana.
O nome de origem japonesa a quem se referem os envolvidos no
vídeo seria o do empresário Jorge Nishimura, presidente da empresa Jacto, que
produz equipamentos agrícolas, além de atuar em vários outros segmentos,
segundo o site da companhia, sediada em Pompeia (SP).
Horas depois, na página da Jacto na internet, um comunicado
negava a organização da caravana, sob a justificativa de que a empresa não se
envolve em assuntos políticos.
“O Grupo Jacto informa que não patrocinou o envio de
manifestantes para eventos de 7 de setembro. A empresa não apoia candidatos ou
partidos políticos de nenhuma corrente doutrinária, seja na esfera federal,
estadual ou municipal”, diz a nota.
No entanto, uma publicação do deputado estadual paulista
Frederico d’Ávila (PSL), de maio deste ano, mostra que a família Nishimura e a
Máquinas Agrícolas Jacto S/A realizou uma carreata em Pompeia em defesa de Jair
Bolsonaro, contrariando a versão oficial divulgada nesta tarde.
Siga o dinheiro. Em vídeo que circula hoje gravado dentro de um ônibus rumo à manifestação é possível ver homens distribuindo camisas e R$ 100,00 para quem fosse participar dos atos em defesa do presidente. Quem financiou esses atos?#ForaBolsonaro#7SForaBolsonaropic.twitter.com/P4eBiRdUks
Em São Paulo uma caminhonete estacionou na entrada destinada às autoridades e distribuiu placas prontas. Até as manifestações do bolsonarismo são fakes!
Enquanto esteve na orla, foi tietado por apoiadores
do governo federal que pediram por fotos e registros do encontro com o Fabrício
- apontado pelo Ministério Público como operador de um esquema de desvio de
dinheiro público na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Junto ao bolsonarista estava o deputado federal Otoni de
Paula (PSL-RJ) - que recentemente foi alvo de buscas expedido pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), investigado por incitar atos violentos e
antidemocráticos.
Bandido de estimação Fabrício Queiroz, apontado pelo MP como operador do esquema de "rachadinhas" no gabinete de Flávio Bolsonaro, hoje foi tietado por bolsonaristas no Rio de Janeiro.#ForaBolsonaropic.twitter.com/Auz2pD9V8w
Patriotas abraçam e festejam Queiroz, o homem no centro do escândalo do peculato da Família Bolsonaro. Do esconderijo em Atibaia para os braços dos homens de bem. pic.twitter.com/OFuLZejKHd
O site bolsonarista Terça Livre usou em uma nota online
publicada na manhã desta terça-feira uma foto de 2016, de um ato na avenida
Paulista, em São Paulo, para mostrar que "milhares de brasileiros lotam
Brasília para o 7 de setembro".
A constatação é do Sleeping Giants Brasil, que mostrou que a
foto original foi feita em um ato contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em
março de 2016.
"São pessoas de todos os lugares do Brasil" afirma
o texto do Terça Livre, que disse ter enviado uma equipe para a Esplanada para acompanhar
a movimentação.
📢Terça Livre usa foto de 6 anos atrás em matéria dizendo que as ruas estão cheias no 7 de setembro pic.twitter.com/rrbPzehFb6
O site bolsonarista Terça Livre usou em uma nota online
publicada na manhã desta terça-feira uma foto de 2016, de um ato na avenida
Paulista, em São Paulo, para mostrar que "milhares de brasileiros lotam
Brasília para o 7 de setembro".
Ministério da Saúde deixou vencer a validade de um estoque de testes de diagnóstico, imunizantes, medicamentos e outros itens. Deputado vai entrar com representação junto à PGR pedindo apuração
Bolsonaro ostenta caixa de hidroxicloroquina
São Paulo – Em meio à pandemia de covid-19, o Ministério da Saúde deixou vencer a
validade de um estoque de testes de diagnóstico, imunizantes, remédios e outros
itens avaliados em mais de R$ 240 milhões. No total, são 3,7 milhões de itens
que começaram a perder o prazo de validade há mais de três anos, a maioria
durante a gestão de Jair Bolsonaro, e estão no cemitério de insumos do Sistema
Único de Saúde (SUS), em Guarulhos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Ainda que a lista do estoque seja mantida em sigilo pelo
ministério, o jornal teve acesso a tabelas da pasta com dados sobre itens, data
de validade e valor pago. Entre os produtos vencidos estão 820 mil canetas de
insulina, totalizando R$ 10 milhões.
Entre os produtos vencidos estariam também itens destinados
a pacientes do SUS com doenças como hepatite C, câncer, Parkinson, Alzheimer,
tuberculose, doenças raras, esquizofrenia, artrite reumatoide, transplantados e
problemas renais. Também foi perdido um lote inteiro de frascos para aplicação
de 12 milhões de vacinas para gripe, BCG, hepatite B e outras doenças, avaliado
em R$ 50 milhões.
O diretor do Departamento de Logística (Dlog) do Ministério
da Saúde, general da reserva Ridauto Fernandes, justificou o desperdício à
publicação afirmando que a perda de validade de produtos “é sempre
indesejável”, mas ocorre “em quase todos os ramos da atividade humana”. “Em
supermercados, todos os dias, há descarte de material por essa razão”, afirmou
o general.
‘Projeto de morte’
As revelações sobre os produtos vencidos causaram reações no
mundo político. “A falta de medicamento nos postos pode parecer falta de
recursos ou incompetência, mas sempre fez parte do projeto de morte de
Bolsonaro”, postou no Twitter a ex-deputada federal Manuela d’Ávila.
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou, também
na rede social, que vai tomar providências junto à Procuradoria-Geral da
República (PGR) para apurar o caso.
“Darei entrada hoje na PGR com representação solicitando
investigação de crime de improbidade administrativa do presidente e ministro da
saúde pelo vencimento de R$ 243 milhões em vacinas, testes e remédios em plena
pandemia. O SUS TRABALHA e Bolsonaro atrapalha”, postou o parlamentar.
Em plena crise sanitária, o governo Bolsonaro deixou VENCER R$ 243 milhões em vacinas, remédios e outros produtos do SUS! Os produtos serão queimados nos próximos dias.
Um governo marcado pela incompetência e descaso com a saúde do povo. #ForaBolsonaro
Bots são usados para disseminar notícias e fake news nas
redes sociais
Os “Robôs de Bolsonaro” voltam ao centro das atenções na
véspera dos atos antidemocráticos de 7 de
setembro a favor do presidente. As manifestações em defesa de Jair Bolsonaro foram
impulsionadas por perfis com alta chance de serem “bots”.
Para afirmar a possibilidade dos bots estarem auxiliando
Bolsonaro, dois relatórios produzidos pelo Pegabot, projeto desenvolvido pelo
ITS Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio), indicam o uso contínuo
dessa ferramenta para impulsionar os protestos antidemocráticos, o que vai
contra as regras do Twitter.
Há também informações que revelam o número de bots
publicando hashtags em apoio às manifestações com crescimento exponencial de
14% conforme a data dos protestos se aproximava.
Perfis automatizados defenderam as manifestações do dia 7
publicando 81 mil posts sobre esse tema, o que representa 23% de todo o
conteúdo analisado pelo Pegabot nesse período. Isso dá cerca de um a cada
quatro tweets. Foi identificado também que, em 78,3% dos casos, o tuíte era um
compartilhamento, conhecido como RT no Twitter, feito por outra pessoa ou bot.
Os bots estão compartilhando tanto notícias quanto fake
news, instigando os bolsonaristas a darem RT sem distinção do que é realidade e
do que falso.
“A existência de contas automatizadas não significa que não exista um movimento orgânico de apoio a essa hashtag. Mas as contas automatizadas, pelo movimento coordenado de postar repetidamente milhares de mensagens, fazem com que a rede seja mergulhada nesse tema, incentivando o movimento orgânico”, explica Thayane Guimarães, pesquisadora em Democracia e Tecnologia do ITS Rio.
“Os bots dão a fagulha e mantêm a energia para a roda girar.”
Assuntos mais comentados no Twiter na véspera do atos de 7 de setembro
Estão entre os assuntos mais comentados no Twitter cinco temas em prol do bolsonarismo neste momento:
•Em quarto lugar está #quemmandoumatarbolsonaro com número total de tweets oculto
•Em nono está #CarecaFDP em referência ao ministro do STF, Alexandre de Moraes com mais de 21 mil tweets
•Em 10° está #Dia07vaiserGIGANTESCO, em convocação aos atos antidemocráticos, com mais de 38 mil tweets
•Em 15° está Alexandre de Moraes com mais de 60 mil tweets, sendo os mais recentes com críticas e xingamentos ao ministro
•24° está Gestapo, comparando o STF a polícia secreta do nazismo
Metodologia de estudo
Os relatórios do Pegabot analisaram mais de 508 mil posts publicados no Twitter que mencionaram ao menos uma das seguintes hashtags:
•#Dia07VaiSerGigante
•#Dia7VaiSerGigante
•#Dia07VaiSerMaior
•#Dia7VaiSerMaior
Foram verificados 29 mil perfis no primeiro levantamento e 48,5 mil, no segundo.
Essas informações servem como base para que o Pegabot classifique as contas usando quatro critérios:
Temporal, usuário, rede e sentimento. Tais elementos indicam a probabilidade de comportamento automatizado de uma conta, dentro de uma pontuação de 0 a 100.
Em nota, o Twitter fez um pronunciamento sobre o tema: “não teve acesso ao levantamento e tampouco teve tempo de investigar o assunto de forma apropriada”, e, portanto, não iria comentar. “Ainda assim, nosso time está analisando as conversas em torno das hashtags e, caso encontremos alguma conta em violação às regras, tomaremos as medidas cabíveis”.
Acho que o eleitor bolsonarista está diante de uma escolha difícil. Como são misóginos e homofóbicos parecem não saber o que fazer. Os robôs, idem. #Bolsonaropic.twitter.com/JSFPPeuOl5
O cerco vai se fechando aos poucos sobre a família Bolsonaro. Alguns desconfiam que a ameaça de golpe e a busca por reeleição seria um subterfúgio do capitão para não ser preso ao sair do Planalto - Ueslei Marcelino
Brasil de Fato
Olá! Às vésperas do 7 de setembro e da hora de colocarem as
cartas e algemas na mesa, a história de amor entre o capitão e o mercado vive
um momento de turbulências.
.Filhos da contravenção. O cerco vai se fechando
aos poucos sobre a família Bolsonaro. Alguns desconfiam que a ameaça de golpe e
a busca por reeleição seria um subterfúgio do capitão para não ser preso assim que
deixar o Planalto. Especialmente porque ele segue produzindo provas
contra si mesmo. A PGR investiga reuniões preparatórias para o dia 7 de
setembro em que participaram membros do governo e lideranças que
reivindicaram o fechamento do STF em atos anteriores. Mas se a hipótese de
Bolsonaro ir fazer companhia para Roberto Jefferson ainda parece distante, o
mesmo não vale para seus filhos. Carluxo está na mira do Ministério Público do
Rio de Janeiro por seus rolos na Câmara de Vereadores e teve o sigilo bancário quebrado, juntamente com o de sete
empresas ligadas a ele e da ex-esposa de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira
Valle, que na época tinha seis parentes empregados no gabinete do enteado. Além
disso, nesta quinta (02), um ex-empregado de Ana Cristina denunciou que
entregou para a família 80% de tudo o que recebeu como assessor de Flávio na
Assembleia do Rio por quase quatro anos, cerca de R$ 340 mil. Já o mais novo dos metralhas,
Jair Renan, aparece envolvido com Marconny Faria, o lobista foragido ligado à Precisa Medicamentos
e que está sendo investigado pela CPI da Covid. Na mesma rede de contatos encontra-se a advogada da família Bolsonaro, Karina Kufa,
que teria organizado um jantar para apresentar Marconny a Ricardo Santana, uma
espécie de consultor informal do Ministério da Saúde. Ou seja, a Comissão
começou a desenrolar um fio que pode implicar diretamente a família Bolsonaro
no esquema de superfaturamento e compra ilegal de vacinas da Precisa
Medicamentos. E os gordos rendimentos do deputado governista Ricardo Barros também
levantaram suspeitas do Coaf e foram parar na CPI. Com tudo isso e mais a incrível história de um motoboy vinculado à VTCLog,
que fazia saques milionários no banco e visitava com frequência o Ministério da
Saúde, a CPI, que já se encaminhava para o fim, ganhou sobrevida e deve durar
até meados de outubro.
.Sofrência. Em 2018, não foi uma escolha difícil
para o mercado embarcar, ainda no primeiro turno, na candidatura Bolsonaro. E,
ano passado, enquanto Jair passeava a cavalo na frente do Planalto ou tratava a
pandemia como gripezinha, não se ouvia nada na Faria Lima. Ao contrário. Abílio
Diniz, os donos do Madeiro, SmartFit e outros se somaram à ideia de derrubar
logo as restrições sanitárias. Nunca foi a democracia, nem a pandemia. Mas algo
se quebrou em 2021 entre Bolsonaro e o topo do PIB. Como resume Vinicius Torres Freire, o descontentamento
que gerou o polêmico manifesto empresarial tem a ver com a administração
incompetente, o risco do “fura teto” e a incapacidade de entregar as reformas
liberais. E, acrescenta Thomas Traumann, há um fastio do setor
empresarial com a instabilidade política provocada por Bolsonaro e a impressão
de que este governo “não tem mais nada a entregar” e só se concentra na própria
reeleição. A operação capitaneada por Arthur Lira para fazer água no manifesto foi bem sucedida,
entre outras coisas, porque não há unidade entre os empresários, nem desejo
real de desembarcar do governo, como alerta o economista Guilherme Mello. É o que se
vê no caso do agronegócio, em que uma associação lançou seu manifesto solo, enquanto
as outras financiam os atos bolsonaristas de 7 de setembro.
Mas há fissuras e descontentamento, em especial nos setores mais financeirizados e internacionalizados que veem
o investimento externo fugindo de Bolsonaro e do Brasil. O movimento anima João
Dória, já que o manifesto é sinal de que o mercado prefere uma “terceira via”
ao capitão, mas o recuo também significa que se a alternativa não for
competitiva, o mercado prefere ficar onde está do que apostar
em Lula.
.Terra Brasilis. O acampamento dos povos
indígenas em Brasília já dura mais de uma semana e não tem data para acabar.
Mais uma vez a decisão do STF sobre o marco temporal foi adiada e deve ser
retomada na próxima quarta-feira (8). O cenário aumenta os riscos de um embate no dia 7 de setembro, quando
grupos bolsonaristas farão manifestação em Brasília. Bolsonaro tem utilizado o tema para inflar seus seguidores,
inclusive os militares, a exemplo do general Augusto Heleno, para quem as
reservas indígenas ameaçam a integridade do território nacional. A atitude dos
militares justifica o desabafo de Valdelice Veron, liderança Guarani Kaiowá que
está acampada em frente ao STF: “Somos vistos como estrangeiros no nosso próprio país”.
Mas mais do que preocupação com a integridade territorial, os militares agem
como força de sustentação dos interesses da mineração e do agronegócio. De 1985
até 2020, a área de exploração de minérios no Brasil cresceu seis vezes e a
atividade ilegal ganhou maior impulso depois da crise mundial de 2008, quando
se intensificou a busca por recursos estratégicos nos países periféricos.
Assim, na última década, o garimpo em terras indígenas aumentou
quase cinco vezes. O agronegócio é outro interessado no tema. Mesmo que
o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) diga em tv aberta
que o setor “não precisa invadir terra indígena para crescer”,
os representantes Sociedade Rural Brasileira (SRB) e da Associação Brasileira
dos Produtores de Soja (Aprosoja) desmentem seu colega ao posicionaram-se contra a revisão do marco temporal.
A discussão é fundamental para a sobrevivência dos povos indígenas, mas os
interesses e pressões são enormes. Bolsonaro já escolheu seu lado. Aguardemos
para ver qual será o lado do STF.
.Ponto Final: nossas recomendações.
.Faltam só 66. A Piauí foi até
Manaus, um dos cenários da tragédia da pandemia, para acompanhar a volta às
aulas presenciais na Escola Paulo Freire.
.A nova década perdida. O PIB brasileiro hoje é menor
do que era em 2014. Na Jacobin, Edemilson Paraná explica porque
tivemos mais uma década sem crescimento econômico no país.
Obrigado por nos acompanhar. O Ponto é uma das iniciativas
do Brasil de Fato para compreendermos melhor a conjuntura.
Acompanhe também os debates políticos no Tempero da Notícia, no podcast 3 x 4 e diariamente na Central do Brasil. Você pode assinar o Ponto e os
outros boletins do Brasil de Fatoneste link aqui.
Ponto é editado por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile.
El portal @metropoles revela audio de un exempleado de la familia Bolsonaro que confiesa haber sido obligado a devolver 80% de su salario en el gabinete legislativo de uno de los hijos del presidente. La exesposa de Bolsonaro comandaba el esquema. pic.twitter.com/Dxe2pdlzfI
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viralizaram ao errar o nome do chefe do executivo em uma tag levantada no Twitter nesta sexta-feira (27). A #TôContigoBoldonado tornou-se meme e alvo de críticas de internautas, que citam robôs, fakenews e disparo de correntes virtuais em grupos.
O erro no nome de Jair foi ironizado por muitos internautas.
“Os eleitores do Bolsonaro são tão idiotas que nem conferem uma tag”, escreveu
um usuário do Twitter. Uma segunda pessoa aproveitou a ocasião para cutucar o
segundo filho do presidente, Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro. “O
Carluxo programou o boot errado?”, questionou.
As críticas sobre o possível uso de robôs são baseadas na
hipótese de que o governo Bolsonaro utilizaria esse mecanismo para disparo de
notícias falsas contra opositores e de valorização da atual gestão.
Confira algumas reações:
Cara, eleitores do Bolsonaro são tão idiotas que nem conferem uma tag. #ToContigoBoldonaro