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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Governo Bolsonaro: mais de R$ 240 milhões de testes, vacinas e remédios vencidos


Ministério da Saúde deixou vencer a validade de um estoque de testes de diagnóstico, imunizantes, medicamentos e outros itens. Deputado vai entrar com representação junto à PGR pedindo apuração


 Bolsonaro ostenta caixa de hidroxicloroquina

São Paulo – Em meio à pandemia de covid-19, o Ministério da Saúde deixou vencer a validade de um estoque de testes de diagnóstico, imunizantes, remédios e outros itens avaliados em mais de R$ 240 milhões. No total, são 3,7 milhões de itens que começaram a perder o prazo de validade há mais de três anos, a maioria durante a gestão de Jair Bolsonaro, e estão no cemitério de insumos do Sistema Único de Saúde (SUS), em Guarulhos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Ainda que a lista do estoque seja mantida em sigilo pelo ministério, o jornal teve acesso a tabelas da pasta com dados sobre itens, data de validade e valor pago. Entre os produtos vencidos estão 820 mil canetas de insulina, totalizando R$ 10 milhões.

Entre os produtos vencidos estariam também itens destinados a pacientes do SUS com doenças como hepatite C, câncer, Parkinson, Alzheimer, tuberculose, doenças raras, esquizofrenia, artrite reumatoide, transplantados e problemas renais. Também foi perdido um lote inteiro de frascos para aplicação de 12 milhões de vacinas para gripe, BCG, hepatite B e outras doenças, avaliado em R$ 50 milhões.

O diretor do Departamento de Logística (Dlog) do Ministério da Saúde, general da reserva Ridauto Fernandes, justificou o desperdício à publicação afirmando que a perda de validade de produtos “é sempre indesejável”, mas ocorre “em quase todos os ramos da atividade humana”. “Em supermercados, todos os dias, há descarte de material por essa razão”, afirmou o general.


‘Projeto de morte’

As revelações sobre os produtos vencidos causaram reações no mundo político. “A falta de medicamento nos postos pode parecer falta de recursos ou incompetência, mas sempre fez parte do projeto de morte de Bolsonaro”, postou no Twitter a ex-deputada federal Manuela d’Ávila.

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou, também na rede social, que vai tomar providências junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar o caso.

“Darei entrada hoje na PGR com representação solicitando investigação de crime de improbidade administrativa do presidente e ministro da saúde pelo vencimento de R$ 243 milhões em vacinas, testes e remédios em plena pandemia. O SUS TRABALHA e Bolsonaro atrapalha”, postou o parlamentar.

Fonte: RBA


No Twitter


 

 

sábado, 5 de dezembro de 2020

Governo Covas deixou de registrar resultados de 110 mil testes de covid-19 feitos antes da eleição


Bruno Covas em coletiva em que afirmou que havia estabilidade no número de casos e mortes e que não ia retroceder na flexibilização

 Testes não foram contabilizados na análise da evolução da pandemia, enquanto Covas dizia que a situação era de estabilidade. Falta de registros coincide com o desmonte da Coordenadoria de Vigilância em Saúde, em agosto

São Paulo – O governo do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), deixou de registrar resultados (positivos ou negativos) de exatos 109.872 testes de covid-19 na capital paulista, entre os meses de setembro e outubro. Nesse período – que antecedeu a eleição municipal –, Covas negou várias vezes que a pandemia estivesse se agravando na cidade. Entre março e agosto, no máximo 3% dos testes realizados ficaram sem registro de resultado. Mas em setembro, esse índice subiu para 31% e chegou a 58% em outubro. Com isso, milhares de prováveis casos positivos deixaram de ser considerados nos indicadores da pandemia, sustentando artificialmente a afirmação que seu governo mantinha a pandemia sob controle. As informações são do portal G1.

Segundo o placar de testes covid-19 do governo estadual, em média 28,75% dos testes RT-PCR (que identifica a infecção ativa) resultam positivos para o novo coronavírus. A partir desse percentual é possível estimar que a cidade teria registrado cerca de 31 mil casos positivos a mais nos meses de setembro e outubro. Os dados de novembro não foram considerados por ainda poderem apresentar alterações devido à demora entre a aplicação do teste, a notificação do resultado e a inserção dos dados no sistema. O resultado do teste leva em média três dias para ser conhecido.

Fonte: E-SUS/Secretaria Municipal da Saúde

Período sem registros dos resultados de testes para covid-19 coincide com o desmonte da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) pelo governo Covas. No final de agosto, 257 profissionais do órgão foram removidos da sede central e distribuídos pela cidade, em um processo que foi amplamente criticado por especialistas em saúde pública e ex-diretores da Covisa. São os técnicos vigilância que atualizam o sistema.

Em nota, o governo Covas alegou que a falta de resultado dos testes de covid-19 não significa que o caso é suspeito e que as informações são atualizadas tão logo o resultado seja conhecido, com a definição de positivo ou negativo. Após questionamento, o governo tucano retirou do ar o sistema que permitia a consulta aos dados. O mesmo modus operandi do governo de João Doria (PSDB), que tirou do ar o download dos dados completos do Censo Covid-19 após questionamento da RBA.

A covid de Covas e Doria

No caso do governo Doria, os dados mostravam que havia 2.506 pacientes internados a mais do que foi informado em coletiva na segunda-feira (30), quando seis regiões foram recuadas da fase verde para a fase amarela do Plano São Paulo. Na apresentação do secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, na segunda-feira, foi informado que havia 9.689 pessoas internadas, sendo 5.548 em enfermaria e 4.141 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os números representavam uma ocupação de 52,2% dos leitos. Segundo Gorinchteyn, os dados utilizados na avaliação foram consolidados até o último sábado (28).

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), omitiu 2.506 internações de pacientes com covid-19 dos dados apresentados na última segunda-feira (30), quando todo o estado foi recuado da fase verde para a fase amarela do Plano São Paulo. A plataforma é usada para coordenar a intensidade da quarentena e a abertura do comércio no estado. Na apresentação do secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, na segunda-feira, foi informado que havia 9.689 pessoas internadas, sendo 5.548 em enfermaria e 4.141 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os números representavam uma ocupação de 52,2% dos leitos.

Porém, dados do Censo Covid-19, organizado pelo próprio governo Doria com informações sobre a ocupação de leitos específicos ocupados por unidade hospitalar pública no Estado de São Paulo, mostram que havia 12.195 pessoas internadas no sábado (28), as 11h47. Destas, 6.508 estavam em enfermaria e 5.687, em UTI. O que representa uma taxa de ocupação de UTI de 71,7% e levaria todo o estado para a fase laranja do Plano São Paulo. Os dados não incluem as internações na rede privada.

Os dados diferem inclusive do boletim diário da covid-19 que o governo Doria divulga à imprensa em São Paulo. No sábado, o boletim atualizado as 12h informava haver 9.755 pessoas internadas, sendo 5.661 em enfermaria e 4.094 em UTI. A taxa de ocupação de UTI informada era de 51,1% no estado.

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Fonte: RBA

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