Mostrando postagens com marcador sus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sus. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Governo Bolsonaro: mais de R$ 240 milhões de testes, vacinas e remédios vencidos


Ministério da Saúde deixou vencer a validade de um estoque de testes de diagnóstico, imunizantes, medicamentos e outros itens. Deputado vai entrar com representação junto à PGR pedindo apuração


 Bolsonaro ostenta caixa de hidroxicloroquina

São Paulo – Em meio à pandemia de covid-19, o Ministério da Saúde deixou vencer a validade de um estoque de testes de diagnóstico, imunizantes, remédios e outros itens avaliados em mais de R$ 240 milhões. No total, são 3,7 milhões de itens que começaram a perder o prazo de validade há mais de três anos, a maioria durante a gestão de Jair Bolsonaro, e estão no cemitério de insumos do Sistema Único de Saúde (SUS), em Guarulhos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Ainda que a lista do estoque seja mantida em sigilo pelo ministério, o jornal teve acesso a tabelas da pasta com dados sobre itens, data de validade e valor pago. Entre os produtos vencidos estão 820 mil canetas de insulina, totalizando R$ 10 milhões.

Entre os produtos vencidos estariam também itens destinados a pacientes do SUS com doenças como hepatite C, câncer, Parkinson, Alzheimer, tuberculose, doenças raras, esquizofrenia, artrite reumatoide, transplantados e problemas renais. Também foi perdido um lote inteiro de frascos para aplicação de 12 milhões de vacinas para gripe, BCG, hepatite B e outras doenças, avaliado em R$ 50 milhões.

O diretor do Departamento de Logística (Dlog) do Ministério da Saúde, general da reserva Ridauto Fernandes, justificou o desperdício à publicação afirmando que a perda de validade de produtos “é sempre indesejável”, mas ocorre “em quase todos os ramos da atividade humana”. “Em supermercados, todos os dias, há descarte de material por essa razão”, afirmou o general.


‘Projeto de morte’

As revelações sobre os produtos vencidos causaram reações no mundo político. “A falta de medicamento nos postos pode parecer falta de recursos ou incompetência, mas sempre fez parte do projeto de morte de Bolsonaro”, postou no Twitter a ex-deputada federal Manuela d’Ávila.

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou, também na rede social, que vai tomar providências junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar o caso.

“Darei entrada hoje na PGR com representação solicitando investigação de crime de improbidade administrativa do presidente e ministro da saúde pelo vencimento de R$ 243 milhões em vacinas, testes e remédios em plena pandemia. O SUS TRABALHA e Bolsonaro atrapalha”, postou o parlamentar.

Fonte: RBA


No Twitter


 

 

segunda-feira, 5 de abril de 2021

"Fecha a boca, Bolsonaro. Ouça a ciência", diz Lula em entrevista a Reinaldo Azevedo


Ex-presidente disse que atual mandatário do Brasil não tem capacidade de dialogar com nenhum outro líder mundial


Em entrevista de pouco menos de uma hora e meia, Lula falou de Lava Jato, covid e eleições de 2022 - Reprodução/Youtube

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo nesta quinta-feira (1) de Abril, subiu o tom nas críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por sua condução dos esforços do país no combate à pandemia do novo coronavírus.

"Pelo amor de Deus, Bolsonaro, aceite o comando da ciência! Fecha a boca! Assim como você diz que não sabe falar de economia, não fale de saúde, deixe seus ministros falarem, o pessoal do SUS, os governadores", disse o ex-presidente. 

As críticas de Lula a Bolsonaro se dão pelo fato de o presidente não ter, segundo o petista, trabalhado para conscientizar a população sobre a importância do uso da máscara e de respeitar medidas de isolamento social, além de não ter mantido um esforço, desde o início da pandemia. para a aquisição de vacinas.

:: Releia: Bolsonaro repete mentiras e enfrenta panelaço durante pronunciamento na TV e rádio ::

"Estamos vivendo um genocídio, não de Estado, mas praticado pela irresponsabilidade de muitos, que brincam, que zombam, que inventam remédios. Deus queira que o novo ministro da Saúde assuma a responsabilidade e atenda aos apelos da ciência", afirmou Lula, no momento em que também expressou sua solidariedade a todos os mortos e familiares dos que perderam a vida no mundo para a covid-19.


Rádio BandNews FM

O É da Coisa Especial - Reinaldo Azevedo entrevista Lula

Assista ao VÍDEO


:: Leia também: Covid-19: ministro da Saúde diz que fará campanha por "uso racional" de oxigênio ::

Na entrevista, de pouco menos de uma hora e meia, o ex-presidente ainda respondeu a perguntas sobre a política externa brasileira e a saída do governo do ex-chanceler Ernesto Araújo, sobre as eleições de 2022, sobre a Operação Lava Jato e o período de mais de um ano em que permaneceu preso na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR).

"Os governantes do mundo têm que se reunir para buscar uma saída para a pandemia. E a gente tem um presidente que não consegue falar com nenhum outro", disse o petista.

"Se esse cara (Jair Bolsonaro) estiver em uma calçada, ninguém quer falar com ele, os outros presidentes do mundo mudam de calçada. E ele colocou um chanceler que eu nunca vi ninguém mais bruto, ignorante e menos diplomático do que ele", afirmou o petista, que completou avaliando que o novo escolhido para o cargo só foi selecionado por suas relações com a família presidencial.


Privatizações

O jornalista da Bandeirantes perguntou a Lula se, caso viesse a ocupar novamente o cargo de presidente do Brasil, cogitaria privatizar alguma estatal do país. O ex-presidente disse que não é favorável a um Estado inchado, mas que considera importante que o Executivo federal mantenha o controle sobre empresas-chave, para que possa direcionar seus investimentos.

"Eu sou contra o governo empresarial, mas sou favorável a um governo que seja indutor do processo de desenvolvimento. A Petrobras pode ser uma empresa de economia mista, a Eletrobras também pode, a Caixa Econômica Federal, também. Por que não se pode colocar o Estado como instrumento indutor de investimentos?", questionou o ex-presidente.


Operação Lava Jato e prisão

Lula também foi perguntado e respondeu sobre os processos que sofreu no âmbito da Operação Lava Jato, a anulação judicial dessas mesmas ações e os 580 dias que passou na prisão, em Curitiba (PR).

:: Releia: Fachin anula atos processuais da Lava Jato de Curitiba contra Lula, que está elegível ::

"Eu estou muito feliz que a Lava Jato saiu da minha vida. Era preciso pegar o Lula, o objetivo era tirar o Lula das eleições. Cinco anos depois, o [ministro do STF Edson] Fachin toma a decisão e anula os processos. Eu não tenho mais nada com a Lava Jato, durmo tranquilo e tenho certeza que [o ex-juiz Sergio] Moro e o [procurador da República Deltan] Dallagnol não dormem tranquilos".

O ex-presidente afirmou que todo o tempo em que esteve na cela em Curitiba só pensava em "desmascarar a mentira de Sergio Moro" e que não guarda rancor de ninguém. "Nunca perdi minha honra. Sempre mantive a cabeça erguida. Sabia que a verdade iria aparecer".

Edição: Poliana Dallabrida

Fonte: Brasil de Fato


No Twitter


 

 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

DILMA RECUSA CONVITE DE DORIA PARA SER VACINADA



 Ex-Presidenta diz que é inaceitável furar a fila da vacinação e que aguardará pacientemente a sua vez


Recebi o convite do governador de São Paulo para ser vacinada com a Coronavac no dia 25 de janeiro, em Porto Alegre. Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça. O Plano Nacional de Vacinação deve ser respeitado e, se é certo que a vacinação já começou, não há montante de vacinas disponível para que eu, agora, seja beneficiada. É inaceitável “furar a fila”, que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros. Neste momento, considero imprescíndivel que sejam atendidos, de acordo com o Plano, primeiramente os trabalhadores da área da saúde que estão na linha de frente da luta contra a Covid19, além dos idosos que vivem em asilos e o grupo de idosos brasileiros mais expostos ao risco de adoecer gravemente ou morrer. Aguardarei pacientemente a minha vez e quero adiantar que já estou com o braço estendido para receber a Coronavac.

Faço questão de prestar tributo à contribuição do SUS, do Butantan e da Fiocruz, que são tão importantes e estratégicos para a saúde pública no Brasil e para o desenvolvimento das vacinas. Denuncio todos aqueles que, ao longo dos últimos anos, tentaram destruí-los, seja por restrição de recursos orçamentários, seja por visão preconceituosa, como ficou claro na saída dos médicos cubanos, seja por defender propostas privatistas.

Enalteço o trabalho dedicado dos epidemiologistas, biólogos, infectologistas, pesquisadores e servidores do sistema SUS, em especial da Fiocruz e do Butantan, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente. Estendo estas homenagens e agradecimentos a todos os que se dedicam a combater esta pandemia que, por desleixo e desuminadade do governo federal, já roubou a vida de mais de 210 mil pessoas e está matando brasileiros até mesmo por falta de oxigênio. Por fim, reconheço e saúdo a solidariedade e a atitude humanitária do governo chinês, que proporcionou a parceria entre o Estado São Paulo/Butantan e o laboratório Sinovac para a importação e a fabricação das vacinas em nosso país. É uma vitória da cooperação entre os povos e da ciência e uma derrota do negacionismo.

DILMA ROUSSEFF


No Twitter


 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Ainda há tempo para evitar o caos sanitário e social em 2021


Carteira de trabalho, Bolsonaro com Paulo Guedes e fila por emprego (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Publicas | Reuters)


"É fundamental que o Congresso Nacional discuta novo arcabouço fiscal, em linha com a experiência internacional", defende a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, que alerta que o cenário econômico e social no País "tende a se tornar ainda mais grave" no próximo ano


O negacionismo e o fanatismo fiscal que marcam o governo Bolsonaro são os maiores responsáveis pela situação social e sanitária do país, aproximando o Brasil das 200 mil mortes decorrentes da Covid-19.

O cenário tende a se tornar ainda mais grave em 2021, com a retomada do teto de gastos, que reduzirá a despesa do governo federal em 8% do PIB, na contramão do que fazem diversos países, que estão aprovando pacotes de estímulos à economia, transferência de renda e investimentos em saúde. Diante da crise, o aumento da dívida pública é um fenômeno mundial.

No atual contexto, o programa austericidade Guedes não encontra justificativa na situação fiscal do pais, sendo ainda mais nocivo do ponto de vista social. Com a volta do teto de gasto, o auxílio emergencial será extinto, retirando renda de 40% dos domicílios brasileiros, que recebem auxílio emergencial, segundo a Pnad COVID19 (no Nordeste, este percentual é superior a 50%). Cerca de 10 milhões de pessoas saíram da força de trabalho entre 2019 e 2020, segundo os dados da Pnadc para o terceiro trimestre. Com o fim do auxílio, o aumento da procura por trabalho elevará ainda mais o desemprego, que já afeta mais de 14 milhões de brasileiros.

A retirada da renda do auxílio sem recuperação dos rendimentos do trabalho implicará aumento da desigualdade e da pobreza. Os mais vulneráveis, sem a renda garantida pelo Estado, buscarão sua sobrevivência material e ampliarão o risco de contágio pelo vírus, pressionando ainda mais a rede pública de saúde, que também sofrerá o impacto da austeridade em 2021.

Há diversas fontes de pressão sobre o SUS para o ano que vem. Entre elas, vale citar: o crescente patamar de casos de Covid; a necessidade de aquisição de produtos de saúde (equipamentos de proteção individual aos trabalhadores, medicamentos de UTI, vacina, entre outros) e de manutenção de leitos; as demandas represadas em 2020; e a redução da clientela dos planos de saúde, diante do elevado desemprego, fazendo com que cerca de 80% da população só tenha acesso à saúde por meio do SUS. Mesmo assim, o SUS perderá cerca de R$ 40 bilhões entre 2020 e 2021 se o orçamento ficar no piso congelado da EC 95, conforme proposta do governo.

No caso brasileiro, a dívida é emitida na moeda que o país emite, não havendo risco de inadimplência, e os juros estão extraordinariamente baixos, reduzindo o custo da dívida. Por fim, as reservas internacionais acumuladas nos governos do PT constituem ativos do setor público que funcionam como um colchão de proteção da economia e reduzem nossa dívida líquida.

A combinação de ampliação da demanda e redução abrupta de orçamento pode levar ao colapso do sistema em 2021, em função das restrições de oferta de serviços e do “desfinanciamento” da saúde, com impactos, por exemplo, sobre a disponibilidade de leitos de UTI, que já estão sendo desativados. Convém lembrar que, em meio à crise, é reduzida a capacidade de estados e municípios ampliarem suas despesas, pois, diferente da União, não emitem dívida soberana.

A Medida Provisória recentemente editada, com R$ 20 bilhões para a vacina, demonstra como, para o atual governo, a crença no fiscalismo está acima da defesa da vida. O crédito extraordinário, não contabilizado no teto, foi editado com o propósito de ser reaberto em 2021. No entanto, créditos extraordinários só podem ser abertos se, entre outros requisitos, houver imprevisibilidade, o que não é o caso, diante da expectativa de registro de vacinas contra a Covid. Inclusive, o governo ajustou a meta de resultado primário em 2021, prevendo a execução dos recursos da vacina e explicitando que não se trata de gasto imprevisível.

Como o orçamento de 2021 ainda não foi aprovado, seria suficiente incluir os valores na programação do Ministério da Saúde. No entanto, o teto de gasto não permite ampliação dos recursos. Deste modo, o governo se vale de um truque fiscal, autorizando crédito extraordinário dentro do estado de calamidade para acomodar o gasto com vacina no orçamento e manter/burlar o teto de gasto. No entanto, não há qualquer demonstração que os R$ 20 bilhões sejam suficientes para vacinar toda a população. Nesta hipótese, manifestando a cruel hierarquia entre controle de gasto e defesa da vida, restará escolher quem poderá se vacinar e quem ficará à espera de nova brecha fiscal.

Conforme lembrou Marcos Nobre, Bolsonaro e Guedes estão unidos na tarefa de desconstrução das instituições erigidas na Constituição de 1988. A austeridade não é apenas um equívoco econômico. O liberalismo primitivo do governo vislumbra uma sociedade regida pelo individualismo selvagem em que cada um é responsável por si e não há instituições de garantia de direitos.

É contra esta visão que precisamos lutar, em defesa da adoção de medidas emergenciais que atendam ao interesse da população, especialmente os trabalhadores e os mais vulneráveis. Ainda há tempo de evitar o caos sanitário e social em 2021. Basta a prorrogação do estado de calamidade, o que suspenderá as regras fiscais e viabilizará gastos emergenciais para combate à pandemia.

Estruturalmente, é fundamental que o Congresso Nacional discuta novo arcabouço fiscal, em linha com a experiência internacional. O congelamento de despesas com elevado efeito multiplicador e redistributivo, combinado a um sistema tributário regressivo, implica um regime fiscal duplamente concentrador de renda. Para o Brasil reencontrar o caminho do crescimento com inclusão social, é preciso tributar a renda e o patrimônio dos mais ricos e revogar o teto de gastos, permitindo canalizar os ganhos de arrecadação, especialmente, para o financiamento de políticas sociais que garantam direitos universais. 

NOBRE, Marcos. Ponto final  - a guerra de Bolsonaro conta a democracia. São Paulo: Todavia, 2020.

Gleisi Hoffmann, deputada federal (PR) e presidenta nacional do PT; Bruno Moretti, assessor no Senado Federal; Francisco Funcia, Consultor do CNS e Carlos Ocké, pesquisador do Ipea.


UOL

Fim do auxílio emergencial: Mães que sustentam o lar relatam preocupação

Chefes de família de diversas regiões do país contam como usaram o auxílio para sustentar os filhos durante o isolamento social e a crise econômica, e o que farão sem a ajuda do governo.

Em abril de 2020, com a crise do coronavírus, o governo começou a pagar um auxílio de R$ 600 a pessoas de baixa renda sem emprego formal. Mulheres que sustentam o lar sozinhas e têm algum dependente menor de idade receberam o pagamento em dobro --foram cinco parcelas de R$ 1.200.

O governo prorrogou o auxílio até o final do ano, com no máximo quatro parcelas extras. Mas o valor caiu pela metade, e as chefes de família passaram a receber R$ 600. Agora, com o final do auxílio e a economia ainda em crise, as mães-solo temem passar por dificuldades ainda maiores.

Assista ao VÍDEO



No Twitter


 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Brasil registra mais 344 mortes por covid-19



Total de óbitos passa de 191 mil. País também registrou mais 18 mil casos da doença neste domingo.


O Brasil registrou oficialmente 18.479 casos confirmados de covid-19 e 344 mortes ligadas à doença neste domingo (27/12), segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).

Com isso, o total de infecções identificadas no país subiu para 7.484.285, enquanto os óbitos chegam a 191.139.

Diversas autoridades e instituições de saúde alertam, contudo, que os números reais devem ser ainda maiores, em razão da falta de testagem em larga escala e da subnotificação.

O Conass não divulga número de recuperados. Segundo o  Ministério da Saúde, 6.475.466 pacientes haviam se recuperado da doença no sábado.

A taxa de mortalidade por grupo de 100 mil habitantes subiu para 91,0 no Brasil, a 18ª mais alta do mundo, quando desconsiderados os países nanicos San Marino e Andorra.

Em números absolutos, o Brasil é o terceiro país do mundo com mais infecções, atrás apenas dos Estados Unidos, que somam mais de 19,1 milhões de casos, e da Índia, com 10,1 milhões. Mas é o segundo em número absoluto de mortos, já que mais de 332 mil pessoas morreram nos EUA.

Ao todo, mais de 80,5 milhões de pessoas já contraíram o coronavírus no mundo, e 1,76 milhão de pacientes morreram.

 Fonte: DW Brasil


Marco Antonio Villa


Live: Bolsonaro e os 191 mil óbitos: "Não dou bola para isso."

Dezenas de países estão iniciando a vacinação em massa.

O Brasil não tem plano de vacinação.

Não há data sequer para o início da vacinação.

O Ministro da Saúde está desaparecido. Há dias não concede nenhuma entrevista.

Para Bolsonaro a pandemia já passou.

Teremos um primeiro semestre com a permanência em alta escala da pandemia e com terríveis reflexos na economia.

Bolsonaro até quando? E o impeachment? É preciso mais o quê?

Assista ao VÍDEO




No Twitter



 

 

sábado, 5 de dezembro de 2020

Governo Covas deixou de registrar resultados de 110 mil testes de covid-19 feitos antes da eleição


Bruno Covas em coletiva em que afirmou que havia estabilidade no número de casos e mortes e que não ia retroceder na flexibilização

 Testes não foram contabilizados na análise da evolução da pandemia, enquanto Covas dizia que a situação era de estabilidade. Falta de registros coincide com o desmonte da Coordenadoria de Vigilância em Saúde, em agosto

São Paulo – O governo do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), deixou de registrar resultados (positivos ou negativos) de exatos 109.872 testes de covid-19 na capital paulista, entre os meses de setembro e outubro. Nesse período – que antecedeu a eleição municipal –, Covas negou várias vezes que a pandemia estivesse se agravando na cidade. Entre março e agosto, no máximo 3% dos testes realizados ficaram sem registro de resultado. Mas em setembro, esse índice subiu para 31% e chegou a 58% em outubro. Com isso, milhares de prováveis casos positivos deixaram de ser considerados nos indicadores da pandemia, sustentando artificialmente a afirmação que seu governo mantinha a pandemia sob controle. As informações são do portal G1.

Segundo o placar de testes covid-19 do governo estadual, em média 28,75% dos testes RT-PCR (que identifica a infecção ativa) resultam positivos para o novo coronavírus. A partir desse percentual é possível estimar que a cidade teria registrado cerca de 31 mil casos positivos a mais nos meses de setembro e outubro. Os dados de novembro não foram considerados por ainda poderem apresentar alterações devido à demora entre a aplicação do teste, a notificação do resultado e a inserção dos dados no sistema. O resultado do teste leva em média três dias para ser conhecido.

Fonte: E-SUS/Secretaria Municipal da Saúde

Período sem registros dos resultados de testes para covid-19 coincide com o desmonte da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) pelo governo Covas. No final de agosto, 257 profissionais do órgão foram removidos da sede central e distribuídos pela cidade, em um processo que foi amplamente criticado por especialistas em saúde pública e ex-diretores da Covisa. São os técnicos vigilância que atualizam o sistema.

Em nota, o governo Covas alegou que a falta de resultado dos testes de covid-19 não significa que o caso é suspeito e que as informações são atualizadas tão logo o resultado seja conhecido, com a definição de positivo ou negativo. Após questionamento, o governo tucano retirou do ar o sistema que permitia a consulta aos dados. O mesmo modus operandi do governo de João Doria (PSDB), que tirou do ar o download dos dados completos do Censo Covid-19 após questionamento da RBA.

A covid de Covas e Doria

No caso do governo Doria, os dados mostravam que havia 2.506 pacientes internados a mais do que foi informado em coletiva na segunda-feira (30), quando seis regiões foram recuadas da fase verde para a fase amarela do Plano São Paulo. Na apresentação do secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, na segunda-feira, foi informado que havia 9.689 pessoas internadas, sendo 5.548 em enfermaria e 4.141 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os números representavam uma ocupação de 52,2% dos leitos. Segundo Gorinchteyn, os dados utilizados na avaliação foram consolidados até o último sábado (28).

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), omitiu 2.506 internações de pacientes com covid-19 dos dados apresentados na última segunda-feira (30), quando todo o estado foi recuado da fase verde para a fase amarela do Plano São Paulo. A plataforma é usada para coordenar a intensidade da quarentena e a abertura do comércio no estado. Na apresentação do secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, na segunda-feira, foi informado que havia 9.689 pessoas internadas, sendo 5.548 em enfermaria e 4.141 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os números representavam uma ocupação de 52,2% dos leitos.

Porém, dados do Censo Covid-19, organizado pelo próprio governo Doria com informações sobre a ocupação de leitos específicos ocupados por unidade hospitalar pública no Estado de São Paulo, mostram que havia 12.195 pessoas internadas no sábado (28), as 11h47. Destas, 6.508 estavam em enfermaria e 5.687, em UTI. O que representa uma taxa de ocupação de UTI de 71,7% e levaria todo o estado para a fase laranja do Plano São Paulo. Os dados não incluem as internações na rede privada.

Os dados diferem inclusive do boletim diário da covid-19 que o governo Doria divulga à imprensa em São Paulo. No sábado, o boletim atualizado as 12h informava haver 9.755 pessoas internadas, sendo 5.661 em enfermaria e 4.094 em UTI. A taxa de ocupação de UTI informada era de 51,1% no estado.

Leia mais:


Fonte: RBA

sábado, 28 de novembro de 2020

Sem sair da primeira onda de covid-19, Brasil já enfrenta a segunda


O pesadelo volta a assumir os contornos já vividos na maior parte do ano e o país volta a ver a pandemia fora de controle e o aumento exponencial de casos e mortes
 

Em congresso científico, especialistas alertam que o país pode voltar a ocupar a liderança de mortes por covid-19 no mundo, posto que ocupou por 14 semanas

São Paulo – O atual estágio e as projeções para o cenário da pandemia de covid-19 no Brasil, frente à insistência do governo de Jair Bolsonaro em tratar a crise sanitária como “gripezinha”, além dos caminhos e desafios impostos ao SUS. Estes foram os temas principais de um debate virtual que compôs o Primeiro Congresso Científico da Faculdade Integrada Cete (FIC), realizado na noite desta quinta-feira (26). Para o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz Amazonas (Fiocruz) Jesem Orellana, o doutor em Saúde Pública Francisco de Assis Santos e a doutora em biomedicina Ana Catarina Rezende, as grandes cidades do país já enfrentam “a retomada do crescimento do novo coronavírus”, a anunciada segunda onda, sem terem saído completamente da primeira, iniciada em março passado.

Nas últimas 24 horas, foram 514 mortes e 34.130 novos infectados, totalizando 6.238.350 desde o início da pandemia, com praticamente 172 mil mortos por covid-19 (171.974 óbitos), segundo informa hoje (27) o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). A média móvel de contágio em sete dias, calculada pelo órgão, na casa dos 34 mil, é a maior desde o início de setembro.

Durante o debate “Quais as Possibilidades e Caminhos do SUS com a Covid-19”, foi lembrado que o Brasil é o segundo país com mais mortes pela covid-19 no mundo, mais uma entre todas as informações sobre a doença desdenhadas pelo presidente Jair Bolsonaro desde o primeiro dia de pandemia. Ontem mesmo, Bolsonaro disse que nunca chamou a covid-19 de “gripezinha”. Mentiu. Disse abertamente, e muito mais, inclusive em discurso em rede nacional no dia 24 de março.

Descaso

Os especialistas citaram também que o Brasil é o país que permaneceu por mais tempo no topo da curva epidemiológica, mais de 14 semanas consecutivas, até que os números entrassem em um platô de estabilidade e ligeira regressão, ainda que em níveis elevados, no número diário de vítimas, especialmente a partir de outubro. E, a partir daí, viu-se a flexibilização acelerada das medidas de distanciamento e isolamento social.

O resultado do descaso e da falta de coordenação do governo Bolsonaro no enfrentamento da covid-19 aponta para o desastre. Outros países que adotaram medidas indicadas pela ciência, como isolamento social, testagem em massa e rastreio de contágios, conseguiram superar uma primeira onda de impacto da pandemia. Agora, mais preparados, enfrentam uma segunda onda. Já o Brasil não adotou políticas que cumprissem devidamente as medidas recomendadas e sequer conseguiu sair da primeira onda.

Jesem, que adiantou com grande antecedência a “segunda onda” da covid-19 no Brasil, abriu a conversa. “Estamos vivendo uma segunda onda de contágios em muitas regiões da Europa e algumas no Brasil. Mas veja, a grande maioria das cidades e regiões mais densas do Brasil não conseguiram sair da primeira onda. Mas agora enfrentam a continuidade, o recrudescimento, a retomada do crescimento do novo coronavírus”, explicou.

O mundo tem mais de 60 milhões de contaminados, a partir de números oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pouco menos de 1,5 milhão de mortos. Jesem estima que o número chegue a 2 milhões em até oito meses. Novembro foi um mês que contou com os dias com mais mortes no mundo (mais de 12 mil), o que mostra como o vírus ainda tem força. No Brasil não é diferente. “A pandemia está espalhada por mais de 220 países em que se tem registro. O Brasil agora segue a escalada”.

Tragédia

Grande preocupação entre os especialistas no debate, o Brasil é um dos que menos testa a população para a covid-19. Mais que isso, por falta de organização do Ministério da Saúde, o país está prestes a jogar no lixo milhões de reais e de kits para a realização de testes, que estão perto do fim do prazo de validade, mas não foram aplicados pelo governo.

A ausência de testes reflete na alta em número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), muitas delas possivelmente causadas pelo novo coronavírus, mas à espera de testagem para comprovar o diagnóstico. Assim, o número real de mortes por covid-19 seguramente é maior que o oficialmente divulgado. “Temos um aumento sustentável há pelo menos seis semanas no número de casos de Srag. São 21 estados com tendência de aumento no curto e longo prazo; doze capitais com sinal de crescimento no longo prazo. É especialmente preocupante em um momento de relaxamento generalizado da população, da descrença de setores políticos e empresariais, com a covid-19”, lamenta o cientista.

Cenários para a covid no Brasil

O isolamento social foi amplamente descartado na maior parte do país, embora algumas cidades comecem a retomar parte das medidas. O contexto das eleições, de acordo com Jesem, também impacta negativamente na disseminação do vírus. Outros fatores ainda devem ampliar a tragédia. “Isso pode ainda ser agravado pelas festas de fim de ano, compras de natal etc”.

Para Francisco Santos, que atua como especialista do Sistema Único de Saúde na cidade de Caruaru (PE), a ação do SUS é o caminho para mitigar os piores efeitos da covid-19 no Brasil. O trabalho vem sendo feito de forma árdua, defende, mas a ausência de coordenação nacional também impacta negativamente nos resultados. “Enfrentamos dificuldades, como por exemplo com as barreiras de isolamento. Quando, em Pernambuco, decidimos impor barreiras, a Anvisa teve uma decisão de que não poderíamos barrar a circulação de pessoas em rodovias federais”, lembrou.

“Fomos impedidos de fazer qualquer grande bloqueio no começo. Depois as pessoas entenderam de outra maneira. Mas não tivemos apoio (…) Agora temos uma chance de termos uma maior força da primeira onda. Não vou dizer segunda porque não terminamos a primeira. No Brasil temos a onda mais sustentada do mundo. Então, precisamos de diálogo e informação. Acho que neste ano teremos uma vacina para dar um alento. Não imediata, mas estou esperançoso”, completou.

Ana Catarina demonstrou aspectos técnicos de métodos e protocolos para tratamentos eficazes dos pacientes com covid-19, que devem ser trabalhados posteriormente oelo SUS. “Queremos entregar prognósticos para a sociedade através de caminhos interdisciplinares. Nossa questão principal é o que leva à evolução do (quadro clínico do) paciente da covid-19. Existe um leque de técnicas que pode dar um prognóstico para salvá-lo.”

Assista ao debate completo:


Fonte: RBA


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Após rejeição geral, Bolsonaro revoga decreto que abria caminho para privatizar SUS


Já se tornou rotina no governo de Jair Bolsonaro voltar atrás de medidas horas depois de editá-las. Desta vez, revogou o decreto que colocava o SUS nos planos privatistas de Guedes - Marcos Corrêa/PR

Da direita à esquerda, foi geral a rejeição à media que incluía unidades básicas de saúde em programa de privatização

Após intensas críticas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recuou e revogou, na noite desta quarta (28), o Decreto 10.530, que inseria a rede de atenção primária à saúde entre as parcerias com a iniciativa privada. Editado na terça (27), o texto vinha sofrendo uma ampla rejeição que atingiu diferentes espectros políticos, da esquerda à extrema direita. Na prática, o decreto sedimentava o caminho para que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) pudessem ser privatizadas. Ex-ministros da Saúde estão entre os que rechaçaram a medida do presidente durante esta quarta-feira (28). 

“Sem explicar do que se trata, é um tiro no escuro”, disse o ex-ministro de Bolsonaro Luiz Henrique Mandetta (DEM), ao apontar que o decreto não esclarecia como se daria a inserção da iniciativa privada no ramo.  

Não vamos permitir que Bolsonaro levante este tipo de debate. Vamos defender o SUS. Bolsonaro não sabe o que é o SUS, nem ministro da Saúde o Brasil tem. Proteger o SUS é dever de todo cidadão deste país”, disse o senador e ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT-PE), pelo Twitter. 

Já o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc havia ironizado o tema, em uma postagem pela mesma rede social. “Pandemia continua: SUS deve ser fortalecido. BolsoVirus enfraquece SUS – Decreto abre privatização de Unidades Básicas de Saúde. O $ desviado do orçamento da Saúde foi para submarino nuclear. Hospital de Bonsucesso incendiou por falta de $ para prevenção”, disse o ex-mandatário, em referência aos recursos investidos pelo governo na anunciada construção do primeiro submarino nacional com propulsão nuclear. 

Integrante do PSL, partido de extrema direita que elegeu Bolsonaro, o deputado federal Junior Bozzella (SP) destacou a conjuntura em que a medida veio à tona. "Publicar na surdina, em meio à pandemia, um decreto que faça qualquer tipo de aceno à privatização do Sistema Único de Saúde é apunhalar mais de 150 milhões de brasileiros pelas costas na hora em que mais precisam. É atentar contra a Constituição, que garante o acesso universal à saúde a toda população".

Bozzella disse ainda que, “depois do meio ambiente, o governo Bolsonaro vai dando sinais de que agora é a vez de tentar ‘passar a boiada’ na Saúde”. 

Já o senador oposicionista Paulo Paim (PT-RS) disse ser “inacreditável que o governo queira privatizar o SUS” e qualificou a medida como “uma irresponsabilidade”. “O Brasil precisa fortalecer o serviço público de saúde. Cerca de 150 milhões de pessoas dependem dele, principalmente os pobres. Privatizar o SUS é um ataque frontal à dignidade humana”. 

O deputado Boh Gass (PT-RS) associou as políticas de privatização à má prestação de serviços e a problemas de gestão. “Essas "parcerias" com o setor privado que Bolsonaro quer fazer nas Unidades Básicas de Saúde do SUS me remetem ao que acontece no Rio de Janeiro. Lá, muita coisa da saúde foi para a administração privada e, bem, é um escândalo atrás do outro e o sistema de saúde é um caos”.  

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) também havia reagido à novidade do governo. Em diferentes postagens nas redes, ela disse que, “com esse decreto, Bolsonaro e Guedes cometem um atentado contra a população e contra a Constituição, que diz que 'saúde é direito de todos e dever do Estado'”. 

O Congresso não pode aceitar esta violação constitucional e ameaça à vida de milhões de brasileiras e brasileiros".  

Lembrando o contexto da agenda ultraliberal de Bolsonaro, o líder psolista e candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos assinalou que o decreto faz parte de um projeto político-ideológico. “Em 2019, o Teto de Gastos tirou 20 bilhões de reais do SUS. Em 2020, querem privatizar e transformar a Saúde da Família em um ‘modelo de negócio’. Não é crise, é projeto”, frisou.   

Sociedade civil

Entidades da sociedade civil também haviam se pronunciado mais cedo contra a proposta do presidente. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) ressaltou que “o SUS salva vidas” e que privatizar os serviços “é deixar a população mais pobre entregue à própria sorte”.

Não podemos deixar isso acontecer. Um sistema privado nunca iria se preocupar em criar políticas públicas de saúde, só pensaria no lucro. A privatização do SUS é um projeto desejado por diversas correntes da sociedade, como os planos de saúde. A saúde pública brasileira garante atendimento de saúde para milhões e é, segundo Dráuzio Varella, o maior programa de distribuição de renda do mundo”, completou a entidade.   

Já a União Nacional dos Estudantes (UNE) lembrou que “todo brasileiro usa o SUS porque o SUS é responsável por vacinas, saneamento básico, transplante de órgãos, Samu, hemocentros, entre outros inúmeros serviços”.  

A líder Sônia Guajarara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), somou-se aos protestos e lembrou a gravidade da pandemia. “No pior momento sanitário que enfrentamos nas últimas décadas, Bolsonaro, incompetente que só, ainda quer privatizar o SUS, autorizando a equipe econômica a preparar modelo de privatizações para unidades básicas de saúde. Um crime atrás do outro contra o povo brasileiro”. 

Governo

Em nota divulgada nesta quarta-feira (28) à imprensa após as reações que surgiram ao decreto, o Ministério da Economia havia dito que a medida não representava "qualquer decisão prévia" e que estudos técnicos iriam "oferecer opções variadas de tratamento da questão", que depois seriam avaliadas pela gestão. 

Fonte: Brasil de Fato


TV 247

Boletim 247 - Bolsonaro revoga decreto que facilitava privatização do SUS.

Assista ao vídeo



No Twitter


 

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Em plena pandemia, Bolsonaro prepara privatização do SUS. Por Rogério Correia


O DCM recebeu a seguinte informação do deputado Rogério Correia:

URGENTE: EM PLENA PANDEMIA, BOLSONARO PREPARA PRIVATIZAÇÃO DO SUS


Por esta nem o mais insensível dos brasileiros era capaz de imaginar: em plena pandemia da covid, numa das maiores, se não a maior, crise da saúde pública na história brasileira, Jair Bolsonaro decidiu assinar decreto que abre caminho para a privatização do SUS.

O decreto inclusive foi publicado na edição de hoje do Diário Oficial da União, com o número 10.530.

Com o discurso de “parcerias com a iniciativa privada”, ele retira na prática a obrigação – definida constitucionalmente, diga-se – de a União cuidar das brasileiras e dos brasileiros. Essa é uma premissa fundamental que permitiu e permite a existência do Sistema Único de Saúde (SUS).

O deputado federal Rogério Correia acaba de protocolar na Câmara federal um projeto de decreto legislativo que susta imediatamente os efeitos da medida do governo federal. “O decreto de Bolsonaro propõe que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) saiam da esfera pública e se transfiram para a iniciativa privada”, diz o deputado. “E as UBSs são as portas de entrada do SUS, o que o governo quer de fato e no fim das contas é privatizar todo o sistema de saúde público brasileiro.”

Agora é pressionar, em todas as áreas, pela cassação dos efeitos do decreto. A saúde agradece. O Brasil e os brasileiros também.

Mandato Sempre na Luta

Rogério Correia, deputado federal (PT-MG)

 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

'É inaceitável que 10% da população vivam à custa da miséria de 90% do povo', diz Lula (VÍDEO)




O ex-presidente Lula (PT) compartilhou nesta segunda-feira (7) uma mensagem em que critica o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fala sobre a pandemia de COVID-19 e a situação do Brasil.


COVID-19

O ex-presidente destaca que "a esmagadora maioria dos mortos pelo coronavírus é de pobres, pretos, pessoas vulneráveis que o Estado abandonou" e que as vítimas fatais da pandemia são tratadas com "desdém" pelo governo federal. 

Na mensagem de mais de 20 minutos, Lula diz que o Sistema Único de Saúde (SUS) passa por um processo de sucateamento e que recursos que poderiam estar "sendo usados para salvar vidas" estão sendo destinados ao sistema financeiro. 

  • "A substituição da direção do Ministério da Saúde por militares sem experiência médica ou sanitária é apenas a ponta de um iceberg. Em uma escalada autoritária, o governo transferiu centenas de militares da ativa e da reserva para a administração federal, inclusive em muitos postos-chave, fazendo lembrar os tempos sombrios da ditadura", diz Lula.


Bolsonaro

Bolsonaro, afirma Lula, coloca o Brasil à serviço dos interesses dos Estados Unidos "de maneira humilhante". Em uma provável referência à Venezuela, o ex-presidente também afirma que Bolsonaro "ameaça envolver o país em aventuras militares contra nossos vizinhos, contrariando a própria Constituição, para atender os interesses econômicos e estratégico-militares norte-americanos".

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e sua esposa, Michelle, participam da celebração do Dia da Independência

"Depois de colocar à venda por valores ridículos as reservas do Pré-Sal, o governo desmantela a Petrobrás. Venderam a distribuidora e os gasodutos foram alienados. As refinarias estão sendo esquartejadas. Quando só restarem os cacos, chegarão as grandes multinacionais para arrematar o que tiver sobrado de uma empresa estratégica para a soberania do Brasil", afirma Lula.

  • "Com ascensão de Bolsonaro, milicianos, atravessadores de negócios e matadores de aluguel saíram das páginas policiais e apareceram nas colunas políticas. Como nos filmes de terror, as oligarquias brasileiras pariram um monstrengo que agora não conseguem controlar, mas que continuarão a sustentar enquanto seus interesses estiverem sendo atendidos", analisa o ex-presidente.



 Racismo e classe trabalhadora

O líder do PT também destaca o caso de George Floyd, homem negro morto por um policial branco nos Estados Unidos. O incidente gerou protestos de grandes proporções no país governado por Donald Trump.

"Desde que vi, naquele terrível vídeo, os 8 minutos e 43 segundos de agonia de George Floyd, não paro de me perguntar: quantos George Floyd nós tivemos no Brasil? Quantos brasileiros perderam a vida por não serem brancos? Vidas negras importam, sim. Mas isso vale para o mundo, para os Estados Unidos e vale para o Brasil", diz Lula. 

Manifestantes em rua de Nova York devido à morte do afro-americano George Floyd pela polícia em Minneapolis

O ex-presidente defende o fim do teto de gastos, afirma ser necessário aumentar os impostos dos mais ricos e cita uma frase do escritor francês Victor Hugo: "É do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos".

"É inaceitável que 10% da população vivam à custa da miséria de 90% do povo. Jamais haverá crescimento e paz social em nosso país enquanto a riqueza produzida por todos for parar nas contas bancárias de meia dúzia de privilegiados", pontua Lula. "O povo não quer comprar revólveres nem cartuchos de carabina. O povo quer comprar comida."

"Até os profetas de Wall Street e da City de Londres já decretaram que o capitalismo, tal como o mundo o conhece, está com os dias contados. Levaram séculos para descobrir uma verdade inquestionável que os pobres conhecem desde que nasceram: o que sustenta o capitalismo não é o capital. Somos nós, os trabalhadores", diz o ex-presidente.

Lula afirma querer "reconstruir com vocês" o Brasil, "uma nação comprometida com a libertação do nosso povo, dos trabalhadores e dos excluídos."




No Jornal da Fórum, ex-ministros Gilberto Carvalho e Ricardo Berzoini comentam fala de Lula e desfile de 7 de Setembro com Bolsonaro sem máscara


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Cientista diz que políticas de Temer fazem mal à saúde



Para cientista, políticas de Temer fazem mal à saúde



Agora não dá mais para dizer que é “briga de torcida”. A partir da Suécia, o cientista brasileiro, Professor Dr. Antonio Ponce de Leon, fala com exclusividade para “O Cafezinho” sobre as dramáticas consequências à Saúde Pública no Brasil, caso as políticas neoliberais do governo ilegítimo de Temer sejam efetivadas.

Afirmação do especialista em bioestatística tem como base as publicações de cientistas europeus sobre os impactos das políticas de austeridade na saúde pública. Na entrevista, o Prof. Ponce, que atua na UERJ e Instituto Karolinska da Suécia, destaca principalmente um artigo mais recente, publicado em abril deste ano e que tem como objeto de estudo o caso português. Os casos da Grécia e Espanha também são citados na entrevista.

A publicação “Efeitos da crise financeira e medidas de austeridade da Tróica na saúde e no acesso aos cuidados de saúde em Portugal” (Effects of the financial crisis and Troika austerity measures on health and health care access in Portugal) tem como um dos cientistas pesquisadores uma das maiores autoridades do mundo na atualidade, neste tipo de estudo, David Stuckleri.

Para o Prof. Antonio Ponce, a análise de dados públicos permite concluir que a austeridade aumenta nas classes média e baixa o número de suicídios e contágio por HIV. A “Bancada Evangélica” vai ter trabalho para explicar também a razão para apoiar uma política que aumenta a taxa de aborto.

Além disso, o cientista alerta para os dados da própria pesquisa sobre o dano à saúde, provocado pelo uso do carvão na geração de energia elétrica e, até mesmo, para cozinhar, em decorrência do aumento na taxa de desemprego e do aumento no preço do gás de cozinha. Assista ao vídeo.


***


Comentários Facebook