A ministra também mandou instaurar processo administrativo
disciplinar para apurar a conduta do servidor
A presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministra
Ana Arraes, decidiu, na tarde desta quarta-feira (9/6), afastar, por 60 dias, o
servidor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques do cargo de auditor da Corte.
O funcionário é apontado como o auditor responsável por
elaborar análises que levaram o presidente Jair Bolsonaro a divulgar a notícia falsa de
que o TCU questionava o número de mortes por Covid-19 no Brasil.
Ana Arraes também mandou instaurar processo administrativo
disciplinar contra o servidor e informou que pedirá à Polícia Federal que abra
inquérito para apurar a conduta do auditor.
A determinação da presidente do TCU atende a pedido do corregedor da Corte, ministro Bruno Dantas, que
solicitou o afastamento preventivo do auditor do tribunal, para que ele não
atrapalhe a investigação do caso.
Com a decisão de Ana Arraes, o servidor ficará impedido de
entrar no prédio do TCU e de ter acesso aos sistemas internos de processos da
Corte.
Reinaldo Azevedo: Bolsonaro, na prática, confessa ter
contado uma mentira sobre o TCU - 8 de jun. de 2021
Reinaldo Azevedo comenta a atribuição ao Tribunal de Contas
da União (TCU) de um documento que não existe, por parte do presidente Jair
Bolsonaro. Nesta terça, o chefe do Executivo confessou que o documento, que
supostamente tratava da supernotificação de casos de Covid-19, não existe
realmente.
Presidente do TCU decide afastar auditor que passou dados a Bolsonaro. A ministra também mandou instaurar processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do servidor https://t.co/IUBXZ5f4Nbpic.twitter.com/cUuJKYV4Rh
Ex-presidente disse que atual mandatário do Brasil não tem
capacidade de dialogar com nenhum outro líder mundial
Em entrevista de pouco menos de uma hora e meia, Lula falou
de Lava Jato, covid e eleições de 2022 - Reprodução/Youtube
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em
entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo nesta quinta-feira (1) de Abril, subiu o tom
nas críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por sua condução dos
esforços do país no combate à pandemia do novo coronavírus.
"Pelo amor de Deus, Bolsonaro, aceite o comando da
ciência! Fecha a boca! Assim como você diz que não sabe falar de
economia, não fale de saúde, deixe seus ministros falarem, o pessoal
do SUS, os governadores", disse o ex-presidente.
As críticas de Lula a Bolsonaro se dão pelo fato
de o presidente não ter, segundo o petista, trabalhado para conscientizar a
população sobre a importância do uso da máscara e de respeitar medidas de
isolamento social, além de não ter mantido um esforço, desde o início da
pandemia. para a aquisição de vacinas.
"Estamos vivendo um genocídio, não de Estado, mas
praticado pela irresponsabilidade de muitos, que brincam, que zombam, que
inventam remédios. Deus queira que o novo ministro da Saúde assuma a
responsabilidade e atenda aos apelos da ciência", afirmou Lula, no momento
em que também expressou sua solidariedade a todos os mortos e familiares dos
que perderam a vida no mundo para a covid-19.
Na entrevista, de pouco menos de uma hora e meia, o ex-presidente ainda
respondeu a perguntas sobre a política externa brasileira e a saída do governo do ex-chanceler Ernesto Araújo,
sobre as eleições de 2022, sobre a Operação Lava Jato e o período de mais de um
ano em que permaneceu preso na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR).
"Os governantes do mundo têm que se reunir para buscar uma saída
para a pandemia. E a gente tem um presidente que não consegue falar com
nenhum outro", disse o petista.
"Se esse cara (Jair Bolsonaro) estiver em uma calçada,
ninguém quer falar com ele, os outros presidentes do mundo mudam de
calçada. E ele colocou um chanceler que eu nunca vi ninguém mais bruto,
ignorante e menos diplomático do que ele", afirmou o petista, que
completou avaliando que o novo escolhido para o cargo só foi selecionado por
suas relações com a família presidencial.
Privatizações
O jornalista da Bandeirantes perguntou a Lula se,
caso viesse a ocupar novamente o cargo de presidente do Brasil, cogitaria
privatizar alguma estatal do país. O ex-presidente disse que não é favorável a
um Estado inchado, mas que considera importante que o Executivo federal
mantenha o controle sobre empresas-chave, para que possa direcionar seus
investimentos.
"Eu sou contra o governo empresarial, mas sou favorável
a um governo que seja indutor do processo de desenvolvimento. A Petrobras
pode ser uma empresa de economia mista, a Eletrobras também pode, a Caixa
Econômica Federal, também. Por que não se pode colocar o Estado como
instrumento indutor de investimentos?", questionou o ex-presidente.
Operação Lava Jato e prisão
Lula também foi perguntado e respondeu sobre os processos
que sofreu no âmbito da Operação Lava Jato, a anulação judicial dessas mesmas
ações e os 580 dias que passou na prisão, em Curitiba (PR).
"Eu estou muito feliz que a Lava Jato saiu da
minha vida. Era preciso pegar o Lula, o objetivo era tirar o Lula das eleições.
Cinco anos depois, o [ministro do STF Edson] Fachin toma a decisão e anula
os processos. Eu não tenho mais nada com a Lava Jato, durmo tranquilo e
tenho certeza que [o ex-juiz Sergio] Moro e o [procurador da República
Deltan] Dallagnol não dormem tranquilos".
O ex-presidente afirmou que todo o tempo em que esteve na cela em Curitiba só
pensava em "desmascarar a mentira de Sergio Moro" e que não
guarda rancor de ninguém. "Nunca perdi minha honra. Sempre mantive a
cabeça erguida. Sabia que a verdade iria aparecer".
Surge a prova que comprova a fraude jurídica contra o
ex-presidente Lula, que destruiu a democracia e a economia brasileira - e
depois premiou Moro como sócio milionário da Alvarez & Marsal
247 - O jornalista Reinaldo Azevedo revela que a
consultoria estadunidense que contratou Moro aparece na Lava Jato, em 2017,
numa petição da defesa de Lula, com documentos comprovando que o tríplex do
Guarujá, o centro de todo processo contra o ex-presidente, era mesmo da OAS.
Escreveu Azevedo: "Em uma petição enviada ao então juiz
Sérgio Moro no dia 19 de abril de 2017, a defesa de Lula exibia dois documentos
demonstrando que o tal tríplex de Guarujá não pertencia ao ex-presidente. Era,
na verdade, propriedade da OAS. E quem é que listava o imóvel como patrimônio
da empreiteira? Ninguém menos do que a Alvarez & Marsal, empresa de que
Moro agora é sócio honrado e acima de qualquer suspeita. Isso está devidamente
documentado".
Ao fim da reportagem, Azevedo pergunta: "Pergunta: será
que, hoje, Moro acredita na palavra da empresa de que ele é sócio diretor? Ou
ainda: será que, agora como empresário com ganhos milionários, ele espera que
juízes façam como ele fez e ignorem o que certifica a A&M?"
Ou ainda: será que, agora como empresário com ganhos milionários, ele espera que juízes façam como ele fez quando condenou o ex-presidente e ignorem o que certifica a A&M? https://t.co/LjDqGk8xfm via @UOLNoticias@UOL
Um desastre para o país o que se passa no Senado. E, se querem saber, o resultado é também ruim para o governo Bolsonaro. Sabem por quê? Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, ao arrumar um títere para rasgar o Regimento Interno do Senado, está criando dificuldades para o governo, ainda que venham a ser bem-sucedido na empreitada e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) se torne presidente da Casa. Depois virão as reformas. Depois das reformas, virão outros desafios. A causa a que Onyx se lançou larga derrotados demais pelo caminho. Uma Proposta de Emenda Constitucional precisa de 49 votos.
Está tudo errado. O Regimento Interno do Senado é explícito sobre a forma de votação. Reproduzo o caput:
Está tudo errado. O Regimento Interno do Senado é explícito sobre a forma de votação. Reproduzo o caput:
“Art. 60. A eleição dos membros da Mesa será feita em escrutínio secreto, exigida maioria de votos, presente a maioria da composição do Senado e assegurada, tanto quanto possível, a participação proporcional das representações partidárias ou dos blocos parlamentares com atuação no Senado.”
Mas o Regimento Interno não pode mudar nunca? Claro. Ele próprio estabelece as condições no Artigo 401:
Art. 401. O Regimento Interno poderá ser modificado ou reformado por projeto de resolução de iniciativa de qualquer Senador, da Comissão Diretora ou de comissão temporária para esse fim criada, em virtude de deliberação do Senado, e da qual deverá fazer parte um membro da Comissão Diretora.
1º Em qualquer caso, o projeto, após publicado em avulso eletrônico, ficará sobre a mesa durante cinco dias úteis a fim de receber emendas.
§ 2º Decorrido o prazo previsto no § 1º, o projeto será enviado:
I – à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, em qualquer caso;
II – à comissão que o houver elaborado, para exame das emendas, se as houver recebido;
III – à Comissão Diretora, se de autoria individual de Senador.
3º Os pareceres das comissões serão emitidos no prazo de dez dias úteis, quando o projeto for de simples modificação, e no de vinte dias úteis, quando se tratar de reforma.
4º Aplicam-se à tramitação do projeto de alteração ou reforma do Regimento as normas estabelecidas para os demais projetos de resolução.
5º A redação final do projeto de reforma do Regimento Interno compete à comissão que o houver elaborado e o de autoria individual de Senador, à Comissão Diretora.
Pergunta óbvia de resposta idem: Davi Alcolumbre pôs em votação a mudança do regimento: 50 a 2 a favor da mudança. O Senado conta com 81 membros. Cabe a pergunta: ele seguiu o rito? A resposta é óbvia.
A ser assim agora, então se muda a o Regimento Interno a qualquer hora, a depender das maiorias da hora, e não há mais regras.
O Inciso III do Artigo 412 ainda abre uma exceção para um eventual acordo contrariar o Regimento no Inciso III do Artigo 312, a saber:
“III – impossibilidade de prevalência sobre norma regimental de acordo de lideranças ou decisão de Plenário, exceto quando tomada por unanimidade mediante voto nominal, resguardado o quorum mínimo de três quintos dos votos dos membros da Casa;”
Também não houve a unanimidade. Nada do que foi votado é legal. Caso prevaleça a decisão e caso Alcolumbre se torne presidente, em voto aberto, presidindo ou não a sessão — outra excrescência —, não sei se o lado derrotado recorre ao Supremo. E, nesse caso, sabe-se lá o que o tribunal poderia fazer. É bom lembrar que, na votação do impeachment de Dilma, o tribunal interferiu na formação da comissão da Câmara.
Mas pergunto outra vez: esse tipo de coisa interessa à política e ao próprio governo?
É isso que estou tentando explicar ao meu colega Davi Alcolumbre: regra é para ser cumprida. O regimento do Senado é claríssimo em relação à votação da Mesa Diretora: tem que ser secreta!https://t.co/zbpQj8kRA9
A Veja pensa que engana a quem dando agora, e só agora, que Serra e Alckmin estão metidos em propinas?
Muito pouco, muito tarde, caso seja uma tentativa de recuperar a credibilidade dilapidada em anos seguidos de perseguição a Lula, a Dilma e ao PT.
Credibilidade é como virgindade: uma vez perdida, adeus.
O que pode estar acontecendo, e não só na Veja, mas nos demais veículos, é um abrandamento no jornalismo de guerra praticado para sabotar o PT no poder.
Uma vez feito o serviço, a mídia poderia, segundo este raciocínio, retornar aos tempos em que não era o monstro que se tornou.
Mas como apagar o passado?
Nesta semana mesma, o delator Youssef agregou-se a outros que negaram qualquer participação de Lula nas falcatruas da Petrobras.
Este mesmo Youssef foi usado pela Veja num dos mais sujos momentos da campanha presidencial passada. A revista colocou uma chamada infame: “Eles sabiam de tudo”.
Eles eram Dilma e Lula. Tudo eram as falcatruas na Petrobras. E o autor da “revelação” era Youssef. Pior ainda: a capa saiu exatamente no final de semana da eleição, e foi escandalosamente usada pela campanha de Aécio como propaganda eleitoral.
É esta revista do falso “eles sabiam de tudo” que agora quer se mostrar “neutra”?
É bom lembrar que foi a Veja que inaugurou o jornalismo de guerra no Brasil. Pegou em armas logo no início da gestão Lula.
Internamente, seus editores chamavam o que estavam fazendo de “jornalismo de exceção”.
Duas figuras foram vitais no processo. Na revista impressa, o colunista Diogo Mainardi. No site, o blogueiro Reinaldo Azevedo.
Você vê hoje uma multidão de Mainardis e Azevedos nas redações de jornais, rádios, revistas etc. São todos filhos de Diogo Mainardi, de Reinaldo Azevedo — e da Veja, em última instância.
Dada a influência que exercia sobre a imprensa brasileira, o jornalismo de guerra da Veja acabaria por se espalhar por todas as redações.
Nos últimos tempos de Dilma, o Jornal Nacional, por exemplo, já era uma alma gêmea da Veja.
O legado antidemocracia e anti-jornalismo da Veja é monumental.
Acreditar agora que ela mudou subitamente de personalidade demanda fé em doses colossais.
Quem acredita nisso, para lembrar nosso bom Duque de Wellington, acredita em tudo.
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