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sábado, 26 de novembro de 2016

A Veja só notou agora que Serra e Alckmin estão metidos em propina?




A Veja pensa que engana a quem dando agora, e só agora, que Serra e Alckmin estão metidos em propinas?

Muito pouco, muito tarde, caso seja uma tentativa de recuperar a credibilidade dilapidada em anos seguidos de perseguição a Lula, a Dilma e ao PT.

Credibilidade é como virgindade: uma vez perdida, adeus.

O que pode estar acontecendo, e não só na Veja, mas nos demais veículos, é um abrandamento no jornalismo de guerra praticado para sabotar o PT no poder.

Uma vez feito o serviço, a mídia poderia, segundo este raciocínio, retornar aos tempos em que não era o monstro que se tornou.

Mas como apagar o passado?

Nesta semana mesma, o delator Youssef agregou-se a outros que negaram qualquer participação de Lula nas falcatruas da Petrobras.

Este mesmo Youssef foi usado pela Veja num dos mais sujos momentos da campanha presidencial passada. A revista colocou uma chamada infame: “Eles sabiam de tudo”.



Eles eram Dilma e Lula. Tudo eram as falcatruas na Petrobras. E o autor da “revelação” era Youssef. Pior ainda: a capa saiu exatamente no final de semana da eleição, e foi escandalosamente usada pela campanha de Aécio como propaganda eleitoral.

É esta revista do falso “eles sabiam de tudo” que agora quer se mostrar “neutra”?

É bom lembrar que foi a Veja que inaugurou o jornalismo de guerra no Brasil. Pegou em armas logo no início da gestão Lula.

Internamente, seus editores chamavam o que estavam fazendo de “jornalismo de exceção”.

Duas figuras foram vitais no processo. Na revista impressa, o colunista Diogo Mainardi. No site, o blogueiro Reinaldo Azevedo.

Você vê hoje uma multidão de Mainardis e Azevedos nas redações de jornais, rádios, revistas etc. São todos filhos de Diogo Mainardi, de Reinaldo Azevedo — e da Veja, em última instância.

Dada a influência que exercia sobre a imprensa brasileira, o jornalismo de guerra da Veja acabaria por se espalhar por todas as redações.

Nos últimos tempos de Dilma, o Jornal Nacional, por exemplo, já era uma alma gêmea da Veja.

O legado antidemocracia e anti-jornalismo da Veja é monumental.

Acreditar agora que ela mudou subitamente de personalidade demanda fé em doses colossais.

Quem acredita nisso, para lembrar nosso bom Duque de Wellington, acredita em tudo.

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