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quinta-feira, 18 de julho de 2024

Décadas de monitoramento dos EUA sobre Lula produzem 819 documentos, diz mídia


Segundo pesquisa realizada por Fernando Morais, biógrafo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a íntegra dos 819 documentos sobre o petista reúne 3.300 páginas de informação


© AP Photo / Andrew Caballero-Reynolds

De acordo com a Folha de S.Paulo, o jornalista e escritor Fernando Morais solicitou ao governo norte-americano que fornecesse dados sobre registros referentes ao presidente Lula produzidos em diferentes órgãos de Estado nos EUA.

Morais, que lançou em 2021 o primeiro volume da biografia de Lula, trabalha agora em seu segundo volume, razão pela qual decidiu requerer as informações a todas as agências dos EUA, por meio da Lei de Acesso à Informação norte-americana.

De acordo com a apuração, os dados se referem ao período de 1966 a 2019, ano em que os pedidos foram protocolados. Apenas a CIA mantém 613 documentos sobre Lula, que totalizam 2.000 páginas.

O escritor, que contou com a ajuda do escritório de advocacia Pogust Goodhead, ainda não teve acesso à íntegra dos documentos, mas adiantou que compreendem cinco décadas a vida do presidente brasileiro dando conta de diferentes registros como a relação de Lula com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com autoridades do Oriente Médio e da China, além de planos militares brasileiros e a produção da Petrobras.


"É preciso jogar luz na relação entre os dois maiores países do continente americano. Esse é um direito do nosso cliente Fernando Morais e de todos os brasileiros. Estamos confiantes de que as autoridades norte-americanas atenderão nosso pedido", disse Tom Goodhead, sócio-administrador global do Pogust Goodhead.


EUA criaram 12 bases de 

espionagem na Ucrânia nos 

últimos 8 anos, diz mídia


Ainda segundo a apuração, até o momento, foram encontrados 613 documentos da CIA, 111 do Departamento de Estado, 49 da Agência de Inteligência da Defesa, 27 do Departamento de Defesa, oito do Exército Sul dos Estados Unidos, unidade de apoio das Forças Armadas norte-americanas, e um do Comando Cibernético do Exército, braço militar de operações e informação digital.


"Sabemos que o governo norte-americano analisou de perto o cenário político brasileiro nas últimas décadas, e Lula é um dos personagens mais marcantes e importantes da história da América Latina", disse Morais à Folha.

 

Em 2013, a mídia brasileira noticiou largamente que a então presidente Dilma havia sido alvo de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). Documentos secretos que baseiam as denúncias foram obtidos pelo jornalista Gleen Greenwald com o ex-técnico da agência Edward Snowden. Dois anos depois, o portal WikiLeaks divulgou informações confidenciais da NSA, revelando nova espionagem contra Dilma, assessores e ministros.

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Fonte: Sputnik Brasil


[NocauteTV]


Assange: o Brasil é o país mais espionado pelos EUA e na América Latina



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domingo, 26 de maio de 2024

De grampos contra Dilma a boicotes, os fatos que marcaram os 200 anos da relação Brasil-EUA


Mais de dois anos após a independência do Brasil do Reino Unido de Portugal, os Estados Unidos reconheciam o país como uma nação soberana, em 1824, e eram inaugurados os laços políticos, econômicos e culturais que completam dois séculos neste domingo (26). Porém, as relações nem sempre foram marcadas por amistosidade e parceria.


© Roberto Stuckert Filho/PR

 
Segundo principal destino das exportações brasileiras, atrás da China, e terceiro maior parceiro econômico, os Estados Unidos e o Brasil comemoram 200 anos de relações diplomáticas neste 26 de maio de 2024. Em comemoração à data, os países vão elaborar um mapeamento inédito sobre comércio bilateral e investimentos que envolvem as duas maiores economias das Américas. Ao ultrapassar o produto interno bruto (PIB) do Canadá no ano passado, o Brasil retomou a segunda posição na região.

Durante o século XIX, com predomínio do período imperial brasileiro, até 1889 a política externa dos dois países foi marcada mais por divergências do que por aproximações. Enquanto os Estados Unidos adotavam um sistema republicano, o Brasil manteve a monarquia e, com isso, era mais próximo da Europa.

Mesmo assim, Washington já se envolvia diretamente em revoltas republicanas no país, como a Farroupilha e a Balaiada, com o objetivo de implantar seus ideais na jovem nação. Mas foram justamente as questões econômicas que viraram a chave da parceria. Depois que o território brasileiro se tornou o maior produtor de café do mundo, houve uma forte aproximação, que se manteve firme até 1865, no fim da guerra civil norte-americana, quando o Brasil perdia seu principal aliado escravocrata no continente.


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para discutir Ucrânia;

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Qual a relação entre o Brasil e os EUA?

Passados os primeiros anos após o fim da monarquia brasileira, a jovem república, sob a figura do então ministro das Relações Exteriores José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, uma nova política externa brasileira foi estabelecida. Apesar de não se configurar como um "alinhamento automático" com os EUA, o país passou a ser visto na América do Sul como um guardião da Doutrina Monroe.

Já na Era Vargas, em que o mundo vivia os impactos do colapso da Bolsa de Nova York em 1929 e a Grande Depressão, houve uma tentativa brasileira de independência econômica e busca pelo maior desenvolvimento social, o que gerou afastamento dos EUA até anos antes do início da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, a política externa brasileira ficou conhecida como "jogo duplo".


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 de nova potência nas Américas?


Por que os Estados Unidos apoiaram a ditadura no Brasil?

Em um contexto de Guerra Fria entre EUA e União Soviética, a interferência norte-americana no Brasil chegou a tal ponto que Washington foi responsável por um dos períodos mais turbulentos da história recente: o golpe que levou à ditadura militar brasileira.

No fim da década de 1950, o governo americano contribuiu com o financiamento do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), entidade anticomunista, ligada à Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), que ajudou a consolidar uma bancada de deputados conservadores.

Paralelamente à atuação norte-americana, as políticas do então presidente João Goulart (1961–1964) — voltadas para a nacionalização da indústria de petróleo, reforma agrária e reforma trabalhista, colocadas pela elite brasileira como um caminho inicial para "implantar o comunismo no país" — foram usadas como massa de manobra para grandes manifestações tomarem conta das ruas, como a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que em março de 1964 reuniu entre 300 mil e 500 mil pessoas em São Paulo. Tudo levava a um cenário ideal para a tomada do poder pelos militares apoiados pelos EUA, golpe que se concretizou no final daquele mesmo mês.

Até 1976 houve apoio quase incondicional dos norte-americanos a Brasília, quando o então governo do general Ernesto Geisel tentou buscar maior autonomia em relação aos EUA. Foi justamente nessa época que o Brasil estabeleceu relações diplomáticas com a China e até iniciou negociações com o Iraque de Saddam Hussein para o desenvolvimento conjunto de armas atômicas, o que levou a um quase rompimento diplomático. Pouco anos depois, em 1984, acabava a ditadura militar.


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Boicote ao programa espacial brasileiro

Já na década de 1990, com o novo rumo democrático do Brasil, telegramas confidenciais do Itamaraty mostraram o boicote dos Estados Unidos ao programa espacial brasileiro, com a realização de embargos tecnológicos que impediram o país a comprar equipamentos essenciais para conduzir o projeto. Um dos efeitos foi o atraso na entrega do Veículo Lançador de Satélites (VLS), que deveria ter ficado pronto em 1989 e só fez o primeiro teste em 1997.

Parte da comunicação entre a diplomacia dos dois países na época, em que o Brasil demonstrava "estranheza e preocupação" com os constantes boicotes, foi divulgada pelo WikiLeaks já em 2010, revelando manobras norte-americanas para afetar o programa espacial brasileiro até 2009.


EUA pressionaram por saída de brasileiro na OPAQ para conseguir atacar o Iraque

Começava um novo século e, junto com ele, nos anos 2000, o interesse do então governo do republicano George W. Bush de iniciar uma guerra contra o Iraque, presidido por Saddam Hussein. Na época, a justificativa para a ação militar era a suposta presença de armas de destruição em massa que poderiam ser usadas por grupos terroristas. Porém, havia uma forte rejeição da teoria justamente por um brasileiro: o embaixador José Maurício Bustani, que dirigia a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), principal órgão internacional destinado a evitar a proliferação de armas nucleares, químicas, bacteriológicas e mísseis.

Sob o diretor brasileiro, entre 1997 e 2002, a entidade ganhou força, reduziu em 15% a quantidade de armas químicas, realizou cerca de 1,1 mil inspeções e fez o número de membros saltar de 87 para 145. Pouco antes da tentativa de os Estados Unidos invadirem o Iraque, Bustani estava prestes a fechar a adesão de Bagdá à OPAQ. Com isso, o país seria inspecionado e a justificativa do presidente Bush para a guerra cairia por terra.


Foi nisso que veio a reação da diplomacia norte-americana, que pressionou o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (1995–2022) a fazer Bustani renunciar ao cargo. Passados mais de 20 anos, o ex-embaixador disse sofrer por não ter evitado a guerra, que nunca levou ao encontro das alegadas armas químicas, e confirmou que foi demitido do cargo após intenso lobby norte-americano.


Grampo contra a ex-presidente Dilma

Outra revelação do site WikiLeaks foi a espionagem realizada pela Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) no período em que a ex-presidente Dilma Rousseff (2011–2016) esteve no poder. Ao todo, 29 telefonemas da própria presidente, além de ministros, diplomatas e assessores, foram grampeados pelos Estados Unidos.

Um dos números telefônicos monitorados foi o usado a bordo do avião presidencial, em que Dilma se comunicava durante as viagens internacionais. Inclusive o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito Siqueira, que era responsável pela segurança presidencial, foi um dos monitorados pelo governo de Barack Obama (2009–2017). Ainda foram instalados grampos em embaixadas, residências de diplomatas e até no Banco Central.

Os documentos sigilosos foram vazados pelo ex-servidor da NSA Edward Snowden e também apontam que e-mails de Dilma Rousseff foram interceptados. Anos depois, a ex-presidente sofreu um processo de impeachment e acabou sendo afastada do cargo, época que também levou o Brasil a uma grave crise econômica.


Lava Jato, 10 anos: se operação
 nunca tivesse ocorrido, Brasil seria
a 3ª maior economia do mundo?


EUA usaram a Lava Jato para fins políticos?

Quase na mesma época da revelação dos grampos contra o governo Dilma, começava no Brasil a operação Lava Jato, que tinha o objetivo de investigar esquemas de corrupção entre políticos, empreiteiras e a maior empresa do país, a Petrobras. Ao longo de 79 fases e quase sete anos, a Lava Jato realizou o cumprimento de mais de mil mandados de busca e apreensão, além de ordens de prisão temporária, prisão preventiva e condução coercitiva, e colocou um ex-presidente atrás das grades: Luiz Inácio Lula da Silva, que posteriormente teve a condenação revertida e foi constatada a parcialidade do então juiz Sergio Moro no processo judicial. Somado a isso, o Brasil também viu a rota de crescimento inverter, quando o PIB chegou a cair 3,5% ao longo de dois anos.

Com isso, o país viveu uma recessão, saindo de 6ª para a 15ª economia do mundo, e viu ruir as maiores empresas brasileiras que até então se consolidavam mundo afora. E foi justamente o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que se articulou diretamente com juízes e agentes do sistema judiciário do Paraná, com denúncias de que inclusive teriam sido instruídos pelo órgão norte-americano na época.


Recuo após apoio público na OCDE

Nos anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que em grande parte coincidiu com a gestão de Donald Trump nos EUA, os dois países estiveram próximos, pelo menos em afagos públicos entre os dois líderes. Durante a visita de Bolsonaro ao país em 2019, Trump chegou a declarar apoio à tentativa do governo brasileiro de ingressar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado clube dos países ricos. Em troca do aval norte-americano, Brasília inclusive abriu mão do status de país em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC), que garantia melhores condições na entidade.

Bastaram alguns meses para o governo Trump mudar de posicionamento: em agosto do mesmo ano, o então secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, disse que o país endossava as candidaturas à OCDE apenas da Argentina e Romênia, um balde de água fria às intenções brasileiras.


'Vítima de bloqueio tecnológico'

Já em abril deste ano, o secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Manuel Rebelo Fernandes, chegou a avaliar à Sputnik Brasil que os Estados Unidos têm impedido o Brasil de se desenvolver tecnologicamente.

"Talvez o caso mais exemplar seja o programa de enriquecimento do urânio, o nosso programa nuclear, que por pressão dos Estados Unidos foi bloqueada uma transferência de tecnologia da Alemanha", declarou à época.


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Fonte: Sputnik Brasil


História 01

História 02


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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Internautas querem Moro preso após carta de Léo Pinheiro expor um crime brutal da Lava Jato


Nome do ex-juiz é um dos assuntos mais comentados nas redes após o empreiteiro Léo Pinheiro escrever uma carta desmentindo sua própria delação com acusações contra o ex-presidente Lula


 (Foto: Reprodução/Twitter)

247 O nome ex-juiz Sérgio Moro é um dos assuntos mais comentados nas redes após o empreiteiro Léo Pinheiro escrever uma carta desmentindo sua própria delação com acusações contra o ex-presidente Lula. 

Internautas apontam que Moro foi o principal personagem que, em nome da força-tarefa, quebrou a economia do Brasil e promoveu um achincalhamento contra o petista. 


Saiba mais 

 Na carta escrita em maio e anexada ao processo em junho, Pinheiro disse que nunca autorizou ou teve conhecimento de pagamentos de propina às autoridades citadas no caso. Também disse que não houve menção sobre vantagens indevidas durante o encontro ocorrido na Costa Rica. Esse documento foi uma das bases da defesa de Lula, liderada pelo advogado Cristiano Zanin, para solicitar à Justiça de São Paulo o arquivamento da investigação.

Na carta escrita de próprio punho, Pinheiro afirmou também que não sabe informar “se houve intercessão do Ex. Presidente Lula junto à Presidente (ex) Dilma e/ou Ex. Ministro Paulo Bernardo”. “A empresa OAS não obteve nenhuma vantagem, pois inclusive não foi beneficiada por empréstimos do BCIE – Banco Centro Americano de Integração Econômica. Não sabendo informar se houve efetividade da solicitação do Presidente do BCIE, senhor Nick Rischbieth Alöe junto ao senhor Ex. Presidente Lula e demais autoridades citadas”, concluiu Pinheiro.

Veja a repercussão:


 

 

 

 

 


LÉO PINHEIRO ESCREVE CARTA DE PRÓPRIO PUNHO E VOLTA ATRÁS EM ACUSAÇÕES CONTRA LULA | Cortes 247

Assista ao VÍDEO


terça-feira, 24 de agosto de 2021

Lula se reúne com Eunício, que votou pelo impeachment de Dilma


O objetivo é firmar um movimento do ex-presidente com outras lideranças que disputaram as eleições nos últimos anos


O deputado e o ex-presidente mantiveram diálogo nos últimos anos, mesmo sendo opositores políticos (foto: Twitter/Reprodução )

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou, em agendas diferentes, com os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Cid Gomes (PDT-CE) e o ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), em Fortaleza, nesta segunda-feira (23/8).



 As reuniões ocorreram com o objetivo de firmar um movimento do ex-presidente com outras lideranças que disputaram as eleições nos últimos anos, focando na sua possível candidatura presidencial em 2022 e em oposição a Jair Bolsonaro.

Lula foi ao Ceará na companhia da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT) e do ex-deputado estadual Ilário Marques (PT-CE). O encontro com Tasso durou aproximadamente uma hora e ocorreu no escritório particular do tucano.

De acordo com a assessoria de imprensa do deputado, a conversa focou no cenário atual da política brasileira, na importância da defesa intransigente da democracia, no fortalecimento das instituições e no compromisso de resistência a qualquer ato ou medida que ponha em risco a democracia no Brasil. Jereissati informou ainda que não formou nenhuma aliança eleitoral.

O deputado e o ex-presidente mantiveram diálogo nos últimos anos, mesmo sendo opositores políticos. Durante a prisão de Lula, o senador enviou uma carta de solidariedade após a morte do neto do petista, em março de 2019.  

Após o encontro, Lula se reuniu com o senador Cid Gomes (PDT), irmão do ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, que vem atacando o petista nos últimos meses. Além disso, ele encontrou com o governador Camilo Santana (PT) e teve uma agenda com o ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB).

Lula tem se encontrado com políticos do centro e deu sinais de que está planejando formar aliança com outros partidos além da esquerda, para se opor a Jair Bolsonaro na próxima eleição. De acordo com aliados do ex-presidente, o partido mais próximo é o PL, legenda "número 2" no bloco formado pelo Centrão e que hoje declara apoio a Bolsonaro.

No Ceará, PSDB e PT podem continuar sendo opostos, e os tucanos caminham para firmar aliança com o PDT, enquanto a legenda petista fala em candidatura própria.

Com informações de Estadão Conteúdo

Fonte: Estado de Minas


TV Senado

Eunício espera pelo menos 50 votos favoráveis ao encaminhamento do impeachment de Dilma - 11 de mai. de 2016

Assista ao VÍDEO



E o golpe ????



 

domingo, 25 de abril de 2021

Sergio Moro no lixo da história


Cristina Serra na Folha de SP: Sergio Moro no lixo da história




 O Supremo consagrou a vitória do devido processo legal, do Estado de Direito e da justiça

Na sessão do STF que examinou a equivalência entre turmas e plenário como fóruns de decisão da corte, uma rápida discussão entre os ministros Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandovski resumiu o cerne do que estava em jogo: se vale tudo no Judiciário para perseguir e prender inimigos políticos ou se ainda podemos acreditar na prevalência do devido processo legal.

A Vaza Jato mostrou que o ex-juiz Sergio Moro sugeriu pistas, informantes e estratégias aos procuradores da Lava Jato, ou seja, tramou fora dos autos como chefe da investigação. Violou o direito básico do réu a um juiz imparcial e desprezou o código de ética da magistratura.

O ministro Barroso considerou que a Vaza Jato revelou apenas “pecadilhos”, “fragilidades humanas”, “maledicências”. A complacência não passou em branco para Lewandovski, que lembrou outros excessos de Moro muito antes da entrada em cena do hacker e do site The Intercept, como conduções coercitivas e prisões preventivas excessivas.

Acrescento aqui a interceptação telefônica de advogados de defesa e o vazamento do grampo ilegal de conversa entre Lula e a presidente Dilma Rousseff. À época, a ilicitude mereceu apenas leve reprimenda do então relator da Lava Jato, Teori Zavascki, morto em 2017, e o assunto foi encerrado com pedido de “escusas” de Moro. Lewandovski assinalou também que as críticas ao modus operandi do ex-juiz não podem ser confundidas com defesa da corrupção. É uma distorção costumeira e que desqualifica esse debate.

Como o ministro Marco Aurélio Mello se aposentará em breve, espera-se que seja rápido na devolução do caso ao plenário. O Brasil precisa virar essa página. O que importa, porém, já está decidido. O Supremo consagrou a vitória do devido processo legal, do Estado democrático de Direito e da justiça. O ex-presidente Lula, impedido por Moro de concorrer em 2018, está livre para disputar em 2022. E Moro irá para o lugar reservado aos canalhas: a lata de lixo da história.


*Cristina Serra é paraense, jornalista e escritora. É autora dos livros “Tragédia em Mariana – a história do maior desastre ambiental do Brasil” e “A Mata Atlântica e o Mico-Leão-Dourado – uma história de conservação”.

Por Cristina Serra*

Folha de São Paulo – 24/04/2021 (Link original)

Fonte: Deputado Alencar


Rede TVT

Acompanhe a sessão do STF que discute decisão da segunda turma que declarou suspeição de Sergio Moro no julgamento de Lula na Lava Jato. 22 de abr. de 2021

Durante a sessão, vamos ter comentário e análise de especialistas sobre a discussão no STF.

Assista ao VÍDEO



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sexta-feira, 16 de abril de 2021

Sérgio Moro participa de negociações secretas entre Brasil e Estados Unidos sobre a Amazônia


O desonrado juiz Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, em uma reunião privada bilateral EUA-Brasil sobre a floresta amazônica é motivo de preocupação. Sem cargo divulgado junto ao governo dos Estados Unidos ou do Brasil, quais interesses ele representa?



As negociações a portas fechadas entre a administração de Joe Biden e o regime de Bolsonaro estão enfrentando oposição feroz; uma nova campanha insta Biden a encerrar as negociações secretas sobre o futuro da Amazônia, depois que uma coalizão de 199 grupos da sociedade civil entregou uma carta ao governo dos Estados Unidos exigindo que qualquer discussão sobre o futuro da floresta tropical inclua o povo brasileiro.

Mas um  relato da última reunião, vazado para o Sentinel da Kennesaw State University , revela um novo componente que vai causar preocupação e confusão no Brasil: Sérgio Moro.

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e o desgraçado juiz de Lava Jato levaram o presidente de extrema direita ao poder ao prender Lula da Silva. Após a anulação das acusações contra Lula , Moro agora enfrenta investigação pelo Supremo Tribunal Federal pelo crime de parcialidade judicial no processo e na prisão do ex-presidente.

No encontro virtual, com políticos, economistas, diplomatas e empresários brasileiros, o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, insistiu que a cúpula dos líderes climáticos de Joe Biden na próxima semana seria “a última chance do Brasil de mostrar sua preocupação ambiental, restaurar a confiança americana e expandir relações com a Casa Branca. ”

A presença de Moro nessas reuniões da Amazon é, no mínimo, incongruente. Ele não é mais membro do governo brasileiro e não possui cargo divulgado junto ao governo dos Estados Unidos ou suas agências. Para quem ele está trabalhando? Quem ele está representando?

Recentemente, ele assumiu uma  posição de parceria / diretoria com a empresa de consultoria global com sede nos EUA, Alvarez & Marsal . Quando o contratou, a empresa apresentou o ex-juiz como um especialista em “principais investigações anticorrupção” e “aconselhando clientes sobre estratégia regulatória e conformidade”.

A linha do tempo conhecida das conexões de Moro com os Estados Unidos remonta a quase 25 anos. Muito antes de ser retratado heroicamente no New York Times e na revista Time, que o nomeou entre as 100 pessoas do ano em 2016.

De um programa de intercâmbio na Harvard Law School em 1998, Moro então participou do Programa de Liderança de Visitantes Internacionais do Departamento de Estado dos EUA , “visitando agências e instituições dos EUA responsáveis ​​pela prevenção e combate à lavagem de dinheiro”.

A partir de 2009, nós o vemos vinculado ao Projeto Bridges, um esforço secreto dos EUA para estimular os funcionários públicos brasileiros a cumprir os objetivos geopolíticos revelados em telegramas vazados do Departamento de Estado . A “ colaboração informal ” do DOJ / FBI com a Operação Lava Jato surgiu do Projeto Pontes ou Pontes , e a investigação anticorrupção estava efetivamente operando como agência dos EUA, proporcionando tanto o cenário político para o impeachment de Dilma Rousseff, quanto a prevenção do retorno de Lula ao presidência dois anos depois.

Ao entrar no governo em janeiro de 2019, Moro acompanhou Bolsonaro à sede da CIA em Langley , a primeira visita de um presidente brasileiro na história. Como chefe do novo ministério da justiça e segurança, Moro supervisionou a grande expansão da jurisdição do FBI e alcance dentro do território soberano brasileiro, incluindo o estabelecimento dos chamados centros de coleta de inteligência Fusion . Em conversas que vazaram, o promotor-chefe de Lava Jato, Deltan Dellagnol, chamou a prisão de Lula de “ um presente da CIA ”.

Então, em que posição e em nome de quem Sérgio Moro está participando de negociações confidenciais entre os Estados Unidos e o Brasil sobre política ambiental? E para qual país?

Uma pista pode estar no que dizem que ele disse na reunião e em sua conversa com o embaixador dos EUA, Chapman. De acordo com o relato anônimo da reunião:

“Moro, por sua vez, perguntou se havia algo que o setor privado pudesse fazer se o governo brasileiro não cooperasse com o meio ambiente e ouviu de Chapman que muitas empresas americanas estão exigindo uma resposta mais agressiva ao meio ambiente, porque não o fazem querem pagar em nome dos envolvidos em ilegalidades e desmatamento. ”

As empresas que mais investem no desmatamento na Amazônia são membros do lobby / think tank de Wall Street Conselho das Américas , que está intrinsecamente relacionado ao Departamento de Estado, compartilhando muitos funcionários antigos e atuais, e realizando seu evento anual em sua sede o Harry S. Truman prédio.

O Conselho das Américas promoveu sem fôlego Sérgio Moro, Lava Jato e a guerra contra a corrupção no Brasil e na América Latina, o que trouxe benefícios imediatos para seus membros como Cargill, Blackrock, Rio Tinto e Chevron. Mesmo depois dos incêndios que varreram a região em 2019 , em fevereiro de 2020, sua revista interna Americas Quarterly publicou um artigo afirmando que “ o plano de Bolsonaro para a Amazônia tem verdadeiras razões para ter esperança ”. No Fórum Econômico Mundial de Davos 2017, o procurador-geral brasileiro Rodrigo Janot disse aos participantes que Lava Jato era “pró-mercado ”, uma posição política que não deveria ter. Dois anos depois, com Bolsonaro no poder, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos tentou premiar oForça-tarefa Lava Jato uma propina de $ 672 milhões de dólares .

Independentemente da administração, republicana ou democrata, sempre que os Estados Unidos negociarem pela Amazônia será sempre em nome desses interesses corporativos arraigados, ao lado de quaisquer novas preocupações ambientais que possam ocupar as manchetes.

Nesse sentido, a participação de Moro nesta reunião talvez não seja surpreendente ...

Fonte: Brasil Wire


Jessé Souza

A relação íntima da Lava-Jato com os Estados Unidos - 20 de mar. de 2020

As recentes descobertas da Vaza-Jato relacionadas ao envolvimento dos Estados Unidos com a Lava-Jato são muito importantes na medida em que revelam a íntima relação entre os agentes públicos brasileiros, na figura de juízes e promotores, e o Departamento de Estado norte-americano. Essas informações comprovam por fim o que já intuíamos: o envolvimento direto dos Estados Unidos com os desdobramentos históricos ocorridos no Brasil nos últimos seis anos, indo desde ao desmonte de empresas como Petrobras e Odebrecht, passando pelo impeachment de Dilma, o governo Temer, a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, o representante político de uma verdadeira quadrilha.

Dessa forma, os Estados Unidos adotaram a estratégia de fazer uso de suas leis internas de combate à corrupção, aplicáveis apenas dentro do território norte-americano, e buscaram expandí-las para além de suas fronteiras, de modo a favorecer seus interesses particulares. Tudo isso é parte do DNA do imperialismo dos Estados Unidos, tema que discuto em profundidade no meu novo livro “A guerra contra o Brasil”. O discurso de defesa da democracia, do combate à corrupção e da defesa dos direitos humanos oculta os reais objetivos desse conluio: beneficiar as grandes corporações dos Estados Unidos e enfraquecer a competitividade das empresas brasileiras. Os encontros ocorridos entre juízes e promotores da Lava-Jato com autoridades norte-americanas foram realizados sem o conhecimento do Ministério da Justiça brasileiro e do à época ministro da Justiça, o que evidencia a sua ilegalidade e falta de transparência. Estamos, portanto, falando de um crime grave, constituído em encontros ilegais e no fornecimento de informações brasileiras estratégicas para o governo norte-americano.

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sábado, 10 de abril de 2021

Jornal francês mostra como os EUA usaram a "lava jato" para seus próprios fins


O que começou como a "maior operação contra a corrupção do mundo" e degenerou no "maior escândalo judicial do planeta" na verdade não passou de uma estratégia bem-sucedida dos Estados Unidos para minar a autonomia geopolítica brasileira e acabar com a ameaça representada pelo crescimento de empresas que colocariam em risco seus próprios interesses.



 

A história foi resgatada em uma reportagem do jornal francês Le Monde Diplomatique deste sábado (10/4), assinada por Nicolas Bourcier e Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe (Opalc) da universidade Sciences Po de Paris.

Tudo começou em 2007, durante o governo de George W. Bush. As autoridades norte-americanas estavam incomodadas pela falta de cooperação dos diplomatas brasileiros com seu programa de combate ao terrorismo. O Itamaraty, na época, não estava disposto a embarcar na histeria dos EUA com o assunto.

Para contornar o desinteresse oficial, a embaixada dos EUA no Brasil passou a investir na tentativa de criar um grupo de experts locais, simpáticos aos seus interesses e dispostos a aprender seus métodos, "sem parecer peões" num jogo, segundo constava em um telegrama do embaixador Clifford Sobel a que o Le Monde teve acesso.

Sergio Moro aprendeu os métodos 
norte-americanos de defender 
os interesses norte-americanos
 fora dos EUA

Assim, naquele ano, Sergio Moro foi convidado a participar de um encontro, financiado pelo departamento de estado dos EUA, seu órgão de relações exteriores. O convite foi aceito. Na ocasião, fez contato com diversos representantes do FBI, do Departament of Justice (DOJ) e do próprio Departamento de Estado dos EUA (equivalente ao Itamaraty).

Para aproveitar a dianteira obtida, os EUA foram além e criaram um posto de "conselheiro jurídico" na embaixada brasileira, que ficou a cargo de Karine Moreno-Taxman, especialista em combate à lavagem de dinheiro e ao terrorismo.

Por meio do "projeto Pontes", os EUA garantiram a disseminação de seus métodos, que consistem na criação de grupos de trabalho anticorrupção, aplicação de sua doutrina jurídica (principalmente o sistema de recompensa para as delações), e o compartilhamento "informal" de informações sobre os processos, ou seja, fora dos canais oficiais. Qualquer semelhança com a "lava jato" não é mera coincidência.

Em 2009, dois anos depois, Moreno-Taxman foi convidada a falar na conferência anual dos agentes da Polícia Federal brasileira, em Fortaleza. Diante de mais de 500 profissionais, a norte-americana ensinou os brasileiros a fazer o que os EUA queriam: "Em casos de corrupção, é preciso ir atrás do 'rei' de maneira sistemática e constante, para derrubá-lo."

"Para que o Judiciário possa condenar alguém por corrupção, é preciso que o povo odeie essa pessoa", afirmou depois, sendo mais explícita. "A sociedade deve sentir que ele realmente abusou de seu cargo e exigir sua condenação", completou, para não deixar dúvidas.

O nome do então presidente Lula não foi citado nenhuma vez, mas, segundo os autores da reportagem, estava na cabeça de todos os presentes: na época, o escândalo do "Mensalão" ocupava os noticiários do país.


Semente plantada 


O PT não viu o monstro que estava sendo criado, prosseguem os autores. As autoridades estrangeiras, com destaque para um grupo anticorrupção da OCDE, amplamente influenciado pelos EUA, começaram a pressionar o país por leis mais duras de combate à corrupção.

Nesse contexto, Moro foi nomeado, em 2012, para integrar o gabinete de Rosa Weber, recém indicada para o Supremo Tribunal Federal. Oriunda da Justiça do Trabalho, a ministra precisava de auxiliares com expertise criminal para auxiliá-la no julgamento. Moro, então, foi um dos responsáveis pelo polêmico voto defendendo "flexibilizar" a necessidade de provas em casos de corrupção.

"Nos delitos de poder, quanto maior o poder ostentado pelo criminoso, maior a facilidade de esconder o ilícito. Esquemas velados, distribuição de documentos, aliciamento de testemunhas. Disso decorre a maior elasticidade na admissão da prova de acusação", afirmou a ministra em seu voto.

O precedente foi levado ao pé da letra pelo juiz e pelos procuradores da "lava jato" anos depois, para acusar e condenar o ex-presidente Lula no caso do tríplex.

Em 2013, a pressão internacional fez efeito, e o Congresso brasileiro começou a votar a lei anticorrupção. Para não fazer feio diante da comunidade internacional, os parlamentares acabaram incorporando mecanismos previstos no Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), uma lei que permite que os EUA investiguem e punam fatos ocorridos em outros países. Para especialistas, ela é instrumento de exercício de poder econômico e político dos norte-americanos no mundo.

Em novembro daquele mesmo ano, o procurador geral adjunto do DOJ norte-americano, James Cole, anunciou que o chefe da unidade do FCPA viria imediatamente para o Brasil, com o intuito de "instruir procuradores brasileiros" sobre as aplicações do FCPA.

Sem apoio parlamentar e castigada 
pela opinião pública, Dilma Rousseff deu
 aval a medidas que acabariam 
com os planos do PT

A nova norma preocupou juristas já na época. O Le Monde cita uma nota de Jones Day prevendo que a lei anticorrupção traria efeitos deletérios para a Justiça brasileira. Ele destacou o caráter "imprevisível e contraditório" da lei e a ausência de procedimentos de controle. Segundo o documento, "qualquer membro do Ministério Público pode abrir uma investigação em função de suas próprias convicções, com reduzidas possibilidades de ser impedido por uma autoridade superior".

Dilma Rousseff, já presidente à época, preferiu não dar razões para mais críticas ao seu governo, que só aumentavam, e sancionou a lei, apesar dos alertas. 

Em 29 de janeiro de 2014, a lei entrou em vigor. Em 17 de março, o procurador-geral da República da época, Rodrigo Janot, chancelou a criação da "força-tarefa" da "lava jato". Desde seu surgimento, o grupo atraiu a atenção da imprensa, narra o jornal. "A orquestração das prisões e o ritmo da atuação do Ministério Público e de Moro transformaram a operação em uma verdadeira novela político-judicial sem precedentes", afirmam Bourcier e Estrada.


Lição aprendida


No mesmo momento, a administração de Barack Obama nos EUA dava mostras de seu trabalho para ampliar a aplicação do FCPA e aumentar a jurisdição dos EUA no mundo. Leslie Caldwell, procuradora-adjunta do DOJ, afirmou em uma palestra em novembro de 2014: "A luta contra a corrupção estrangeira não é um serviço que nós prestamos à comunidade internacional, mas sim uma medida de fiscalização necessária para proteger nossos próprios interesses em questões de segurança nacional e o das nossas empresas, para que sejam competitivas globalmente."

O que mais preocupava os EUA era a autonomia da política externa brasileira e a ascensão do país como uma potência econômica e geopolítica regional na América do Sul e na África, para onde as empreiteiras brasileiras Odebrecht, Camargo Corrêa e OAS começavam a expandir seus negócios (impulsionadas pelo plano de criação dos "campeões nacionais" patrocinado pelo BNDES, banco estatal de fomento empresarial).

"Se acrescentarmos a isso as relações entre Obama e Lula, que se deterioravam, e um aparelho do PT que desconfiava do vizinho norte-americano, podemos dizer que tivemos muito trabalho para endireitar os rumos", afirmou ao Le Monde um ex-membro do DOJ encarregado da relação com os latino-americanos.

A tarefa ficou ainda mais difícil depois que Edward Snowden mostrou que a NSA (agência de segurança dos EUA) espionava a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras, o que esfriou ainda mais a relação entre Brasília e Washington.

Vários dispositivos de influência foram então ativados. Em 2015, os procuradores brasileiros, para dar mostras de boa vontade para com os norte-americanos, organizaram uma reunião secreta para colocá-los a par das investigações da "lava jato" no país. 

Eles entregaram tudo o que os americanos precisavam para detonar os planos de autonomia geopolítica brasileiros, cobrando um preço vergonhoso: que parte do dinheiro recuperado pela aplicação do FCPA voltasse para o Brasil, especificamente para um fundo gerido pela própria "lava jato". Os americanos, obviamente, aceitaram a proposta.

Dilma empossa Lula como ministro da 
Casa Civil, antes da divulgação ilegal 
de grampo ilegal de 
telefonema entre os dois

 A crise perfeita

Vendo seu apoio parlamentar derreter, em 2015 Dilma decidiu chamar Lula para compor seu governo, uma manobra derradeira para tentar salvar sua coalizão de governo, conforme classificou o jornal. Foi quando o escândalo explodiu: Moro autorizou a divulgação ilegal da interceptação ilegal de um telefonema entre Lula e Dilma, informando a Globo, no que veio a cimentar o clima político para a posterior deposição da presidente em um processo de impeachment. Moro, depois, pediu escusas pela série de ilegalidades, e o caso ficou por isso mesmo.

Os EUA estavam de olho nas turbulências. Leslie Backshies, chefe da unidade internacional do FBI e encarregada, a partir de 2014, de ajudar a "lava jato" no país, afirmou que "os agentes devem estar cientes de todas as ramificações políticas potenciais desses casos, de como casos de corrupção internacional podem ter efeitos importantes e influenciar as eleições e cenário econômico". "Além de conversas regulares de negócios, os supervisores do FBI se reúnem trimestralmente com os advogados do DoJ para revisar possíveis processos judiciais e
as possíveis consequências."

Assim, foi com conhecimento de causa que as autoridades norte-americanas celebraram acordo de "colaboração" com a Odebrecht, em 2016. O documento previa o reconhecimento de atos de corrupção não apenas no Brasil, mas em outros países nos quais a empresa tivesse negócios. Caso recusasse, a Odebrecht teria suas contas sequestradas, situação que excluiria o conglomerado do sistema financeiro internacional e poderia levar à falência. A Odebrecht aceitou a "colaboração".

A "lava jato" estava confiante de sua vantagem, apesar de ter ascendido sem a menor consideração pelas normas do Direito. "Quando Lula foi condenado por 'corrupção passiva e lavagem de dinheiro', em 12 de julho de 2017, poucos relatos jornalísticos explicaram que a condeação teve base em 'fatos indeterminados'", destacou o jornal.

Depois de condenar Lula e tirá-lo de jogo nas eleições de 2018, Sergio Moro colheu os louros de seu trabalho ao aceitar ser ministro da Justiça do novo presidente Jair Bolsonaro. Enquanto isso, os norte-americanos puderam se gabar de pôr fim aos esquemas de corrupção da Petrobras e da Odebrecht, junto com a capacidade de influência e projeção político-econômica brasileiras na América Latina e na África. Os procuradores da "lava jato" ficaram com o prêmio de administrar parte da multa imposta pelos EUA à Petrobras e à Odebrecht, na forma de fundações de Direito privado dirigida por eles próprios em parceria com a Transparência Internacional.

Conversão lucrativa
A recompensa que Sergio Moro escolheu para si também foi o início do fim de seu processo de canonização. Depois da eleição de Bolsonaro, veio à tona o escândalo da criação do fundo da Petrobras. O ministro Alexandre de Moraes frustrou os planos dos procuradores ao determinar a dissolução do fundo e direcionar o dinheiro para outras finalidades.

Em maio de 2019, o The Intercept Brasil começou a divulgar conversas de Telegram entre procuradores e Moro, hackeadas por Walter Delgatti e apreendidas pela Polícia Federal sob o comando do próprio Moro, enquanto ministro da Justiça. Elas mostram, entre outros escândalos, como Moro orientou os procuradores, e como estes últimos informaram os EUA e a Suíça sobre as investigações e combinaram a divisão do dinheiro.

Depois de pedir demissão do Ministério, Moro seguiu o mesmo caminho lucrativo de outros ex-agentes do DOJ e passou a trabalhar para o setor privado, valendo-se de seu conhecimento privilegiado sobre o sistema judiciário brasileiro em casos célebres para emitir consultorias, um posto normalmente bastante lucrativo. A Alvarez e Marsal, que o contratou, é administradora da recuperação judicial da Odebrecht.

Fonte: Conjur


Neste documentário financiado pela comunidade da TV 247, o repórter Joaquim de Carvalho e o cinegrafista Thiago Monteiro revelam como o hacker Walter Delgatti Neto interceptou mensagens dos procuradores da Lava Jato e obteve mensagens que comprovam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de perseguição judicial, num processo internacional de lawfare. Joaquim de Carvalho deixa um questionamento para os que zelam pelo estado de direito: os crimes da Lava Jato ficarão impunes?


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quarta-feira, 3 de março de 2021

Com novo reajuste no gás de cozinha, botijão fica acima de R$ 100 e preço pode subir ainda mais


Terceiro reajuste do preço do gás de cozinha vai na contramão do discurso de Bolsonaro de redução dos preços dos combustíveis. Preço pode chegar a R$ 200,00 ainda este ano, segundo representante de revendedores




[Com informações da CUT]

Apesar das encenações do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que reclamou publicamente dos preços dos combustíveis, o programa de preços da Petrobras continua o mesmo. A petroleira anunciou nesta segunda-feira (1º) mais um reajuste nos preços da gasolina e do diesel em cerca de 5% a partir de terça-feira (2). O preço do gás de cozinha (GLP) também aumentou, pela terceira vez este ano.  Com o reajuste, de 5,2%, que também entra em vigor nesta terça, cada quilo vai ficar R$ 0,15 mais alto. O botijão de 13kg, usado pela maioria dos brasileiros, ficará R$ 1,90 mais caro nas refinarias. Para o consumidor final, que em muitas localidades já custa mais de R$ 100,00, o impacto no bolso é maior.

A própria Petrobras anunciou em comunicado que o valor no varejo pode ser maior. ”Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”, diz a empresa em nota.


Leia nota da FUP: Reajustes dos combustíveis podem causar convulsão social similar à do Chile


O reajuste, que vai na contramão do discurso de Bolsonaro de reduzir impostos federais sobre combustíveis para conter os aumentos, é consequência da política de preços da estatal, que acompanha as variações do mercado internacional, combatida pela CUT e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Esse método de reajustes teve início no governo de Michel Temer e continua com Bolsonaro, e tem penalizando o trabalhador e a trabalhadora.

Desde o golpe de 2016, o preço do botijão de 13 kg, que custava cerca de R$ 48,00, mais do que dobrou e pode chegar a valores entre R$ 150,00 e R$ 200,00 ainda em 2021. A estimativa é de Alexandre Borjaili, presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito do Petróleo (Asmirg), em entrevista concedida em janeiro a Tácio Lorran, do Metrópoles

Borjalli já criticou abertamente a política de preços da Petrobras, adotada após o golpe de 2016, contra a ex-presidenta Dilma. Segundo ele, “quando o PT saiu da Presidência houve um aumento extorsivo por parte da estatal e que piorou no governo Bolsonaro com a política econômica comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes”.


Impacto no bolso

Em janeiro de 2017, o gás de cozinha custava em média R$ 55,61. De acordo com os últimos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os preços hoje já chegam a R$ 105,00 em algumas regiões do país. Neste caso, o valor representa cerca de 9% do salário mínimo R$ 1.100,00.

A situação dos trabalhadores piora à medida em que os preços dos alimentos também aumenta de forma descontrolada. Somente em 2020, produtos principais da cesta básica tiveram aumentos significativos – e acima da inflação que ficou em 4,52. Os que mais subiram foram o óleo de soja (103,79%) e o arroz (76,01%), seguidos por leite longa vida (26,93%), frutas (25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%).

Os preços da gasolina, álcool e diesel também serão reajustados em 5%, a partir desta terça-feira. É a quarta vez que o diesel, e a quinta vez que gasolina e álcool sofrem reajustes, somente este ano.

A partir desta terça-feira, o preço do litro da gasolina sobe, nas refinarias de R$ 2,40 para R$ 2,60 9Gasolina); e de R$ 2,48 para R$ 2,71 (diesel)..  

Em 2021, o diesel já acumula um reajuste de 34,1% e a gasolina, 41,5%.

Publicado em Sistema Petrobrás

Fonte: FUP


TV 247


O ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, concede entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, sobre o tema Petrobras, mercado e políticas públicas na área de combustíveis. Leia seu ensaio recente sobre a questão. Preços de combustíveis: apenas uma pequena peça dadestruição setorial




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