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quinta-feira, 11 de março de 2021

Lula sinaliza para possível reestatização de subsidiárias e refinarias da Petrobras vendidas por Bolsonaro


"Esse mercado já conviveu com o PT por 8 anos em um governo meu e mais 6 anos em um governo da Dilma. Do que o mercado tem medo?", disse ainda o ex-presidente


O ex-presidente Lula na Petrobras (Ricardo Stuckert)


Durante discurso histórico realizado no Sindicado dos Metalúrgicos do ABC nesta terça-feira (10), o ex-presidente Lula sinalizou para a possibilidade de reverter o ciclo de desmonte que se abate sobre a Petrobras.


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“Se o mercado quer ganhar dinheiro investindo em coisas produtivas, ele tem que gostar de mim. O mercado quer ganhar vendo o povo ser consumidor… Agora, se o mercado quer ver a entrega da soberania nacional, não votem em mim. Nós não vamos privatizar”, disse o ex-presidente ao ser questionado sobre a reação do mercado à anulação de suas condenações.

“Quem estiver comprando as coisas da Petrobras está correndo risco porque a gente pode mudar muita coisa”, completou.

Nos governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro, a diretoria da estatal petrolífera tem promovido a venda de refinarias e subsidiárias, enfraquecendo a empresa e o papel dela na soberania nacional. Lula disse em outro momento do discurso que o país não encontrou o pré-sal para ficar exportando petróleo cru.


Do que o mercado tem medo?

Lula questionou ainda o “medo” do mercado contra ele. “Eu às vezes fico encabulado e injuriado com algumas coisas que se falam. Por que você acha que o mercado tem medo de mim? Esse mercado já conviveu com o PT por 8 anos em um governo meu e mais 6 anos em um governo da Dilma. Do que o mercado tem medo?”, disse.

O ex-presidente ainda reforçou sua posição contrária à autonomia do Banco Central. “É melhor o Banco Central estar na mão do governo do que na mão do mercado. É muito melhor. A quem interessa essa autonomia? Não é ao trabalhador, não é ao presidente da CUT, é a o mercado financeiro”, declarou.

Fonte: Revista Fórum


Rede TVT

Vender refinarias é "burro" do ponto de vista econômico, diz doutora da Unicamp - 5 de out. de 2020

No dia primeiro de outubro, o Supremo Tribunal Federal aprovou a venda de refinarias pela Petrobras sem a necessidade de autorização do Congresso Nacional. A medida tem causado indignação entre os petroleiros. Para Juliane Furno, doutora em desenvolvimento econômico da Unicamp, uma reação correta, já que desmontar e vender a empresa em partes não trará qualquer benefício à sociedade brasileira ou à economia.

Assista ao VÍDEO


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quarta-feira, 3 de março de 2021

Com novo reajuste no gás de cozinha, botijão fica acima de R$ 100 e preço pode subir ainda mais


Terceiro reajuste do preço do gás de cozinha vai na contramão do discurso de Bolsonaro de redução dos preços dos combustíveis. Preço pode chegar a R$ 200,00 ainda este ano, segundo representante de revendedores




[Com informações da CUT]

Apesar das encenações do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que reclamou publicamente dos preços dos combustíveis, o programa de preços da Petrobras continua o mesmo. A petroleira anunciou nesta segunda-feira (1º) mais um reajuste nos preços da gasolina e do diesel em cerca de 5% a partir de terça-feira (2). O preço do gás de cozinha (GLP) também aumentou, pela terceira vez este ano.  Com o reajuste, de 5,2%, que também entra em vigor nesta terça, cada quilo vai ficar R$ 0,15 mais alto. O botijão de 13kg, usado pela maioria dos brasileiros, ficará R$ 1,90 mais caro nas refinarias. Para o consumidor final, que em muitas localidades já custa mais de R$ 100,00, o impacto no bolso é maior.

A própria Petrobras anunciou em comunicado que o valor no varejo pode ser maior. ”Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”, diz a empresa em nota.


Leia nota da FUP: Reajustes dos combustíveis podem causar convulsão social similar à do Chile


O reajuste, que vai na contramão do discurso de Bolsonaro de reduzir impostos federais sobre combustíveis para conter os aumentos, é consequência da política de preços da estatal, que acompanha as variações do mercado internacional, combatida pela CUT e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Esse método de reajustes teve início no governo de Michel Temer e continua com Bolsonaro, e tem penalizando o trabalhador e a trabalhadora.

Desde o golpe de 2016, o preço do botijão de 13 kg, que custava cerca de R$ 48,00, mais do que dobrou e pode chegar a valores entre R$ 150,00 e R$ 200,00 ainda em 2021. A estimativa é de Alexandre Borjaili, presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito do Petróleo (Asmirg), em entrevista concedida em janeiro a Tácio Lorran, do Metrópoles

Borjalli já criticou abertamente a política de preços da Petrobras, adotada após o golpe de 2016, contra a ex-presidenta Dilma. Segundo ele, “quando o PT saiu da Presidência houve um aumento extorsivo por parte da estatal e que piorou no governo Bolsonaro com a política econômica comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes”.


Impacto no bolso

Em janeiro de 2017, o gás de cozinha custava em média R$ 55,61. De acordo com os últimos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), os preços hoje já chegam a R$ 105,00 em algumas regiões do país. Neste caso, o valor representa cerca de 9% do salário mínimo R$ 1.100,00.

A situação dos trabalhadores piora à medida em que os preços dos alimentos também aumenta de forma descontrolada. Somente em 2020, produtos principais da cesta básica tiveram aumentos significativos – e acima da inflação que ficou em 4,52. Os que mais subiram foram o óleo de soja (103,79%) e o arroz (76,01%), seguidos por leite longa vida (26,93%), frutas (25,40%), as carnes (17,97%), a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%).

Os preços da gasolina, álcool e diesel também serão reajustados em 5%, a partir desta terça-feira. É a quarta vez que o diesel, e a quinta vez que gasolina e álcool sofrem reajustes, somente este ano.

A partir desta terça-feira, o preço do litro da gasolina sobe, nas refinarias de R$ 2,40 para R$ 2,60 9Gasolina); e de R$ 2,48 para R$ 2,71 (diesel)..  

Em 2021, o diesel já acumula um reajuste de 34,1% e a gasolina, 41,5%.

Publicado em Sistema Petrobrás

Fonte: FUP


TV 247


O ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, concede entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, sobre o tema Petrobras, mercado e políticas públicas na área de combustíveis. Leia seu ensaio recente sobre a questão. Preços de combustíveis: apenas uma pequena peça dadestruição setorial




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terça-feira, 2 de março de 2021

Bolsonaro desmonta ainda mais a legislação trabalhista e quer liberar trabalho aos domingos e feriados para todos os setores


O Fórum Interinstitucional de Defesa do Direito do Trabalho e da Previdência Social – FIDS também lançou nota de repúdio tanto à Consulta Pública quanto ao conteúdo da Minuta de Decreto que a acompanha.





Como se não bastasse o ataque do governo Temer com a reforma trabalhista que mudou mais de 100 artigos da CLT em prejuízo dos trabalhadores, Bolsonaro quer flexibilizar ainda mais a legislação trabalhista. Trata-se de uma nova proposta na legislação que está em consulta pública e foi prorrogada até o final desta semana sobre as “disposições relativas à legislação trabalhista”.

Na proposta, o Governo prevê revisar e consolidar 31 decretos da atual legislação e instituir o Programa Permanente de Consolidação, Simplificação e Desburocratização de Normas Trabalhistas e o Prêmio Nacional Trabalhista”.

Entre tais disposições estão mais ataques aos direitos dos trabalhadores: a ampliação do trabalho aos domingos e feriados; a flexibilização de normas de segurança e saúde do trabalho e a que dificulta a ação dos fiscais do trabalho em multar a “empresa mãe” em casos de terceirização.

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) vê inconstitucionalidade nas medidas. Em nota técnica conjunta com outras entidades trabalhistas – Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) e a Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (Abrat), a Anamatra afirma que  “o mecanismo revisional da legislação trabalhista proposto contraria diretamente a exigência de diálogo tripartite (governo, empregadores e trabalhadores), objeto de compromisso formalmente assumido pelo Brasil perante a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e gera instabilidade legislativa em matéria tão sensível ao desenvolvimento socioeconômico”. A Associação entregou nota técnica no dia 10/02 à Subsecretaria de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Secretaria-Geral da Presidência.

O Fórum Interinstitucional de Defesa do Direito do Trabalho e da Previdência Social – FIDS também lançou nota de repúdio tanto à Consulta Pública quanto ao conteúdo da Minuta de Decreto que a acompanha.


Trabalho aos sábados e domingos

No mundo civilizado a tendência é a redução da jornada de trabalho, no Brasil, caminhamos em marcha ré e o governo de Guedes/Bolsonaro pretende ampliar a lista de atividades com autorização permanente para o trabalho em domingos e feriados.

Durante a pandemia, em agosto de 2020, várias atividades tiveram autorização para o trabalho em domingos e feriados. No entanto, essa nova proposta pretende ampliar ainda mais e de caráter permanente a flexibilização, autorizando todo mundo, independentemente do setor a possibilidade de trabalho aos sábados e domingos, sem prever a fiscalização para o descanso remunerado.

Em matéria do Estadão, o secretário de Trabalho do Ministério da Economia afirma que o governo está apenas eliminando a “etapa burocrática” da negociação coletiva para permitir a adesão do setor.

Para as centrais, a mudança fere o princípio de valorização do trabalho e de dignidade da pessoa humana, tolhendo a ação da fiscalização e representando risco de fragilização das condições de emprego.

O que os representantes chamam de “etapa burocrática” é a ação dos sindicatos nas mesas de negociação coletiva para garantir direitos aos trabalhadores representados.

No Portal da CUT, o secretário das Relações de Trabalho, Ari Aloraldo do Nascimento, afirma que a proposta do governo na verdade é a liberação para escravização dos trabalhadores: “Eles querem tirar os sindicatos de toda e quaisquer negociações por que nós atrapalhamos os planos do governo e dos empresários. A extinção do Ministério do Trabalho, rebaixado a secretaria, já sinalizava que para este governo não existe trabalhador, existe colaborador”.

Fonte: Revista Fórum


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sábado, 30 de janeiro de 2021

Atos Fora Bolsonaro acontecem em todas regiões do Brasil, neste domingo (31)


Pela segunda semana, o grito Fora Bolsonaro vai ecoar no país. Para CUT e movimentos sociais luta por vacina e empregos passa por impeachment e unidade em torno da luta por um país menos desigual



O grito Fora Bolsonaro vai ecoar em todas regiões do país no próximo domingo (31) em mais de 40 cidades brasileiras, para mais uma vez reivindicar, além do impeachment do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), vacina para todos e todas de forma gratuita e universal, manutenção do auxílio emergencial e uma política de desenvolvimento com geração de emprego e renda, eixos principais das mobilizações pelo país.

Organizadas pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, carreatas e bicicletadas estão previstas para acontecer de forma descentralizada. Em diversas cidades alguns protestos serão virtuais. Pela primeira vez, os atos no Brasil coincidem neste domingo com a mobilização do movimento Stop Bolsonaro, que acontecem em mais de 54 cidades de 15 países do mundo.

“É fundamental que a unidade política ultrapasse o que a gente tem hoje e essa mobilização pelo fim do governo Bolsonaro só cresça. A ideia é construir uma agenda nacional que olhe o país, a situação da pandemia, da crise econômica, de geração de emprego, por culpa de um governo incompetente, que não se preocupa com o povo, que não tem ações estratégicas. Por isso, não podemos ficar parados esperando, temos que agir e quanto mais gente nesta luta melhor”, diz o Diretor Executivo da CUT e um dos representantes da Central nas frentes, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho.

É a segunda semana consecutiva que tem mobilização nacional pedindo a saída de Bolsonaro do poder, mas a defesa da vacina gratuita para todos e todas já e a manutenção do auxílio emergencial também são duas pautas que unificam o movimento.

Segundo Miltinho, os atos no domingo acontecem de formas diferentes em cada canto do país, já que a mobilização cresceu e ampliou para diversos segmentos da sociedade.

“Fizemos um plenária nacional esta semana com as frentes e elas foram reproduzidas em diversas cidades e de forma independente os movimentos foram decidindo por fazer carretas, atos virtuais ou até mesmo protestos presenciais com todos os cuidados possíveis. Quanto maior a iniciativa e mobilização mais fortalece o pedido do impeachment e ficaremos livres deste genocida para recompor o papel do Estado e discutir com a sociedade que país queremos”, ressaltou o dirigente.

Confira os locais dos atos

No Distrito Federal, a concentração será na Praça do Buriti e os organizadores do ato informam que os manifestantes podem ir de carro, moto ou bicicleta, a partir das 9 horas.




O Mato Grosso do Sul será a terceira carreata por Fora Bolsonaro. A concentração será na Avenida Noroeste, na lateral do Atacadão Costa e Silva, em Campo Grande.

Em São Paulo, Frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e movimento Acredito promovem nova carreata e bicicletada com concentração às 9h , na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu.

Em Natal, a concentração é às 9h, em frente ao Parque da Cidade.

Em Aracajú (Sergipe), a carreta Fora Bolsonaro também vai reivindicar vacina Já e auxílio emergencial, na orlinha do Bairro Industrial | 9h

Haverá carreata em Porto Alegre neste domingo, às 10h, com saída no estacionamento do Beira-Rio.



Confira outras cidades, por região, onde haverá atos por Fora Bolsonaro:

NORTE

PA - Belém - Na Escadinha da Estação das Docas | 8h30

 NORDESTE

AL - Maceió - Estacionamento Jaraguá (em direção a Cruz das Almas) | 9h

BA - Feira de Santana - Feira da Cidade Nova | 8h

BA - Salvador - Calçada para Paripe (Muro da leste- subúrbio ferroviário) | 9h

CE - Fortaleza - Igreja de Santa Edwiges (Av. Leste Oeste) | 9h

PB - Campina Grande - Instituto São Vicente de Paulo, às margens do Açude Velho | 10h

PB - João Pessoa - Praça do Coqueiral, Mangabeira (em direção à Praia do Cabo Branco) | 9h

PI - Teresina - Centro Administrativo | 7h

RN - Natal - Parque da Cidade (Prolongamento da Av. Prudente de Morais) | 8h

SE - Aracaju - Orlinha do Bairro Industrial | 9h

CENTRO-OESTE

DF - Brasília - Praça do Cruzeiro, em direção a Esplanada dos Ministérios | 9h

SUDESTE

Minas Gerais

MG - Belo Horizonte - Av. Contorno | 10h

MG - Juiz de Fora - Faculdade Estácio de Sá | 9h

MG - Uberlândia - Anselmo Alves dos Santos (Portão de entrada do Parque do Sabiá) | 15h

MG - Teofilo Otoni - Av. Luís Boali | 9h

MG - Varginha - Alto da CEMIG | 10h

Rio de Janeiro

RJ - Duque de Caxias - Início da Av. Brigadeiro Lima e Silva, perto do espaço de alistamento militar | 9h

RJ - Niterói - Praça Leoni Ramos, próx. ao Reserva, entrada do Campus do Gragoatá/UF | 9h30

RJ - Nova Friburgo - Via Expressa, próx. ao CIEP | 9h

RJ - São João do Meriti -  Concentração na ciclovia indo até a Praça da Prefeitura | 9h

RJ - Rio de Janeiro - Av. Augusto Severo, entre Praça Paris e Feira da Glória | 10h

São Paulo

SP - Guarulhos - Concentração no Bom Clima, ao lado da Prefeitura | 9h

SP - Ilha Bela - Praça Alan Kardec, na Barra Velha até a Praça da Bandeira na Vila | 10h

SP - Osasco - SESI Piratininga | 8h30

SP - Ribeirão Preto - Rua Arthur de Jesus Campos, Avelino Palma - Ao lado do Campo de Futebol | 9h

SP - Santos - Sambódromo | 15h

SP - São Paulo - Praça Charles Miller, Estádio do Pacaembu | 9h

SUL

PR - Apucarana - UTFPR Campus Apucarana | 16h

PR - Cascavel - Clube Tuiuti | 9h

PR - Cianorte - Paço Municipal | 16h

PR - Colombo - Rua dos Antúrios, Monte Castelo | 14h

PR - Curitiba - Praça Nossa Senhora de Salette | 15h

PR - Foz do Iguaçu - Saída da Av. Tancredo Neves com Rua C | 9h

PR - Guarapuava - Fórum da Comarca de Guarapuava | 15h

PR - Maringá - Aeroporto Velho | 14h30

PR - Matinhos - Concentração no Restaurante Universitário ‐ Rua Jaguariaíva, esquina com a JK (em frente ao Super Rede) | 10h

PR - Pato Branco - Em frente ao antigo destaque (Zona Azul) | 14h30

PR - Paranaguá - Praça Tupi | 16h

PR- Paranavaí - Praça dos Pioneiros | 9 h

PR - Pinhais - Pracinha da Maria Antonieta | 13h

PR - Piraquara - Câmara de Vereadores | 13h

PR - Pitanga - Marginal da Rodovia PR 466 (Pitanguinha) | 14h

PR - Ponta Grossa - Lago de Olarias | 15h

PR - Sarandi - Praça dos Três Poderes - Av. Maringá, 1513 | 14h30

PR - Toledo - Parque Ecológico Diva Paim Barth | 14h

PR - Umuarama - Av. São Paulo, Praça do Japão | 10h

RS - Porto Alegre - Estacionamento ao lado do Beira-Rio | 10h

Fonte: Central de Mídia das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Mobilização continua depois do dia 31

Miltinho também lembra que as mobilizações não vão parar neste fim de semana, pelo contrário, tem uma agenda de lutas até o 8 de março (Dia Internacional da Mulher).

“Só vamos conseguir convencer o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ou seja ele quem for, devido às eleições que acontecerão na próxima semana, se houver muita mobilização de rua e o pedido de impedimento para parar este governo genocida. São mais de 50 impeachments no Congresso e é preciso colocar para votar, mas não podemos parar de lutar”, finalizou Miltinho.



Fonte: CUT


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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Em Cuba não se fala outra coisa: ‘Rejeição de Bolsonaro explode pós-eleições de 2020 e na pandemia’



O ex-presidente Lula e sua Janja estão em Cuba. O petista vai gravar filme de Oliver Stone sobre a América Latina e os recentes golpes da extrema direita.

Coincidência ou não, com a estada de Lula na ilha caribenha, a mídia local reverbera a rejeição do presidente Jair Bolsonaro que aumentou consideravelmente após as eleições municipais de 2020.

O site “Trabajadores“, uma espécie de CUT de Cuba, anotou que uma pesquisa aponta rejeição de Bolsonaro em 46%, em um momento em que ele mal chega à metade do mandato.

Citando a DataPoder360, os cubanos dizem que a maioria dos que rejeitam o presidente brasileiro são jovens entre 16 e 24 anos, 66 por cento deles têm ensino superior, 58 por cento residem no Nordeste do país e 82 por cento dos que ganham entre 5 e 10 anos. salário mínimo.

Por sua vez, diz o “Trabajadores”, o portal Vermelho [site do PCdoB] considerou que 42% da população acha a gestão presidencial ruim ou péssima e, portanto, “não há registro de um presidente no Brasil que, nos dois primeiros anos do primeiro mandato, tenha atingido níveis de rejeição tão altos”.

A publicação cubana recorda que a rejeição de Bolsonaro ocorre em um momento em que se espera uma segunda onda da pandemia Covid-19 no gigante sul-americano, e levando-se em consideração que o Brasil é o segundo país do mundo com mais vítimas e mortes – só superado pelos Estados Unidos – “ninguém pode se surpreender que aumente o repúdio do presidente daquele país pela má gestão da situação da saúde.”

O órgão de informação da Central dos Trabalhadores de Cuba, o “Trabajadores”, prossegue em sua análise;

“Se a isso adicionarmos o aumento das desigualdades, da violência policial e do assassinato de lideranças sociais, mulheres e negros, a exacerbação do racismo, homofobia e xenofobia nos últimos dois anos, a limites inimagináveis, é lógico que seja rejeitada fortemente então quem, aliás, tem se preocupado mais em lançar armas, convocar reuniões públicas sem máscaras, desmerecer cientistas e pessoal de saúde e ofender aqueles que se preocupam em contrair Covid-19 minimizando seus efeitos.”

Em síntese, em Cuba a previsão é de que Bolsonaro não irá nem para o segundo turno; se for para a segunda etapa eleitoral, em 2022, perde ou para centro-direita ou para a esquerda.

Fonte: Blog do Esmael


TV Resistência Contemporânea

LULA E JANJA NA ILHA DE FIDEL CASTRO

Lula e sua namorada, Rosângela da Silva, a Janja, estão em clima de lua de mel em Cuba, para onde viajaram para a gravação de um documentário do cineasta Oliver Stone. A trajetória de Lula será o fio condutor de um documentário sobre a crise das democracias da América Latina. Revista Época: http://glo.bo/2L160tn

Assista ao VÍDEO


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Bolsonaro lança campanha mentirosa para conseguir apoio à reforma da Previdência



Fonte: CUT

Governo prepara ofensiva publicitária enganosa para dizer à população que a reforma da Previdência vai corrigir distorções e combater privilégios. Uma grande mentira

Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe devem utilizar as mesmas técnicas usadas durante a campanha para a Presidência da República, as fakes news (notícias falsas), além de métodos publicitários mentirosos e ardilosos para que a população acredite que a reforma da Previdência é necessária e que sem ela o país vai quebrar.

O próprio Bolsonaro deverá apresentar a proposta da “Nova Previdência”, em rede nacional de rádio e TV, no próximo dia 20 (quarta-feira), iniciando a campanha de comunicação em defesa das novas regras que, na verdade, dificultam o acesso dos trabalhadores e trabalhadoras à aposentadoria e reduzem o valor dos benefícios que serão pagos pelo INSS.

A proposta prevê a obrigatoriedade de idades mínimas para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres e uma regra de transição de apenas 12 anos, o que prejudica mais os trabalhadores e as trabalhadoras, em especial os que ganham menos, têm uma expectativa de vida mais baixa, entram no mercado de trabalho mais cedo e em profissões que exigem mais esforço físico.


Para defender essa proposta, a campanha publicitária que está sendo preparada vai dizer que a reforma de Bolsonaro vai acabar com as desigualdades - uma mentira de acordo com especialistas e economistas - e que para isso é preciso cortar na carne. A peça publicitária vai focar no combate aos privilégios, outra mentira, já que só atinge o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), onde não existem privilégios.

O publicitário Renato Monteiro, especialista em marketing político, acredita que ao aparecer nas rádios e televisão defendendo sua proposta, Bolsonaro assume o posto de garoto propaganda da campanha publicitária da reforma, aproveitando a confiança que a população ainda tem nele. Ao contrário do ilegítimo Michel Temer (MDB), que não conseguiu aprovar a sua proposta, pois não tinha o apoio da maioria da população.

  • O que chama a atenção é Bolsonaro dizer que não gostaria de fazer a reforma da Previdência, mas que ela é necessária. Ao dizer isto, ele se coloca como humilde, popular, que dói nele essa situação, mas o país está quebrado e é preciso cortar privilégios
  • - Renato Monteiro

“Assim, Bolsonaro se aproveita da sua popularidade e da confiança da população, apesar dos recentes escândalos envolvendo seus filhos e membros da sua equipe de governo”, analisa o publicitário, se referindo às denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro que estão sendo investigadas pelo Ministério Público.

Essa tese de Renato Monteiro se enquadra nas “10 Estratégias de Manipulação de Massas”, de Noam Chomsky , linguista, filósofo e ativista político norte-americano, chamado de o “pai da linguística moderna”.

Na estratégia nº 4, a “Estratégia do Deferido”, Chomsky diz que os governos e as elites, para manipular as massas, apresentam uma decisão impopular como dolorosa, mas necessária de aplicação futura. É o sacrifício futuro - Bolsonaro diz que a transição da reforma levará 12 anos.

Segundo o linguista, a população tem a tendência de pensar ingenuamente que tudo será resolvido, tudo vai melhorar amanhã, que o sacrifício exigido não chegará.


AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO DAS MASSAS Por NOAM CHOMSKYResumo Animado



O publicitário, que já coordenou campanhas de candidatos a Assembleias Estaduais, Câmara Federal e Senado, analisa ainda que, Bolsonaro, com um governo autoritário, deverá contar com todo o arsenal da base conservadora e reacionária do Congresso.

“Com certeza será ali, no Congresso, que ele utilizará todo o seu arsenal e passará o seu rolo compressor. Mas, também não está descartada a hipótese de Bolsonaro aproveitar essa campanha publicitária para fazer “as pazes” com a mídia, após ameaçar cortar verbas públicas de algumas emissoras de TV e jornais contrários a ele”, diz Renato.

Para o secretário de comunicação da CUT Roni Barbosa, a propaganda da reforma da Previdência será uma fake news e ele espera que a população não compre essa ideia porque é um equivoco. A reforma na verdade prejudica os mais pobres e não acaba com privilégios. Servirá apenas para aumentar a miséria.

  • A dignidade na velhice será uma exceção. O Brasil no futuro terá poucos aposentados, se essa reforma for aprovada
  • - Roni Barbosa

Reforma não acaba com desigualdade


Quanto ao foco da campanha publicitária que vai falar no fim das desigualdades, Renato Monteiro acredita que, com esse enfoque, Bolsonaro fará um apelo emocional dizendo que quer tirar o país da crise econômica.

Ele se baseia nas informações vazadas pela imprensa e um dos discursos que vêm sendo construído pela equipe governamental é o ataque à aposentadoria por tempo de contribuição, que é de 35 anos para homens e 30 para mulheres.

Segundo os jornais, a peça publicitária vai afirmar que o modelo atual de Previdência beneficia mais os trabalhadores de renda mais alta e de emprego formal por mais tempo, cujo valor do benefício é maior. Segundo eles é, em média, de R$ 3.051,52, como se este valor fosse o salário de um marajá.

Bolsonaro não leva em conta os cálculos do Dieese de que o valor do salário mínimo para uma família de quatro pessoas este ano deveria ser de R$ 3.928,73, portanto acima da média dos benefícios pagos aos “privilegiados”.

“Se o governo citar números vai se contradizer. Há muitos argumentos e dados contrários, como os da  CPI da Previdência que mostrou que não há déficit. Creio que a melhor estratégia para a oposição é desmontar os argumentos do governo número a número, racionalizando o debate”, diz Renato Monteiro.

Sobre os números da Previdência não serem favoráveis ao governo, a técnica do Dieese da subseção da CUT, Adriana Marcolino, concorda. Segundo ela, o governo esconde que os trabalhadores de renda mais alta entram mais tarde no mercado de trabalho, depois de terminar a faculdade, em alguns casos depois do mestrado e doutorado, em ocupações menos penosas e ainda se aposentarão com a mesma idade dos mais pobres, que começam a trabalhar mais cedo em tarefas mais duras.

“Isso pode parecer uma boa ideia para países europeus onde as desigualdades sociais são menores. No Brasil, é mais uma política que reforça desigualdade, atrasa ou impede o benefício”, diz Adriana sobre a proposta de reforma de Bolsonaro.

  • Possivelmente os mais pobres morrerão antes de se aposentar
  • - Adriana Marcolino

Já Roni Barbosa acredita que a proposta de reforma, ao contrário do que diz Bolsonaro, irá retirar direitos e piorar a vida dos mais pobres e daqueles que têm que começar a trabalhar muito cedo.

Segundo o dirigente, o governo não vai efetivamente combater a desigualdade. Pelo contrário, irá reforçar as diferenças de renda entre os brasileiros.

“Bolsonaro pretende socializar a miséria e não vai mexer nas castas que deveriam ser mexidas. O governo deveria elevar o piso da aposentadoria e não fazer o contrário, prejudicando os mais pobres e quem entra no mercado de trabalho mais cedo”, diz Roni.

O secretário de comunicação lembra que a proposta de Bolsonaro de capitalização é semelhante a de países como Peru, México, Chile eColômbia, que já não deram certo.

“Nesses países os aposentados recebem menos que o salário mínimo local, e seus governos estão sendo obrigados a rever seus sistemas. Bolsonaro quer que o Brasil vá exatamente para um caminho que já deu errado e ainda vai investir uma fortuna em uma campanha para enganar a classe trabalhadora”, afirma.

“Vamos fazer o nosso papel como dirigentes sindicais, vamos combater a reforma porque é ruim para a classe trabalhadora e vamos deixar claro para os trabalhadores e as trabalhadoras todos os pontos obscuros e mentirosos da campanha publicitária de Bolsonaro”, conclui o dirigente.



Em entrevista ao canal Duplo Expresso, Fattorelli fala sobre a imoralidade da PEC da Reforma da Previdência, que o governo quer aprovar ainda no primeiro semestre.

"O governo não considera todas as fontes, o governo libera determinados setores de contribuir (INSS), o governo dá a "mordida" da DRU, governo não faz investimento na cobrança das contribuições e ainda mantém essa legislação que incentiva a sonegação".





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sábado, 17 de dezembro de 2016

Reforma da Previdência é dívida com patrocinadores do golpe


Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara: relatório favorável à tramitação da reforma



Analistas políticos avaliam que brasileiros estarão mais atentos e governo não conseguirá, por mais pressão que faça, aprovar em pouco tempo alterações em regras que mexem com direitos dos cidadãos


Brasília – O governo Temer conseguiu aprovar a proposta que congela os gastos públicos em seis meses, período menor que o padrão regimental de tempo para tramitação desse tipo de matéria no Congresso. E quer pressionar a base parlamentar aliada para apreciar em 2017, com a mesma rapidez, a reforma da Previdência. O objetivo, segundo cientistas políticos, é claro: cumprir a agenda imposta pela iniciativa privada e o mercado financeiro pelo apoio no processo de impeachment de Dilma Rousseff, que o levou ao poder. Mas ninguém, nem da base aliada nem da oposição, esconde mais o desafio que o presidente tem pela frente. E as apostas são de que a expectativa lançada pelo Planalto, de a matéria ser aprovada até maio, dificilmente será cumprida.

Para o cientista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, é possível identificar o sistema financeiro como um interessado na reforma, em especial, por conta dos fundos de previdência privada. “Na medida em que se restringe o acesso a benefícios de caráter oficial e se alonga o tempo para acesso, é natural que as pessoas com renda busquem aportar recursos na previdência complementar. Esse ajuste não tem só a perna fiscal, de cortar gastos do governo, tem também pressão do mercado, dos bancos e seguradoras da área de previdência”, afirmou, durante avaliação feita recentemente para o Portal Outras Palavras.

Segundo Toninho, “a questão da Previdência é diferente”. “O tema tem um grau de complexidade a ser discutido por técnicos e parlamentares, sem falar que mexe com os direitos objetivos das pessoas. Todos vão tentar conhecer o que está sendo tratado, opinar e participar de alguma forma da discussão”.

De acordo com ele, no caso da Previdência, “o sujeito vai fazer as contas e ver que precisará trabalhar mais 15 anos para se aposentar”. “Quem tem direito hoje a um benefício ou aposentadoria especial, por exemplo, vai ver que a proposta elimina praticamente todas estas aposentadorias especiais. É uma reforma muito dura e vai provocar resistência grande. As pessoas vão reagir”.

O analista político Alexandre Bandeira, diretor da Associação Brasileira de Consultores Políticos no Distrito Federal (Abcop), também lembra a questão do tempo para o governo. De acordo com ele, se o Executivo não se articular bem para votar a matéria até junho ou julho de 2017, “dificilmente conseguirá depois do segundo semestre”. “Porque as pessoas já começarão a pensar em discutir eleições e os parlamentares poderão não estar mais tão dispostos a apoiar a medida e pagar o desgaste com a população”, afirmou.

De uma maneira geral, conforme dados do Diap, a base do governo Temer na Câmara, hoje (por onde começa a tramitação da proposta), está montada da seguinte ordem: oposição de esquerda, com 98 parlamentares, e os outros 415 deputados de partidos da base. Destes 415, 240 dão apoio consistente ao governo e 175 dão apoio condicionado. “Isso quer dizer que, desses 175, aproximadamente um terço poderá discordar da reforma por razões ideológicas e dois terços podem criar dificuldades por razões fisiológicas, negociar alguma compensação pelo desgaste de votar com o governo”, avalia Toninho.

Para o cientista político do Diap, em relação ao tema em si, o apoio condicionado tende a divergir mais, mesmo com incentivos, do que em outras matérias, uma vez que todo mundo tem na família, quando não ele próprio, algum interesse que poderá ser prejudicado com a nova regra previdenciária.


Desgaste da Lava Jato


Alexandre Bandeira, por sua vez, lembrou que há várias questões a serem observadas no próximo ano, durante o trabalho do Legislativo de apreciação da matéria. Uma delas é a questão da Lava Jato em si, cujas denúncias contra políticos têm chegado mais perto do governo e de vários parlamentares. Em segundo lugar está a proximidade de 2018, quando serão realizadas novas eleições presidenciais (dentro das regras atuais) e, por fim, o desgaste de deputados e senadores com a população por conta da votação favorável à medida. “Os três fatores podem interferir e dividir ainda mais o apoio da base aliada ao governo”, disse.

Outra avaliação feita por Bandeira é de que Temer procurará passar uma ideia de que o seu governo é de “transição”, como forma de tirar o país de um modelo anterior que, na visão dos peemedebistas, tinha um caráter mais populista (os governos do PT) e passar para um modelo que ainda não está bem delineado.

“Ninguém sabe ainda como será esse novo modelo de governo, caso o mesmo grupo que apoiou o impeachment continue unido e ganhe as eleições em 2018, porque até os apoios e possibilidades de candidaturas estão incertos. Então, ou ele (Temer) demonstra esse caráter de transição de sua gestão e se apressa para aprovar o que quer e mostrar uma espécie de 'dever de casa' para o empresariado que o apoia até julho, ou perde essa janela de tempo e corre o risco de terminar o governo sem mostrar a que veio”.

O analista político lembrou o que considera um “calcanhar de Aquiles” importante para o presidente, que é a questão da ética na sua gestão, com reflexos no Congresso Nacional. “Temer precisará criar no empresariado uma sensação de que pode investir no país. Caso contrário, não conseguirá implantar as medidas que deseja”, afirmou.


Apelos e descrença


Entre os parlamentares, a situação parece ser definida no mesmo tom. Prova disso é que o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), encerrou os trabalhos, na última quinta-feira (15), reconhecendo que o ano foi difícil. Jucá agradeceu o acordo feito entre as lideranças para conseguir aprovar o orçamento da União e pediu a ajuda de todos para “ajudar o país a enfrentar a crise, em 2017”. Enquanto o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse acreditar no agravamento da situação, de janeiro em diante.

Segundo Costa “a saída para que o país volte à normalidade é a renúncia do presidente e a convocação de eleições diretas para presidente da República”. O senador sugeriu, ainda, a eleição de uma assembleia constituinte exclusiva para votar uma reforma política necessária ao país.

A tramitação de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) costuma demorar até perto de um ano para chegar ao final. No caso de uma aprovação mínima, com a obediência a todos os ritos regimentais e aprovações de relatórios no mesmo dia de apresentação, sem pedidos de vista, espera-se um período de aprovação de, em média, 231 dias. O que dá, aproximadamente sete meses de tramitação. No caso da PEC dos gastos públicos, a votação durou seis meses.

“Considerando-se que tivemos um ano de votação de impeachment pelo Congresso, realização de olimpíadas e eleições municipais no país, esse prazo foi recorde”, afirmou Toninho. Em outras ocasiões, o prazo até pode ter sido antecipado, mas em relação a matérias tidas como populares e que trataram de agendas aprovadas pelos eleitores com a votação dos presidentes que já as tinham incluído em seus programas de governo – o que não acontece em relação a Michel Temer.

Agora, o Palácio do Planalto anuncia a expectativa de ter a reforma da Previdência pronta para ser implantada até maio (alguns falam em abril). Levando-se em conta que o texto chegou à Casa no final de novembro, tudo indica que 2017 não será um ano fácil nem para a Câmara dos Deputados nem para o Senado – sejam os parlamentares da base aliada ou da oposição.

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Carlos Lupi defende a expulsão dos senadores do PDT que votaram pela PEC


Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi


247 - O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, defendeu que os senadores que votaram a favor da aprovação da PEC 55, a chamada PEC dos Gastos, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, sejam expulsos do partido.

"Acho que esses senadores deveriam, antes de se filiar ao PDT, ter lido o estatuto do partido. Um dos princípios básicos do nosso programa é a defesa da saúde e educação", disse. Os senadores do PDT que votaram favoravelmente à PEC foram Telmário Mota (RR), Lasier Martins (RS) e Pastor Valadares (RO).

Apesar de defender a expulsão dos correligionários, Lupi disse que esta era uma posição pessoal e que o assunto deverá ser discutido pela Executiva Nacional, o que deve acontecer até março do próximo ano. Lupi também destacou que o partido deverá ingressar com ações legais para tentar impedir a implantação da PEC dos Gastos.

Ainda nesta quarta-feira, o PDT deverá ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal. "Entendemos que essa PEC é inconstitucional. A Constituição garante a saúde e educação de qualidade", disse. Segundo ele, a PEC é um "crime contra o povo mais pobre e oprimido".

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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Festival de bombas em Brasília: Governo golpista reprime protesto contra PEC 55




Contra a PEC 55 e a reforma da Previdência começa com repressão da PM do Distrito Federal. Vídeo de Cuca, da UNE, enviado por Daniel Valença


FESTIVAL DE BOMBAS EM BRASÍLIA



Governo golpista ordena repressão a estudantes e trabalhadores que protestavam contra a aprovação da PEC 55 hoje em Brasília, entre o Museu e a Catedral, próximo à Rodoviária, antes mesmo de chegar à Esplanada dos Ministérios.

Três cordões policiais ostensivos bloqueavam a passagem, confira no vídeo.

Imagens: Kauê Scarim, especial para os Jornalistas Livres


Crédito das fotos: Mídia Ninja












Veja também:

Aprovada PEC 55 em 2º turno que congela gastos sociais




Senado


Votaram a favor da medida 53 senadores, oito a menos que no primeiro turno. O texto deve ser promulgado por Renan Calheiros na quinta-feira 15


Proposta que congelará gastos sociais
 por 20 anos é aprovada no Senado,
 em sessão extraordinária presidida
 por Renan Calheiros
A PEC 55, que congela gastos sociais por 20 anos, foi aprovada em definitivo pelo Congresso nesta terça-feira 13 por 53 votos a 16, quatro votos a mais do que o necessário. O apoio à medida perdeu, porém, força no Senado entre a votação no primeiro e segundo turnos. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados em dois turnos. 

Na primeira deliberação no Senado, foram 61 votos favoráveis e 14 contra. O texto deve ser promulgado por Renan Calheiros, presidente da Casa, na quinta-feira 15. Por se tratar de uma emenda à Constituição, não há necessidade de sanção presidencial. 

O quórum da votação em segundo turno foi inferior ao do primeiro, quando 75 senadores apreciaram a matéria. Na votação desta terça-feira 13, 69 parlamentares participaram da sessão, seis a menos do que em novembro. Em ambos os turnos, não houve abstenções.

Oito parlamentares que tinham votado sim no primeiro turno não apreciaram a matéria. Telmário Mota (PDT), que não tinha comparecido na primeira sessão, votou favoravelmente ao texto.

Apenas um parlamentar alterou seu voto: Dario Berger, do PMDB. ele havia votado favoravelmente à PEC no primeiro turno, mas mudou de posição na votação desta terça-feira 13.

Ausentes na primeira votação, Jorge Viana (PT) e Roberto Requião (PMDB) participaram da sessão desta terça-feira 13 e votaram não. Randolfe Rodrigues (Rede), que estava presente na primeira sessão, não compareceu.

Antes da aprovação do texto foram rejeitados os requerimentos de cancelamento, suspensão e transferência da sessão de votação por 46 votos contrários 13 favoráveis e duas abstenções.

A PEC 55, aprovada na Câmara dos Deputados com o nome de PEC 241, foi enviada ao Congresso pelo presidente Michel Temer no primeiro semestre.

O resultado mais importante da aprovação definitiva da proposta será uma redução significativa nos gastos com educação e saúde, os únicos da proposta que exigem uma mudança da Constituição. Haverá grande impacto sobre a parcela mais pobre da população e estímulo aos negócios privados nas duas áreas.

A decisão de congelar os gastos públicos ameaça, porém, o conjunto de políticas que permitiu a ascensão social de milhões de brasileiros ao longo dos últimos anos.

No estudo “O Novo Regime Fiscal e suas Implicações para a Política de Assistência Social no Brasil”, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) alerta para o possível desmantelamento de programas como Bolsa Família, Proteção Social Básica (PSB), Programa de Segurança Alimentar e Benefício de Prestação Continuada, previdência para cidadãos de baixa renda que não contribuíram na vida ativa.

 De acordo com a pesquisa, esses programas consumiram 1,26% do PIB em 2015 e, com a aprovação da PEC do teto, o gasto encolheria para 0,7% do PIB em 20 anos. O estudo conclui, assim, que em 2036 a assistência social contaria com “menos da metade dos recursos necessários para manter a oferta de serviços nos padrões atuais”. Em termos absolutos, a perda acumulada do setor será de 868 bilhões de reais.

Na Saúde, a perda acumulada será de 654 bilhões de reais, em um cenário de crescimento do PIB de 2% ao ano, segundo uma nota técnica divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O conteúdo do documento irritou o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, que usou o site e os canais de comunicação da instituição para questionar publicamente o estudo, algo inédito na história do Ipea. Lozardo disse que as análises feitas “são de inteira responsabilidade dos autores”. A situação levou a pesquisadora Fabíola Sulpino Vieira, uma das autoras, a pedir exoneração. 

Em relação à educação, consultores da Câmara estimaram em agosto que a área perderá 45 bilhões de reais até 2025 com o limite do aumento de gastos. O congelamento deve inviabilizar o cumprimento da meta de universalizar o atendimento das crianças e adolescentes até 2020, como prevê o Plano Nacional de Educação.

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ONU diz que PEC do teto é radical e compromete investimentos em infraestrutura, saúde e educação


Às vésperas da última votação no Senado da PEC 55, organizações internacionais se pronunciaram contra mudança na base da legislação brasileira


Às vésperas da última votação no Senado do Projeto de Emenda Constitucional, PEC 55, que irá limitar os gastos com gastos públicos pelos próximos 20 anos, organizações internacionais se pronunciaram contra a mudança na base da legislação brasileira e afirmam que ela resultará em atraso no desenvolvimento econômico do país, aumentando a desigualdade social.


O projeto, cuja última votação no Senado ocorre hoje, prevê que os gastos com políticas sociais, em especial educação e saúde, sejam apenas corrigidos pela inflação do ano anterior dentro das próximas duas décadas, não recebendo aumento conforme previsto no texto de 1988.

Em entrevista à BBC Brasil, um especialista da UNCTAD, agencia das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento, disse que a emenda é "radical" e seria uma "camisa de força", que comprometeria a flexibilidade necessária para responder às mudanças que mercados enfrentam.

O economista e pesquisador da organização, Ricardo Gottschalk, reconhece que é necessário se aplicar um controle às contas públicas, mas questiona se a desigualdade social gerada pela medida fará sentido.

"O objetivo da PEC 55 é sinalizar aos mercados que o Brasil está levando a sério a austeridade fiscal e que a dívida nacional não vai ficar fora de controle nos próximos anos. Entretanto, aprovar uma medida que congela os gastos públicos em termos reais pelos próximos 20 anos é bastante radical", afirmou Gottschalk.

"Isso vai retirar a flexibilidade das políticas econômicas. Os gastos fiscais estarão amarrados por uma camisa de força, o que a UNCTAD não acredita que seja o melhor para qualquer país, seja ele desenvolvido ou em desenvolvimento. A política fiscal precisa ser flexível e ser aplicada de forma anticíclica, especialmente em tempos de recessão", explica o especialista.

Longo Prazo


Para Gottschalk a PEC 55 afetará uma geração inteira de brasileiros com consequências em setores como bem-estar social

Gottschalk argumenta que o problema está no longo prazo, pois a PEC 55 "afetará uma geração inteira de brasileiros, com consequências cada vez mais negativas à medida em que os anos passam".

"A longo prazo, as implicações serão de que os gastos públicos em proporção do PIB, Produto Interno Bruto, irão decair cada vez mais a cada ano em termos reais. Isso, naturalmente, vai afetar a capacidade de se investir em infraestruturas econômicas e atender demandas sociais, como investimentos em programas de bem-estar social, saúde e educação."

O engessamento do Brasil nesse rumo, sem a possibilidade de reavaliação de rota, é uma escolha com impactos estratégicos que preocupa Gottschalk, pois afetará toda a dinâmica da estrutura de investimento do governo e a capacidade da sociedade se desenvolver.

"Haverá implicações enormes para a composição do gasto público total", prevê. Segundo o economista, a alocação dos recursos públicos se dará pela manipulação da influência do lobby, de modo que setores frágeis, como o das políticas sociais, sairão perdendo.

O governo contra-argumenta com a previsão de que somente com a implementação da PEC 55 será possível obter um saldo positivo entre arrecadação e gastos da ordem de 2,5% do PIB em 2026.


Desafio


Essencialmente, o desafio do governo é colocar as contas em equilíbrio, cortando gastos e aumentando arrecadação, para sanear a dívida pública. O Ministério da Fazenda estima que em 2016 o déficit fiscal será de 2,7% do Produto Interno Bruto.

Em declaração dada à BBC Brasil, o Ministério da Fazenda defendeu a PEC 55 como "necessária para a recuperação econômica", pois "o Brasil enfrenta a pior crise desde o começo do século 20, em que em dois anos o PIB per capita despencou 10%".

O Ministério ainda afirmou que a preocupação urgente com o corte de gastos é garantir estabilidade, para que se possa reduzir no futuro o pagamento de juros, o que consome cerca de 8% de toda a riqueza produzida pelo país a cada ano. "Uma vez que o controle sobre gastos públicos reduzir o desequilíbrio fiscal, os juros irão cair. Como resultado, haverá mais dinheiro disponível para gastos em políticas sociais".

Para organizações internacionais, saúde será um dos setores mais atingidos

Gottschalk, concorda que há a necessidade de um ajuste fiscal, mas questiona se a PEC 55 foi bem calibrada, adotando elementos que correspondam aos interesses da maioria da sociedade e não pesando apenas sobre os mais pobres.

"As consequências para os segmentos mais vulneráveis da população podem ser bastante fortes e nocivos (…) a sociedade brasileira não teve a chance de debater a PEC 55 ou propor alternativas. Isso é lamentável, porque é perfeitamente possível se desenhar um caminho central para o equilíbrio dos gastos públicos (e dívida pública), que esteja ao mesmo tempo de acordo com as necessidades sociais e econômicas do Brasil e que seja sustentável ao longo do tempo".

Declarações x estudos do FMI


Procurado pela reportagem, o Ministério da Fazenda ressaltou que "a política de austeridade fiscal está sendo implementada com a preservação das políticas de proteção social." E ressaltou que "a PEC recebeu apoio expresso do FMI em nota divulgada pela diretora-geral Christine Lagarde em outubro, na qual foi destacada a importância da proposta para a volta do crescimento inclusivo e sustentável".
Lagarde realmente elogiou a medida e se disse "encorajada pelo foco e direção das reformas". No último relatório sobre o Brasil, publicado em novembro, o fundo afirma que a PEC é necessária e põe educação e saúde na mira dos cortes.

Educação também está na mira dos cortes

"A aprovação e rápida implementação de limites nos gastos poderia ajudar a melhorar a trajetória de longo-prazo do gasto público e permitir a estabilização e eventual redução da dívida pública em porcentagem do Produto Interno Bruto", diz o documento, acrescentando ser necessário "acabar com o pré-destinamento de verbas" para setores de saúde e educação.

Outros estudos econômicos do próprio Fundo Monetário Internacional, entretanto, mostram que pacotes de ajustes fiscais podem ter resultados adversos, dependendo das estratégias escolhidas na gestão pública. "Pacotes de cortes nos gastos públicos tendem a piorar mais significativamente a desigualdade social, do que pacotes de aumentos de impostos", afirma levantamento publicado em 2013 e assinado pelos especialistas Jaejoon Woo, Elva Bova, Tidiane Kinda e Y. Sophia Zhang.

A BBC Brasil contatou diretamente o FMI e os autores do estudo - para compreender se haveria alguma contradição entre esses posicionamentos- mas até a publicação dessa reportagem não houve resposta.

O documento de 2013 revisou políticas de ajuste fiscal executadas durante os últimos 30 anos por países desenvolvidos e em desenvolvimento. A conclusão foi de que o primeiro reflexo de cortes nos gastos públicos é um aumento do desemprego e consequente aumento da desigualdade social, indicador medido pelo índice Gini. Um coeficiente Gini 0 representa a plena igualdade, enquanto que 1 é o máximo de desigualdade.

Na média, um corte nos gastos da ordem de 1% do PIB gera aumento de 0.19 pontos percentuais no nível de desemprego durante o primeiro ano, enquanto que o aumento da desigualdade no índice Gini oscila de 0.4 a 0.7 porcento nos dois primeiros anos, afirma o estudo.

Em termos amplos, é o desemprego gerado pelo corte nos gastos o grande vilão. "De forma aproximada, cerca de 15% a 20% do aumento de desigualdade social por conta de pacotes fiscais ocorrem por causa do aumento de desemprego".

O levantamento afirma ainda que "um alto nível educacional reduz a diferença social", posição que parece contraditória em relação à recomendação recente do FMI para acabar com pré-destinamento de verbas a esse setor.

Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, o relator da ONU pra Direitos Humanos e Extrema Pobreza, Philip Alston lamentou o impacto da PEC 55.

"Atualmente, o Brasil já não está investindo dinheiro suficiente em educação e, se ficar preso em um ciclo de diminuição de investimento, isso significará um revés não apenas para as crianças brasileiras, mas também para a competitividade global do país", disse.

Segundo dados compilados pela ONU, o Plano Nacional de Educação estima que são necessários investimentos anuais de R$37 bilhões para garantir a qualidade do ensino. A PEC 55, entretanto, irá reduzir os gastos em R$47 bilhões nos próximos oito anos. Isso dificultará ainda mais o futuro de 3,8 milhões de crianças carentes que atualmente já não vão à escola.

Cortes de gastos ou aumento de impostos


O mesmo estudo do FMI de 2013 destaca com relevância que o ajuste fiscal de um país não é feito somente de cortes, mas principalmente com aumento de arrecadação sobre os indivíduos com mais renda. No caso das economias mais avançadas, elas aplicaram no passado medidas de redistribuição, que diminuíram a desigualdade social.

A PEC 55 já gerou muitos protestos

"Em economias avançadas, políticas fiscais redistributivas desempenharam um papel significante na redução da desigualdade de renda, por meio de um sistema progressivo de impostos e transferências sociais", afirma o documento do FMI.

Um estudo do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, divulgado em março, revelou que o Brasil cobra quase tantos impostos quantos os países ricos, mas não o faz da mesma maneira. Ao invés de mirar nos indivíduos com maior poder aquisitivo, o Brasil onera a classe média.

Os "super-ricos" do Brasil, ou 0,05% da população, pagam proporcionalmente menos impostos do que pessoas de renda intermediária. Brasileiros com ganhos médios anuais de mais de R$ 4 milhões usufruem de isenções sobre lucros e dividendos, o que faz com que na prática paguem uma alíquota média de 7%, enquanto que cidadãos comuns pagam 12%.

Essa prática de desoneração privilegiada é diferente da realidade nas economias avançadas. Entre os membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, a carga tributária recai maioritariamente sobre o patrimônio, enquanto que no Brasil os impostos recaem sobre bens e serviços.

"O que realmente é chocante para mim é que se você olhar a análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) eles preveem que isso (o congelamento dos gastos) será problemático e eles não veem isso como uma solução necessariamente para os problemas do Brasil", concluiu Alston.

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