Mostrando postagens com marcador pec 55. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pec 55. Mostrar todas as postagens

sábado, 17 de dezembro de 2016

Reforma da Previdência é dívida com patrocinadores do golpe


Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara: relatório favorável à tramitação da reforma



Analistas políticos avaliam que brasileiros estarão mais atentos e governo não conseguirá, por mais pressão que faça, aprovar em pouco tempo alterações em regras que mexem com direitos dos cidadãos


Brasília – O governo Temer conseguiu aprovar a proposta que congela os gastos públicos em seis meses, período menor que o padrão regimental de tempo para tramitação desse tipo de matéria no Congresso. E quer pressionar a base parlamentar aliada para apreciar em 2017, com a mesma rapidez, a reforma da Previdência. O objetivo, segundo cientistas políticos, é claro: cumprir a agenda imposta pela iniciativa privada e o mercado financeiro pelo apoio no processo de impeachment de Dilma Rousseff, que o levou ao poder. Mas ninguém, nem da base aliada nem da oposição, esconde mais o desafio que o presidente tem pela frente. E as apostas são de que a expectativa lançada pelo Planalto, de a matéria ser aprovada até maio, dificilmente será cumprida.

Para o cientista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, é possível identificar o sistema financeiro como um interessado na reforma, em especial, por conta dos fundos de previdência privada. “Na medida em que se restringe o acesso a benefícios de caráter oficial e se alonga o tempo para acesso, é natural que as pessoas com renda busquem aportar recursos na previdência complementar. Esse ajuste não tem só a perna fiscal, de cortar gastos do governo, tem também pressão do mercado, dos bancos e seguradoras da área de previdência”, afirmou, durante avaliação feita recentemente para o Portal Outras Palavras.

Segundo Toninho, “a questão da Previdência é diferente”. “O tema tem um grau de complexidade a ser discutido por técnicos e parlamentares, sem falar que mexe com os direitos objetivos das pessoas. Todos vão tentar conhecer o que está sendo tratado, opinar e participar de alguma forma da discussão”.

De acordo com ele, no caso da Previdência, “o sujeito vai fazer as contas e ver que precisará trabalhar mais 15 anos para se aposentar”. “Quem tem direito hoje a um benefício ou aposentadoria especial, por exemplo, vai ver que a proposta elimina praticamente todas estas aposentadorias especiais. É uma reforma muito dura e vai provocar resistência grande. As pessoas vão reagir”.

O analista político Alexandre Bandeira, diretor da Associação Brasileira de Consultores Políticos no Distrito Federal (Abcop), também lembra a questão do tempo para o governo. De acordo com ele, se o Executivo não se articular bem para votar a matéria até junho ou julho de 2017, “dificilmente conseguirá depois do segundo semestre”. “Porque as pessoas já começarão a pensar em discutir eleições e os parlamentares poderão não estar mais tão dispostos a apoiar a medida e pagar o desgaste com a população”, afirmou.

De uma maneira geral, conforme dados do Diap, a base do governo Temer na Câmara, hoje (por onde começa a tramitação da proposta), está montada da seguinte ordem: oposição de esquerda, com 98 parlamentares, e os outros 415 deputados de partidos da base. Destes 415, 240 dão apoio consistente ao governo e 175 dão apoio condicionado. “Isso quer dizer que, desses 175, aproximadamente um terço poderá discordar da reforma por razões ideológicas e dois terços podem criar dificuldades por razões fisiológicas, negociar alguma compensação pelo desgaste de votar com o governo”, avalia Toninho.

Para o cientista político do Diap, em relação ao tema em si, o apoio condicionado tende a divergir mais, mesmo com incentivos, do que em outras matérias, uma vez que todo mundo tem na família, quando não ele próprio, algum interesse que poderá ser prejudicado com a nova regra previdenciária.


Desgaste da Lava Jato


Alexandre Bandeira, por sua vez, lembrou que há várias questões a serem observadas no próximo ano, durante o trabalho do Legislativo de apreciação da matéria. Uma delas é a questão da Lava Jato em si, cujas denúncias contra políticos têm chegado mais perto do governo e de vários parlamentares. Em segundo lugar está a proximidade de 2018, quando serão realizadas novas eleições presidenciais (dentro das regras atuais) e, por fim, o desgaste de deputados e senadores com a população por conta da votação favorável à medida. “Os três fatores podem interferir e dividir ainda mais o apoio da base aliada ao governo”, disse.

Outra avaliação feita por Bandeira é de que Temer procurará passar uma ideia de que o seu governo é de “transição”, como forma de tirar o país de um modelo anterior que, na visão dos peemedebistas, tinha um caráter mais populista (os governos do PT) e passar para um modelo que ainda não está bem delineado.

“Ninguém sabe ainda como será esse novo modelo de governo, caso o mesmo grupo que apoiou o impeachment continue unido e ganhe as eleições em 2018, porque até os apoios e possibilidades de candidaturas estão incertos. Então, ou ele (Temer) demonstra esse caráter de transição de sua gestão e se apressa para aprovar o que quer e mostrar uma espécie de 'dever de casa' para o empresariado que o apoia até julho, ou perde essa janela de tempo e corre o risco de terminar o governo sem mostrar a que veio”.

O analista político lembrou o que considera um “calcanhar de Aquiles” importante para o presidente, que é a questão da ética na sua gestão, com reflexos no Congresso Nacional. “Temer precisará criar no empresariado uma sensação de que pode investir no país. Caso contrário, não conseguirá implantar as medidas que deseja”, afirmou.


Apelos e descrença


Entre os parlamentares, a situação parece ser definida no mesmo tom. Prova disso é que o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), encerrou os trabalhos, na última quinta-feira (15), reconhecendo que o ano foi difícil. Jucá agradeceu o acordo feito entre as lideranças para conseguir aprovar o orçamento da União e pediu a ajuda de todos para “ajudar o país a enfrentar a crise, em 2017”. Enquanto o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse acreditar no agravamento da situação, de janeiro em diante.

Segundo Costa “a saída para que o país volte à normalidade é a renúncia do presidente e a convocação de eleições diretas para presidente da República”. O senador sugeriu, ainda, a eleição de uma assembleia constituinte exclusiva para votar uma reforma política necessária ao país.

A tramitação de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) costuma demorar até perto de um ano para chegar ao final. No caso de uma aprovação mínima, com a obediência a todos os ritos regimentais e aprovações de relatórios no mesmo dia de apresentação, sem pedidos de vista, espera-se um período de aprovação de, em média, 231 dias. O que dá, aproximadamente sete meses de tramitação. No caso da PEC dos gastos públicos, a votação durou seis meses.

“Considerando-se que tivemos um ano de votação de impeachment pelo Congresso, realização de olimpíadas e eleições municipais no país, esse prazo foi recorde”, afirmou Toninho. Em outras ocasiões, o prazo até pode ter sido antecipado, mas em relação a matérias tidas como populares e que trataram de agendas aprovadas pelos eleitores com a votação dos presidentes que já as tinham incluído em seus programas de governo – o que não acontece em relação a Michel Temer.

Agora, o Palácio do Planalto anuncia a expectativa de ter a reforma da Previdência pronta para ser implantada até maio (alguns falam em abril). Levando-se em conta que o texto chegou à Casa no final de novembro, tudo indica que 2017 não será um ano fácil nem para a Câmara dos Deputados nem para o Senado – sejam os parlamentares da base aliada ou da oposição.

***

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Carlos Lupi defende a expulsão dos senadores do PDT que votaram pela PEC


Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi


247 - O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, defendeu que os senadores que votaram a favor da aprovação da PEC 55, a chamada PEC dos Gastos, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, sejam expulsos do partido.

"Acho que esses senadores deveriam, antes de se filiar ao PDT, ter lido o estatuto do partido. Um dos princípios básicos do nosso programa é a defesa da saúde e educação", disse. Os senadores do PDT que votaram favoravelmente à PEC foram Telmário Mota (RR), Lasier Martins (RS) e Pastor Valadares (RO).

Apesar de defender a expulsão dos correligionários, Lupi disse que esta era uma posição pessoal e que o assunto deverá ser discutido pela Executiva Nacional, o que deve acontecer até março do próximo ano. Lupi também destacou que o partido deverá ingressar com ações legais para tentar impedir a implantação da PEC dos Gastos.

Ainda nesta quarta-feira, o PDT deverá ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal. "Entendemos que essa PEC é inconstitucional. A Constituição garante a saúde e educação de qualidade", disse. Segundo ele, a PEC é um "crime contra o povo mais pobre e oprimido".

***

A ascensão e queda de Temer e o retorno de Lula em 2018 é previsto por Paulo Coelho



Via: Sputnik

“Alguma previsão para o futuro, Mago?”, provocou um usuário do Twitter, dirigindo-se a Paulo Coelho. Sim – respondeu o best-seller brasileiro, mundialmente famoso por suas obras de teor esotérico –, 14 previsões, já que você perguntou. E além delas, um prognóstico de brinde: Lula se reelegerá para mais oito anos no Planalto em 2018.



 Antes de detalhar sua análise sobre o futuro político da nação, o Mago fez questão de ressaltar sua decepção com o PT.

No entanto, ciente de suas desilusões, mas crítico do processo movido na Câmara contra a presidenta Dilma Rousseff, o autor vislumbrou a ascensão e a queda de Michel Temer, ondas de privatização, crescimento das manifestações populares e, finalmente, a volta de Lula à presidência.


 Confira abaixo a previsão do escritor, na íntegra:

O dia seguinte 


Antes de mais nada, quero avisar que já fui petista, fiz campanha, me decepcionei, resisti o quanto pude às constantes desilusões, incompetência, etc. Mas chegou um dia que disse BASTA. Está aqui o Twitter a respeito, escrito em Novembro 2013 



 Isso dito, eis o que penso que acontecerá a partir de agora:

1 – Temer asssume assim que o Senado votar a favor (o que ocorrerá).

2- Cunha passa a ser o vice-presidente. Mas se chegou tão perto, por que não tentar subir mais um degrau? Não é agora que vai mostrar as cartas escondidas na manga – é um dos melhores políticos que o Congresso tem (digo isso com o coração em pedaços). E passa a ser a espada colocada sobre a cabeça de Dâmocles/Temer [ explicação aqui ]

3 – para compensar o excesso de gastos do governo, começam as privatizações. As riquezas do Brasil são vendidas a preço de banana. A corrupção, que agora já aprendeu onde estão as possíveis armadilhas, se disfarça melhor, e exigirá muito tempo para ser descoberta.

 4 – o povo, que nada tem de bobo, se dá conta que trocou seis por meia-duzia.

5 – o PT, que tampouco nada tem de bobo, volta ao confortável lugar de oposição ao governo, e começam as manifestações

6 – o Brasil, por mais que se esforce, não consegue vender a legitimidade do novo governo lá fora. No momento em que escrevo estas linhas, a opinião pública mundial é praticamente unânime em condenar o que aconteceu ontem (mas meu amigo Jorge Pontual tem razão, só quem pode falar do Brasil são os brasileiros)

7 – o dólar cai. as viagens para a Disneylandia sobem. Mas com isso, as exportações caem tambem, de maneira vertiginosa. Aqui não descarto uma (mais uma) intervenção da FIESP de modo a desvalorizar o dólar de novo.

8 – os 54 milhões que votaram em Dilma, e que simplesmente não se manifestam porque tem medo da opinião pública, enxergam em Lula o salvador da pátria.

9 – as manifestações crescem mais ainda. Temer começa a ter dificuldades em governar. Surgem greves e bloqueios de estada, coisas do tipo.

10 – Lula cresce.

11 – Acredito na sinceridade e na honestidade de Moro. Não acho que prenderá Lula por meros interesses políticos. Sabe que sua história, e a história de sua família seriam manchadas por gerações, como foi a de todos que apoiaram o golpe militar de 64 (tinha até recentemente amigo na família de um notório torturador, e 30 anos depois ficava me explicando que o seu sobrenome não queria dizer que compactuava com as idéias e ações do tio).

12 – Temer entra em desespero – sorridente e com pose de estadista, mas desesperado. Diz que o país está a beira do caos. Tem conversas reservadas com as Forças Armadas. E escuta um sonoro “NÃO” quando pede interferencia.

13 – Aécio tambem entra em desespero. Desde o dia 1 do segundo mandato de Dilma ele fez o possível e o impossível para não deixa-la governar. Agora vê que o maior beneficiado foi o PMDB. Começa a questionar Temer/Cunha. Mas é tarde. Seu filme já está queimado, como mostram as pesquisas recentes.

14 – o povo já não tem mais ilusão a respeito de nada, e não se manifesta mais. A aguerrida militância do PT entra em cena sozinha. Todos começam a achar que “o Brasil inteiro” está contra o governo (assim como ocorreu agora) Finalmente, usando um pouco de teoria conspiratória: voces não notaram que o PT quase nao fez nada de eficiente para manter Dilma no poder? Por que? Porque ela foi uma aposta errada. Portanto, o que acontece depois do item 14 acima, é a reeleição de Lula, e mais 8 anos de Partido Trabalhista.



*** 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Festival de bombas em Brasília: Governo golpista reprime protesto contra PEC 55




Contra a PEC 55 e a reforma da Previdência começa com repressão da PM do Distrito Federal. Vídeo de Cuca, da UNE, enviado por Daniel Valença


FESTIVAL DE BOMBAS EM BRASÍLIA



Governo golpista ordena repressão a estudantes e trabalhadores que protestavam contra a aprovação da PEC 55 hoje em Brasília, entre o Museu e a Catedral, próximo à Rodoviária, antes mesmo de chegar à Esplanada dos Ministérios.

Três cordões policiais ostensivos bloqueavam a passagem, confira no vídeo.

Imagens: Kauê Scarim, especial para os Jornalistas Livres


Crédito das fotos: Mídia Ninja












Veja também:

"Decisão ilegal não é para ser cumprida", diz Renan sobre liminar do Supremo


Presidente do Senado, Renan Calheiros chamou de ilegal a liminar do ministro do Supremo Marco Aurélio que o afastava da chefia da Casa.



“Nenhuma decisão ilegal é para ser cumprida, mesmo que seja decisão judicial. É um dever de cidadania”, disse o presidente do Senado, Renan Calheiros, nesta terça-feira (13/12). O comentário foi sobre a liminar doministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, que mandou Renan deixar o cargo, por ele ter se tornado réu por peculato e estar na linha sucessória da Presidência da República.

A fala de Renan é o resumo do que aconteceu com a liminar. No dia 5 de dezembro, Marco Aurélio entendeu que, como já havia maioria de votos a favor da tese de que réus não podem estar na linha sucessória da Presidência da República, Renan não poderia ficar na chefia do Senado. No dia seguinte, a Mesa do Senado informou o Supremo que Renan não sairia, e, um dia depois, o Plenário do Supremo o manteve no cargo.

Foi uma decisão controversa, mas consciente. O Supremoentendeu que derrubar Renan seria interferir no acordo feito entre o governo e o Senado para aprovar a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos públicos, o que ocorreu nesta terça.

A liminar do ministro Marco Aurélio também levantou a discussão sobre os poderes de uma decisão monocrática em ADPF. Os ministros, no Plenário, foram unânimes em reconhecer que Marco Aurélio agiu dentro do que a lei permite.

Para Renan, no entanto, a cautelar de Marco Aurélio foi “ilegal”. Ao dizer isso, repetiu o que disse o ministro Gilmar Mendes, em entrevista ao jornal Correio Braziliense: “Não se deveria executar uma decisão que era precária, que não atendia aos requisitos legais”.

O ministro Gilmar não estava no Plenário quando o Supremo discutiu a liminar. Estava em Estocolmo, em viagem como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Ao Correio, no entanto, disse que “a lei exige o pronunciamento do Plenário, até por causa da gravidade da situação”.

Ele se refere ao artigo 5º, parágrafo 1º, da Lei da ADPF: “Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno”.

A fala de Renan foi uma resposta ao pronunciamento do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Em fala no Plenário do Senado, Lindbergh provocou: “Vossa Excelência saiu forte ou devedor do Supremo? Porque Vossa Excelência só está nesta cadeira para votar a PEC 55 [teto de gastos públicos]”. Renan respondeu que, em entrevista ao Estadão, admitira que “quem saiu enfraquecido fui eu, que me expus”.

***

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Renan transforma PEC 55 em arma pra se salvar no STF


Temer e Renan: parceiros?

Por Renan Truffi

O presidente do Senado, que descumpriu decisão do Supremo, busca apoio do governo Temer para continuar no cargo


Prestes a ser afastado definitivamente do cargo de presidente do Senado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), Renan Calheiros tenta usar a tramitação da PEC 55 para se manter no posto.

A operação que envolve a principal pauta da equipe econômica de Michel Temer a seu favor foi colocada em prática assim que o ministro MarcoAurélio Mello acatou o pedido de liminar da Rede Sustentabilidade. A tentativa pode, entretanto, não impedir sua derrota nesta quarta-feira 7, quando está marcada sessão no Supremo para análise da questão.

A ideia era mostrar ao governo, a fim de que intercedesse na situação, que a saída de Renan Calheiros do cargo poderia atrasar a aprovação da proposta que congela investimentos para as despesas primárias, incluindo saúde e educação. O documento divulgado pela Mesa Diretora do Senado para justificar o não cumprimento da decisão do ministro do STF deu o tom da mensagem.

“A decisão da Mesa desta terça-feira levou em conta que os efeitos da decisão ‘impactam gravemente o funcionamento das atividades legislativas em seu esforço para deliberação de propostas urgentes para contornar a grave crise econômica sem precedente que o país enfrenta’”, diz o texto.

Após a divulgação da carta, com assinatura dos membros da Mesa Diretora, foram suspensas todas as atividades no Senado Federal. Sem sessão, a mensagem passada foi de que as atividades na Casa devem travar com a ausência do peemedebista.

Atribui-se também aos aliados de Renan Calheiros a divulgação de notas para a imprensa de que inicialmente o senador Jorge Viana(PT-AC) teria dito que não iria dar seguimento à tramitação da PEC do teto de gastos. Isso porque o petista é o vice-presidente do Senado e portanto quem assume caso Renan saía do cargo.

Mais tarde, o próprio Viana questionou essa notícia ao afirmar que nunca fez tal afirmação. “Nós [PT] temos uma discordância enorme com essa agenda, com essa pauta que está colocada em apreciação aqui, mas ela é resultado de um acordo de líderes. Eu contesto versões que saíram de que eu tomaria medidas precipitadas”.

A estratégia, no entanto, parece não ter arregimentado membros do PSDB. Em reunião de bancada, os senadores do partido decidiram, principalmente, não se envolver no caso Renan para não passar a impressão de que o partido estaria também contrariando uma decisão do Supremo.

A única ação tomada pelo partido foi, a partir do senador Aécio Neves, consultar a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, sobre a possibilidade do impasse ser resolvido em breve pelo tribunal. Assim que fez o contato com a ministra por telefone, Aécio ouviu da magistrada que já havia tomado a decisão de colocar o assunto em pauta.

Publicamente, Aécio também tentou passar "tranquilidade" e sintonia com o governo. “Esta matéria será votada qualquer que seja o senador que esteja presidindo o Senado Federal já que ela foi em primeiro turno aprovada por 61 senadores. Portanto, uma ampla maioria que se confirmará no segundo turno. E nenhuma tentativa de alterar esse calendário especial aprovado a partir de entendimento entre as lideranças dessa Casa poderá ser modificado", disse.

Nos bastidores, no entanto, alguns senadores tucanos já defendem que a PEC 55 não precisa ser aprovada neste ano. O argumento é que, do ponto de vista do orçamento, o contingenciamento proposto pela PEC já está previsto no texto para 2017. Isso porque não é preciso, na prática, autorização do Congresso para atrelar o teto dos gastos públicos à taxa de inflação do ano anterior. O tema está sendo tratado como PEC apenas para criar uma segurança ao mercado de que o ajuste será obrigatório também para os próximos governos.

Essa saída, inclusive, ajudaria a “fritar” ainda mais o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, alvo de tucanos por ser visto como uma ameaça para as eleições de 2018. Isso porque a não aprovação da proposta do teto neste ano seria mais um sinal de derrota para a equipe econômica de Temer.

O assunto também dividiu a oposição. Vários senadores veem de forma negativa um possível atraso da PEC 55 já que o calendário de tramitação foi aprovado por todos os líderes partidários. Senadores aguardam, entretanto, a decisão do STF para começar a pressão para que Jorge Viana não entregue a PEC 55 como presente de Natal a Michel Temer. Isso porque os petistas sabem que o senador está longe de ter um perfil combativo e transita muito bem entre DEM e PMDB.

Ainda assim, a questão é vista, internamente, como uma oportunidade do PT encerrar bem o ano de 2016. Uma das sugestões que o partido deve fazer ao senador Jorge Viana é que deixe a pauta ficar para o ano que vem por inércia, já que não haveria tempo hábil no calendário para a aprovação do tema.

O único receio petista é que são as possíveis manobras do senador e líder do governo no Congresso, Romero Jucá, que conhece bem o regime interno e pode estragar os planos para conseguir entregar algo a Temer.

***

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Pacote de retrocessos do governo ilegítimo Temer




Por: Deputado estadual MG - Rogério Correia

Primeiro governo sem mulheres desde a ditadura;

Extinto o Ministério do Desenvolvimento Agrário;

Extinto o Ministério de Ciência e Tecnologia (agregou-se ao de telecomunicações);

Previdência Social deixa de ser ministério;

Enfraquecimento e desmonte do INSS;

Extinta a Controladoria Geral da União;

Serra racha com os parceiros do Mercosul e da África;

Ministro da Saúde quer igrejas no debate sobre aborto;

Governo acaba com subsídios à baixa renda no Minha Casa, Minha Vida;

Ministro Torquato Jardim diz aos servidores: quem não se identifica ideologicamente deve sair;

R$ 58 bi em reajustes e criação de 14.419 novos cargos;

Ministro do Planejamento diz que não haverá concursos até 2018;

Revisão da demarcação de terras indígenas e desapropriações;

Mudanças no programa de saúde indígena;

Temer suspende negociação para receber refugiados sírios;

Sucateamento da EBC;

Políticas sobre drogas serão conduzidas por coronel;

Interrupção das bolsas do Ciência Sem Fronteiras no exterior;

Sancionada pulverização de agrotóxicos por aviões em áreas urbanas;

Desmonte do Conselho Nacional de Educação;

General que apoia ditadura indicado para presidir a Funai;

Alteradas as regras do pré-sal;

Governo deixa de exigir pesquisa de antecedentes criminais para nomeação em cargos comissionados;

Escola sem Partido;

Estudantes de graduação estão fora do Programa Ciências Sem Fronteiras;

Presos pela Polícia Federal perdem direito a ver advogados;

Demissões em massa na cultura e na saúde;

Exonerações em massa na área social;

Agora é o governo que decide se candidato que se diz negro em concurso é mesmo negro;

Governo tirou distribuição de renda das metas do orçamento;

Venda do Bloco de Carcará;

Aumento para ministros do STF;

Serra nomeia policial envolvido no massacre do Carandiru no Itamaraty;

Governo cria grupo de trabalho para implementar plano de saúde “acessível” que retira recursos do SUS;

CNPq corta 20% das bolsas de iniciação científica;

Temer corta 45% dos recursos de investimento das universidades;

Ministério do Esporte suspende edital que garantia investimentos em modalidades olímpicas depois da Rio 2016;

Bolsas de produtividade do CNPq devem ser reduzidas de 20% a 30% em 2017;

Bolsistas da CAPES no exterior não têm mais a obrigação de voltar ao país;

Não foi realizada a compra de livros didáticos para o EJA que se inicia em janeiro de 2017;

Portaria n° 02 do MEC propõe reduzir vagas no ensino superior;

Cancelados 80% dos auxílios-doença e aposentadorias por invalidez;

Banco do Brasil executa plano de demissões voluntárias com meta de 18 mil servidores;

Veto de recursos para crianças com deficiência do BPC;

Suspensa a renovação de contratos do programa Farmácia Popular;

Fim da diretoria de políticas para mulheres rurais;

Fim da pensão integral por morte;

Fim das bolsas de residência médica até 2017;

Corte da verba destinada à reforma agrária;

Reforma do ensino médio via medida provisória;

Proposta de mudança na lei de venda de terras a estrangeiros;

Retirada de recursos para a educação infantil (creches);

Corte na banda larga de 6 mil unidades básicas de saúde;

Fim da regra da menor tarifa em concessões de rodovias;

Itamaraty extingue departamento de combate à fome;

Orçamento da Funai é o menor em 10 anos;

Discute-se a revogação da portaria sobre trabalho escravo;

Revogação do sistema de avaliação da educação básica do MEC;

Simpatizantes da ditadura nomeados para a comissão de anistia;

Proposta de reforma previdenciária com aposentadoria mais tardia;

Proposta de congelamento dos investimentos públicos por 20 anos;

Retomada da cobrança de INSS pra quem já é aposentado;

Substituição de software livre por empresarial (pago) em todas as esferas do governo.

***

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Líderes do governo ilegítimo Temer assinam sua certidão de óbito publica





Os líderes e os vice-líderes do governo Temer na Câmara, assinaram um lindo documento que, sem dúvida nenhuma, será conhecido no futuro como O Manifesto da Corrupção. A intenção do manifesto, mais que óbvia, é produzir pressão sobre a decisão da Comissão de Ética Pública da Presidência da República para que não decida pela saída do ministro Geddel Vieira. É uma interferência externa, grave, sobre um órgão de controle e fiscalização que acompanha a adequação entre a administração pública e os princípios da Constituição.

A Constituição brasileira determinou que a administração pública seria regida pelos princípios de moralidade, legalidade, eficiência, publicidade e impessoalidade. A Comissão de Ética Pública existe para aferir se no nível do alto funcionalismo estes princípios estão sendo respeitados.

Portanto, trata-se de adequar o funcionamento do estado, no seu ápice, onde as decisões mais importantes são tomadas, aos preceitos da Constituição – lembremos, por exemplo, que Geddel é o responsável pelas negociações para a aprovação da PEC 55, que deve transformar o Brasil num imenso lixão humano e institucional.

Ao pressionar indiretamente, por meio de um manifesto de apoio a Geddel, a Comissão de Ética Pública para que atue contra a ética e perdoe o ministro, os líderes estão dando ao Brasil o mais importante exemplo de como funciona a política de Temer e do PMDB. Tanto se trabalha para abater a Constituição quando para desmoralizar um dos órgãos responsáveis por fiscalizar a sua aplicação.

Na ansiedade de correr para ostentar o total apoio ao ministro Geddel Vieira, e com isso, colher os louros do apoio irrestrito ao governo Temer, os líderes assinaram esse documento até então inédito no Brasil. Esse descarado documento de solidariedade, não é dirigido a dar suporte a alguém vítima de calúnias ou perseguição, a quem sofre com a injustiça ou está em situação de risco ameaçado por forças mais poderosas.
Nada disso. O abaixo-assinado foi planejado para dar guarita a um acusado de corrupção. A dois acusados na verdade. Um, o ministro Geddel, o dono do apartamento na Bahia e suspeito de tráfico de influência, e que recentemente defendeu o Caixa 2 e disse que ninguém deveria ser punido por isso. O outro, o próprio governo Temer, que começa a agonizar e vai entrar em coma profunda se perder o quinto ministro por obra da corrupção. Desses, só um, Marcelo Calero, terá caído por ter denunciado a corrupção. O resto, por estar de braços dados com ela.

Os efeitos do Manifesto Pró-Corrupção já estão aparecendo naCâmara: A comissão de Fiscalização e Controle e a comissão de Cultura, rejeitaram nesta quarta-feira (23) requerimentos que solicitavam a convocação do ministro Geddel Vieira para se explicar. O objetivo de blindar a corrupção, portanto, já teve efeito muito positivo na Câmara.

Este documento, o Manifesto da Corrupção, marcará o governo Temer como sua certidão pública de óbito. Quem quiser ter em mãos uma obra de arte autêntica do cinismo político brasileiro, é só mandar emoldurar e pendurar na parede. Nenhum outro testemunho poderia ser tão eloquente sobre a natureza do governo Temer e de seus apoiadores.

Visite e curta a MÁQUINA CRÍTICA

***

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Cientista diz que políticas de Temer fazem mal à saúde



Para cientista, políticas de Temer fazem mal à saúde



Agora não dá mais para dizer que é “briga de torcida”. A partir da Suécia, o cientista brasileiro, Professor Dr. Antonio Ponce de Leon, fala com exclusividade para “O Cafezinho” sobre as dramáticas consequências à Saúde Pública no Brasil, caso as políticas neoliberais do governo ilegítimo de Temer sejam efetivadas.

Afirmação do especialista em bioestatística tem como base as publicações de cientistas europeus sobre os impactos das políticas de austeridade na saúde pública. Na entrevista, o Prof. Ponce, que atua na UERJ e Instituto Karolinska da Suécia, destaca principalmente um artigo mais recente, publicado em abril deste ano e que tem como objeto de estudo o caso português. Os casos da Grécia e Espanha também são citados na entrevista.

A publicação “Efeitos da crise financeira e medidas de austeridade da Tróica na saúde e no acesso aos cuidados de saúde em Portugal” (Effects of the financial crisis and Troika austerity measures on health and health care access in Portugal) tem como um dos cientistas pesquisadores uma das maiores autoridades do mundo na atualidade, neste tipo de estudo, David Stuckleri.

Para o Prof. Antonio Ponce, a análise de dados públicos permite concluir que a austeridade aumenta nas classes média e baixa o número de suicídios e contágio por HIV. A “Bancada Evangélica” vai ter trabalho para explicar também a razão para apoiar uma política que aumenta a taxa de aborto.

Além disso, o cientista alerta para os dados da própria pesquisa sobre o dano à saúde, provocado pelo uso do carvão na geração de energia elétrica e, até mesmo, para cozinhar, em decorrência do aumento na taxa de desemprego e do aumento no preço do gás de cozinha. Assista ao vídeo.


***


Comentários Facebook