A Braskem, envolvida na maior tragédia ambiental urbana do
mundo, em Maceió, desistiu de participar após críticas pela tragédia que
protagonizou em Alagoas
Auditoria Cidadã da Dívida
Braskem, Vale, JBS, Cargill, Marfrig, Norsk Hydro, todas
estas organizações são amplamente conhecidas como poluentes e causadoras de
danos ambientais. O que elas têm em comum? Todas elas estavam na programação da
COP28, a conferência do… CLIMA! Isso mesmo, enquanto deixam um rastro de
devastação no Brasil, tentam posar de bonzinhos para o mundo por meio de seu
poderio econômico, o chamado greenwashing, como mostra conteúdo do portal do
MST.
A Braskem, envolvida na maior tragédia ambiental urbana do
mundo, em Maceió, desistiu de participar após críticas pela tragédia que
protagonizou em Alagoas. Leia texto na íntegra, na Página
do MST.
As empresas do setor primário exportador pregam
“sustentabilidade”, mas na prática ajudam a destruir o meio ambiente. Para que?
Para exportar nossas riquezas e garantir a entrada de dólares no país,
reforçando as reservas internacionais, que têm servido para comprar a confiança
dos rentistas da dívida pública, estrangeiros e nacionais. Desta forma,
mantendo grande quantidade de dólares, o Banco Central garante que qualquer
rentista da dívida pública “interna”, estrangeiro ou brasileiro, possa trazer
seus recursos para o país, ganhar rios de dinheiro com nossos juros altíssimos,
e depois trocar por dólares e enviar de volta para o exterior, sem limite
algum, quando quiser.
Veja aqui como
esse processo acontece no brilhante artigo escrito pelos pesquisadores Yamila
Goldfarb e Marco Antonio Mitidiero, que participou recentemente da audiência
pública sobre política de juros na Câmara Federal e também de uma live
promovida pela ACD.
A Braskem, envolvida na maior tragédia ambiental urbana do mundo, em Maceió, desistiu de participar após críticas pela tragédia que protagonizou em Alagoas.https://t.co/v4619LdZugpic.twitter.com/Qe0rPxtdbW
— Auditoria Cidadã da Dívida (@AuditoriaCidada) January 4, 2024
Direto dos Biomas do Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica
confira três experiências da Rede de Viveiros Populares da Reforma Agrária, que
integram o Plano Nacional "Plantar Árvores, Produzir Alimentos
Saudáveis"
Aliado à produção de alimentos saudáveis, plantio de árvores
se tornou importante símbolo político na luta do MST. Foto: MST MG
Ainda entre as atividades da semana da árvore, realizada
pelo MST entre os dias 20 a 25 de setembro em todo país, com ações de
recuperação da biodiversidade, direto dos Biomas do Cerrado, da Caatinga e na
transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica apresentamos três experiências de
viveiros de mudas, desenvolvidas em territórios de Reforma Agrária nas regiões
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, que se somam à construção de Rede de Viveiros
Populares da Reforma Agrária, vinculados ao Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis“.
De modo geral, nas regiões e estados as atividades do
plantio de árvores do MST seguem durante todo o ano, no enraizamento e na
massificação de ações voltadas à organização de viveiros, casas de sementes,
coleta e plantio de sementes, produção e doação de mudas, com plantios de
árvores para recuperação de áreas degradadas, em nascentes de águas, Sistemas
Agroflorestais, entre outras formas e sistema produtivos em equilíbrio com a
biodiversidade.
Como aponta Bárbara Loureiro, da coordenação nacional do MST
e da coordenação do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos
Saudáveis”, o plantio de árvores pelos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra
tem se tornado um importante símbolo político na luta do Movimento, que aliado
á produção de alimentos saudáveis é parte do cotidiano das famílias nos
territórios de assentamentos e acampamentos, escolas, centros de formação,
entre outros.
Viveiro contribui na transição agroecológica e
diversificação dos cultivos
A partir de 2018 as famílias do MST criaram o Viveiro Popular Terra de Quilombo, em Campo do Meio. Fotos: MST MG
Em Minas Gerais no município de Campo do
Meio localiza-se o acampamento Quilombo Campo Grande, antiga fazenda que antes
possuía apenas uma usina de cana-de-açúcar, que faliu e deixou os/as
trabalhadores/as e a terra abandonados no final da década de 1990, que hoje
respira vida e resistência das famílias do MST, com a produção de alimentos e
recuperação ambiental, que abriga 465 famílias acampadas e 105 famílias
assentadas na comunidade Quilombo Campo Grande. As famílias Sem Terra resistem
no local há 22 anos, enfrentando vários despejos, o último foi no ano passado
durante a pandemia, e destruiu a Escola do Campo da comunidade, várias moradias
e plantações.
No território de 4 mil hectares, vivem mais de 2 mil
pessoas, que produzem mais de 2 milhões de pé de café, e trabalham com mais de
mil hectares de lavoura, produzindo cultivos diversos, que somam mais de 130
variedades de alimentos, entre grãos, cereais, frutas e verduras, conta Tuira
Tule, assentada no Quilombo Campo Grande, que integra o Coletivo de Mulheres
Raízes da Terra e a Cooperativa Camponesa.
No espaço da cooperativa, a partir de 2018 foi criado o
Viveiro Popular Terra de Quilombo, que segundo a assentada, faz parte da
estratégia de desenvolvimento das famílias do MST na região e tem contribuído
na organização da produção das famílias Sem Terra para transição agroecológica
e diversificação dos cultivos, com por exemplo, a produção agroflorestal,
juntamente com o café e outras culturas.
“Então, o viveiro é parte importante dessa composição da
diversificação da produção, do cuidado com a terra, com o meio ambiente, com a
natureza, mas também pra nós que produzimos o alimento saudável e pra quem
consome. Com a experiência do viveiro nosso objetivo maior é a questão da
diversificação da produção e cuidado dos nossos territórios, das nossas
nascentes”, explica Tuira.
Além de recuperação da biodiversidade, Tuira explica que viveiro auxilia na subsistência e geração de renda das famílias Sem Terra. Fotos: MST MG
A assentada explica que boa parte da produção das mudas
nativas do viveiro é destinada para a doação às próprias famílias do
assentamento e acampamento e as entidades vizinhas. E outra parte, como as
mudas de café, algumas de madeira e frutíferas são comercializadas, colaborando
com a geração de renda das famílias Sem Terra.
Porém, por ser um espaço de produção coletivo, a área do
viveiro também tem colaborado na produção do conhecimento, como conta Tuira. “O
nosso Viveiro Popular Terra de Quilombo, a gente acredita que é essa força
viva, esse polo aglutinador, que ajuda a gente na questão da formação, do
conhecimento, das trocas das mudas, sementes, de ser um local de referência.”
No tempo de funcionamento a assentada pontua que o viveiro
também tem sido fundamental para diversificar as mudas nativas e frutíferas,
que já chegam a mais de 150 mil árvores no território. Além do envolvimento da
Juventude Sem Terra. “No três anos iniciais a gente tinha um envolvimento
direto na produção das mudas com cinco jovens. Hoje a gente consegue envolver
os jovens em outras atividades: no plantio da árvores, na produção de
alimentos. E também nas ações de colheitas de sementes florestais”, afirma
Tuira.
Localizado em um território de transição do Bioma, entre o
Cerrado e a Mata Atlântica, o viveiro produz mudas das seguintes espécies:
Eucalipto, Pupunha, Ameixa, Açaí, Sanção do campo, Campi xingui, Tamboril,
Paineira, Ingá, Cedro australiano, Pinha, Acácia major, Palmeira leque,
Abacate, Fruta do Conde, Jabuticaba, Pitaya, Araçá, Mogno Africano, Pau Brasil,
Palmeira de jardim, Figo e Teca.
Juventude Sem Terra assume organização de viveiro no Rio
Grande do Norte
Juventude Sem Terra na organização de viveiro de mudas no assentamento Oziel Alves, em Mossoró, RN. Fotos: setor de comunicação do MST RN
A partir do Plano Nacional do MST “Plantar Árvores Produzir
Alimentos Saudáveis”, desde o final do ano passo o coletivo de juventude do MST
no Rio Grande do Norte definiu como atividade central o
plantio de árvores e a organização de viveiros para a produção de mudas. Um
viveiro foi implantado no assentamento Oziel Alves, no município de Mossoró,
Oeste do Estado, explica Aguailton Fernandes, do coletivo estadual de juventude
do MST no estado.
“Estamos nos desafiando desde o finalzinho de 2020 a
contribuir com a tarefa de produção de mudas, que faz parte da nossa campanha
nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”. Primeiro dizer a
importância da nossa contribuição com o nosso plano, que vai além da
produção das mudas, mas também é uma contribuição pro meio ambiente, que
estamos nos propondo com essa iniciativa de produção de mudas”, relata.
Após algumas reuniões entre o coletivo de jovens do MST no
estado e definições de linhas de ações, a juventude está organizando viveiros
com a produção de mudas nativas e frutíferas, que tem contribuído para a
organização da própria juventude Sem Terra, como relata Aguailton.
“Adotamos formas organizativas a partir de cada região. Aqui
da região Oeste a gente fez uma primeira parte de formação com os jovens e nos
dividimos pra ficar no acompanhamento, a manutenção de todo processo, de
irrigação, de limpeza, os mutirões. Desde a construção, até o produto final,
que a gente já está hoje, doando mudas. Além da doação de mudas também
precisamos em uma pequena parte, comercializar pra poder dar condições de
manter o viveiro. Então, a gente está muito animado pra contribuir com a nossa
meta de 100 milhões de árvores”, conclui ele.
Viveiro popular da Reforma Agrária produz mudas nativas e frutíferas no RN. Foto: setor de comunicação do MST RN
Viveiro tem papel central na organização da juventude e
recuperação de biomas
No Mato Grosso do Sul, o viveiro do Centro de
Formação e Pesquisa Geraldo Garcia (CEPEGE), localizado no assentamento Ernesto
Che Guevara, em Sidrolândia teve início em junho do ano passado com massiva
participação da juventude Sem Terra.
“Iniciamos a construção do viveiro no Centro de Formação com
a proposta de ser um espaço de trabalho e de formação, realizando um trabalho
de base com as juventudes do campo e da cidade que contribuem no viveiro.
Entendemos que a partir da construção do viveiro conseguimos ampliar não só a
materialidade do Plano Nacional “Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis”,
mas também a organicidade da juventude nas áreas, assumindo a tarefa do
plantio, da produção de alimentos saudáveis, da solidariedade e da importância
da formação”, relata Thainá Regina Caetano, assentada no Ernesto Che Guevara e
integrante do setor de comunicação do MST no estado.
Viveiro do CEPEGE, no assentamento Ernesto Che Guevara, em Sidrolândia conta com participação da juventude Sem Terra. Fotos: MST MS
Segundo a assentada, o local no CEPEGE já contava com um
espaço de produção agroecológica com produção de alimentos saudáveis, e passou
também a produzir grande parte das mudas, do Plano Nacional de plantio de
árvores do MST no estado, que são distribuídas às áreas de assentamentos e
acampamentos de Reforma Agrária no Mato Grosso do Sul, além de aldeias
indígenas e ações de plantio nas cidades. Contribuindo assim, com a denúncia da
destruição do agronegócio na região, e a consequente, recuperação da natureza e
do bioma.
“Na [região] Centro-oeste, o coração do agronegócio, se
torna ainda mais necessário ações de cuidado do meio ambiente, e o viveiro foi
pensando nesse sentido, de produzir árvores do bioma Cerrado, Mata Atlântica e
Pantanal, predominantes em nossas regiões, realizando a preservação e o cuidado
com os bens comuns“, explica Thainá.
Considerando a importância do plantio de árvores para a
produção de alimentos saudáveis e a viabilidade dos sistemas agroecológicos, a
assentada e comunicadora conta que os jovens Sem Terra do MST assumiram como
tarefa central o desenvolvimento do viveiro no CEPEGE.
Nesse sentido, o trabalho da juventude no viveiro funciona
da seguinte forma: “nos dividimos em brigadas dos assentamentos e de parceiros
organizados na cidade, contribuindo não só na construção do viveiro, mas também
na produção agroecológica do Centro e na doação dos alimentos realizada pelo
CEPEGE. Estamos produzindo no viveiro há cerca de um ano, organizando as
brigadas, compostas por 3 a 7 jovens, articulados para irem uma vez a cada mês
para realizar o manejo e o plantio de novas mudas, e também se organizando em
suas localidades para a coleta das sementes nas áreas”, detalha ela.
Até o momento o viveiro já conta com o plantio de sementes
de árvores nativas como Aroeira, Ipê, Moringa, Cedro rosa, e mudas de
frutíferas como Graviola, Abacate, Barú, Jatobá, entre outras dezenas de
espécies.
Essa é mais uma reportagem de uma série que mostra
experiências sobre a Rede de Viveiros Populares da Reforma Agrária,
desenvolvidas pelas famílias do MST nas cinco regiões do país. Acompanhe!
Modos de restaurar as florestas - 20 de jan. de 2016
Com o início do Programa de Regularização Ambiental, os
proprietários rurais serão obrigados a restaurar áreas desmatadas ilegalmente
no passado. O professor da Esalq-USP Ricardo Rodrigues e o diretor do Instituto
de Botânica de São Paulo Luiz Mauro Barbosa apresentam uma nova metodologia de
recobrimento de floresta, mais eficiente e com menor custos.
"Hoje foi panelaço. No dia 19 vai ser na rua",
afirmou Guilherme Boulos
Foto: Redes sociais
Após fortes “panelaços” realizados em todo o país durante o
pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro em cadeia nacional de rádio e
televisão, na noite desta quarta-feira (2), a oposição foi às redes sociais
para firmar uma nova data de protestos contra o mandatário. No dia 19 de junho,
internautas querem fazer mais uma manifestação nas ruas contra Bolsonaro, de forma a repetir amanifestação histórica do último sábado (29).
A convocação do novo ato foi feita nas redes sociais por
entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), assim como políticos do PSOL e do PT.
“Dia 19 de junho vamos voltar às ruas para cobrar seu
impeachment. Queremos é o fim desse projeto genocida, que tira a vida de
milhares de brasileiros e brasileiras”, escreveu o perfil oficial do Partido
dos Trabalhadores no Twitter, acrescentando a hashtag #19JForaBolsonaro.
“Hoje foi panelaço. No dia 19 vai ser na rua”, afirmou o
líder do MTST, Guilherme Boulos (PSOL). “A luta pelo#ForaBolsonarosó cresce.
Dia 19, é povo na rua para derrotar o genocida”, escreveu a deputada Sâmia
Bomfim (PSOL-SP). O ato também foi confirmado pelo presidente nacional do
partido, Ivan Valente.
O panelaço desta quarta ocorreu enquanto Bolsonaro tentava
mudar o tom em seu discurso, afirmando que “lamenta” as mortes por Covid-19,
algo que não está habituado a fazer.
Confira algumas das convocações para o ato de 19 de
junho:
O panelaço de hoje mostrou que seguimos fortes, dia 19 de Junho tem mais na rua. Imagina se estivéssemos todos vacinados e podendo sair em segurança? #19JForaBolsonaro
E dia 19 de junho vamos voltar às ruas para cobrar seu impeachment. Queremos é o fim desse projeto genocida, que tira a vida de milhares de brasileiros e brasileiras. FORA BOLSONARO! ✊ #19JForaBolsonaro
Governo do Estado de Pernambuco não autorizou a ação policial e abriu apuração sobre o caso
O Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco
reprimiu com bombas e spray de pimenta o ato das Frentes Brasil Popular e Povo
Sem Medo, na manhã deste sábado(29), no Recife (PE).
Os policiais dispararam balas de borracha contra os manifestantes nas
proximidades da ponte Duarte Coelho, na área central da cidade, no momento em
que a mobilização se encaminhava para o final.
O ato seguia de forma pacífica, cumprindo as recomendações de segurança com uso
de máscaras e distanciamento, pela Avenida Conde da Boa Vista, principal
corredor do Centro da capital pernambucana, quando foi interrompido pelos
policiais, no trecho entre a Rua da Aurora e Avenida Conde da Boa Vista.
“Isso é um absurdo. Nós estamos aqui protestando contra o
Governo Bolsonaro, cobrando vacina e auxílio emergencial e somos recebidos
dessa forma pela Polícia Militar. Não podemos admitir isso”, disse a vereadora
Dani Portela (Psol), que estava presente no ato.
Parlamentares, líderes sindicais e dos movimentos populares
presentes no ato tentaram dialogar com o comando da equipe do Batalhão de
Choque e com o Governador do Estado, Paulo Câmara, por telefone, mas não foram
recebidos e atendidos para iniciar uma negociação.
Agressão contra parlamentar
Um vídeo que circula na internet mostra a vereadora
Liana Cirne (PT) sendo atingida por um spray após se aproximar de uma viatura
da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE).
No momento da repressão, o dirigente estadual do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Pernambuco, Paulo Mansan, fez
críticas ao Governo do Estado de Pernambuco.
"É inadmissível o que o governo [de Pernambuco] fez. Usar da força
desproporcional contra um ato pacifico, que estava respeitando todas as normas.
Não podemos aceitar ser recebidos dessa forma pela polícia", Paulo Mansan,
da Coordenação do MST.
A vereadora Dani Portela seguiu a mesma linha. Ela destacou que
a mobilização popular cumpria o distanciamento social e cobrava
vacinação a segurança alimentar.
O governador Paulo Câmara (PSB) publicou vídeo no Instagram
às 15h55 afirmando ter determinado a apuração de responsabilidades
por parte da Polícia Militar de Pernambuco diante do caso. Anteriormente, a
vice-governadora, Luciana Santos (PCdoB) tinha informado que Paulo Câmara não
autorizou a repressão.
"A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social já instaurou procedimento
para investigar os fatos. O oficial comandante da operação, além dos envolvidos
na agressão à vereadora Liana Cirne, permanecerão afastados de suas funções
enquanto durar a investigação", informou.
Na véspera da mobilização, a 34ª Promotora de Justiça de
Defesa da Cidadania da Capital, com atribuição na Promoção e Defesa da Saúde do
Ministério Público de Pernambuco (MPPE), expediu uma recomendação orientando a
não realização de eventos presenciais que possam promover aglomerações.
O documento do MPPE se baseou nas novas medidas de restrições adotadas pelo
Governo do Estado por causa do aumento de casos de Coronavírus em
Pernambuco.
Polícia Militar de Pernambuco
Entramos em contato com a Polícia Militar de Pernambuco e
aguardamos uma resposta sobre os fatos citados.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco usou
balas de borracha e gás lacrimogênio para dispersar a manifestação contra o
presidente Jair Bolsonaro, em Recife (PE), neste sábado (29.mai.2021).
Fruto de uma ação conjunta entre organizações da sociedade
civil e movimentos sociais, o ÓAÊ pretende monitorar e mobilizar a sociedade
sobre a importância da alimentação escolar
Criança Sem Terrinha na II Feira Nacional da Reforma
Agrária, que aconteceu no Parque da Água Branca, em São Paulo.
A partir desta semana a sociedade brasileira ganha uma nova
ferramenta para assegurar o direito à alimentação escolar. Nesta quarta-feira
(10), será lançado oficialmente o Observatório da Alimentação Escolar
(ÓAÊ), ação conjunta entre organizações da sociedade civil e movimentos
sociais para monitorar e mobilizar a sociedade sobre a importância do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A pauta é de extrema importância,
principalmente com a suspensão das aulas em função da pandemia da Covid-19 e as
ameaças constantes à segurança alimentar dos brasileiros.
O ÓAÊ parte de um princípio básico: o direito constitucional
da alimentação. A alimentação escolar é definida pela Lei nº 11.947/2009, como
“todo alimento oferecido no ambiente escolar, independentemente de sua origem,
durante o período letivo”, e deve ser saudável e adequada, contribuindo para o
crescimento e desenvolvimento dos alunos e a melhoria do seu rendimento
escolar. Visando garantir a segurança alimentar e nutricional dos alunos, com
acesso de forma igualitária.
2. Mas não basta se alimentar: alimentação nas escolas
precisa ser adequada e saudável
Foto: Jaine Amorin
Os cardápios da alimentação escolar devem ser elaborados por
um ou uma nutricionista, tendo como base a utilização de alimentos in
natura ou minimamente processados de modo a respeitar
as necessidades nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura alimentar
da localidade e pautados na sustentabilidade, sazonalidade e
diversificação agrícola da região. Bem como na promoção da
alimentação adequada e saudável, levando em consideração também o respeito
às especificidades culturais das comunidades indígenas e/ou quilombolas.
3. Apoio a agroecologia e a agricultura familiar
Foto: Arquivo Sem Terrinhas/MST
O ÓAÊ busca sensibilizar em torno de uma visão mais ampla do
sistema alimentar: produção, processamento, abastecimento e consumo, o que tem
ligação direta com a agricultura familiar. O apoio ao desenvolvimento
sustentável ocorre pela priorização da compra de produtos diversificados,
orgânicos ou agroecológicos, produzidos no próprio município onde está
localizada a escola, ou na mesma região, com especial atenção aos assentamentos
rurais e comunidades indígenas e quilombolas.
Nesse sentido, para o município, significa a geração de
emprego e renda, fortalecendo e diversificando a economia local, e valorizando
as especificidades e os hábitos alimentares locais. Para o agricultor e
agricultora familiar, representa um canal importante de comercialização e geração
de renda com regularidade, contribuindo para a inclusão produtiva, a geração de
emprego no meio rural e o estímulo ao cooperativismo e ao associativismo.
4. Defesa do Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE)
Foto: Leandro Molina
O PNAE é o principal direcionamento do Observatório, já que
o programa é responsável pela oferta de alimentação escolar a todos e todas
as/os estudantes da educação básica pública. Considerado como uma das mais
relevantes políticas voltadas à garantia do Direito Humano à Alimentação e a
Nutrição Adequadas (DHANA), o programa atende hoje cerca de 41 milhões de
estudantes, com repasse anual de R$ 4 bilhões aos 27 estados e 5.570
municípios, cujo valor é complementado com orçamento dos estados e
municípios. Para muitos destes estudantes, é na escola que se faz a única ou
principal refeição do dia.
Mais do que uma política pública, o PNAE garante que os
estudantes possam ter uma alimentação adequada e saudável.
5. Acervo de documentos de referência, manuais e
materiais audiovisuais sobre o assunto
Além disso, uma das estratégias de incidência políticas
sobre o PNAE é através de Notas Técnicas, Cartas Abertas e outros documentos
que trazem análises e recomendações, normalmente direcionadas a tomadores de
decisão. Confira
aqui algumas delas!
6. Perguntas e respostas, campanhas e questionários
on-line
Ao longo de 2021 o ÓAÊ pretende ampliar a escuta e a voz dos
estudantes, agricultoras e agricultores familiares, conselheiras e conselheiros
de alimentação escolar. No ato de lançamento, alguns estudantes, mães e
conselheiros e conselheiras vão contar suas vivências e atuações em defesa do
PNAE.
O ÓAÊ divulgou também canais de denúncias e um manual
de perguntas e resposta para a população entender o PNAE e como ele funciona.
O site possui ainda uma área destinada à opinião do público referente às
Campanhas, a relevância da alimentação escolar em suas vidas, os impactos da
pandemia na alimentação e, em que medida estão engajados na defesa desse
programa.
Em Diamante do Oeste visitei o Assentamento Ander Henrique para debater a situação dos acampamentos da região e conhecer a agroindústria que o MST está organizando no local. Todo apoio à reforma agrária! pic.twitter.com/051K7RUH93
Frutas e outros alimentos saudáveis produzidos nos
assentamentos do MST foram doados em Rio Branco do Ivaí (Foto: Elvis Zavacki)
Ação faz parte do Natal da Reforma Agrária Popular e chegou
aos municípios de Jardim Alegre, Campo Mourão e Rio Branco do Ivaí
Como parte do Natal da Reforma Agrária Popular,
assentamentos e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST) da região centro-oeste do Paraná doaram 10 toneladas de alimentos. As
ações ocorreram entre os dias 19 e 21 de dezembro, e chegaram a famílias em
situação de vulnerabilidade dos municípios de Rio Branco do Ivaí, Jardim Alegre
e Campo Mourão, localizados na bacia do Vale do Ivaí.
Campanha de doação em Campo Mourão (PR) (Foto: arquivo
MST)
A primeira ação ocorreu neste sábado, dia 19, em Rio Branco
do Ivaí, a partir das doações de duas toneladas vindas das famílias do
Assentamento Egídio Brunetto, no mesmo município. Os alimentos foram destinados
a 70 famílias que enfrentam risco alimentar na periferia da cidade. Abacaxi,
mandioca, pão, alface, banana estavam entre os alimentos partilhados.
Em Campo Mourão, foram distribuídas frutas e outros
alimentos agroecológicos (Foto: arquivo MST)
Em Jardim Alegre, os alimentos partilhados vieram do
Assentamento 8 de Abril, localizado no mesmo município. No total, foram 5
toneladas de alimentos, entre legumes, tomates, tubérculos, grãos e 800
panificados, como pães e bolos produzidos pelo coletivo de mulheres da
comunidade.
Valdemar Batista da Silva, conhecido como Nego, camponês
assentado na comunidade 8 de Abril, conta sobre o sentido da ação: “queremos
mostrar a nossa solidariedade aos trabalhadores da cidade. Que neste momento
difícil que estamos vivendo, essas famílias possam passar o Natal com um pouco
mais de alimento na mesa”.
No total, as familias da região centro-oeste do Paraná
receberam 10 toneladas de alimentos; na foto, as cestas enviadas para o Jardim
Alegre (Foto: arquivo MST)
Em Campo Mourão, 3 toneladas de alimentos foram doadas para
famílias da Vila Guarujá e no Jardim Modelo, e também à Santa Casa de Campo
Mourão, nesta segunda-feira (21). Os alimentos foram doados pelos assentamentos
Santa Rita e Marajó, de Peabiru; Roncador e Monte Alto e do acampamento Valdair
Roque, ambos de Quinta do Sol. A ação teve apoio do Comitê de Apoio às Pessoas
em Situação de Risco Social de Campo Mourão (Unespar), Casa Terra Coletiva, APP
Sindicato, Pastoral da Criança da Paróquia São Francisco de Assis, Capela Nossa
Sra. Aparecida (Vila Guarujá) e Associação de moradores do Jardim Modelo.
Famílias recebem doações em Rio Branco do Ivaí (Foto:
Elvis Zavacki)
Todas estas comunidades da região centro-oeste já haviam
feito outras doações de alimentos durante a pandemia, e algumas delas cultivam
hortas comunitárias para garantir a continuidade das ações solidárias.
A mandioca colhida nos assentamentos foi enviada para as
cestas de doações de Jardim Alegre (Foto: arquivo MST)
Com as doações realizadas até este dia 22 de dezembro, o MST
do Paraná chegou à marca de 496 toneladas de alimentos partilhados em todo o
estado e 36 mil marmitas distribuídas em Curitiba e região metropolitana.
Protesto em forma de solidariedade, contra o governo
Bolsonaro
Familias recebem doações em Rio Branco do Ivaí (Foto:
Elvis Zavacki)
A mobilização das famílias Sem Terra é também um ato de
protesto diante da piora das condições de vida do povo e a postura desumana do
governo Bolsonaro. O fim do Auxílio Emergencial, o aumento do desemprego, e o
sucateamento de políticas de fortalecimento da agricultura familiar e da
produção de alimentos dão sinais de um período ainda mais difícil para a
população pobre.
Até o final de outubro, mais de 13,8 milhões de pessoas estavam desempregadas,
segundo dados do IBGE. Para além disso, o número de desalentados, aqueles que
gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho por ter perdido as
esperanças de encontrar, chegou a 5,8 milhões de brasileiros, quase 1 milhão a
mais que no trimestre anterior.
Em janeiro, a pobreza extrema deve atingir entre 10% e 15% da população
brasileira, de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Economia, da
Fundação Getúlio Vargas. Com essa estimativa, serão 27,4 milhões de pessoas
vivendo em extrema pobreza – o dobro do percentual registrado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de 2019.