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sábado, 31 de agosto de 2024

Agronegócio é o principal responsável pela perda de vegetação nativa no Brasil, diz estudo


Segundo MapBiomas, área de pastagem expandiu 79%, e de agricultura cresceu 228% nos últimos 39 anos


Segundo o relatório do MapBiomas, a agropecuária passou de 28% para 47% no Cerrado - Yasuyoshi Chiba/AFP

A Coleção 9 de mapas anuais de cobertura e uso do solo, do MapBiomas, divulgado na quarta-feira (21), revelou uma perda acelerada de área vegetal nativa entre 1985 e 2023, chegando à marca de 33% de todo o território nacional no ano passado. O relatório considera áreas de vegetação nativa, além das matas e floretas, superfícies de água e áreas naturais não vegetadas, como praias e dunas.  

O processo de antropização de áreas de vegetação nativa ocorre, principalmente, pela expansão da agropecuária, segundo o instituto. O Brasil tem atualmente 64% de seu território coberto por vegetação nativa. Em 1985 eram 76%. Nesse mesmo período, a área de pastagem expandiu 79%, 72,5 milhões de hectares a mais do que há 39 anos. Já a agricultura cresceu 228%, um aumento de 42,4 milhões de hectares de cultivo, principalmente de grãos voltados para exportação. 

O relatório constata que mais da metade da vegetação nativa perdida nas últimas décadas esteve concentrada na Amazônia, chegando aos 5 milhões de hectares perdidos nas últimas quatro décadas. “A gente acompanhou um crescimento da agropecuária muito predatório na região da Amazônia, com um processo de desmatamento que era basicamente invadir uma terra pública, uma área, retirar a madeira de lei que tinha algum valor comercial, depois você derrubava o resto com correntão, esperava secar e atacava fogo. E daí abria ali um pasto com baixíssima produtividade só para tentar regularizar a terra, ou tomar posse da terra. E depois, se conseguia, ele vendia essa área para alguém plantar soja e ia desmatar outra área. Esse modelo circulou durante muito tempo”, conta Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas.



No entanto, o pesquisador alerta que a ocupação do solo pela agropecuária vem perdendo força na Amazônia, e migrando para outras regiões do país. “Na Amazônia, a gente está vendo uma queda muito grande do desmatamento, principalmente desse desmatamento ilegal. O que a gente está vendo é essa expansão agora acontecendo na região do Cerrado, principalmente no Matopiba, para grandes empreendimentos, principalmente de monocultura de soja”, relata. 

região do Matopiba é formada majoritariamente pelo Cerrado, compreendendo os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e considerada a última fronteira agrícola do Brasil. O próprio MabBiomas contabiliza em seu último alerta sobre a região mais de 2,7 milhões de hectares desmatados no Matopiba entre 2019 e 2023, o que contribuiu para que o Cerrado fosse o bioma com o maior número de alertas de desmatamento nesse período.  

Segundo o relatório, a agropecuária passou de 28% para 47% no Cerrado, enquanto no Pampa foi de 28% para 45%. Já na Amazônia, passou de 3% para 16% e de 5% para 17% no Pantanal. A Caatinga teve um aumento de 10%, indo de 28% para 38%, e a Mata Atlântica foi o bioma que menos variou, de 63% para 65%. 

Os dados apresentados pelo MapBiomas mostram que em 1985, 48% dos municípios tinham presença da agropecuária, enquanto em 2023, esse predomínio chegou a 60% dos municípios. Os estados que apresentaram o maior crescimento de áreas destinadas à pastagem foram Rondônia, que passou de 6% para 38%; Maranhão, que foi de 5% para 29%; Mato Grosso, de 6% para 24% e Tocantins, de 7% para 30%. 

Agronegócio invade o Pantanal 

No Pantanal, a redução mais acentuada foi na superfície de água, que passou de 21% em 1985 para 4% em 2023, um efeito visível das alterações climáticas. Os especialistas alertam que as secas prolongadas têm tido como consequência a ocupação de áreas de planície, antes alagáveis, pelo agronegócio, com plantações de monocultivo.   

“Na parte do alto do planalto, tem muita expansão de soja, e em muitos casos, ocupa até APP [Área de Preservação Permanente] que é aquela área que devia proteger os rios, que estão destruídas, e agora há uma tentativa de recuperar algumas áreas. E o grande problema é isso: quando se prepara o solo para soja, a chuva leva sedimento do solo para dentro dos rios e esse sedimento vai para dentro da planície”, explica Marcos Rosa. 

Outro efeito da seca no Pantanal apontado pelos especialistas é a mudança de padrão da pecuária pantaneira.  

“O que a gente percebe é que a área alagada está ficando em uma área menor e com uma duração dessa cheia menor. E isso faz com que essa seca propicie a expansão da agropecuária, principalmente para o interior do Pantanal. E há uma mudança do padrão dessa agropecuária. A agropecuária tradicional do Pantanal, feita sobre os campos nativos, a gente sempre classifica como campo nativo, ela é importante para manter, é um uso tradicional. O que a gente está vendo hoje é uma mudança com a remoção completa da vegetação e plantio de exóticas [pasto]", afirma o pesquisador do MapBiomas.  

O que fazer? 

Para quem produz alimentos e defende a adoção de métodos sustentáveis de manejo dos solos, não há como dissociar o debate ambiental do acesso à terra e do modelo de desenvolvimento agrícola do país. É o que diz Maíra Santiago, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

“O movimento tem uma estratégia de construção de uma reforma agrária que é de novo tipo, que a gente chama de reforma agrária popular. E dentro dessa reforma agrária popular, o que é central para nós, é que é possível sim conciliar a produção de alimentos saudáveis com o cuidado da natureza”, defende. 

Maíra conta que o MST, além de se dedicar à luta pela terra e à produção de alimentos agroecológicos, possui um plano nacional de reflorestamento, que pretende plantar 100 milhões de árvores até 2030, em todas as regiões do país. A dirigente sem terra cobra do governo medidas mais enérgicas para enfrentar as mudanças climáticas, avançar na transição agroecológica e consequentemente, acabar com a fome. 

“Existe uma diferença entre o que é central para nós, para diminuir, ou desacelerar as mudanças climáticas, e o que é colocado pelo governo. Ele [o governo] ainda investe muito em ações ligadas àquilo que o capitalismo, o capital verde e o mercado de carbono estão apontando como saídas. E para nós, não é o hidrogênio verde, não é o mercado de carbono que vai dar saídas concretas para essas mudanças climáticas, mas sim a reforma agrária, a democratização das terras e a agroecologia como elemento central”, afirma. 

Já o pesquisador do MapBiomas, espera que os dados ofertados pela pesquisa possam subsidiar a criação de políticas de proteção dos biomas, e o enfrentamento da emergência climática

“A missão do MapBiomas é produzir esses dados para que sejam utilizados para mitigar mudança climáticas. Então a gente produz os dados científicos, os torna públicos, e metade do tempo a gente gasta para produzir os dados, enquanto a outra metade para garantir que eles sejam usados. Nosso objetivo é mostrar os dados, poder [fazer com] que ele seja incorporado nas políticas de planejamento de curto, médio e longo prazos, e subsidiar essas discussões”, conclui Rosa.  

Os dados do MapBiomas estão disponíveis para consulta de forma gratuita em plataforma digital

Edição: Nathallia Fonseca

Fonte: Brasil de Fato


Publicado por @movimentosemterra


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terça-feira, 6 de agosto de 2024

Prefeitos de 42 dos 70 municípios mais desmatados do Brasil tentarão a reeleição


A maioria dos candidatos a renovação do mandato estão no Mato Grosso (15)


Desmatamento na Amazônia - © Adriano Gambarini / WWF Brasil / Divulgação

Na última quinta-feira (1), uma reportagem do Brasil de Fato mostrou a fotografia política dos 70 municípios da região amazônica mais desmatados. De acordo com o levantamento, o MDB, União Brasil e PSD, partidos do espectro da política brasileira conhecido como "centrão", governam 60 dessas cidades.

Desses 70 prefeitos, 42 tentarão a reeleição nas eleições de 2024. A maioria dos candidatos à renovação do mandato estão no Mato Grosso (15), seguido de perto pelo  Pará (14). Rondônia (5), Amazonas (4), Acre (3) e Roraima (1) fecham a lista.

O levantamento foi feito pelo Brasil de Fato utilizando a relação dos 70 municípios mais desmatados da região amazônica, que foi publicada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, através da Portaria 839, de 9 de novembro de 2023, pelo programa União com os Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia.

Os municípios que aparecem no documento foram monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utilizou dados do Deter, programa desenvolvido como um sistema de alertas para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal.

Confira a relação abaixo dos prefeitos que tentarão a reeleição neste link.


De olho nos debates

Na quinta-feira (8), a TV Bandeirantes inaugurará, como é praxe, o ciclo de debates eleitorais com os candidatos às prefeituras. Nesta primeira data, os prefeitáveis de oito capitais se enfrentarão. Os formatos ainda não foram divulgados pela emissora paulista.

Os debates dessa semana acontecerão entre os candidatos de São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, João Pessoa e Manaus. A TV Bandeirantes não informou se outras capitais também serão palco desse tipo de evento.


Quem foi, foi

Acabou, na última segunda-feira (5), o prazo para realização de convenções partidárias e de federações para as Eleições 2024. Agora, os partidos têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.


Palmas para o segundo turno

Pela primeira vez em sua história, Palmas (TO) poderá ter segundo turno. Na última semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou a relação dos municípios que poderão ter segundo turno nas eleições municipais deste ano, que ocorrerão nos dias 6 e 27 de outubro, e a capital tocantinense está na lista.

Segundo a lei eleitoral, os municípios com mais de 200 mil eleitores podem ter segundo turno. Em 2016, o Brasil tinha 93 cidades nessa condição. Agora, em 2024, serão 103.

Além de Palmas, os outros novos municípios que podem ter segundo turno são Camaçari (BA), Imperatriz (MA), Parauapebas (PA), Foz do Iguaçu (PR), São José dos Pinhais (PR), Magé (RJ), Embu das Artes (SP) e Sumaré (SP).


Baixa no clã Alcolumbre

Para evitar o que se desenhava como uma derrota humilhante para o prefeito Antônio Furlan (MDB), candidato à reeleição, Josiel Alcolumbre, irmão e suplente do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), desistiu de concorrer à prefeitura de Macapá (AP).

As últimas pesquisas mostram Furlan variando entre 70% e 74%. Já Alcolumbre alcançou 5% no levantamento mais otimista para sua candidatura. A falta de competitividade fez com que o irmão de Davi Alcolumbre desistisse.

Após o recuo, Josiel anunciou que será candidato a vereador da capital amapaense. A desistência foi vista no município como uma estratégia da família para evitar um vexame no momento em que o senador negocia a presidência do Senado para 2025.


Todos contra JHC

O PT desistiu de ter uma candidatura própria para a disputa pela prefeitura de Maceió (AL). Presidente estadual da legenda em Alagoas, Ricardo Barbosa chegou a ter seu nome aprovado na convenção do partido, em 20 de julho.

Porém, a Executiva Nacional da legenda decidiu apoiar a candidatura de Rafael Brito (MDB). Agora, petistas e emedebistas tentarão a difícil missão de frear João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, que lidera com mais de 60% as pesquisas eleitorais.

* Igor Carvalho é jornalista do Brasil de Fato desde 2018 e escreve sobre política e direitos humanos.

** Este é um texto de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

Edição: Nicolau Soares

Por Igor Carvalho*

Nota Política

Fonte: Brasil de Fato



 

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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Com Bolsonaro, Amazônia tem maior Desmatamento desde 2006

 

Área destruída é equivalente a quase nove vezes o município de São Paulo ou 11 vezes a cidade do Rio de Janeiro.



A área desmatada na Amazônia no último ano divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi de 13.235 km². Os dados divulgados por meio do Projeto de Monitoramento de Desmatamento da Amazônia (Prodes) representam um aumento de 21,97% na taxa de destruição em relação ao ano anterior, que foi de 10.851 km². Esta é a maior taxa já registrada desde 2006. Os dados são referentes a medições entre agosto de 2020 e julho deste ano.

A má notícia chega na semana seguinte ao encerramento da COP 26, onde o governo brasileiro tentou limpar sua imagem, mesmo sabendo que mais um recorde de desmatamento já havia sido batido. O documento divulgado hoje tem data de 27 de Outubro de 2021, ou seja, o governo adiou a divulgação dos dados para depois antes da Conferência do Clima. O anúncio também ocorre ao mesmo tempo que o cerco para o desmatamento começa a se fechar: a comissão da União Europeia publicou ontem (17) o projeto da nova legislação do bloco que veda a compra de produtos ligados ao desmatamento.

Na média, houve um aumento de 52,9% na área desmatada nos três anos de governo Bolsonaro (média de 11.405 km² entre 2019 e 2021) em relação à média dos três anos anteriores (média de 7.458 km² entre 2016 e 2018). Os estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia foram responsáveis por 87,25% do desmatamento na Amazônia Legal. 

Só no Amazonas o desmatamento aumentou em 55% no último ano. O estado tem se destacado no avanço da destruição da floresta. O desmatamento tem avançado cada vez mais perto de áreas antes conservadas da Amazônia. Inclusive em expedição recente ao sul do estado, o Greenpeace realizou uma série de três reportagens especiais para mostrar como essa dinâmica de destruição tem se dado na região. destruição na região.

Ao longo do último ano, o Brasil foi um dos poucos países que aumentaram a emissão de gases de efeito estufa, apesar dos efeitos da pandemia de Coronavírus.O país emitiu 9,5% a mais de gases, enquanto o restante do mundo reduziu em 7%. 46% das emissões do Brasil são oriundas de desmatamento e de acordo com um estudo da Carbon Brief, o Brasil foi o quinto país que mais contribuiu com emissões de gases desde 1850.

“Apesar das tentativas recentes do governo em limpar sua imagem, a realidade se impõe mais uma vez. Os mais de 13 mil km² não surpreendem quem acompanhou os últimos três anos de desmonte na gestão ambiental brasileira e as tentativas de enfraquecer o arcabouço legal para a proteção do meio ambiente. Fica evidente que as ações necessárias por parte do Brasil para conter o desmatamento e as mudanças climáticas não virão deste governo que está estacionado no tempo e, ainda vê a floresta e seus povos como empecilho ao desenvolvimento”, declara Cristiane Mazzetti, porta-voz da campanha da Amazônia do Greenpeace

“O governo atual, com sua política antiambiental, elevou drasticamente o patamar de desmatamento na maior floresta tropical do planeta. Estes são níveis inaceitáveis perante à emergência climática que vivemos no Brasil e no mundo, com extremos climáticos e seus impactos cada vez mais devastadores e frequentes”, comenta Cristiane. “E essa situação só vai piorar, se o Senado aprovar o PL da Grilagem, que beneficia invasores de terras públicas e incentiva ainda mais desmatamento”, completa. 

No período em que a taxa foi medida, 32% dos alertas de desmatamento se concentraram nas Florestas Públicas Não Destinadas, alvo frequente de grilagem de terras. A última audiência pública do Senado para discutir o PL 2633/2020, já aprovado na Câmara dos Deputados deve acontecer na próxima semana, com isso a matéria pode ser votada em Plenário logo na sequência. 

Para entender melhor a dimensão da destruição, fizemos algumas comparações. Os 13.235km² desmatados em apenas 1 ano equivalem à: 

3.6 árvores perdidas por cada um dos 212 milhões de brasileiros

216 campos de futebol por hora 

5989 parques do Ibirapuera

Não podemos mais aceitar que esse cenário se repita, por isso precisamos continuar pressionando.  Se você ainda não faz parte da Brigada Digital, entre agora e receba informações e dicas de formas de agir pela proteção do meio ambiente aí da sua casa. A hora é agora!



Fonte: Greenpeace Brasil


O colunista Josias de Souza comentou hoje, durante a participação no UOL News, sobre a divulgação de dados do INPE sobre o desmatamento da Amazônia. "Consolida o sucesso das duas prioridades de Bolsonaro para o setor do Meio Ambiente: a devastação consentida da Amazônia e a institucionalização da mentira como política ambiental", analisou.

Assista ao VÍDEO


No Twitter


 

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Dados do DETER apontam pior mês de maio da série histórica


Entre janeiro e maio de 2021, o aumento da área com alertas de desmatamento foi de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado


Alerta de desmatamento de 23,70 km², identificado em maio, na região da Terra do Meio (PA).

Dados do sistema DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje, mostram que os alertas de desmatamento na Amazônia seguem crescendo em ritmo alarmante. Os dados até o dia 28 de maio apontam um aumento de 41% na área com alertas de desmatamento em relação aos registrados em maio de 2020.

Área de 9,4 km² com alerta
 de desmatamento,
detectado em maio,
em Altamira (PA).

Com 1.180 km², foi o mês com maior área de alertas neste ano, e o maior maio da série Deter-B. Somente neste ano, entre janeiro e maio, foram 2,337 Km2 um aumento na área de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar da cobertura de nuvens ter sido superior em 2021 (jan-maio) e apesar de ter chovido mais na região norte – o que em tese, deveria desacelerar o desmatamento.

“Após a divulgação do número recorde de queimadas na Amazônia e Cerrado em maio, os alertas de desmatamento reforçam ainda mais o quanto uma das maiores reservas de biodiversidade no planeta está sendo colocada em risco dia após dia”, alerta Rômulo Batista, da campanha Amazônia do Greenpeace.


Meio ambiente à deriva 

O Brasil tem no momento um presidente e um ministro do meio ambiente atuando abertamente contra a proteção ambiental. Como se não bastasse, o Congresso tem contribuído com essa política de destruição, enfraquecendo deliberadamente as leis que protegem a floresta e seus povos. Estratégia que vem dando certo, como apontam os índices de desmatamento.  

Ocupado com as investigações e inquéritos sobre o comércio internacional de madeiras, o ministro Ricardo Salles fechou os olhos para o controle do desmatamento, que segue a passos largos, inclusive em terras públicas. Enquanto isso o Congresso Nacional discute projetos de lei que vão piorar ainda mais a situação, à exemplo dos PLs 2633/2020 e 510/2021, que visam flexibilizar os critérios da regularização fundiária, o que na prática anistia grileiros, enquanto cerca de ⅓ do desmatamento na Amazônia é ocasionado por grilagem. Além disso, os PLs 191/2020 e 490/2007 são um verdadeiro ataque aos povos indígenas e seus territórios, pois visam abrir terras indígenas para atividades predatórias como mineração e avanço do agronegócio. 

“Ainda que estes projetos estejam em tramitação, já é suficiente para adicionar combustível às motosserras. Ao seguir permitindo que a Amazônia seja perdida dessa maneira, nossos governantes afetam também a oferta de serviços ecossistêmicos que ela proporciona à sociedade. Manter a saúde da floresta é manter a nossa saúde e nosso bem-estar, precisamos de uma vez por todas entender que não há progresso ou desenvolvimento possível sem natureza”, completa Rômulo. 

Fonte: Greenpeace Brasil


CNN Brasil

Alerta de desmatamento na Amazônia Legal em maio é o maior em 5 anos | CNN PRIME TIME

A área sob alerta para desmatamento na Amazônia Legal, em maio de 2021, bateu recorde mensal na série histórica mantida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde agosto de 2015 – e só foram validados os dados de 28 dias do mês.

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No Twitter


 

 

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Devastação na Mata Atlântica aumenta em oito Estados; em SP, exploração imobiliária é causa


A devastação da Mata Atlântica explodiu em São Paulo e no Espírito Santo nos últimos dois anos. Segundo levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica, em 2019/2020, os dois Estados ficaram no topo da lista de destruição florestal com taxas acima dos 400%, em relação ao período de 2018/2019. O ES registrou taxas de mais de 462% na perda da cobertura vegetal, seguido por SP, com 402%. A explicação no caso paulista seria a expansão da exploração imobiliária. Em pelo menos dois Estados, Rio e Mato Grosso do Sul, a porcentagem mais do que dobrou.


Estadão

 As informações, divulgadas nesta quarta-feira, 26, véspera do Dia Nacional da Mata Atlântica, comemorado em 27 de maio, mostram que o crescimento da devastação ocorreu em oito dos 17 Estados monitorados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo). Alagoas e Rio Grande do Norte também registraram desmatamento, mas não constavam do estudo anterior. A Paraíba não foi incluída no levantamento.

No total, segundo o estudo, foram desflorestados 13.053 hectares (130 quilômetros quadrados) da Mata Atlântica no período - dado que, embora tenha o percentual geral 9% menor em relação ao levantamento de 2018-2019 (14.375 hectares), representa um crescimento de 14% em relação a 2017-2018 (11.399 hectares), quando o desflorestamento atingiu o menor valor da série histórica. O projeto, criado para monitorar as mudanças na cobertura vegetal desse bioma brasileiro, existe desde 1989.

© Divulgação/SOS Mata Atlântica Detalhamento dos remanescentes florestais da Mata Atlântica em Guaratinguetá, SP, entre 2019 e 2020. O contorno em vermelho indica a área devastada.

"Esse total de 13 mil hectares de devastação representa muito porque trata-se de um bioma no qual qualquer perda tem um impacto imenso na biodiversidade e nos serviços desse ecossistema", afirmou Luís Fernando Guedes Pinto, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica (leia a entrevista).

Seis Estados - Piauí, Pernambuco, Paraná, Sergipe, Bahia e Minas Gerais - registraram melhora nos índices, com taxas abaixo dos 76% no desmatamento. O Piauí apresentou a maior queda. Entre 2017-2018, o Piauí aparecia no quarto lugar da lista, com 1.558 hectares devastados. Neste último período (2019/2020), foram 372 hectares derrubados, informa o levantamento.

As informações são do Atlas da Mata Atlântica, estudo realizado desde 1989 pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com os pesquisadores, atualmente restam apenas 12,4% da cobertura original de Mata Atlântica, bem abaixo do limite mínimo "aceitável" de 30%. Grande parte dessas áreas de florestas está dividida em propriedades privadas.

© Divulgação/SOS Mata Atlântica Imagens de satélites mostram remanescentes florestais da Mata Atlântica em Panca, no ES, entre 2019 e 2020. No centro da segunda imagem, referente ao ano passado, área vermelha indica área devastada.

De acordo com a fundação, o projeto de recuperação das áreas degradadas conta com apoio de empresas como a Ypê, de produtos de limpeza, e a Nespresso, produtora de cafés, ambas com atuação e parcerias em projetos de restauração do bioma da Mata Atlântica. A Ypê já plantou mais de 1 milhão de árvores em 20 municípios paulistas e a Nespresso, por sua vez, investiu cerca de US$ 170 mil, plantando 70 mil árvores de 60 espécies nativas em programa de recuperação da Bacia do Rio Pardo, município de São Sebastião da Grama, no interior paulista.

Fonte: Estadão


BIOCENAS UERJ

Conheça um pouco do bioma Mata Atlântica através de belas imagens das mais diversas espécies que o habita. 3 de nov. de 2020

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terça-feira, 11 de maio de 2021

Bolsonaro transformou a Amazônia em 'parque de diversões para criminosos', diz ambientalista


O desmatamento da Amazônia segue batendo recordes e coloca o Brasil sob pressão internacional e risco de perdas econômicas substantivas. Para discutir o assunto, a Sputnik Brasil conversou com o secretário-executivo do Observatório do Clima, que alertou que criminosos agem à vontade na Amazônia atualmente.



Na sexta-feira (7), dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostraram que o Brasil bateu o recorde de alerta de desmatamento na Amazônia em abril deste ano, com o pior resultado para o mês desde 2016. No total, a área sob alerta de desmatamento na região foi estimada em 581 km² pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do INPE. Somente em abril, ao menos 58 mil hectares de floresta foram desmatados, um aumento de 43% em relação mesmo mês de 2020.

O quadro foi divulgado poucas semanas após o presidente brasileiro Jair Bolsonaro assumir compromissos de redução do desmatamento diante do mundo na Cúpula do Clima. Durante a conferência, Bolsonaro afirmou que o Brasil acabará o desmatamento ilegal até 2030.

Desde o início do atual governo, os números do desmatamento no Brasil têm gerado crescentes pressões internacionais. Recententemente, o governo dos Estados Unidos tem exercido esse papel, sendo que Washington exigiu de Bolsonaro a apresentação de uma postura mais ativa no combate ao crime ambiental durante a Cúpula do Clima. A postura ambiental do atual governo brasileiro também já recebeu reprimendas de diversos países europeus.

Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, explica que o aumento do desmatamento no Brasil gera uma série de problemas sérios não só para o meio ambiente, como também para economia brasileira.


  • "São muitos os impactos do desmatamento para o setor do agronegócio brasileiro. Existem impactos de curto e impactos de médio prazo. Entre os impactos de curto prazo a gente pode citar nitidamente o impacto da imagem negativa que o desmatamento provoca para o Brasil e, consequentemente, para os produtos brasileiros, principalmente aqueles que são produzidos na Amazônia. Ninguém, no mundo inteiro, quer consumir produtos derivados do desmatamento", afirma Astrini em entrevista à Sputnik Brasil.




Um exemplo da consequência pontada por Astrini ocorreu no início de maio, quando um grupo de cerca de 40 empresas britânicas do setor alimentício divulgou uma carta aberta ameaçando boicotar a compra de produtos brasileiros caso o projeto de lei 510/2020 seja aprovado, alegando que a legislação incentiva o avanço sobre a Amazônia. O projeto, que conta com apoio do governo Bolsonaro, abre caminho para que áreas desmatadas possam passar para a posse de desmatadores.

O ambientalista Marcio Astrini ressalta que esse tipo de pressão internacional pela preservação do meio ambiente no Brasil não é novidade e lembra da introdução da moratória da soja no início dos anos 2000 como exemplo de políticas anteriores que refletiram movimentações externas. A moratória da soja proíbe a compra de soja proveniente de áreas desmatadas.


  • "Cada vez, portanto, que o desmatamento aumenta no Brasil, aumenta essa desconfiança, a insegurança de compradores internacionais, e isso acaba prejudicando os negócios brasileiros ou colocando para alguns produtos, principalmente do Brasil, uma pressão ainda maior para que eles sejam comercializados mundo afora", explica, lembrando que o país já sofreu boicotes internacionais ligados ao desmatamento e também ameaças de retirada de investimentos.

Astrini aponta que, além do impacto comercial, a degradação ambiental também pode trazer prejuízos econômicos diretos para atividades agropecuárias brasileiras, que aparentemente se beneficiam do desmatamento. Um estudo divulgado na revista Nature nesta segunda-feira (10), aponta que o desmatamento no Brasil pode custar US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões) anualmente ao país devido ao impacto na produção agrícola.


  • "Existe um impacto de médio prazo que é um impacto mais sustentado, provocado pelo desmatamento da Amazônia, que é a alteração dos padrões climáticos do Brasil e dos serviços essenciais que a floresta amazônica presta para toda agricultura nacional. Existem muitas regiões do Brasil em que grande, ou quase que a totalidade das chuvas que irrigam as produções brasileiras, advém diretamente da Amazônia", aponta.

Área desmatada na Amazônia.

A mudança no padrão climático, explica o ambientalista, pode provocar secas mais prolongadas, alterando o regime das chuvas que irrigam plantações e abastecem reservatórios em todo o país. Dessa forma, o impacto sobre a produção é agrícola pode se estender a longo prazo.


Na contramão do mundo

A manutenção do desmatamento no Brasil, destaca Astrini, coloca o país em rota de colisão com a política climática de grandes potências, tais como a China, os Estados Unidos e também países da Europa, cujas agendas, hoje, incluem a proteção do meio ambiente.


  • "Obviamente que a Amazônia faz parte de uma preocupação global nesse tema de mudanças climáticas, afinal de contas a Amazônia retém um estoque de carbono, ela retém nas suas árvores, no seu solo, o equivalente a oito anos de todas as emissões globais de gases de efeito estufa. Então, aquilo é um verdadeiro estoque, uma bomba de carbono estocada na Amazônia. Se o desmatamento continuar avançando esse carbono todo que existe estocado na Amazônia vai sendo liberado para a atmosfera", aponta.

O secretário-executivo do Observatório do Clima alerta que o desmatamento agressivo, como o detectado pelo INPE em abril na Amazônia, pode mover a floresta na direção de um colapso, colocando em risco os esforços globais contra o aquecimento global.

Presidente Jair Bolsonaro e membros do governo federal ouvindo a fala do líder norte-americano Joe Biden durante a Cúpula do Clima, 22 de abril de 2021

Astrini lembra que o Brasil "coleciona problemas" em diversas questões como decorrência da má gestão ambiental. Um deles está atrelado à submissão do pedido de entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que entre outros pontos, requer uma política ambiental adequada. Outro prejuízo da atual política ambiental, lembra Astrini, é em relação ao acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) que envolve bilhões de euros.


  • "Talvez o caso mais claro de impacto econômico, impacto na relação diplomática e comercial do Brasil, esteja no tratado Mercosul-União Europeia, um tratado que teve a sua assinatura política realizada há cerca de um ano e meio atrás e que de lá para cá ficou esperando um gesto, um gesto positivo, a entrega de resultados por parte do governo brasileiro de diminuição do desmatamento da Amazônia e de uma melhoria da governança ambiental no Brasil. Nunca foi apresentado pelo atual governo brasileiro nenhum resultado e nenhuma ação concreta, ou medida satisfatória, nesse sentido de melhorar a forma como o Brasil trata o meio ambiente", aponta.

Governo Bolsonaro protege quem desmata

Há diversas especulações sobre as razões que levam o governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro a manter a política ambiental mesmo em meio aos prejuízos iminentes desta prática e às pressões internacionais. Para Astrini, o governo simplesmente não tem interesse em barrar o desmatamento.


  • "Eu diria que o principal é que o governo não quer. O governo Bolsonaro realmente não adota uma postura de governo que esteja interessado em combater o crime ambiental - que é o principal causador hoje que nós temos do desmatamento da Amazônia - e tomar medidas efetivas para proteger a floresta e para tratar o crime ambiental de forma severa e com o rigor da lei", avalia.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participam da Cúpula do Clima virtual por meio de um link de vídeo em Brasília, Brasil, em 22 de abril de 2021

Para o ambientalista, o governo atual, ao invés de impedir o desmatamento, está incentivando essa prática.


  • "O governo [Bolsonaro], muito pelo contrário, em muitas, ou na grande maioria das medidas que tomou até hoje, toma medidas para facilitar o crime ambiental na Amazônia. É um governo que congelou as multas ambientais, é um governo que diminuiu a capacidade do Estado brasileiro de combater o crime [ambiental], cancelando operações de campo, diminuindo muito o orçamento das agências de fiscalização do desmatamento da Amazônia, tomou medidas em favor de madeireiros ilegais, em favor de grileiros de terras, em favor de invasores de terras públicas", afirma, acrescentando nesse rol entra ainda a simpatia do governo com o garimpo ilegal na região amazônica.

Astrini também recorda que há relatos de que a atual política ambiental do governo Bolsonaro persegue servidores interessados em combater o desmatamento.

"Nós temos uma série de depoimentos de pessoas que trabalham na fiscalização ambiental no Brasil dizendo que elas são perseguidas e intimidadas pelo atual governo. Há alguns dias atrás, inclusive, os servidores públicos que praticam fiscalização no Brasil acusaram o governo de tentar implementar medidas que praticamente inviabilizam a fiscalização ambiental no país", aponta.


Criminosos atuam à vontade na Amazônia

O representante do Observatório do Clima lembra que o governo federal tem capacidade financeira e técnica à disposição para executar amplas ações de combate ao desmatamento, mas escolhe "proteger quem desmata".


  • "Então, existem uma série de medidas, uma série de ações do próprio governo que vão no sentido de proteger quem desmata e não de proteger a floresta. Exatamente por isso, o crime se sente extremamente à vontade e vê, em ações e em palavras, que o governo não vai tomar nenhuma iniciativa, assim como não tomou até agora, no sentido de coibir esse crime ambiental. Hoje, na verdade, a Amazônia se transformou em um verdadeiro parque de diversões para criminosos do meio ambiente, eles atuam de forma muito à vontade", aponta.

Carregamento de madeira extraída da Amazônia transportado em quatro embarcações sendo apreendido pela Operação Verde Brasil 2, das Forças Armadas brasileiras, no estado do Pará

Astrini afirma que o Brasil tem pelo menos três bilhões de reais parados no Fundo Amazônia que não são empregados pelo governo de forma deliberada. Dessa forma, na opinião do ambientalista, o que impede o aumento do combate ao desmatamento no Brasil é o governo.


  • "O que falta no Brasil não é nem conhecimento de como se diminuir o desmatamento, mesmo porque o Brasil já fez isso alguns anos atrás. Entre os anos de 2004 e 2012, o desmatamento na Amazônia caiu na casa de 80%. Portanto, nós sabemos que não é um problema de dinheiro - o dinheiro está depositado no Fundo Amazônia. É realmente um problema de governo, o que nos falta é vontade e o que falta é compromisso da atual gestão pública no Brasil do governo federal em atacar o problema e reduzir o desmatamento da Amazônia", conclui.

Fonte: Sputnik Brasil


Greenpeace Brasil

Amazônia Explicada - Serviços Ecossistêmicos: o presente da floresta #2

Os benefícios que a natureza nos traz, simplesmente por existir em equilíbrio, são chamados de serviços ecossistêmicos. No caso da Amazônia, são serviços como a produção e distribuição da água, o resfriamento do clima, a proteção contra doenças, alimentos e muito mais. Mas se a floresta nos dá tudo isso de graça, por que ainda desmatam a Amazônia?

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Fusão entre Ibama e ICMBio pode paralisar as atividades de ambas entidades, denunciam especialistas da área ambiental


Na última sexta-feira (8), o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles ampliou o prazo para que os militares que ocupam cargos na área ambiental apresentem estudos sobre a extinção do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).


Iniciativa de militares e Ministério do Meio Ambiente enfraquecerão a proteção de unidades de conservação e de comunidades tradicionais, segundo especialistas - Sílvio de Andrade
 

Agora, o grupo de trabalho que discute a extinção do órgão tem até o mês de junho para dar resposta à pasta comandada por Salles. A proposta do governo federal é fundir o ICMBio com o Ibama, o que na prática significa acabar com a autarquia.

Especialistas da área ambiental são críticos da proposta e apontam que a fusão pode paralisar as atividades de ambas as entidades, além de enfraquecer a proteção de unidades de conservação e de comunidades tradicionais.

Suely Araújo, especialista em políticas públicas do Observatório do Clima e ex-presidente do IBAMA, reforçou que o ICMBio é responsável por quase 10% do território nacional e realiza um trabalho complexo, diferente do que é feito no Ibama. Por isso, a fusão pode atrapalhar as atividades de ambas as autarquias.

Ainda segundo ela, a extinção do ICMBio é uma forma de desmonte do Ministério do Meio Ambiente, iniciado logo após a posse de Jair Bolsonaro.

O ICMBio foi criado em 2007 a partir de atribuições que estavam designadas ao Ibama. A autarquia também é responsável por implementar políticas de preservação da fauna, da flora, dos recursos hídricos em harmonia com as populações tradicionais que vivem nos territórios sobrepostos a essas unidades.

Para Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, a extinção do órgão representa mais um retrocesso na política de proteção ambiental brasileira. 

Após a criação do ICMBio, o Brasil alcançou a marca de 170 milhões de hectares de área protegida, sendo 88 milhões de hectares no ambiente terrestre e 92 milhões em ambiente marinho.

Além disso, o Ibama passou a se concentrar apenas no licenciamento e na fiscalização. Isso possibilitou os menores índices de desmatamento da série histórica medidos pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Entre 2004 e 2012, houve redução de 80% nas áreas desmatadas.

Confira todos os destaques e o jornal completo desta segunda-feira (8) no áudio acima.

*Com informações de Danilo Reenlsober.

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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

Edição: Mauro Ramos

Fonte: Brasil de Fato


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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

O governo federal tem feito o papel de vilão ambiental em seus dois anos de mandato. Precisamos virar esse jogo.


Nessa série de vídeos, mostramos como o governo Bolsonaro tem avançado muitas casas no tabuleiro antiambiental, jogando sujo contra as florestas, o clima global e a população e economia brasileiras. Quando a imagem do país fica manchada com desmatamento, queimadas e outros crimes contra o meio ambiente, todos nós perdemos. 





Greenpeace Brasil

Dois anos de um governo contra o meio ambiente - Desmontando tudo

Assista ao VÍDEO




 Greenpeace Brasil

Dois anos de um governo contra o meio ambiente - Na contramão

Assista ao VÍDEO





Greenpeace Brasil

Dois anos de um governo contra o meio ambiente - Cadê o dinheiro?

Assista ao VÍDEO




Greenpeace Brasil

Dois anos de um governo contra o meio ambiente - Maquiagem verde

Assista ao VÍDEO


O governo Bolsonaro completa dois anos e, infelizmente, não temos nada a comemorar. Em dois anos, retrocedemos décadas e o Brasil se tornou líder em desmatamento, queimadas criminosas, negação da ciência e desrespeito ao meio ambiente e aos direitos humanos. 

O meio ambiente está sob ataque no país e os únicos que têm algo a celebrar são desmatadores, invasores de terras, garimpeiros e madeireiros ilegais. Estamos diante de um governo que escolheu estar ao lado dos criminosos, ignorando a importância de conservar as florestas e a rica biodiversidade do país.

A política de “passar boiadas” tem jogado por terra décadas de esforços no combate ao desmatamento, colocado em risco a saúde da população e pode trazer grandes prejuízos econômicos e de imagem ao Brasil. Cada vez mais, consumidores do mundo inteiro rejeitam produtos manchados com a destruição ambiental.



Não há mais tempo e vidas a perder. O projeto de destruição do governo Bolsonaro precisa ser interrompido imediatamente. Para que o Brasil deixe de ser visto como um vilão ambiental, precisamos de atitudes concretas que garantam a proteção de todas as formas de vida. 

Bolsonaro não ganhou um cheque em branco da sociedade brasileira para destruir nossas riquezas naturais. Ele e sua equipe devem governar para o bem de toda a população, e não apenas de acordo com seus interesses ou grupos aliados. 

Baixe o tabuleiro completo do Destroybras:




Ajude a virar esse jogo. Compartilhe os vídeos e pressione por mudanças já! 

Você também pode somar sua voz participando de abaixo-assinados:

Todos Pela Amazônia: A Amazônia precisa de você. Agora mais do que nunca. E para cada voz que se erguer, milhares de outras se somarão até nos transformarmos em uma ampla rede de proteção ao redor da floresta e seus povos.

Floresta Sem Cortes: Peça ao Congresso para agir pela proteção dos biomas brasileiros. Os parlamentares devem aprovar um orçamento que garanta os recursos necessários para protegermos nossas florestas.



Clique nos links abaixo para entender melhor a política do governo federal que joga contra o meio ambiente:



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Fonte: Greenpeace Brasil


sexta-feira, 29 de maio de 2020

SOS Mata Atlântica: desmatamento cresce 27,2%



Via: Sputnik Brasil

Foi registrado um aumento de 27,2% no desmatamento da Mata Atlântica entre 2018 e 2019, comparando com o período entre 2017 e 2018.
A informação foi publicada no relatório do Atlas da Mata Atlântica, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A cifra de 27,2% corresponde a um total de 14.502 hectares e o estado de Minas Gerais lidera a lista do desmatamento desse bioma, registrando uma perda de quase 5.000 hectares de floresta nativa. Bahia ocupa o segundo lugar, com 3.532 hectares, seguida pelo Paraná, com 2.767 hectares.
Os três líderes do ranking registraram aumento de desflorestamento de 47%, 78% e 35%, na comparação com o período anterior. Segundo o estudo, Piauí somou 1.558 hectares desmatados (26% a mais) e Santa Catarina 710 hectares, 22% a mais, comparando com o período anterior.
"O fato é preocupante, já que restam apenas 12,4% da Mata Atlântica, o bioma que mais perdeu floresta no país até hoje", disse o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, citado pela Agência Brasil.
"Observamos vários desmatamentos em áreas interioranas e nos limites da Mata Atlântica, como no Cerrado em Minas Gerais, na Bahia e no Piauí, além de regiões com araucárias no Paraná. Como são áreas já mapeadas anteriormente, os desmatamentos poderiam ter sido evitados com maior ação do poder público. É lamentável que sigam destruindo nossas florestas naturais, ano após ano", acrescentou a diretora executiva da SOS Mata Atlântica e coordenadora geral do Atlas, Marcia Hirota.
Por outro lado, o Atlas mostra que estados como Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro não desmataram e dois estados conseguiram zerar os desmatamentos acima de três hectares (Alagoas e Rio Grande do Norte).

canal MPF


MPF alerta para risco de destruição da Mata Atlântica sob novo entendimento do Ministério do Meio Ambiente que permite ocupações ilegais e desmatamento em áreas de preservação permanente.


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