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sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Ventos fortes e seca agravaram incêndios na Califórnia, diz OMM


Organização Meteorológica Mundial ressalta evidências de que alterações climáticas aumentaram risco e extensão destes desastres nos últimos anos; Organização Mundial da Saúde alerta para inflamações pulmonares fatais que podem ser causadas pela fumaça


CAL FIRE Prédio de banco pega fogo em Los Angeles, Califórnia
 

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, afirmou que os ventos fortes foram o grande fator agravante dos incêndios florestais que assolam a Califórnia.

Falando a jornalistas em Genebra nesta sexta-feira, a porta-voz da agência, Clare Nullis, explicou que os ventos provocaram baixa umidade e aumento de temperatura.


Peso das alterações climáticas

O Serviço Meteorológico Nacional dos EUA emitiu um alerta de bandeira vermelha para partes dos condados de Los Angeles e Ventura, sinalizando que por causa dos ventos há o risco de uma maior propagação das chamas.

A OMM ressaltou que a estação chuvosa de 2024 para a área de Los Angeles como um todo foi ligeiramente acima do normal, mas 2025 até agora foi seco. Nullis disse que o clima desempenhou um papel importante nesse sentido e as causas dos incêndios florestais podem ser múltiplas.

Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, Noaa, afirmou que “as alterações climáticas, incluindo o aumento do calor, a seca prolongada e uma atmosfera sedenta, têm sido um fator chave no aumento do risco e da extensão dos incêndios florestais no oeste dos Estados Unidos durante as últimas duas décadas”.


CAL FIRE Um carro queimado é uma lembrança do incêndio que atingiu partes da área urbana ao redor de Los Angeles, Califórnia

Planos de evacuação

Nullis também lembrou de um estudo da Noaa de 2016 que concluiu que as alterações climáticas aumentaram a secagem da matéria orgânica e duplicaram o número de grandes incêndios entre 1984 e 2015 no oeste dos Estados Unidos.

Um estudo de 2021 apoiado pela agência norte-americana concluiu que as alterações climáticas foram de fato o principal motor do aumento do tempo de incêndio no oeste dos Estados Unidos.

Respondendo à perguntas, Nullis disse que a prevenção tinha um papel importante a desempenhar, incluindo a preparação de planos de evacuação adequados. Ela enfatizou a importância de um sistema de alerta precoce, que funcionou bem neste caso.


Fumaça mortal

Já a porta-voz da Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que os incêndios florestais podem ter efeitos significativos de morbidade e mortalidade.

Margaret Harris afirmou que a fumaça é motivo de grande preocupação, pois a partícula atmosférica PM está associada à morte prematura da população em geral.

Partículas depositadas na superfície pulmonar podem induzir danos nos tecidos e inflamação pulmonar, entre outros efeitos.

A especialista disse que mais pesquisas interdisciplinares são necessárias para compreender o efeito a longo prazo. 


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Fonte: ONU News


CRUX

Incêndios florestais na Califórnia estão fora de controle, Hollywood Hills em chamas, estrelas fogem | Notícias dos EUA


Sprinter Observer


O governo Biden anunciou a parcela final de ajuda militar que enviará à Ucrânia, no valor de cerca de US$ 500 milhões.


 

 Paulo Nogueira Batista Jr.


“Deus vê tudo, mas aguarda” (Tolstoy). Os perpetradores, financiadores e apoiadores do genocídio em Gaza, inclusive aqui do Brasil, vão pagar todos, um a um, por seus crimes.



 Pepe Escobar


Karma instantâneo.

A casa do Capitão América pegou fogo enquanto ele transportava bombas para incendiar Gaza.



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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Mesmo após tragédias, governo corta verba de prevenção a desastres ambientais


Apesar 2024 ter sediado grandes tragédias climáticas, como as enchentes no RS e do agravamento da crise ambiental mundial, o governo federal irá investir menos na prevenção de desastres ambientais neste ano, conforme informa a @ cspconlutas


Auditoria Cidadã da Dívida
 

Apesar 2024 ter sediado grandes tragédias climáticas, como as enchentes no Rio Grande do Sul, que vitimaram 183 pessoas, e do agravamento da crise ambiental mundial, o governo federal irá investir menos na prevenção de desastres ambientais neste ano, conforme informa a @cspconlutas, repercutida pela Campanha Nacional por Direitos Sociais.

A verba para bancar o programa de gestão de riscos e desastres em 2025 prevê o corte de R$ 200 milhões. Neste ano, o repasse será de R$1,7 bilhão. Em 2024, esse orçamento foi de R$1,9 bilhão.

O programa é garantido pela LOA (Lei Orçamentária Anual), e a votação deve ocorrer após a volta dos senadores e deputados do recesso parlamentar, que está previsto para o dia 3 de fevereiro.

Os dados foram divulgados pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) que também aponta a redução de recursos via emendas parlamentares. Os dispositivos voltados aos desastres climáticos caíram de R$69,9 milhões no ano anterior para R$39,1 milhões.

Entre 2016 e 2024, a média de investimento na prevenção e gerenciamento de crises climáticas foi de R$ 2,3 bilhões anuais. O valor reduzido para 2025 mostra que o cenário é de estrangulamento nas contas de uma área sensível ao povo brasileiro.

Se estivesse realmente preocupado com a saúde e o bem estar dos brasileiros, o governo federal divulgaria um valor recorde no combate às catástrofes que deverão se agravar nos próximos anos devido ao aquecimento global.

No entanto, o que se vê é exatamente o oposto. A notícia infelizmente não é nova. A CSP-Conlutas divulgou o processo de greve dos servidores ambientais e o descaso do planalto com as reivindicações das categorias.

Além do reajuste zero para os servidores, até o momento, o governo Lula não moveu uma palha contra o desmonte dos órgãos ambientais protagonizado por outras presidências anteriores como a de Jair Bolsonaro.



Fonte:  Auditoria Cidadã da Dívida


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sábado, 16 de novembro de 2024

Crise climática é responsável por 20% dos casos de dengue no mundo


A doença viral, que é transmitida por mosquitos infectados, normalmente fica confinada a áreas tropicais e subtropicais, mas o aumento das temperaturas fez com que os mosquitos invadissem novas áreas


Ela costuma ficar confinada a áreas tropicais e subtropicais, mas o aumento das temperaturas fez com que os mosquitos invadissem novas áreas, levando a dengue com eles. / Foto: AP

 

A crise climática é responsável por quase um quinto do número recorde de casos de dengue no mundo este ano, disseram pesquisadores dos EUA, buscando esclarecer como o aumento das temperaturas ajuda a espalhar doenças.

Pesquisadores têm trabalhado para demonstrar rapidamente como a crise climática contribui diretamente para eventos climáticos extremos individuais, como furacões, incêndios, secas e inundações que atingiram o mundo este ano.

Mas relacionar como o aquecimento global afeta a saúde, como causar surtos ou espalhar doenças, continua sendo um campo novo.

"A dengue é uma ótima primeira doença para se concentrar porque é muito sensível ao clima", disse à AFP Erin Mordecai, ecologista de doenças infecciosas da Universidade de Stanford .

A doença viral, transmitida por picadas de mosquitos infectados, causa febre e dores no corpo e pode, em alguns casos, ser mortal.

Ela normalmente fica confinada a áreas tropicais e subtropicais, mas o aumento das temperaturas fez com que os mosquitos invadissem novas áreas, levando a dengue com eles.

No novo estudo, que ainda não foi revisado por pares, uma equipe de pesquisadores dos EUA analisou como temperaturas mais altas estavam relacionadas a infecções por dengue em 21 países da Ásia e das Américas.

Em média, cerca de 19% dos casos atuais de dengue no mundo são "atribuíveis ao aquecimento climático que já ocorreu", disse Mordecai, autor sênior do estudo pré-impresso.

Temperaturas entre 20 e 29 graus Celsius são ideais para espalhar a dengue, disse Mordecai.

Os pesquisadores descobriram que áreas elevadas do Peru, México, Bolívia e Brasil que atingirão essa faixa de temperatura poderão ter casos de dengue aumentando em até 200% nos próximos 25 anos.

A análise estimou que pelo menos 257 milhões de pessoas vivem atualmente em áreas onde o aquecimento global pode dobrar a taxa de dengue durante esse período.

Esse perigo é apenas "mais um motivo pelo qual você deve se preocupar com a crise climática", disse Mordecai.


Brasil vê aumento de casos de dengue
 antes de campanha de vacinação


Bactérias para o resgate?

Mais de 12,7 milhões de casos de dengue foram registrados no mundo todo este ano até setembro, quase o dobro do recorde total de 2023, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.

Mas Mordecai disse que uma "enorme quantidade de subnotificações" significa que o número real provavelmente está mais próximo de 100 milhões.

A pesquisa foi apresentada na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, em Nova Orleans.

Outro conjunto de pesquisas, também não revisado por pares, levantou esperanças de uma ferramenta potencial para ajudar a combater o aumento da dengue.

Envolve a criação de mosquitos infectados com uma bactéria comum chamada Wolbachia, que pode bloquear a capacidade do inseto de transmitir a dengue.

Há cinco anos, mosquitos infectados com Wolbachia foram introduzidos na maior parte da cidade brasileira de Niterói.

Eles descobriram que, quando o Brasil enfrentou seu pior surto de dengue neste ano, houve apenas um pequeno aumento de dengue em Niterói.

O número de casos também foi 90% menor do que antes da distribuição dos mosquitos Wolbachia e "nada comparado ao que estava acontecendo no resto do Brasil", disse Katie Anders, do World Mosquito Program.

O sucesso da cidade mostrou que "a Wolbachia pode fornecer proteção de longo prazo para as comunidades contra os surtos cada vez mais frequentes de dengue que estamos vendo globalmente", disse Anders.

Os pesquisadores disseram que fizeram uma parceria com o governo brasileiro para construir uma unidade de produção de mosquitos Wolbachia, na esperança de proteger milhões de pessoas.


A doença 'exótica' da dengue está
a atingir duramente a Europa,
alertam especialistas



Fonte: TRT World - AFP


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sábado, 28 de setembro de 2024

#UNGA: Apelos de Lula, Petro e Guterres na ONU lembram que oligarquias são a raiz do desastre global


“Aqueles que têm o poder de destruir a vida não nos escutam [...] ainda que representemos a grande maioria”, declarou Gustavo Petro durante discurso na ONU


ONU
 

O mundo está à beira do desastre, mas ninguém assume a responsabilidade por isso, pareceu ser a conclusão do primeiro dia do chamado “debate geral” da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

Talvez por isso, o secretário-geral, António Guterres, condenou o que chamou de “impunidade” global, ao abrir, nesta terça-feira (24), a sessão inicial do debate geral, junto com “a desigualdade” e “a incerteza”, um trio que está levando a civilização à beira de desastres, e essa rota é insustentável. “Estamos nos aproximando do inimaginável, um barril de pólvora que está envolvendo o mundo inteiro”, advertiu Guterres, e assinalou que as guerras, a mudança climática e a desigualdade estão piores do que nunca. Ao mesmo tempo, convidou aos participantes: “os desafios que enfrentamos podem ser resolvidos”.


Incapaz de impedir guerras e dar basta ao
 genocídio palestino, seria o fim da ONU?

Ele ressaltou a impunidade, onde “as violações e abusos ameaçam o próprio alicerce do direito internacional e da Carta da ONU”. Acrescentou que “o nível de impunidade no mundo é politicamente indefensável e moralmente intolerável”, onde governos acreditam que podem violar as convenções internacionais e a Carta da ONU, “invadir outro país ou destruir sociedades inteiras” sem consequências. Assinalou os casos da Ucrânia e de Gaza, aos quais chamou “um pesadelo sem fim que ameaça levar toda uma região”; condenou os atos do Hamas, mas afirmou que “nada pode justificar o castigo coletivo do povo palestino”, que incluiu também a morte de mais de 200 funcionários da ONU. Guterres detalhou as injustiças da desigualdade econômica e também da mudança climática, insistindo que a única solução é multilateral e urgente. E que não há muito tempo.


Lula na ONU

O desfile anual de mandatários e altos representantes dos 193 países membros começou, por tradição, com o presidente do Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva, uma das vozes mais poderosas do Sul Global, elevou o alerta sobre o rumo atual do planeta.

Lula falou sobre os esforços do Brasil para impulsionar um acordo para frear as guerras em Gaza e na Ucrânia, e advertiu que esses conflitos demonstram o fracasso da comunidade internacional.

Da mesma forma, deplorou um sistema econômico internacional que se “converteu em um Plano Marshall ao contrário, onde os mais pobres financiam os mais ricos”. Os mais ricos, afirmou, duplicaram suas fortunas e pagam menos impostos que os pobres, proporcionalmente 60% da humanidade é agora mais pobre — ante o qual o Brasil está promovendo uma proposta para estabelecer normas mínimas de impostos globais.


Outras vozes do Sul Global

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou, com um discurso lírico, que nesse fórum da ONU “aqueles que têm o poder de destruir a vida não nos escutam”, [não escutam] os que não têm armas de destruição em massa ou grande quantidade de dinheiro, “ainda que representemos a grande maioria”.

Ele advertiu ainda que “a floresta amazônica está queimando” e isso implica o fim do mundo. Acusou que, “quando Gaza morrer, toda a humanidade morrerá”, pois as crianças palestinas “são o povo escolhido de Deus”. O que ele chamou de “oligarquia mundial” da mudança climática, das guerras, das punições econômicas contra países desobedientes como Cuba, e concluiu que a pergunta agora para o mundo é: a vida ou a ganância? Indicou que chegou a hora de pôr fim à oligarquia mundial e substituí-la por uma democracia dos povos. Que já não se precisa ouvir os BidenXiPutin e os europeus, mas sim os povos.


“Todos no mundo estão menos seguros”
após ataque terrorista no Líbano, alerta Snowden


Cyril Ramaphosa, da África do Sul, abriu seu discurso condenando a guerra de Israel em Gaza e destacou que seu país realizou uma denúncia por genocídio à Corte Internacional de Justiça contra Tel Aviv, com as obrigações do direito internacional, “o qual não pode ser aplicado de forma seletiva”.


O último discurso de Biden

Em seu último ato formal ante a comunidade mundial, o presidente Joe Biden ilustrou a incongruência que define essa conjuntura mundial, apresentando-se como líder da paz e da cooperação, enquanto justificou a cumplicidade de seu governo com as guerras em Gaza e na Ucrânia. “As coisas podem, sim, melhorar”, afirmou, e ofereceu como exemplo histórico o fato de que os Estados Unidos e o Vietnã agora são parceiros, insistindo que, apesar dos grandes desafios, é preciso manter o otimismo.

A guerra de Putin fracassou” e “não podemos desistir até que a Ucrânia vença esta guerra… não deixaremos de apoiar a Ucrânia”, afirmou ele, ignorando o consenso dos especialistas de que essa guerra não é vencível. Ele mencionou a América Latina apenas uma vez, usando o caso da Venezuela para ilustrar como seu país deve ser o campeão da democracia. Falou sobre como enfrentar a China no Pacífico, assegurando que os blocos não são contra nenhum país, quando é óbvio que são contra Pequim.


EUA, polícia do mundo: na ONU, Biden aposta
em velho discurso recheado de cinismo

Em relação a Gaza, condenou novamente o ataque do Hamas de 7 de outubro, reconheceu que “inocentes também estão enfrentando o inferno” em Gaza e apelou às partes a aceitarem um acordo e “pôr fim a essa guerra”. Disse que têm buscado prevenir a ampliação da guerra e acusou o Hezbollah pelos ataques mais recentes. “Estamos trabalhando incansavelmente” para conter esse conflito. Biden incansavelmente repete essa frase há quase um ano, enquanto seu governo continua fornecendo bombas e outras munições a Israel para o que uma maioria da Assembleia Geral considera um “possível” genocídio, algo que grande parte de seu público hoje criticou.


Assembleia vai até o dia 30

O debate geral continuará durante toda esta semana e até 30 de setembro. Estão na lista vários dos envolvidos nos conflitos que desafiam o mandato da ONU de promover a paz. O primeiro-ministro de IsraelBenjamin Netanyahu, está programado para esta quinta-feira (26), pouco depois de o presidente palestino, Mahmoud Abbas, subir ao pódio. O presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, teve sua vez nesta quarta-feira (25), mas na segunda também tinha um encontro numa sessão do Conselho de Segurança.



Muitos se referiram ao surgimento da inteligência artificial (IA) e como isso mudará quase tudo, e, portanto, é necessário um manejo “responsável” dessa nova ferramenta pela comunidade internacional. Mas, se o passado serve de guia para o manejo desses líderes políticos do mundo atual, vale questionar se existe a inteligência natural coletiva para alcançar esse e os outros grandiosos objetivos que foram mencionados aqui.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.

As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.


David Brooks

Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.


Jim Cason

Correspondente do La Jornada e membro do Friends Committee On National Legislation nos EUA, trabalhou por mais de 30 anos pela mudança social como ativista e jornalista. Foi ainda editor sênior da AllAfrica.com, o maior distribuidor de notícias e informações sobre a África no mundo.

Fonte: Diálogos do Sul Global


Gustavo Petro

79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas




Lula


A solidariedade ao povo palestino nos une, presidente Mahmoud Abbas.


A solidariedade ao povo palestino nos une, presidente Mahmoud Abbas. 🎥 Ricardo Stuckert

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— Lula (@lula.com.br) September 26, 2024 at 1:44 PM


ONU Info


#Gaza : O Secretário-Geral da ONU @antonioguterres insta o Conselho de Segurança a se unir para apoiar um cessar-fogo imediato que conduza a uma solução viável de dois Estados


 

Geopolítica 01

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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Polícia 'detém' Greta Thunberg em protesto contra a guerra de Gaza na Dinamarca


A polícia se recusou a identificar os presos em um protesto em Copenhague contra a guerra de Israel em Gaza, mas os Estudantes Contra a Ocupação disseram que a ativista Greta Thunberg foi detida


Uma foto de Thunberg publicada pelo diário Ekstra Bladet mostrou Thunberg usando o que o jornal disse serem algemas. / Foto: Reuters

A polícia dinamarquesa prendeu a ativista Greta Thunberg em um protesto em Copenhague contra a guerra em Gaza, disse um porta-voz do grupo estudantil que organizou a manifestação.

Seis pessoas foram detidas no local da Universidade de Copenhague na quarta-feira depois que cerca de 20 pessoas bloquearam a entrada de um prédio e três entraram, disse um porta-voz da polícia.

A polícia se recusou a confirmar a identidade de qualquer um dos presos, mas um porta-voz dos Estudantes Contra a Ocupação disse que Thunberg havia sido detida.

Uma foto de Thunberg publicada pelo diário Ekstra Bladet mostrou Thunberg usando o que o jornal disse serem algemas.


Thunberg enfrenta críticas na Alemanha
por se opor ao "genocídio" em Gaza

FONTE: TRT World


MintPress News


Polícia dinamarquesa prende ativista climática Greta Thunberg em protesto pró-Palestina

O conhecido ativista se juntou a um protesto contra o genocídio em andamento em Gaza por Israel, na Universidade de Copenhague, enfrentando prisão junto com outros 5 ativistas. Foi relatado que um grupo de 20 tentou bloquear um prédio, embora a polícia dinamarquesa tenha se recusado a dar uma razão para as prisões.



TRT World

A polícia dinamarquesa prendeu a ativista sueca Greta Thunberg em um protesto em Copenhague contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza, na Palestina, depois que a polícia foi chamada quando um grupo de manifestantes bloqueou uma entrada. 

Mais tarde, a polícia libertou Thunberg, que retornou ao protesto pró-palestino.



 Cidadania e Solidariedade 01

Cidadania e Solidariedade 02

 

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sábado, 31 de agosto de 2024

Agronegócio é o principal responsável pela perda de vegetação nativa no Brasil, diz estudo


Segundo MapBiomas, área de pastagem expandiu 79%, e de agricultura cresceu 228% nos últimos 39 anos


Segundo o relatório do MapBiomas, a agropecuária passou de 28% para 47% no Cerrado - Yasuyoshi Chiba/AFP

A Coleção 9 de mapas anuais de cobertura e uso do solo, do MapBiomas, divulgado na quarta-feira (21), revelou uma perda acelerada de área vegetal nativa entre 1985 e 2023, chegando à marca de 33% de todo o território nacional no ano passado. O relatório considera áreas de vegetação nativa, além das matas e floretas, superfícies de água e áreas naturais não vegetadas, como praias e dunas.  

O processo de antropização de áreas de vegetação nativa ocorre, principalmente, pela expansão da agropecuária, segundo o instituto. O Brasil tem atualmente 64% de seu território coberto por vegetação nativa. Em 1985 eram 76%. Nesse mesmo período, a área de pastagem expandiu 79%, 72,5 milhões de hectares a mais do que há 39 anos. Já a agricultura cresceu 228%, um aumento de 42,4 milhões de hectares de cultivo, principalmente de grãos voltados para exportação. 

O relatório constata que mais da metade da vegetação nativa perdida nas últimas décadas esteve concentrada na Amazônia, chegando aos 5 milhões de hectares perdidos nas últimas quatro décadas. “A gente acompanhou um crescimento da agropecuária muito predatório na região da Amazônia, com um processo de desmatamento que era basicamente invadir uma terra pública, uma área, retirar a madeira de lei que tinha algum valor comercial, depois você derrubava o resto com correntão, esperava secar e atacava fogo. E daí abria ali um pasto com baixíssima produtividade só para tentar regularizar a terra, ou tomar posse da terra. E depois, se conseguia, ele vendia essa área para alguém plantar soja e ia desmatar outra área. Esse modelo circulou durante muito tempo”, conta Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas.



No entanto, o pesquisador alerta que a ocupação do solo pela agropecuária vem perdendo força na Amazônia, e migrando para outras regiões do país. “Na Amazônia, a gente está vendo uma queda muito grande do desmatamento, principalmente desse desmatamento ilegal. O que a gente está vendo é essa expansão agora acontecendo na região do Cerrado, principalmente no Matopiba, para grandes empreendimentos, principalmente de monocultura de soja”, relata. 

região do Matopiba é formada majoritariamente pelo Cerrado, compreendendo os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e considerada a última fronteira agrícola do Brasil. O próprio MabBiomas contabiliza em seu último alerta sobre a região mais de 2,7 milhões de hectares desmatados no Matopiba entre 2019 e 2023, o que contribuiu para que o Cerrado fosse o bioma com o maior número de alertas de desmatamento nesse período.  

Segundo o relatório, a agropecuária passou de 28% para 47% no Cerrado, enquanto no Pampa foi de 28% para 45%. Já na Amazônia, passou de 3% para 16% e de 5% para 17% no Pantanal. A Caatinga teve um aumento de 10%, indo de 28% para 38%, e a Mata Atlântica foi o bioma que menos variou, de 63% para 65%. 

Os dados apresentados pelo MapBiomas mostram que em 1985, 48% dos municípios tinham presença da agropecuária, enquanto em 2023, esse predomínio chegou a 60% dos municípios. Os estados que apresentaram o maior crescimento de áreas destinadas à pastagem foram Rondônia, que passou de 6% para 38%; Maranhão, que foi de 5% para 29%; Mato Grosso, de 6% para 24% e Tocantins, de 7% para 30%. 

Agronegócio invade o Pantanal 

No Pantanal, a redução mais acentuada foi na superfície de água, que passou de 21% em 1985 para 4% em 2023, um efeito visível das alterações climáticas. Os especialistas alertam que as secas prolongadas têm tido como consequência a ocupação de áreas de planície, antes alagáveis, pelo agronegócio, com plantações de monocultivo.   

“Na parte do alto do planalto, tem muita expansão de soja, e em muitos casos, ocupa até APP [Área de Preservação Permanente] que é aquela área que devia proteger os rios, que estão destruídas, e agora há uma tentativa de recuperar algumas áreas. E o grande problema é isso: quando se prepara o solo para soja, a chuva leva sedimento do solo para dentro dos rios e esse sedimento vai para dentro da planície”, explica Marcos Rosa. 

Outro efeito da seca no Pantanal apontado pelos especialistas é a mudança de padrão da pecuária pantaneira.  

“O que a gente percebe é que a área alagada está ficando em uma área menor e com uma duração dessa cheia menor. E isso faz com que essa seca propicie a expansão da agropecuária, principalmente para o interior do Pantanal. E há uma mudança do padrão dessa agropecuária. A agropecuária tradicional do Pantanal, feita sobre os campos nativos, a gente sempre classifica como campo nativo, ela é importante para manter, é um uso tradicional. O que a gente está vendo hoje é uma mudança com a remoção completa da vegetação e plantio de exóticas [pasto]", afirma o pesquisador do MapBiomas.  

O que fazer? 

Para quem produz alimentos e defende a adoção de métodos sustentáveis de manejo dos solos, não há como dissociar o debate ambiental do acesso à terra e do modelo de desenvolvimento agrícola do país. É o que diz Maíra Santiago, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

“O movimento tem uma estratégia de construção de uma reforma agrária que é de novo tipo, que a gente chama de reforma agrária popular. E dentro dessa reforma agrária popular, o que é central para nós, é que é possível sim conciliar a produção de alimentos saudáveis com o cuidado da natureza”, defende. 

Maíra conta que o MST, além de se dedicar à luta pela terra e à produção de alimentos agroecológicos, possui um plano nacional de reflorestamento, que pretende plantar 100 milhões de árvores até 2030, em todas as regiões do país. A dirigente sem terra cobra do governo medidas mais enérgicas para enfrentar as mudanças climáticas, avançar na transição agroecológica e consequentemente, acabar com a fome. 

“Existe uma diferença entre o que é central para nós, para diminuir, ou desacelerar as mudanças climáticas, e o que é colocado pelo governo. Ele [o governo] ainda investe muito em ações ligadas àquilo que o capitalismo, o capital verde e o mercado de carbono estão apontando como saídas. E para nós, não é o hidrogênio verde, não é o mercado de carbono que vai dar saídas concretas para essas mudanças climáticas, mas sim a reforma agrária, a democratização das terras e a agroecologia como elemento central”, afirma. 

Já o pesquisador do MapBiomas, espera que os dados ofertados pela pesquisa possam subsidiar a criação de políticas de proteção dos biomas, e o enfrentamento da emergência climática

“A missão do MapBiomas é produzir esses dados para que sejam utilizados para mitigar mudança climáticas. Então a gente produz os dados científicos, os torna públicos, e metade do tempo a gente gasta para produzir os dados, enquanto a outra metade para garantir que eles sejam usados. Nosso objetivo é mostrar os dados, poder [fazer com] que ele seja incorporado nas políticas de planejamento de curto, médio e longo prazos, e subsidiar essas discussões”, conclui Rosa.  

Os dados do MapBiomas estão disponíveis para consulta de forma gratuita em plataforma digital

Edição: Nathallia Fonseca

Fonte: Brasil de Fato


Publicado por @movimentosemterra


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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Indígenas se retiram de “conciliação forçada” sobre Lei 14.701 no STF e afirmam que direitos são inegociáveis


Na tarde desta quarta-feira (28), a Apib decidiu se retirar da mesa de conciliação criada pelo ministro do STF Gilmar Mendes para discutir a lei 14.701, que ataca direitos indígenas


Maria Baré faz a leitura da carta-manifesto anunciando a saída da Apib da mesa de conciliação do marco temporal. Foto: Tiago Miotto/Cimi

Na tarde desta quarta-feira (28), a Articulação do Povos Indígenas do Brasil (Apib) se retirou da Mesa de Conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Lei 14.701/2023, que instituiu no ordenamento legal brasileiro o marco temporal e uma série de ataques aos direitos territoriais indígenas. A conciliação foi determinada pelo ministro Gilmar Mendes, relator de processos que discutem a constitucionalidade da lei.

Em protesto, após a leitura de uma carta-manifesto, os indígenas e aliados da causa indígenas deixaram o plenário da Segunda Turma da Suprema Corte, onde ocorreu a segunda audiência de conciliação. Mesmo sem a presença indígena a audiência prosseguiu os trabalhos, que nesta sessão contou com a presença de representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e integrantes dos governos federal, estaduais e municipal, e demais partes da comissão especial.

Os povos indígenas apontam que a Lei 14.701/2023 é inconstitucional e que não há negociação possível sobre ela, que precisa ser imediatamente suspensa. “A conciliação está sendo conduzida com premissas equivocadas, desinformadas e pouco aberta a um verdadeiro diálogo intercultural”, destaca um trecho da carta lida por Maria Baré, liderança indígena do Amazonas e uma das representantes da Apib à mesa.


“Pela letra da Constituição da República de 1988, as terras indígenas foram gravadas como inalienáveis, indisponíveis e os direitos sobre elas imprescritíveis. Qualquer negociação sobre direitos fundamentais é inadmissível”

 

Representantes indígenas se retiraram da mesa de conciliação sobre a Lei 14.701/2023 com manifestação e gritos de “marco temporal não!”. Foto: Tiago Miotto/Cimi

“Pela letra da Constituição da República de 1988, as terras indígenas foram gravadas como inalienáveis, indisponíveis e os direitos sobre elas imprescritíveis. Qualquer negociação sobre direitos fundamentais é inadmissível”, afirmam os indígenas na carta.

Um dos pontos questionados pela Apib é o fato de que, na ausência de consenso, as decisões seriam tomadas por “maioria” entre as partes que compõem a mesa. Segundo o juiz auxiliar do ministro Gilmar Mendes que coordena a mesa, Diego Veras, essas definições da conciliação serão, então, levadas ao plenário da Suprema Corte.

“Dessa forma, a instância da conciliação poderá ser transformada em uma assembleia, sem ter a legitimidade necessária para decidir sobre direitos fundamentais. Entendemos que a tutela dos direitos fundamentais das minorias é função do Supremo, da qual ele não pode abdicar”, critica a Apib.

A composição da mesa evidencia o desconforto dos indígenas, que são minoria. Entre os órgãos, instituições e representações que participam da conciliação estão a Advocacia-Geral da União (AGU), os Ministérios da Justiça e dos Povos Indígenas, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Fórum de Governadores, o Colégio Nacional de Procuradores de Estado, a Confederação Nacional dos Municípios, a Frente Nacional dos Prefeitos e os autores das cinco ações discutidas, com uma vaga cada. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal tiveram direito a três vagas cada, e a Apib e suas organizações de base, apenas seis.

Essa situação, assim como o fato de que o coordenador da mesa, por diversas vezes, afirmou que “ninguém é insubstituível” e que os trabalhos da mesa de conciliação seguiram com ou sem a presença dos indígenas, levaram a Apib a caracterizar a situação como uma “conciliação forçada”.

“Nós, povos indígenas, já fomos submetidos a tentativas de aculturação forçada, integração forçada, desterritorialização forçada. Não iremos nos submeter a mais uma violência do Estado Brasileiro, com a possibilidade de uma conciliação forçada”, afirmou Maria Baré.

Ataques seguem acontecendo em todo país contra os povos originários, a exemplo do ataque de fazendeiros na madrugada desta quarta (28) contra a comunidade Avá-Guarani do Tekoha Y’Hovy, na Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá, no oeste do Paraná. Neste cenário, não há ambiente para prosseguir na mesa de conciliação.

“Não há garantias de proteção suficiente, pressupostos sólidos de não retrocessos e tampouco garantia de um acordo que resguarde a autonomia da vontade dos povos indígenas”, afirma a Apib.

Outro ponto criticado pelos indígenas foi a falta de “nitidez” sobre o objeto do debate e da conciliação, com o risco de se reabrir a discussão sobre temas a respeito dos quais o STF recentemente decidiu em processo de repercussão geral.

“Não havia nitidez sobre o que se estaria a conciliar, quais seriam os pontos em discussão e o que poderia ser concretamente alterado no sistema de proteção dos direitos indígenas que foram garantidos aos povos indígenas pelo Constituinte originário de 1988”, aponta a carta da Apib.


Apib se retira de mesa de conciliação sobre lei 14.701/2023 | 28/08/2024


Marco temporal e repercussão geral

Um dos dispositivos instituídos pela Lei 14.701, que está em vigor desde sua promulgação em dezembro de 2023, é a tese do marco temporal. Esta tese, que limita o direito indígena à demarcação apenas das terras que estivessem sob sua posse comprovada em 5 de outubro de 1988, já foi considerada inconstitucional pela Suprema Corte no julgamento de repercussão geral concluído em setembro de 2023.

Foi esta uma das motivações da Apib para ingressar com uma das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) que, sob a relatoria de Gilmar Mendes, acabaram dando origem à mesa de conciliação.

“Por reconhecer neste tribunal um espaço de concretização da Constituição, a Apib propôs, em 28 de dezembro de 2023, a Ação Direta de Inconstitucionalidade 7582. A entidade esperava a suspensão da Lei nº 14.701, principalmente dos artigos da lei contrários ao que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal em setembro de 2023”, destaca o manifesto indígena.

A Apib garantiu, ainda, que seguirá se manifestando nos autos do processo e que confia que o STF “não fugirá de sua missão constitucional”.

Clique aqui ou leia abaixo a carta-manifesto na íntegra:


Carta-manifesto da Apib


Excelentíssimos Senhores Ministros do Egrégio Supremo Tribunal Federal Excelentíssimos Senhores Juízes Auxiliares
Excelentíssimas Autoridades Presentes
Povos indígenas de todo o Brasil

Com os nossos respeitosos cumprimentos, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, entidade de representação nacional, vem se manifestar sobre a conciliação que está em curso neste egrégio Supremo Tribunal Federal.

Antes de mais nada, é importante dizer que o Supremo Tribunal Federal tem sido um espaço importante de garantia dos direitos indígenas. Sua atuação durante a pandemia foi fundamental, diante de graves violações a direitos a que os povos indígenas estavam submetidos.

Por reconhecer neste tribunal um espaço de concretização da Constituição, a APIB propôs, em 28 de dezembro de 2023, a Ação Direta de Inconstitucionalidade 7582. A entidade esperava a suspensão da Lei nº 14.701, principalmente dos artigos da lei contrários ao que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal em setembro de 2023.

A Comunidade Internacional assiste com preocupação os ataques aos direitos dos povos indígenas brasileiros! Cinco órgãos de tratados da ONU já recomendaram que o Estado brasileiro rejeitasse a tese do Marco Temporal e continuasse o processo de demarcação dos nossos territórios tradicionais.

No entanto, a lei permaneceu em vigor. E, em abril de 2024, a APIB foi surpreendida com uma proposta de conciliação entre as partes das ações que questionam a inconstitucionalidade da Lei e outros setores da sociedade que sequer são partes do processo.

Não havia nitidez sobre o que se estaria a conciliar, quais seriam os pontos em discussão e o que poderia ser concretamente alterado no sistema de proteção dos direitos indígenas que foram garantidos aos povos indígenas pelo Constituinte originário de 1988. Pela letra da Constituição da República de 1988, as terras indígenas foram gravadas como inalienáveis, indisponíveis e os direitos sobre elas imprescritíveis. Assim, qualquer negociação sobre direitos fundamentais já seria, a princípio, inadmissível

Ainda assim, a APIB, sentou-se à mesa, com disposição política e vontade de reabrir os flancos de negociação, muito embora a não declaração de inconstitucionalidade da Lei 14.701/2023 seja uma sinalização nociva, a indicar incoerência e sujeição a pressões indevidas.

Durante a primeira audiência de conciliação, a entidade encontrou um ambiente aflitivo, sendo informada que a lei não seria suspensa, não obstante toda violência que ela tem gerado nos territórios.

A APIB foi informada também que na ausência de consenso as decisões seriam tomadas por maioria. Dessa forma, a instância da conciliação poderá ser transformada em uma assembleia, sem ter a legitimidade necessária para decidir sobre direitos fundamentais. Entendemos que a tutela dos direitos fundamentais das minorias é função do Supremo, da qual ele não pode abdicar.

Além disso, a APIB também foi confrontada com visões ultrapassadas e inadequadas sobre a garantia dos direitos indígenas. Na conciliação, foi aventada a possibilidade de ter a vontade dos indígenas colhida pela Funai, órgão de estado que não tem essa competência.

A Constituição de 1988, em seu artigo 232, acabou com a política de tutela!

Outros apontamentos realizados durante a primeira audiência de conciliação foram violentos e opressivos. A eventual aprovação de uma PEC que consolidaria o marco temporal no texto constitucional soou como uma ameaça, viciando o ambiente de liberdade que deve ser criado em uma mesa de conciliação. O juízo condutor da audiência de conciliação chegou a perguntar se os indígenas teriam representação parlamentar suficiente para impedir a votação de um projeto de emenda constitucional violadora de seus direitos fundamentais. Os povos indígenas, após séculos de extermínio, são minorias. E por isso contam com o tribunal!

Os povos indígenas estão sob guarda de cláusulas pétreas da Constituição, cuja defesa e guarda é função do Supremo Tribunal Federal!

Diante de condições inaceitáveis – e até humilhantes – impostas aos povos indígenas na audiência de conciliação, o juiz conciliador disse que uma saída dos povos indígenas os tornaria responsáveis pela “espiral de conflitos”. Isso é de uma violência atroz.

Os indígenas resistem secularmente e lutam pelo direito de existir em uma realidade em que são vítimas da violência. Desde a colonização, até os dias atuais, os mortos, feridos e submetidos aos conflitos violentos são os indígenas. Os que ainda precisam lutar pela garantia territorial e por direitos, desde há muito válidos, mas ineficazes, são os indígenas.

É inadmissível que os povos do Brasil que tem a maior contribuição para a conservação das florestas, dos biomas, da biodiversidade e que são aqueles que mais tem capacidade de fazer frente à emergência climática e ao desenvolvimento sustentável do país sejam submetidos a um processo de conciliação fora da lei, com esse nível de pressão, chantagem e preconceito.

Nós, povos indígenas, já fomos submetidos a tentativas de aculturação forçada, integração forçada, desterritorialização forçada. Não iremos nos submeter a mais uma violência do Estado Brasileiro, com a possibilidade de uma conciliação forçada.

Infelizmente, a conciliação está sendo conduzida com premissas equivocadas, desinformadas e pouco aberta a um verdadeiro diálogo intercultural.

Neste cenário, a APIB não encontra ambiente para prosseguir na mesa de conciliação. Não há garantias de proteção suficiente, pressupostos sólidos de não retrocessos e tampouco, garantia de um acordo que resguarde a autonomia da vontade dos povos indígenas. Nos colocamos à disposição para sentar à mesa em um ambiente em que os acordos possam ser cumpridos com respeito à livre determinação dos povos indígenas.

Nos resguardamos o direito de nos manifestar nos autos e tratar sobre os nossos direitos diretamente com o Juízo competente para decidir sobre os processos de competência do STF: o eminente relator e o Plenário do STF. Temos confiança que o Supremo Tribunal Federal não fugirá de sua missão constitucional.

Ainda estamos vivos e não desistiremos de nossas terras, do usufruto exclusivo das riquezas dos rios, lagos e solos, do direito de não sermos removidos de nossos territórios e do direito de termos nossos modelos próprios de desenvolvimento. Não permitiremos mais que o projeto dos neocolonizadores nos atravesse e nos arrase.

Lutamos pelo direito à diversidade que inclua radicalmente todos os setores da sociedade brasileira e contamos com o apoio da sociedade para a proteção de nossas vidas e de nossas florestas. O Brasil pega fogo e são os indígenas que têm as respostas e a chave para combater a emergência climática.

A APIB se retira da conciliação.

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – Apib

28 de agosto de 2024

Fonte: Cimi




Povos Indígenas 01

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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Mares agitados num mundo em aquecimento


Antônio Guterres: Estou em Tonga para emitir um SOS global – Salvem Nossos Mares.

Os níveis médios globais do mar estão subindo a taxas sem precedentes nos últimos 3.000 anos.

O oceano está transbordando por causa das mudanças climáticas.

O mundo deve #ActNow e responder ao Antônio Guterres antes que seja tarde demais.


ONU
 

Em 2021, o IPCC concluiu com grande confiança que o nível médio global do mar está subindo a taxas sem precedentes nos últimos 3.000 anos, pelo menos, devido ao aquecimento global induzido pelo homem.

Este resumo técnico fornece um resumo das últimas novidades científicas sobre a elevação do nível do mar e seus impactos atuais e projetados — incluindo inundações costeiras — em nível global e regional, com foco nas principais cidades costeiras dos países do Grupo dos Vinte (G20) e nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento do Pacífico.

As descobertas demonstram que a elevação do nível do mar está afetando as vidas e os meios de subsistência de comunidades costeiras e nações insulares baixas ao redor do mundo hoje, e está se acelerando. As ações climáticas e decisões tomadas por líderes políticos e formuladores de políticas nos próximos meses e anos determinarão quão devastadores esses impactos se tornarão e quão rapidamente eles piorarão.


👉 Baixe o Resumo Técnico 👈



United Nations Geneva


Proteger as Ilhas do Pacífico significa proteger nosso futuro. Devemos agir agora antes que seja tarde demais, enfatiza @antonioguterres durante sua visita aos estados insulares do Pacífico. #ActNow



 Antônio Guterres


Alguns dias em Tonga me deram uma oportunidade de ver na primeira fila como as pessoas aqui têm que suportar os impactos da crise climática regularmente:

De chuvas torrenciais e inundações repentinas até a elevação do nível do mar, forçando famílias a se mudarem.

O mundo precisa agir urgentemente #ClimateAction agora.



 Biodiversidade - em defesa do clima! 01

Biodiversidade - em defesa do clima! 02


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Análise: expansão do Sistema Costeiro-Marinho do Brasil aprimora gestão da segurança nacional


O recente aumento da área da Amazônia Azul em mais de 4 milhões de km² é uma mudança significativa que reconfigura o território marítimo brasileiro, segundo especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil


© flickr.com / Marinha do Brasil - Divulgação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta terça-feira (27), o novo limite leste do Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, em consonância com a Amazônia Azul. Com a novidade, a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do país foi transformada, segundo especialistas.


Mapeamento mais detalhado

A Sputnik Brasil, Julia Touriño de Seixas, mestre em direito ambiental pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em direito ambiental pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e em gestão ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pontuou que essa expansão permite um mapeamento mais detalhado das áreas marítimas, abrangendo aspectos cruciais como solo, clima, fauna, flora e os recursos naturais da região.


"A nova delimitação não apenas legitima, como também aprimora a gestão da segurança nacional. Isso porque, ao ampliar o controle sobre uma área marítima estratégica, o Brasil fortalece sua capacidade de monitorar e proteger as rotas comerciais que atravessam essa região, garantindo a segurança das transações econômicas que ocorrem em suas águas jurisdicionais", explicou.

 

Ela complementou dizendo que "esse controle presente em área de extensão também permite uma resposta mais célere e eficaz a irregularidades, de qualquer natureza, que porventura possam ocorrer, salvaguardando a defesa do território e a soberania nacional".


IBGE atua para ecoar gigantismo
 do país no Atlântico Sul, diz presidente
 à Sputnik Brasil (VÍDEOS)

Segundo a especialista em direito ambiental, a ampliação da Amazônia Azul atende a múltiplos setores da sociedade. Ainda, destaca que a nova delimitação oferece suporte para atividades que vão desde a educação e pesquisa científica até a exploração econômica sustentável.


"Essa nova delimitação facilita o desenvolvimento de políticas públicas eficazes e a gestão sustentável das riquezas marítimas do Brasil. Com o conhecimento aprimorado e a extensão do nosso domínio territorial, temos a oportunidade de fortalecer tanto a proteção ambiental quanto a exploração sustentável dos recursos naturais", afirmou à Sputnik.

 

Além disso, segundo Touriño de Seixas, o conhecimento gerado pela expansão abre novas fronteiras para a pesquisa científica marinha.


Preservação costeira: uma prioridade

A preservação dos ecossistemas costeiros, como dunas, manguezais e restingas, é fundamental para a saúde ambiental do litoral brasileiro. Esses ambientes, de acordo com a especialista, desempenham papéis vitais na proteção contra a erosão, na retenção de carbono e na sustentação das comunidades locais. As dunas funcionam como "barreiras naturais" contra marés e ventos, enquanto os manguezais ajudam a filtrar poluentes e a proteger a biodiversidade marinha. As restingas, por sua vez, estabilizam as dunas e formam um ecossistema essencial para a biodiversidade costeira.

A expansão da Amazônia Azul não só promove a gestão sustentável dos recursos naturais, mas também consolida a soberania nacional do Brasil. Com o aumento da área sob jurisdição, o país ganha maior capacidade para monitorar e proteger suas águas, reforçando a segurança nacional.

Touriño de Seixas observa que "a presença reforçada das autoridades brasileiras em áreas mais distantes do litoral permitirá maior eficácia nas ações de segurança, prevenindo e respondendo a ameaças como a pesca ilegal, a pirataria e outras atividades ilícitas. No entanto, essa expansão também traz desafios, pois à medida que o Brasil avança em sua exploração, aumenta a possibilidade de interações com rotas e atividades ilícitas em regiões que antes estavam fora de sua jurisdição e controle".


Mudança na metodologia visa alinhar
 o IBGE à nova ordem mundial,
 diz presidente do instituto (VÍDEO)

A especialista também ressalta a importância do reconhecimento internacional dessa extensão. "Embora essa área não 'pertencesse' a outro país, a ampliação do reconhecimento internacional, especialmente no contexto da Plataforma Continental Brasileira, destaca a importância estratégica dessas áreas para o Brasil e a necessidade de consolidar a soberania nacional e assegurar o controle sobre os recursos naturais nelas contidos", sublinhou.

Em suas palavras, a gestão da nova área da Amazônia Azul será, portanto, um teste para a capacidade do Brasil de proteger e explorar seus recursos de maneira sustentável, enquanto desempenha um papel crescente no cenário internacional.


O benefício da expansão no uso de recursos naturais

A preservação dos ecossistemas costeiros no Brasil é um tema crucial, não apenas por sua importância ecológica, mas também pelas implicações diretas para as populações que habitam essas regiões. Leticia Cotrim da Cunha, professora e coordenadora do Laboratório de Oceanografia Química da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), destacou a importância do manejo sustentável nesses ambientes naturais.

De acordo com Cunha, manter ecossistemas costeiros saudáveis é fundamental para a proteção da linha de costa e a prevenção da erosão.


"Quando esses ecossistemas estão bem conservados e manejados de maneira sustentável, garantimos a proteção da costa, o que é essencial para áreas densamente povoadas do Brasil, como Rio de Janeiro, Salvador e Recife," explica a especialista.

 

Ela ressalta que muitas das grandes cidades brasileiras estão localizadas próximas ao litoral, tornando a preservação desses ambientes uma prioridade para a segurança e o bem-estar das populações urbanas.


BRICS e IBGE: Brasil busca
 cooperação internacional para
aprimorar estatísticas (VÍDEO)

Com a expansão da área costeira-marinha, a especialista vê grande potencial no uso de recursos renováveis extraídos do mar.


"O Brasil tem uma vasta extensão marítima que pode ser explorada para gerar energia limpa. A energia eólica em regiões costeiras, a energia gerada pelas marés e ondas e, até mesmo, a energia proveniente das diferenças de temperatura no oceano, são alternativas promissoras", sugere.



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Fonte: Sputnik Brasil




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