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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Israel declara secretário-geral da ONU persona non grata e o impede de entrar no país


António Guterres repudiou escalada no Oriente Médio, mas, para Tel Aviv, não ‘condenou de forma inequívoca’ resposta do Irã


Wikimedia Commons/Eric Bridiers - Secretário-geral da ONU, António Guterres foi declarado pelo governo de Israel de ‘persona non grata’ após condenar escalada de violência no Oriente Médio, mas não mencionar o Irã

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, declarou nesta quarta-feira (02/10) o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, de “persona non grata” e o proibiu de entrar no país por não ter “condenado inequivocamente” o ataque de mísseis do Irã às bases militares de Tel Aviv.

“Decidi hoje declarar o secretário-geral da ONU, António Guterres, uma personalidade indesejável em Israel e proibir sua entrada em Israel”, afirmou o chanceler israelense, em redes sociais. “Qualquer um que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irã a Israel não merece pisar em solo israelense. […] Este é um secretário-geral anti-Israel que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos.”

Na terça-feira (01/10), a autoridade da ONU condenou a escalada da violência na região após a ofensiva reivindicada pela Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, por sua sigla em inglês), que se tratou de uma resposta à intensificação das operações israelenses no território libanês. No entanto, o diplomata português não mencionou o Irã.

“Condeno a ampliação do conflito no Oriente Médio com escalada após escalada. Isto deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, escreveu em comunicado.

As acusações feitas pelo ministro israelense resgatam um episódio semelhante ocorrido há quase um ano, ocasião na qual Guterres atribuiu Israel o cometimento do crime de “punição coletiva ao povo palestino” devido à ofensiva militar realizada desde o dia 7 de outubro de 2023 contra a população civil da Faixa de Gaza.

Durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em outubro passado, o secretário-geral fez um pronunciamento marcado por críticas ao governo israelense, afirmando que “assim como as exigências do povo palestino não podem justificar os ataques atrozes do Hamas, os atos do Hamas não podem justificar a punição coletiva do povo palestino”.

Guterres também chegou a explicar que os ataques do Hamas “não aconteceram no vácuo”, uma vez que “os palestinos foram submetidos a 56 anos de ocupação sufocante”. 

“Suas terras constantemente devoradas por colonatos e atormentadas pela violência; a sua economia foi sufocada; as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas”, disse.

Naquele momento, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, classificou as declarações de Guterres como “opiniões horríveis”.

“Foi um discurso chocante, proferido ao mesmo tempo em que foguetes são disparados contra todo o território de Israel”, disse Erdan, acusando o chefe da ONU de estar “completamente desligado da realidade da nossa região”.

Fonte: Opera Mundi


Francesca Albanese, UN Special Rapporteur oPt


Expresso a minha solidariedade ao Secretário-Geral da ONU @antonioguterres, do coração do seu próprio país, Portugal, que estou a visitar.

Não estaríamos aqui hoje, com arrogância desenfreada em plena exibição, se Israel, em 76 anos de história, tivesse sido responsabilizado pelo menos uma vez. Nenhuma vez Israel enfrentou as consequências de seus erros internacionais. O tempo de agir para restaurar a primazia do direito internacional é agora. Um amanhã distante pode ser tarde demais.



 TRT World


Na semana passada, na ONU, autoridades israelenses afirmaram repetidamente que Israel "não tinha intenção de entrar em guerra com o Hezbollah e o Líbano" na frente de diplomatas.

Mas nos últimos dias, Israel bombardeou o Iémen, o Líbano, a Síria e a Faixa de Gaza da Palestina, violando o direito internacional e matando centenas de pessoas.



I.R.IRAN Mission to UN, NY


O chamado "mais moral" massacrou implacavelmente quase 41.000 palestinos, principalmente mulheres e crianças, com mais de 10.000 desaparecidos desde 7 de outubro. Os crimes do regime genocida israelense são sem precedentes. Veja como os fanáticos redefiniram a moralidade:



Geopolítica 01

Geopolítica 02 


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sábado, 28 de setembro de 2024

#UNGA: Apelos de Lula, Petro e Guterres na ONU lembram que oligarquias são a raiz do desastre global


“Aqueles que têm o poder de destruir a vida não nos escutam [...] ainda que representemos a grande maioria”, declarou Gustavo Petro durante discurso na ONU


ONU
 

O mundo está à beira do desastre, mas ninguém assume a responsabilidade por isso, pareceu ser a conclusão do primeiro dia do chamado “debate geral” da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

Talvez por isso, o secretário-geral, António Guterres, condenou o que chamou de “impunidade” global, ao abrir, nesta terça-feira (24), a sessão inicial do debate geral, junto com “a desigualdade” e “a incerteza”, um trio que está levando a civilização à beira de desastres, e essa rota é insustentável. “Estamos nos aproximando do inimaginável, um barril de pólvora que está envolvendo o mundo inteiro”, advertiu Guterres, e assinalou que as guerras, a mudança climática e a desigualdade estão piores do que nunca. Ao mesmo tempo, convidou aos participantes: “os desafios que enfrentamos podem ser resolvidos”.


Incapaz de impedir guerras e dar basta ao
 genocídio palestino, seria o fim da ONU?

Ele ressaltou a impunidade, onde “as violações e abusos ameaçam o próprio alicerce do direito internacional e da Carta da ONU”. Acrescentou que “o nível de impunidade no mundo é politicamente indefensável e moralmente intolerável”, onde governos acreditam que podem violar as convenções internacionais e a Carta da ONU, “invadir outro país ou destruir sociedades inteiras” sem consequências. Assinalou os casos da Ucrânia e de Gaza, aos quais chamou “um pesadelo sem fim que ameaça levar toda uma região”; condenou os atos do Hamas, mas afirmou que “nada pode justificar o castigo coletivo do povo palestino”, que incluiu também a morte de mais de 200 funcionários da ONU. Guterres detalhou as injustiças da desigualdade econômica e também da mudança climática, insistindo que a única solução é multilateral e urgente. E que não há muito tempo.


Lula na ONU

O desfile anual de mandatários e altos representantes dos 193 países membros começou, por tradição, com o presidente do Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva, uma das vozes mais poderosas do Sul Global, elevou o alerta sobre o rumo atual do planeta.

Lula falou sobre os esforços do Brasil para impulsionar um acordo para frear as guerras em Gaza e na Ucrânia, e advertiu que esses conflitos demonstram o fracasso da comunidade internacional.

Da mesma forma, deplorou um sistema econômico internacional que se “converteu em um Plano Marshall ao contrário, onde os mais pobres financiam os mais ricos”. Os mais ricos, afirmou, duplicaram suas fortunas e pagam menos impostos que os pobres, proporcionalmente 60% da humanidade é agora mais pobre — ante o qual o Brasil está promovendo uma proposta para estabelecer normas mínimas de impostos globais.


Outras vozes do Sul Global

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou, com um discurso lírico, que nesse fórum da ONU “aqueles que têm o poder de destruir a vida não nos escutam”, [não escutam] os que não têm armas de destruição em massa ou grande quantidade de dinheiro, “ainda que representemos a grande maioria”.

Ele advertiu ainda que “a floresta amazônica está queimando” e isso implica o fim do mundo. Acusou que, “quando Gaza morrer, toda a humanidade morrerá”, pois as crianças palestinas “são o povo escolhido de Deus”. O que ele chamou de “oligarquia mundial” da mudança climática, das guerras, das punições econômicas contra países desobedientes como Cuba, e concluiu que a pergunta agora para o mundo é: a vida ou a ganância? Indicou que chegou a hora de pôr fim à oligarquia mundial e substituí-la por uma democracia dos povos. Que já não se precisa ouvir os BidenXiPutin e os europeus, mas sim os povos.


“Todos no mundo estão menos seguros”
após ataque terrorista no Líbano, alerta Snowden


Cyril Ramaphosa, da África do Sul, abriu seu discurso condenando a guerra de Israel em Gaza e destacou que seu país realizou uma denúncia por genocídio à Corte Internacional de Justiça contra Tel Aviv, com as obrigações do direito internacional, “o qual não pode ser aplicado de forma seletiva”.


O último discurso de Biden

Em seu último ato formal ante a comunidade mundial, o presidente Joe Biden ilustrou a incongruência que define essa conjuntura mundial, apresentando-se como líder da paz e da cooperação, enquanto justificou a cumplicidade de seu governo com as guerras em Gaza e na Ucrânia. “As coisas podem, sim, melhorar”, afirmou, e ofereceu como exemplo histórico o fato de que os Estados Unidos e o Vietnã agora são parceiros, insistindo que, apesar dos grandes desafios, é preciso manter o otimismo.

A guerra de Putin fracassou” e “não podemos desistir até que a Ucrânia vença esta guerra… não deixaremos de apoiar a Ucrânia”, afirmou ele, ignorando o consenso dos especialistas de que essa guerra não é vencível. Ele mencionou a América Latina apenas uma vez, usando o caso da Venezuela para ilustrar como seu país deve ser o campeão da democracia. Falou sobre como enfrentar a China no Pacífico, assegurando que os blocos não são contra nenhum país, quando é óbvio que são contra Pequim.


EUA, polícia do mundo: na ONU, Biden aposta
em velho discurso recheado de cinismo

Em relação a Gaza, condenou novamente o ataque do Hamas de 7 de outubro, reconheceu que “inocentes também estão enfrentando o inferno” em Gaza e apelou às partes a aceitarem um acordo e “pôr fim a essa guerra”. Disse que têm buscado prevenir a ampliação da guerra e acusou o Hezbollah pelos ataques mais recentes. “Estamos trabalhando incansavelmente” para conter esse conflito. Biden incansavelmente repete essa frase há quase um ano, enquanto seu governo continua fornecendo bombas e outras munições a Israel para o que uma maioria da Assembleia Geral considera um “possível” genocídio, algo que grande parte de seu público hoje criticou.


Assembleia vai até o dia 30

O debate geral continuará durante toda esta semana e até 30 de setembro. Estão na lista vários dos envolvidos nos conflitos que desafiam o mandato da ONU de promover a paz. O primeiro-ministro de IsraelBenjamin Netanyahu, está programado para esta quinta-feira (26), pouco depois de o presidente palestino, Mahmoud Abbas, subir ao pódio. O presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, teve sua vez nesta quarta-feira (25), mas na segunda também tinha um encontro numa sessão do Conselho de Segurança.



Muitos se referiram ao surgimento da inteligência artificial (IA) e como isso mudará quase tudo, e, portanto, é necessário um manejo “responsável” dessa nova ferramenta pela comunidade internacional. Mas, se o passado serve de guia para o manejo desses líderes políticos do mundo atual, vale questionar se existe a inteligência natural coletiva para alcançar esse e os outros grandiosos objetivos que foram mencionados aqui.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.

As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.


David Brooks

Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.


Jim Cason

Correspondente do La Jornada e membro do Friends Committee On National Legislation nos EUA, trabalhou por mais de 30 anos pela mudança social como ativista e jornalista. Foi ainda editor sênior da AllAfrica.com, o maior distribuidor de notícias e informações sobre a África no mundo.

Fonte: Diálogos do Sul Global


Gustavo Petro

79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas




Lula


A solidariedade ao povo palestino nos une, presidente Mahmoud Abbas.


A solidariedade ao povo palestino nos une, presidente Mahmoud Abbas. 🎥 Ricardo Stuckert

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— Lula (@lula.com.br) September 26, 2024 at 1:44 PM


ONU Info


#Gaza : O Secretário-Geral da ONU @antonioguterres insta o Conselho de Segurança a se unir para apoiar um cessar-fogo imediato que conduza a uma solução viável de dois Estados


 

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sábado, 20 de abril de 2024

EUA vetaram adesão da Palestina como membro pleno da ONU


Os Estados Unidos vetaram nesta quinta-feira (18) o pedido da Palestina de adesão plena à Organização das Nações Unidas (ONU) durante uma votação no Conselho de Segurança


US of Genocides

 A Palestina tem status de observadora na organização desde 2012.


Conselho de Segurança votará
 na quinta-feira a possível
 adesão da Palestina à ONU

No início deste mês, no meio da guerra israelense em curso na Faixa de Gaza, a Palestina enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitando uma nova consideração do seu pedido de adesão, que foi apresentado pela primeira vez em 23 de setembro de 2011.

Mais cedo, Brasil e Colômbia haviam solicitado ao Conselho de Segurança que a Palestina aderisse à organização. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, havia dito que a sua entrada seria "puro bom senso".

Durante a fala, Vieira pediu que a Palestina se tornasse um membro permanente da organização.


"Devemos discutir os meios para que a Palestina possa aderir ao bloco […]. Chegou a hora de a comunidade internacional finalmente dar as boas-vindas à Palestina como o novo membro das Nações Unidas", disse Vieira.

 

Sobre a hostilidade em Gaza, o chanceler brasileiro afirmou que "já passou da hora de a comunidade internacional" agir para "parar com o sofrimento" dos palestinos. E que as novas gerações cobram que uma das principais promessas da ONU seja cumprida, a de poupar vidas de inocentes atingidos pela guerra.


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Fonte: Sputnik Brasil


FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


Rússia DETONA Estados Unidos após veto à admissão da Palestina como membro da ONU "Hoje poderia ter entrado para a história como o dia que o mundo fez justiça aos palestinos após 75 anos. Porém, nossos colegas americanos não concordam com isso. A história não vai perdoar vocês"



 Embaixador palestino vai às lágrimas após veto dos EUA à adesão plena da Palestina na ONU. "Nosso direito à autodeterminação é inalienável e eterno. Não pode ser manipulado por Israel, o poder colonial e genocida determinado a nos expulsar. O povo palestino não vai desaparecer"



 US of Genocides



Palestina 01

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domingo, 24 de março de 2024

Na passagem de fronteira de Rafah para Gaza, Guterres da ONU pede cessar-fogo imediato


O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse aos jornalistas na passagem da fronteira de Rafah para Gaza que é hora de um cessar-fogo e de um "compromisso férreo por parte de Israel" para permitir entregas de ajuda sem impedimentos ao enclave sitiado, quando iniciou a sua viagem anual de solidariedade do Ramadã no sábado. com visitas planejadas ao Egito e à Jordânia.


Foto da ONU/Mark Garten O secretário-geral da ONU, António Guterres, dirige-se à comunicação social na passagem de Rafah, entre o Egito e Gaza.

Numa tradição que começou quando serviu como Alto Comissário da ONU para os Refugiados para iluminar as comunidades muçulmanas em perigo, Guterres chegou ao Cairo no sábado, onde reiterou os seus apelos urgentes a um cessar-fogo humanitário e à cessação da violência. nomeadamente em Gaza e no Sudão. A sua visita sublinha o compromisso da ONU em abordar preocupações humanitárias prementes em zonas de conflito.

Durante a sua estada no Egito, o Secretário-Geral viajará para o norte do Sinai, uma região profundamente afetada pelo conflito. Lá, ele se reuniu com trabalhadores humanitários da ONU em Rafah, no lado egípcio, para discutir estratégias para aliviar o sofrimento das pessoas apanhadas no meio do conflito.

 
Foto da ONU/Mark Garten O secretário-geral da ONU, António Guterres (à esquerda), encontra um paciente palestino em um hospital em El Arish, no Egito.

Encontros com famílias palestinas

Na manhã de sábado, o chefe da ONU reuniu-se com civis palestinos de Gaza e suas famílias no Hospital Geral de El Arish, no Egito, conversando com mulheres e crianças que foram feridas durante o conflito em curso.

Ele se encontrou com um menino de 10 anos que havia perdido a mão esquerda e uma das pernas. Seu irmão foi morto e outro irmão ferido.

"Ouvindo o testemunho daqueles que foram feridos, que viram os seus pais e outros membros da sua família mortos ou feridos, que sofreram tanto, não se pode evitar sentir o coração partido... e dizer claramente 'devemos silenciar o armas'; precisamos de um cessar-fogo imediato em Gaza", disse ele.


‘Preso em um pesadelo ininterrupto’

Na vizinha fronteira de Rafah com Gaza, no sábado à tarde, ele disse aos jornalistas que o Ramadã é um momento para difundir os valores da compaixão, comunidade e paz. A sua visita ocorre um dia depois de a China e a Rússia terem vetado um projecto de resolução proposto pelos EUA que teria feito o Conselho de Segurança considerar imperativo impor um cessar-fogo e levar a ajuda extremamente necessária ao enclave.

“É monstruoso que, depois de tanto sofrimento ao longo de tantos meses, os palestinianos em Gaza estejam a assinalar o Ramadã com bombas israelitas ainda a cair, balas de artilharia ainda a atingir e a assistência humanitária ainda a enfrentar obstáculo após obstáculo”, disse ele.

“Jejuando com vocês no Ramadã, estou profundamente preocupado em saber que tantas pessoas em Gaza não poderão ter um iftar adequado.”

Os palestinianos em Gaza – crianças, mulheres, homens – continuam presos num pesadelo ininterrupto, disse ele, com comunidades destruídas, casas demolidas, famílias e gerações inteiras dizimadas e a fome e a inanição rondam a população.



Atrasos na ajuda são um 'ultraje moral' 

“Aqui, a partir desta travessia, vemos a tristeza e a crueldade de tudo isso”, disse ele, apontando para uma longa fila de caminhões de socorro bloqueados de um lado dos portões e a “longa sombra da fome do outro”.

“Isso é mais do que trágico; indignação moral”, disse ele, acrescentando que “qualquer novo ataque tornará tudo pior” para os civis palestinos, os reféns e todas as pessoas da região.


Apela à libertação de reféns e cessar-fogo agora

Tudo isto demonstra que é mais do que tempo de um cessar-fogo humanitário imediato e de “um compromisso férreo de Israel para o acesso total e irrestrito aos bens humanitários em toda Gaza”, disse ele, enfatizando que, no espírito de compaixão do Ramadã, é hora do imediato libertação de todos os reféns. 

Ele também instou todos os Estados-membros da ONU a apoiarem o “trabalho de salvamento liderado pela espinha dorsal de todas as operações de ajuda a Gaza, a UNRWA ”, a agência de ajuda da ONU para refugiados palestinos.

Comprometendo-se a continuar a trabalhar com o Egito para agilizar o fluxo de ajuda, ele deixou uma mensagem para os palestinianos em Gaza: “vocês não estão sozinhos”.


© UNRWA Funcionários da ONU entregam suprimentos humanitários no norte da Faixa de Gaza.

‘É hora de realmente inundar Gaza com ajuda’

“As pessoas em todo o mundo estão indignadas com os horrores que todos testemunhamos em tempo real”, disse ele. “Eu carrego as vozes da grande maioria do mundo que já viu o suficiente, que já teve o suficiente e que ainda acredita que a dignidade humana e a decência devem nos definir como uma comunidade global.”

Essa é “nossa única esperança”, disse ele. 

“É hora de realmente inundar Gaza com ajuda vital; a escolha é clara: aumento repentino ou fome”, disse ele. “Vamos escolher o lado da ajuda – o lado da esperança – e o lado certo da história.”

“Não vou desistir”, afirmou, “e todos nós não devemos desistir de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que a nossa humanidade comum prevaleça”.


© UNRWA Crianças em Gaza seguram lanternas para celebrar a chegada do Ramadã.

Viagem anual de solidariedade ao Ramadã

Num gesto simbólico de solidariedade, Guterres participará num iftar do Ramadã com refugiados do Sudão, que fugiram da sua terra natal devido às hostilidades em curso no país.

Espera-se que ele enfatize a importância da paz e da estabilidade, especialmente durante o mês sagrado do Ramadã, instando todas as partes a observarem a cessação das hostilidades.

Além disso, o Secretário-Geral participará em discussões com autoridades egípcias, promovendo os esforços diplomáticos para enfrentar os desafios regionais e promover a cooperação na resolução de conflitos.


Vídeo da ONU O secretário-geral da ONU, António Guterres, fala com o UN News sobre as suas visitas anuais de solidariedade ao Ramadão. (arquivo)

Visitas à UNRWA na Jordânia

Após os seus compromissos no Egito, o Sr. Guterres irá para Amã, na Jordânia, continuando a sua viagem de solidariedade do Ramadã. Na Jordânia, visitará instalações da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, UNRWA, que presta serviços essenciais à população, destacando o compromisso da ONU em apoiar comunidades vulneráveis ​​em meio a crises.

Durante a sua estada em Amã, o Secretário-Geral participará num iftar do Ramadã com refugiados palestinos e funcionários da ONU, sublinhando a importância da compaixão e da unidade em tempos de adversidade.

Ele também deverá realizar reuniões com autoridades jordanianas, reforçando os esforços de colaboração para enfrentar os desafios regionais e promover a paz e a estabilidade.

Enquanto o mundo enfrenta conflitos e emergências humanitárias em curso, a viagem de solidariedade do Secretário-Geral Guterres no Ramadã serve como um lembrete do compromisso inabalável da ONU em defender os princípios humanitários e promover a paz nas circunstâncias mais desafiadoras.


António Guterres :

Durante a minha missão de solidariedade do Ramadã testemunhei a generosidade do povo do Egipto nestes tempos difíceis. Na minha reunião com o Presidente

@ AlsisiOfficial, reconheci o seu compromisso com os valores da compaixão, paz e solidariedade.


 


Fonte: Notíciasda ONU




terça-feira, 19 de março de 2024

Israel: Fome Utilizada como Arma de Guerra em Gaza


Evidências Indicam que Civis Foram Deliberadamente Privados de Acesso a Comida e Água


Pessoas fazem fila para comprar pão em uma padaria parcialmente destruída, mas ainda operacional, no campo de refugiados de Nuseirat, em Deir al Balah, Gaza, em 4 de novembro de 2023. © 2023 Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images

  • O governo israelense está usando a fome de civis como estratégia de guerra na Faixa de Gaza, o que é um crime de guerra.
  • Autoridades israelenses fizeram declarações públicas expressando seu objetivo de privar civis, em Gaza, de comida, água e combustível – estas declarações refletem uma prática levada a cabo pelas forças israelenses.
  • O governo israelense não deveria atacar insumos indispensáveis à sobrevivência da população civil, devendo suspender seu bloqueio da Faixa de Gaza e restaurar eletricidade e água.

(Jerusalém) – O governo israelense está usando a fome de civis como estratégia de guerra na Faixa de Gaza ocupada, o que é um crime de guerra, disse a Human Rights Watch hoje. As forças israelenses estão deliberadamente bloqueando a entrada de água, alimentos e combustível, enquanto impedem intencionalmente a assistência humanitária, aparentemente arrasando áreas agrícolas e privando a população civil de insumos indispensáveis à sua sobrevivência.

Desde que os combatentes liderados pelo Hamas atacaram Israel, em 7 de outubro de 2023, altos funcionários israelenses, incluindo o Ministro da Defesa, Yoav Gallanto Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o Ministro da Energia, Israel Katz, fizeram declarações públicas expressando seu objetivo de privar civis  de  comida, água e combustível em Gaza – declarações estas que refletem uma prática levada a cabo pelas forças israelenses. Outros funcionários israelenses declararam publicamente que a ajuda humanitária a Gaza seria condicionada à liberação de reféns detidos ilegalmente pelo Hamas ou à destruição do Hamas.

“Por mais de dois meses, Israel tem privado a população de Gaza de alimentos e água, uma política incentivada ou endossada por altos funcionários israelenses, refletindo uma intenção de matar civis de fome como estratégia de guerra”, disse Omar Shakir, diretor de Israel e Palestina da Human Rights Watch. “Líderes mundiais deveriam se pronunciar contra esse abominável crime de guerra, que tem efeitos devastadores na população de Gaza.”

A Human Rights Watch entrevistou 11 palestinos deslocados em Gaza entre 24 de novembro e 4 de dezembro. Eles descreveram suas profundas dificuldades em satisfazer suas necessidades básicas. “Não tínhamos comida, eletricidade, internet, nada”, disse um homem, que havia deixado o norte de Gaza. “Não sabemos como sobrevivemos.”

No sul de Gaza, as pessoas entrevistadas descreveram a escassez de água potável e a falta de alimentos, que ocasionou lojas vazias e longas filas, além de preços exorbitantes. “Você está em constante busca por coisas necessárias para sobreviver”, disse um pai de dois filhos. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas relatou, em 6 de dezembro, que 9 em cada 10 domicílios no norte de Gaza e 2 em cada 3 domicílios no sul de Gaza passaram pelo menos um dia e uma noite inteira sem comida.

O direito humanitário internacional, ou as leis da guerra, proíbem a fome de civis como estratégia de guerra. O Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional, estabelece que privar intencionalmente civis de “bens indispensáveis à sua sobrevivência, impedindo, inclusive, o envio de socorros” é um crime de guerra.  A intenção criminosa não exige a admissão do agressor, podendo ser inferida da totalidade das circunstâncias da campanha militar.

Além disso, o bloqueio contínuo de Gaza por Israel, bem como seu fechamento por mais de 16 anos, equivale à punição coletiva da população civil, que é um crime de guerra. Enquanto potência ocupante em Gaza, nos termos da Quarta Convenção de Genebra, Israel tem o dever de garantir que a população civil receba alimentos e suprimentos médicos.

Em 17 de novembro, o PMA alertou sobre a “possibilidade imediata” de inanição, destacando que os suprimentos de alimentos e água eram praticamente inexistentes. Em 3 de dezembro, informou um “alto risco de fome”, indicando que o sistema alimentar de Gaza estava à beira do colapso. E, em 6 de dezembro, declarou que 48% dos domicílios no norte de Gaza e 38% das pessoas deslocadas no sul de Gaza haviam experimentado “níveis severos de fome”.

Em 3 de novembro, o Conselho Norueguês para Refugiados anunciou que Gaza estava lidando com “necessidades catastróficas de água, saneamento e higiene”. Instalações de águas residuais e dessalinização foram desativadas em meados de outubro devido à falta de combustível e eletricidade, e têm permanecido inoperantes desde então, de acordo com a Autoridade Palestina da Água. Mesmo antes de 7 de outubro, segundo a ONU, Gaza praticamente não tinha água potável.

Antes das hostilidades atuais, estima-se que 1,2 milhão dos 2,2 milhões de pessoas que habitavam em Gaza enfrentavam insegurança alimentar aguda, e mais de 80% dependiam de ajuda humanitária. Israel mantém controle abrangente sobre Gaza, incluindo sobre o movimento de pessoas e bens, águas territoriais, espaço aéreo, a infraestrutura da qual Gaza depende, bem como o registro da população. Isso deixa a população de Gaza, que Israel submete a um bloqueio ilegal há 16 anos, quase totalmente dependente de Israel para ter acesso a combustível, eletricidade, medicamentos, alimentos e outros recursos essenciais.

Após a imposição de um “bloqueio total” a Gaza, em 9 de outubro, as autoridades israelenses retomaram o fornecimento de água para algumas partes do sul de Gaza, em 15 de outubro e, a partir de 21 de outubro, permitiram a chegada de ajuda humanitária limitada, através da travessia de Rafah, fronteira com o Egito. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse, em 19 de outubro, que Israel não permitiria a entrada de ajuda humanitária “na forma de alimentos e medicamentos” em Gaza através de suas estradas “enquanto nossos reféns não forem devolvidos”.

O governo continuou a bloquear a entrada de combustível até 15 de novembro, apesar dos alertas sobre as graves consequências de fazê-lo, levando ao fechamento de padarias, hospitais, estações de bombeamento de esgoto, usinas de dessalinização e poços. Essas instalações, que ficaram inutilizáveis, são indispensáveis à sobrevivência da população civil. Embora quantidades limitadas de combustível tenham sido posteriormente permitidas, em 4 de dezembro, a Coordenadora Humanitária da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, Lynn Hastings, chamou-as de “totalmente insuficientes”. Em 6 de dezembro, o gabinete de guerra de Israel aprovou um aumento “mínimo” no fornecimento de combustível para o sul de Gaza.

Em 1º de dezembro, imediatamente após o cessar-fogo de sete dias, o exército israelense retomou o bombardeio de Gaza e expandiu sua ofensiva terrestre, declarando que suas operações militares no sul não teriam “menos força” do que no norte. Enquanto autoridades dos Estados Unidos disseram que pediram a Israel para permitir a entrada de combustível e ajuda humanitária em Gaza nos mesmos níveis observados durante o cessar-fogo, o coordenador do Ministério da Defesa de Israel para atividades governamentais nos territórios disse, em 1º de dezembro, que interrompeu toda a entrada de ajuda. Entregas limitadas de ajuda foram retomadas em 2 de dezembro, mas ainda em níveis extremamente insuficientes, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

Junto ao bloqueio devastador, os extensos ataques aéreos do exército israelense na faixa resultaram em danos generalizados ou destruição de objetos indispensáveis para a sobrevivência da população civil.

Especialistas da ONU disseram, em 16 de novembro, que os danos significativos “ameaçam tornar impossível a continuação da vida palestina em Gaza”. Notavelmente, o bombardeio das forças israelenses ao último moinho de trigo que operava em Gaza, em 15 de novembro, garantiu que a farinha produzida localmente esteja indisponível em Gaza por tempo indeterminado, conforme destacado pelo OCHA. Além disso, o Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS, na sigla em inglês) disse que a destruição das redes viárias tornou mais difícil para as organizações humanitárias entregarem ajuda para quem precisa.

“Padarias e moinhos de grãos foram destruídos, assim como agricultura, água e instalações de saneamento”, disse Scott Paul, consultor sênior de políticas humanitárias da Oxfam América, à Associated Press em 23 de novembro.

As ações militares de Israel em Gaza também tiveram um impacto devastador no setor agrícola de Gaza. O bombardeio contínuo, somado à escassez de combustível e água, além do deslocamento de mais de 1,6 milhão de pessoas para o sul de Gaza, tornou a agricultura quase impossível, segundo a Oxfam. Em um relatório de 28 de novembro, o OCHA disse que a criação de gado no norte está enfrentando fome devido à falta de ração e água, e que as plantações estão cada vez mais abandonadas e danificadas devido à falta de combustível para bombear água para irrigação. Problemas existentes, como a escassez de água e o acesso restrito a terras agrícolas localizadas perto da fronteira, agravaram as dificuldades enfrentadas pelos agricultores locais, muitos dos quais estão deslocados. Em 28 de novembro, o Escritório Central de Estatísticas da Palestina disse que Gaza está sofrendo uma perda diária de pelo menos US$1,6 milhão na produção agrícola.

Em 28 de novembro, o Setor de Segurança Alimentar da Palestina, liderado pelo PMA e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, relatou que mais de um terço das terras agrícolas no norte foram danificadas nos confrontos. Imagens de satélite analisadas pela Human Rights Watch indicam que, desde o início da ofensiva terrestre do exército israelense, em 27 de outubro, terras agrícolas, incluindo pomares, estufas e fazendas no norte de Gaza, foram arrasadas, aparentemente pelas forças israelenses.

O governo israelense deveria cessar imediatamente o uso da fome de civis como estratégia de guerra, disse a Human Rights Watch. Também deveria respeitar a proibição de ataques a insumos indispensáveis para a sobrevivência da população civil e suspender o bloqueio imposto à Faixa de Gaza. O governo deveria restaurar o acesso a água e eletricidade e permitir a entrada de alimentos, ajuda médica e combustível, urgentemente necessários em Gaza, inclusive através de sua passagem em Kerem Shalom.

Governos preocupados deveriam pedir a Israel o fim de tais abusos. Estados Unidos, Reino UnidoCanadáAlemanha e outros países também deveriam suspender a assistência militar e as vendas de armas para Israel, enquanto as forças israelenses continuarem a cometer abusos generalizados e graves, que equivalem a crimes de guerra contra civis com impunidade.

“O governo israelense está agravando o castigo coletivo que impõe à população civil palestina e o bloqueio de ajuda humanitária com o uso cruel da fome como arma de guerra”, disse Shakir. “A catástrofe humanitária em Gaza exige uma resposta urgente e eficaz da comunidade internacional.”

 Fonte: Human Rights Watch



 

 

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