quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Israel declara secretário-geral da ONU persona non grata e o impede de entrar no país


António Guterres repudiou escalada no Oriente Médio, mas, para Tel Aviv, não ‘condenou de forma inequívoca’ resposta do Irã


Wikimedia Commons/Eric Bridiers - Secretário-geral da ONU, António Guterres foi declarado pelo governo de Israel de ‘persona non grata’ após condenar escalada de violência no Oriente Médio, mas não mencionar o Irã

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, declarou nesta quarta-feira (02/10) o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, de “persona non grata” e o proibiu de entrar no país por não ter “condenado inequivocamente” o ataque de mísseis do Irã às bases militares de Tel Aviv.

“Decidi hoje declarar o secretário-geral da ONU, António Guterres, uma personalidade indesejável em Israel e proibir sua entrada em Israel”, afirmou o chanceler israelense, em redes sociais. “Qualquer um que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irã a Israel não merece pisar em solo israelense. […] Este é um secretário-geral anti-Israel que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos.”

Na terça-feira (01/10), a autoridade da ONU condenou a escalada da violência na região após a ofensiva reivindicada pela Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, por sua sigla em inglês), que se tratou de uma resposta à intensificação das operações israelenses no território libanês. No entanto, o diplomata português não mencionou o Irã.

“Condeno a ampliação do conflito no Oriente Médio com escalada após escalada. Isto deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, escreveu em comunicado.

As acusações feitas pelo ministro israelense resgatam um episódio semelhante ocorrido há quase um ano, ocasião na qual Guterres atribuiu Israel o cometimento do crime de “punição coletiva ao povo palestino” devido à ofensiva militar realizada desde o dia 7 de outubro de 2023 contra a população civil da Faixa de Gaza.

Durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em outubro passado, o secretário-geral fez um pronunciamento marcado por críticas ao governo israelense, afirmando que “assim como as exigências do povo palestino não podem justificar os ataques atrozes do Hamas, os atos do Hamas não podem justificar a punição coletiva do povo palestino”.

Guterres também chegou a explicar que os ataques do Hamas “não aconteceram no vácuo”, uma vez que “os palestinos foram submetidos a 56 anos de ocupação sufocante”. 

“Suas terras constantemente devoradas por colonatos e atormentadas pela violência; a sua economia foi sufocada; as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas”, disse.

Naquele momento, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, classificou as declarações de Guterres como “opiniões horríveis”.

“Foi um discurso chocante, proferido ao mesmo tempo em que foguetes são disparados contra todo o território de Israel”, disse Erdan, acusando o chefe da ONU de estar “completamente desligado da realidade da nossa região”.

Fonte: Opera Mundi


Francesca Albanese, UN Special Rapporteur oPt


Expresso a minha solidariedade ao Secretário-Geral da ONU @antonioguterres, do coração do seu próprio país, Portugal, que estou a visitar.

Não estaríamos aqui hoje, com arrogância desenfreada em plena exibição, se Israel, em 76 anos de história, tivesse sido responsabilizado pelo menos uma vez. Nenhuma vez Israel enfrentou as consequências de seus erros internacionais. O tempo de agir para restaurar a primazia do direito internacional é agora. Um amanhã distante pode ser tarde demais.



 TRT World


Na semana passada, na ONU, autoridades israelenses afirmaram repetidamente que Israel "não tinha intenção de entrar em guerra com o Hezbollah e o Líbano" na frente de diplomatas.

Mas nos últimos dias, Israel bombardeou o Iémen, o Líbano, a Síria e a Faixa de Gaza da Palestina, violando o direito internacional e matando centenas de pessoas.



I.R.IRAN Mission to UN, NY


O chamado "mais moral" massacrou implacavelmente quase 41.000 palestinos, principalmente mulheres e crianças, com mais de 10.000 desaparecidos desde 7 de outubro. Os crimes do regime genocida israelense são sem precedentes. Veja como os fanáticos redefiniram a moralidade:



Geopolítica 01

Geopolítica 02 


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