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sábado, 20 de abril de 2024

EUA vetaram adesão da Palestina como membro pleno da ONU


Os Estados Unidos vetaram nesta quinta-feira (18) o pedido da Palestina de adesão plena à Organização das Nações Unidas (ONU) durante uma votação no Conselho de Segurança


US of Genocides

 A Palestina tem status de observadora na organização desde 2012.


Conselho de Segurança votará
 na quinta-feira a possível
 adesão da Palestina à ONU

No início deste mês, no meio da guerra israelense em curso na Faixa de Gaza, a Palestina enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitando uma nova consideração do seu pedido de adesão, que foi apresentado pela primeira vez em 23 de setembro de 2011.

Mais cedo, Brasil e Colômbia haviam solicitado ao Conselho de Segurança que a Palestina aderisse à organização. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, havia dito que a sua entrada seria "puro bom senso".

Durante a fala, Vieira pediu que a Palestina se tornasse um membro permanente da organização.


"Devemos discutir os meios para que a Palestina possa aderir ao bloco […]. Chegou a hora de a comunidade internacional finalmente dar as boas-vindas à Palestina como o novo membro das Nações Unidas", disse Vieira.

 

Sobre a hostilidade em Gaza, o chanceler brasileiro afirmou que "já passou da hora de a comunidade internacional" agir para "parar com o sofrimento" dos palestinos. E que as novas gerações cobram que uma das principais promessas da ONU seja cumprida, a de poupar vidas de inocentes atingidos pela guerra.


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Fonte: Sputnik Brasil


FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil


Rússia DETONA Estados Unidos após veto à admissão da Palestina como membro da ONU "Hoje poderia ter entrado para a história como o dia que o mundo fez justiça aos palestinos após 75 anos. Porém, nossos colegas americanos não concordam com isso. A história não vai perdoar vocês"



 Embaixador palestino vai às lágrimas após veto dos EUA à adesão plena da Palestina na ONU. "Nosso direito à autodeterminação é inalienável e eterno. Não pode ser manipulado por Israel, o poder colonial e genocida determinado a nos expulsar. O povo palestino não vai desaparecer"



 US of Genocides



Palestina 01

Palestina 02


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domingo, 7 de abril de 2024

Resistência Islâmica do Iraque volta a visar Israel com drones e atinge refinarias petrolíferas


O grupo militante anunciou ter atacado "as refinarias de petróleo de Haifa", em Israel, em resposta às suas ações na Faixa de Gaza


© AP Photo / Ariel Schalit

Grupos militantes xiitas afiliados à Resistência Islâmica do Iraque atacaram no sábado (6) alvos no norte de Israel, comunicou o movimento em seu canal no Telegram.


"Os mujahideen da Resistência Islâmica do Iraque atacaram nas primeiras horas desta manhã, sábado, 6 de abril de 2024, usando um drone, as refinarias de petróleo de Haifa em nossos territórios ocupados", detalhou a declaração.

 

O movimento diz que "continuará destruindo as fortalezas inimigas a fim de completar a segunda fase das operações para resistir à ocupação e apoiar nosso povo em Gaza".


Braço do Daesh pode e quer
 atacar os EUA em 6 meses
sem aviso prévio, diz Washington


O grupo tem atacado repetidamente alvos militares dos EUA na Síria e no Iraque neste ano. Anteriormente, a mídia norte-americana informou que Washington ameaçou os líderes iraquianos com "graves consequências" se eles não tomassem medidas para interromper os ataques, que ocorrem em resposta às grandes violações de direitos humanos por Israel na sua guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, que já provocou dezenas de milhares de mortes.


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Fonte: Sputnik Brasil


Guerra 01

Guerra 02




sexta-feira, 5 de abril de 2024

Totalitarismo liberal: como a minoria global controla o planeta?


A minoria global criou regras da chamada ordem internacional e desencadeia guerras em caso de oposição. Quem vai mudar o cenário?


Pepe Escobar


Neste episódio do podcast de vídeo Pepe Café o analista geopolítico Pepe Escobar foca na política externa e considera os motivos dos países na liderança do Ocidente coletivo.



Considerando vários acontecimentos da agenda internacional, o apresentador afirma que as regras, criadas pelos EUA e UE, resultam na prática em uma desordem internacional baseada em regra nenhuma. E assim o Ocidente coletivo se torna prisioneiro de um "erro de sistema".

Cabe a cada um de nós uma luta cotidiana para facilitar o final dessa desordem mundial baseada em regra nenhuma que, por enquanto, ainda continua escravizando o planeta inteiro, conclui o cientista.


Pepe Café

Como a minoria global criou na prática uma desordem internacional baseada em nenhuma regra


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Fonte: Sputnik Brasil


 LEIA MAIS:



Geopolítica 01

Geopolítica 02




segunda-feira, 25 de março de 2024

Rússia prende 3º e 4º réus suspeitos de ataque terrorista no Crocus City Hall


O Tribunal Distrital de Basmanny, em Moscou, escolheu uma medida preventiva na forma de detenção em relação a Shamsidin Fariduni, o terceiro suspeito do ataque mortal à sala de concertos Crocus City Hall


© Sputnik / Sergey Bobylev / Acessar o banco de imagens

 "O pedido da investigação é atendido e é escolhida uma medida preventiva para Shamsidina Fariduni na forma de detenção por um período até 22 de maio", atestou o juiz responsável pelo caso.

Durante o depoimento, Fariduni disse que nasceu em 1998, no Tajiquistão, e tem um filho de 8 meses. Ele trabalhava em uma fábrica de parquetes na cidade de Podolsk e estava registrado em Krasnogorsk, onde ocorreu o ataque terrorista.

O quarto suspeito de ter participado da investida terrorista Muhammadsobir Fayzov foi levado ao tribunal em uma cadeira de rodas e acompanhado por um médico. O juiz decidiu prendê-lo. O mesmo ficará sob custódia até o dia 22 de maio.


Tribunal prende 2º envolvido no 

ataque ao Crocus City Hall


Presidente do Tajiquistão condenou ataque

Mais cedo, o presidente do Tajiquistão, Emomali Rakhmon, condenou veementemente o ataque terrorista à sala de concertos Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, como informado pelo serviço de imprensa do líder tadjique.


Presidente do Tajiquistão condenou ataque

Mais cedo, o presidente do Tajiquistão, Emomali Rakhmon, condenou veementemente o ataque terrorista à sala de concertos Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, como informado pelo serviço de imprensa do líder tadjique.


"Durante uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o Presidente do Tajiquistão, Emomali Rakhmon, expressou firme condenação ao ataque terrorista à Crocus City Hall", afirmou o comunicado.

Sobre o atentado terrorista na Rússia


Suspeitos de ataque terrorista

 no Crocus são acusados oficialmente, 

diz tribunal à Sputnik


A operação de resgate realizada por equipes de emergência no teatro Crocus, alvo de um ataque terrorista na sexta-feira (22), foram encerradas, com 133 corpos retirados dos escombros.

Anteriormente, o chefe do Comitê de Investigação da Rússia, Aleksandr Bastrykin, ordenou que um homem que conseguiu neutralizar um dos terroristas dentro do teatrodurante o ataque, tivesse sua atuação reconhecida com um prêmio.

Ele também ordenou que fossem listadas as identidades de cada um dos que participaram do resgate de pessoas durante o ataque terrorista, a fim de considerar a questão da premiação do Estado por sua atuação abnegada.


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 Fonte:  Sputnik Brasil



sábado, 23 de março de 2024

Atentado contra teatro deixa mais de 60 pessoas mortas, atesta Comitê de Investigação da Rússia


O Comitê de Investigação da Rússia atualizou o número de vítimas fatais em decorrência do atentado contra o teatro Crocus City Hall, na região de Moscou, nesta sexta-feira (22). Segundo a pasta, já são mais de 60 pessoas assassinadas.


© Sputnik / Evgeny Biyatov / Acessar o banco de imagens

Existem agora 110 adultos e 5 crianças em hospitais após o ataque terrorista.

Dentre eles, 60 adultos estão em estado grave, disse o governador Andrei Vorobiev.


 

Brasil condena ação


'Uma tragédia; condenamos atos terroristas',

 diz Celso Amorim sobre ataque

 em Moscou à Sputnik


O ex-chanceler e assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, declarou à Sputnik Brasil que o país condena ações terroristas como a que aconteceu mais cedo, nesta sexta-feira (22), na Rússia.


"É uma tragédia. Condenamos atos terroristas, independentemente da origem, sobre a qual não temos informação", disse Celso à Sputnik Brasil.


Sobre o atentado terrorista na Rússia

Com os novos dados, pelo menos 60 pessoas foram mortas e mais de 100 ficaram feridas no ataque terrorista no Crocus City Hall, na região de Moscou, informou o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em russo) nesta sexta-feira (22).


Zakharova acusa EUA de tentar

 inocentar a Ucrânia antes de qualquer 

investigação sobre ataque


Mais cedo, um tiroteio foi registrado durante um show no Crocus City Hall, que fica no entorno de Moscou e tem capacidade para 9,5 mil pessoas. Os ingressos estavam esgotados. Após o atentado, ainda foi registrado um grande incêndio.

O FSB confirmou que, além das mais de 100 vítimas, há pelo menos 40 pessoas que foram mortas na investida terrorista.

presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento russo), Vyacheslav Volodin, disse que as investigações para identificar todos os responsáveis pelo atentado já são conduzidas pelo FSB. "Os órgãos de segurança estão fazendo o seu trabalho", disse.



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Fonte: Sputnik Brasil



quarta-feira, 20 de março de 2024

Lula envia carta a Putin o cumprimentando por sua reeleição


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao seu homólogo Vladimir Putin felicitando o líder russo por sua vitória nas eleições presidenciais deste ano


O presidente Lula da Silva felicitou o reeleito presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vitória nas eleições presidenciais


O envio da carta foi confirmado ao portal Metrópoles pelo ex-chanceler e assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim.

A mídia recorda que Lula retribuiu o gesto feito por Putin em 2022. Na ocasião, o presidente da Rússia parabenizou o petista pela eleição no Brasil, em nota publicada pelo Kremlin.


'Tenho boas relações com Putin', ressalta Lula

 em encontro com diretora do FMI


Putin foi eleito no domingo (17) com 87,28% dos votos, dez pontos percentuais a mais que em 2018. Segundo a Comissão Eleitoral Central da Rússia, 77,44% da população compareceu às urnas.

A última vez que os líderes se falaram foi em outubro do ano passado. Na conversa telefônica, os dois mandatários falaram sobre os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

Em fevereiro deste ano, o Palácio do Planalto confirmou que Lula vai à cúpula do BRICS em outubro deste ano em Moscou, conforme noticiado.



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Fonte: Sputnik Brasil


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segunda-feira, 18 de março de 2024

Vitória recorde de Putin traz dilemas para o Ocidente, comentam analistas


A vitória eleitoral de Vladimir Putin, eleito neste domingo (17) para um novo mandato na presidência da Rússia, escancarou sua aprovação majoritária em meio a ataques diplomáticos e econômicos a seu governo. Para analistas ouvidos pela Sputnik Brasil, a eleição traz dúvidas ao Ocidente em como prosseguir


Vladímir Putin
 

A eleição deste ano foi tanto recorde de participação, com cerca de 74% da população se fazendo presente no processo eleitoral, quanto de votos para o candidato à presidência, que recebeu aproximadamente 87% dos votos. Em 2018, eleição em que obteve maior porcentagem de votos, Putin foi eleito com 76,69%.

A vitória de Putin, afirmou Larissa Silva, mestre em relações internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora voluntária do Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN), não é uma novidade uma vez que "os adversários não tinham a mesma força de Putin".

Ainda assim, destaca a pesquisadora, "foi um recorde de comparecimento da população e isso é bem interessante devido ao contexto atual da Rússia".


"Alguns esperavam que, com as sanções e a pressão ocidental, a oposição crescesse e Putin perdesse um pouco da força que possui. Porém, percebe-se que isso não é o que acontece na Rússia."

 

Dessa forma, sublinha Larissa, é perceptível que existe uma boa parte da população "que apoia o presidente e a forma como ele conduz o país".

Dessa mesma forma, destaca Eden Pereira Lopes da Silva, historiador, doutorando em história comparada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Sobre África, Ásia e Relações Sul-Sul (NIEAAS) e membro do Grupo de Estudos 9 de Maio, a vitória de Putin é "recado significativo acerca da unidade política nacional russa entorno do projeto liderado pelo presidente".


"Devido ao tamanho da popularidade de Putin, que oblitera qualquer outra figura, essa reeleição pode ser considerada como uma espécie de plebiscito acerca dos rumos do governo russo", afirmou o historiador.



'Resgatou o prestígio da Rússia'


Tamanha popularidade pode ser explicada a partir de alguns fatores, explica o historiador. "Em primeiro lugar, Putin foi capaz de resgatar o papel e o prestígio da Rússia como um importante e respeitado país na ordem internacional", disse.

O segundo fator foi a estabilidade econômica alcançada no governo. Para o desgosto dos Estados Unidos, afirma, "a Rússia deixou para trás boa parte dos mecanismos econômicos do período da 'terapia de choque' vigente a partir da década de 1990".

Putin foi o segundo presidente da Rússia após a dissolução da União Soviética, encontrando um país que ainda se reestruturava econômica e geopoliticamente. Hoje, a Rússia é a 11ª maior economia do mundo, conseguindo crescer "acima da média mundial", diz Eden Lopes, mesmo diante as sanções internacionais.


Economia da Rússia surpreendeu
em termos de força de crescimento
 face às sanções, diz FMI


Ocidente entra em um dilema


"Boa parte dos líderes políticos ocidentais desconhecem o sistema, os valores e a forma de funcionamento da política russa", destacou Eden Silva. "Eles não entenderam ainda que ingerir na soberania dos processos sociais e políticos da Rússia é inútil."


"Isso é invisível para os ocidentais por causa de sua arrogância positivista em achar que os seus métodos e caminhos são os únicos certos, e que tudo que é diferente, é algo errado ou distorcido."

 

Para o historiador com especialização no período soviético, além de tradutor, intérprete e guia, Rodrigo Ianhez, o Ocidente agora está em uma encruzilhada. "Talvez pudesse haver um pensamento desejoso em relação a uma votação menos expressiva, pelo menos em relação à última eleição e isso não ocorreu", disse.


"As sanções realmente não mostraram afetar da maneira como era esperada a economia russa e o Ocidente vai ficar cada vez mais dividido."

 

De acordo com Ianhez, as discordâncias que já existem entre os países europeus e os Estados Unidos em como prosseguir no apoio à Ucrânia se aprofundarão, uma vez que o grade apoio à Putin "demonstra que há, de maneira bastante generalizada, um apoio ao governo".


"Apesar deles se apresentarem como um bloco coeso, para a Europa os custos dessa guerra são maiores e mais imediatos do que são para os Estados Unidos."

 

Com as eleições norte-americanas marcadas para este ano e forte divisão partidária no tema do auxílio a Ucrânia, o resultado eleitoral dos EUA "pode criar um desentendimento dentro do bloco" e influenciar diretamente na continuidade ou não desse conflito, concluiu Ianhez.



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Fonte: Sputnik Brasil


 

quinta-feira, 14 de março de 2024

Lava Jato e a cooperação controversa com os EUA: o que há por trás do interesse norte-americano


A colaboração secreta e ilegal entre o Departamento de Justiça dos EUA e os procuradores de Curitiba gerou críticas, evidenciando uma possível interferência estrangeira nas investigações da operação Lava Jato.


© Folhapress / Jorge Araúj

Revelações de conversas vazadas do Ministério Público Federal no Paraná, que já são conhecidas pelo público, apontam para uma subordinação a interesses estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos. Dez anos depois, a Sputnik Brasil conversa com especialistas que dão visões acerca dos impactos e interesses por trás do envolvimento dos EUA na operação que sacudiu a Justiça, a política, a economia e a sociedade do Brasil.

Lier Pires Ferreira, pesquisador do Laboratório de Estudos Políticos de Defesa e Segurança Pública (Lepdesp), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e do Núcleo de Estudos dos Países BRICS (NuBRICS), da Universidade Federal Fluminense (UFF), trouxe à tona questões controversas sobre a cooperação entre autoridades americanas e brasileiras durante a operação Lava Jato.


"Conversas vazadas do Ministério Público Federal no Paraná revelam que um dos aspectos mais controvertidos da Lava Jato foi sua subordinação a interesses estrangeiros, em particular dos Estados Unidos. Há que se lembrar que, anos antes, no governo [do presidente americano Barack] Obama, a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras haviam sido alvos de espionagem ilegal dos americanos", relembra o especialista.

 

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dos EUA na crise desestabilizadora no Haiti

As discussões se concentram em como essa influência impactou não apenas as dinâmicas políticas e legais internas no Brasil, mas também a economia nacional.

Petrobras, principal alvo da Lava Jato, aceitou pagar uma multa significativa, parte da qual seria destinada a um fundo de combate à corrupção. No entanto, a tentativa dos procuradores de Curitiba de gerir esse fundo foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação teve consequências devastadoras para grandes empresas brasileiras, como Petrobras, Odebrecht e JBS, resultando na perda de valor patrimonial e de fatias de mercado e desemprego em massa.


Arquitetura jurídica montada pelos EUA


À Sputnik Brasil, Fábio de Sá e Silva, autor de estudos sobre a Lava Jato, pesquisador e doutor em direito, política e sociedade da Universidade Northeastern (EUA), e professor associado de estudos internacionais e professor Wick Cary de estudos brasileiros na Universidade de Oklahoma (EUA), relembra que muitas das opiniões e inferências acerca da influência dos EUA na operação foram tratadas como teoria da conspiração, mas que houve de fato uma ingerência por parte do governo norte-americano.


"O que é um fato  e muito bem documentado  é que os EUA construíram toda uma arquitetura jurídica de combate à corrupção no mundo alinhada com os interesses nacionais, e a Lava Jato se deu um pouco a partir dessa arquitetura. […] De certa forma, os americanos fazem o que é bom para eles. O que me interessa questionar é por que os brasileiros — procuradores, juízes, veículos de imprensa  fizeram o que fizeram na Lava Jato, cujas consequências para a economia, o direito, a política e o próprio combate à corrupção no país são terríveis", indaga Silva.

 

Questionado sobre o interesse dos EUA na operação, Lier Pires destaca que, para além de intenções jurídicas e políticas, era um interesse de impacto que ajudava financeiramente o governo norte-americano.


"O interesse dos EUA direcionava-se prioritariamente à Petrobras, cujos desvios de conduta impactavam investidores norte-americanos, já que as ações da petrolífera brasileira eram negociadas em bolsas americanas. Não por outro motivo, em 2018 a Petrobras aceitou pagar uma multa superior a US$ 800 milhões [aproximadamente R$ 4 bilhões de reais]. Como se sabe, cerca de 80% desse dinheiro retornaria ao Brasil. Os procuradores de Curitiba pleiteavam a gestão dessa verba, que seria destinada a um fundo de combate à corrupção. Quase tiveram êxito. Todavia a manobra foi abortada pelo STF", comenta Ferreira à Sputnik Brasil.

 

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'Ninguém é inocente'


O especialista destaca ainda que a interferência dos EUA na Lava Jato revela a importância de Washington na política brasileira. Além disso, ressalta a falta de visão estratégica das autoridades judiciais brasileiras, criticando a abordagem que prejudicou empresas em vez de focar mais as pessoas físicas envolvidas.


"O fato que me parece mais relevante é que a influência dos EUA na Lava Jato revela primeiramente a importância de Washington na vida política brasileira, como já denunciava estridentemente o ex-governador Leonel Brizola. […] Ela traz à tona a total falta de visão estratégica das autoridades judiciais brasileiras, míopes em aspectos básicos do geodireito e do constitucionalismo estratégico. […] O fato é que as punições devem pesar mais sobre as pessoas físicas do que sobre as empresas", avalia.

 

Para Rafael Ioris, professor de história moderna da América Latina na Universidade de Denver (EUA), existia uma combinação realizada entre os agentes brasileiros e norte-americanos. Segundo ele, "ninguém é inocente".


"Os atores do governo dos Estados Unidos, especialmente o Departamento de Justiça, tinham uma narrativa e perspectiva de que a corrupção era um grande problema na América Latina e já haviam criado treinamentos, cartilha de como combater a corrupção na América Latina. […] Havia um interesse [dos EUA] na operação. […] Ninguém é inocente. Um começou a ajudar o outro [Brasil e EUA]", crava.


A queda de uma farsa


Rafael Ioris continua destacando que embora a grande mídia norte-americana legitimasse o que a mídia brasileira veiculava, com o tempo essa narrativa começou a ser descontruída. Afinal, as coberturas tanto brasileira quanto norte-americana tinham o objetivo de disseminar que a corrupção era o problema principal da América Latina.


"Aos poucos, especialmente depois da eleição do [Jair] Bolsonaro, muita gente começou a perceber que havia uma conexão entre o discurso antiestablishment, antipolítica que resultou na eleição de Bolsonaro […]. Houve uma certa preocupação com o resultado […] e houve uma percepção de que precisávamos [o Brasil] investigar mais um pouco [a Lava Jato]. […] foi um processo com grandes danos para a economia brasileira", arremata.


A 'corrupção sistêmica' e o interesse por trás


À Sputnik Brasil, Larissa Liz Odreski Ramina, professora de direito internacional público da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora de iniciação científica da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da mesma instituição, ressalta que houve uma sistematização do que consideraram, à época, corrupção sistêmica, fazendo uso seletivo.


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"Utiliza-se desse discurso da corrupção sistêmica de forma seletiva para atacar apenas governos, forças políticas e líderes do chamado progressismo latino-americano. Ou seja, aqueles que se opõem aos ajustes neoliberais ditados pelo Fundo Monetário Internacional. […] A guerra jurídica foi utilizada contra todos os modelos alternativos às políticas neoliberais, e essa narrativa da corrupção sistêmica teve o efeito de considerar a corrupção como um crime transnacional, […] da mesma forma que o tráfico de drogas e o terrorismo internacional são considerados — em uma perspectiva militar — como ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos", evidencia.

 

Para o pesquisador Lier Pires Ferreira, há aspectos legais na cooperação judiciária entre EUA e Brasil que não podem ser ignorados.


"Algo diverso ocorre nas ações interventivas, ainda que não tenham caráter direto, isto é, político ou militar. Essas ações são ao mesmo tempo ilegais e ilegítimas, pois ferem a soberania nacional. A submissão brasileira aos interesses norte-americanos no contexto da Lava Jato não apenas apequenou o Brasil, mas feriu sua soberania e imagem perante o conjunto das nações. Além disso, como já dito, teve um imenso custo econômico, muito superior aos recursos financeiros que conseguiu repatriar. A Lava Jato é um exemplo de que um país soberano jamais deve prostrar-se aos interesses estrangeiros, ainda que travestidos de nobres ideais", reforça Pires.

 

O professor Fábio de Sá pontua que essas tais formas importadas pela Lava Jato sequer são dominantes no direito americano.


"Por exemplo, [o então juiz Sergio] Moro condenou Lula utilizando decisões de tribunais federais americanos que diziam que não é preciso ato de ofício para configurar corrupção. Mas essa não é a 'lei da terra' nos EUA; a Suprema Corte decidiu, em 2016, que para se punir alguém por corrupção é preciso identificar com clareza um ato de ofício correspondente […]. Então o que vejo em tudo isso é um apelo aos EUA que serve para legitimar abusos, o recurso aos EUA como fonte de legitimação simbólica — o que funciona bem em um país com elites e imprensa que padecem do complexo de vira-latas", afirma o professor.

 

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Fonte: Sputnik Brasil


 

 

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