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quarta-feira, 3 de abril de 2024

Rússia pede à ONU que condene o ataque israelense ao consulado iraniano na Síria


A Rússia apelou à comunidade internacional para que condenasse o ataque realizado por Israel contra a seção consular da embaixada iraniana em Damasco, que violou a soberania da Síria, declarou nesta terça-feira (2) o representante permanente da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya


© AP Photo / John Minchillo

"Apelamos à comunidade internacional para que condene inequivocamente as ações imprudentes de Israel, que violam a soberania da Síria e a inviolabilidade da propriedade diplomática", disse Nebenzya durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


Ataque israelense em prédio próximo

 à embaixada iraniana na Síria

 faz 5 vítimas fatais (VÍDEOS)


Na segunda-feira (1º), um ataque aéreo israelense à representação iraniana em Damasco matou sete pessoas, entre elas dois generais.

"Como resultado do ataque ilegal de Israel, o general Mohammad Reza Zahedi, comandante sênior da Força Quds [ramo de elite do IRGC] […], e o brigadeiro-general Mohammad-Hadi Haji-Rahimi foram mortos, bem como cinco oficiais do IRGC que os acompanhavam", disse o grupo, citado pela agência de notícias Tasnim.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, no mesmo dia do atentado, emitiu um comunicado condenando o ataque. Na nota, o MRE considerou "inaceitável qualquer ataque às instalações diplomáticas e consulares, cuja inviolabilidade é garantida pela Convenção de Viena".

Fonte: Sputnik Brasil




 LEIA MAIS:



Geopolítica 01

Geopolítica 02



quinta-feira, 28 de março de 2024

Pronto para uma boa notícia?


Joe Biden, o grande humanitário, passou quase seis meses trabalhando nos bastidores para chegar a um cessar-fogo em Gaza, lutando para superar os bloqueios da China e da Rússia?


Criminosos de Guerra: Benjamim Netanyahu / Joe Biden

 É isso que as manchetes e os narradores da grande mídia querem que você acredite. Mas não é bem assim… Deixo te explicar por que isso é importante.

Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU não aprovou uma resolução de cessar-fogo em Gaza apoiada pelos EUA. A China e a Rússia votaram não. O que você talvez não tenha ouvido é o motivo — e não é porque o  Biden, que doa as armas usadas para matar as crianças e já barrou quatro pedidos de cessar-fogo, finalmente amoleceu seu coração e resolveu intervir no genocídio.

A verdade é que, na resolução proposta pelos EUA, não existia a exigência expressa de um cessar-fogo imediato em Gaza. Eles sequer acionaram o corpo de paz da ONU para monitorar a retirada de tropas e manejar os civis; além de não mencionarem o artigo 41 para punir os crimes de guerra de Israel. É por isso que foi vetada.

Mas olha só a parte mais interessante: O quase cessar-fogo cínico só surgiu depois que os assessores de Biden perceberam que seu novo apelido "Joe Genocida" poderia lhe custar a eleição presidencial em novembro.

E só por isso, nesta semana, o Conselho de Segurança da ONU finalmente conseguiu aprovar uma votação real sobre o cessar-fogo, com os EUA –chateadíssimos – se abstendo em vez de vetar.

Entenda bem: Isso só aconteceu graças a um movimento de protesto popular e raiz em todo o país, onde os democratas estão votando nulo em vez de votar em Biden nas eleições primárias, algo sem precedentes nos EUA.

As pessoas ignoraram o que a grande mídia lhes contava para seguir sua consciência. A Casa Branca está nervosíssima e seu relacionamento com Israel é o pior dos últimos anos.

É por isso que veículos como o Intercept Brasil TÊM QUE EXISTIR – para jogar luz nos abusos e fortalecer movimentos populares por justiça! A pressão popular global é uma força inigualada — seja em Gaza, Washington ou Brasília!

Mas a luta ainda não terminou. Israel disse que pretende ignorar a decisão da ONU — a vida de milhões de pessoas está literalmente em jogo. Israel quer invadir Rafah, um bairro onde 1,5 milhão de refugiados estão abrigados, tornando uma crise humanitária horrível ainda mais desesperadora.


Agora é a hora de todo mundo apertar ainda mais e precisamos de você.

No Intercept, nós nos dedicamos há oito anos a manter você informado sobre o que realmente está acontecendo em Gaza e em outras catástrofes totalmente evitáveis e criminosas. Para que todos nós possamos ficar deprimidos juntos? Não! Para que todos nós possamos fazer algo a respeito!

Essa missão é incrivelmente urgente e só é possível porque somos sustentados por leitores como você e não por grandes corporações com seus rabos presos. Sem você, não somos nada.

Precisamos da sua ajuda para lutar pela vida e contra o consenso da mídia. Estamos muito aquém de nossa meta mensal de arrecadação de fundos e isso está me deixando nervoso.

Se não conseguirmos chegar lá, teremos que cancelar alguns de nossos projetos de reportagem mais ambiciosos, o que seria terrível para a sociedade e para as pessoas cujas vidas estão em jogo.

Posso contar com sua ajuda para atingir nossa meta de arrecadação? Torna-se um apoiador mensal hoje.

Se você é leitor ávido do Intercept, já está careca de saber que os EUA e a grande mídia sempre andaram de mãos dadas.

Ainda sim, é chocante ver como o establishment jornalístico está fazendo vista grossa para a limpeza étnica promovida por Israel com o apoio estadunidense.

Não encontramos nenhuma manchete condenando a atitude dos EUA como aconteceu com a China e Rússia.

Agora a pergunta que não quer calar é: quando os EUA vão parar de fornecer armas a Israel e começar a enviar ajuda humanitária DE VERDADE para os civis?

 

Quantos milhares de crianças mais precisam morrer?

Basta dessa hipocrisia, o público tem direito ao acesso gratuito e amplo a essas informações. Por este motivo o Intercept PRECISA existir.

Sabemos como a informação de qualidade e livre de viés corporativo é crucial para nos organizarmos politicamente e exigir mudanças sociais significativas.

Representamos mais do que um simples jornal, somos parte de um movimento global; e precisamos que você faça parte dele também para continuarmos com nossa missão.

Não deixe que nossa voz seja silenciada por falta de recursos. Doe agora e vamos juntos somar à pressão internacional para finalmente acabar com os crimes de guerra de Israel! 


Via: Andrew Fishman Presidente e co-fundador


 



sábado, 23 de março de 2024

Atentado contra teatro deixa mais de 60 pessoas mortas, atesta Comitê de Investigação da Rússia


O Comitê de Investigação da Rússia atualizou o número de vítimas fatais em decorrência do atentado contra o teatro Crocus City Hall, na região de Moscou, nesta sexta-feira (22). Segundo a pasta, já são mais de 60 pessoas assassinadas.


© Sputnik / Evgeny Biyatov / Acessar o banco de imagens

Existem agora 110 adultos e 5 crianças em hospitais após o ataque terrorista.

Dentre eles, 60 adultos estão em estado grave, disse o governador Andrei Vorobiev.


 

Brasil condena ação


'Uma tragédia; condenamos atos terroristas',

 diz Celso Amorim sobre ataque

 em Moscou à Sputnik


O ex-chanceler e assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, declarou à Sputnik Brasil que o país condena ações terroristas como a que aconteceu mais cedo, nesta sexta-feira (22), na Rússia.


"É uma tragédia. Condenamos atos terroristas, independentemente da origem, sobre a qual não temos informação", disse Celso à Sputnik Brasil.


Sobre o atentado terrorista na Rússia

Com os novos dados, pelo menos 60 pessoas foram mortas e mais de 100 ficaram feridas no ataque terrorista no Crocus City Hall, na região de Moscou, informou o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em russo) nesta sexta-feira (22).


Zakharova acusa EUA de tentar

 inocentar a Ucrânia antes de qualquer 

investigação sobre ataque


Mais cedo, um tiroteio foi registrado durante um show no Crocus City Hall, que fica no entorno de Moscou e tem capacidade para 9,5 mil pessoas. Os ingressos estavam esgotados. Após o atentado, ainda foi registrado um grande incêndio.

O FSB confirmou que, além das mais de 100 vítimas, há pelo menos 40 pessoas que foram mortas na investida terrorista.

presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento russo), Vyacheslav Volodin, disse que as investigações para identificar todos os responsáveis pelo atentado já são conduzidas pelo FSB. "Os órgãos de segurança estão fazendo o seu trabalho", disse.



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Fonte: Sputnik Brasil



quarta-feira, 20 de março de 2024

Lula envia carta a Putin o cumprimentando por sua reeleição


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao seu homólogo Vladimir Putin felicitando o líder russo por sua vitória nas eleições presidenciais deste ano


O presidente Lula da Silva felicitou o reeleito presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vitória nas eleições presidenciais


O envio da carta foi confirmado ao portal Metrópoles pelo ex-chanceler e assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim.

A mídia recorda que Lula retribuiu o gesto feito por Putin em 2022. Na ocasião, o presidente da Rússia parabenizou o petista pela eleição no Brasil, em nota publicada pelo Kremlin.


'Tenho boas relações com Putin', ressalta Lula

 em encontro com diretora do FMI


Putin foi eleito no domingo (17) com 87,28% dos votos, dez pontos percentuais a mais que em 2018. Segundo a Comissão Eleitoral Central da Rússia, 77,44% da população compareceu às urnas.

A última vez que os líderes se falaram foi em outubro do ano passado. Na conversa telefônica, os dois mandatários falaram sobre os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

Em fevereiro deste ano, o Palácio do Planalto confirmou que Lula vai à cúpula do BRICS em outubro deste ano em Moscou, conforme noticiado.



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Fonte: Sputnik Brasil


Click Verdade - Jornal Missão


segunda-feira, 18 de março de 2024

Vitória recorde de Putin traz dilemas para o Ocidente, comentam analistas


A vitória eleitoral de Vladimir Putin, eleito neste domingo (17) para um novo mandato na presidência da Rússia, escancarou sua aprovação majoritária em meio a ataques diplomáticos e econômicos a seu governo. Para analistas ouvidos pela Sputnik Brasil, a eleição traz dúvidas ao Ocidente em como prosseguir


Vladímir Putin
 

A eleição deste ano foi tanto recorde de participação, com cerca de 74% da população se fazendo presente no processo eleitoral, quanto de votos para o candidato à presidência, que recebeu aproximadamente 87% dos votos. Em 2018, eleição em que obteve maior porcentagem de votos, Putin foi eleito com 76,69%.

A vitória de Putin, afirmou Larissa Silva, mestre em relações internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora voluntária do Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN), não é uma novidade uma vez que "os adversários não tinham a mesma força de Putin".

Ainda assim, destaca a pesquisadora, "foi um recorde de comparecimento da população e isso é bem interessante devido ao contexto atual da Rússia".


"Alguns esperavam que, com as sanções e a pressão ocidental, a oposição crescesse e Putin perdesse um pouco da força que possui. Porém, percebe-se que isso não é o que acontece na Rússia."

 

Dessa forma, sublinha Larissa, é perceptível que existe uma boa parte da população "que apoia o presidente e a forma como ele conduz o país".

Dessa mesma forma, destaca Eden Pereira Lopes da Silva, historiador, doutorando em história comparada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Sobre África, Ásia e Relações Sul-Sul (NIEAAS) e membro do Grupo de Estudos 9 de Maio, a vitória de Putin é "recado significativo acerca da unidade política nacional russa entorno do projeto liderado pelo presidente".


"Devido ao tamanho da popularidade de Putin, que oblitera qualquer outra figura, essa reeleição pode ser considerada como uma espécie de plebiscito acerca dos rumos do governo russo", afirmou o historiador.



'Resgatou o prestígio da Rússia'


Tamanha popularidade pode ser explicada a partir de alguns fatores, explica o historiador. "Em primeiro lugar, Putin foi capaz de resgatar o papel e o prestígio da Rússia como um importante e respeitado país na ordem internacional", disse.

O segundo fator foi a estabilidade econômica alcançada no governo. Para o desgosto dos Estados Unidos, afirma, "a Rússia deixou para trás boa parte dos mecanismos econômicos do período da 'terapia de choque' vigente a partir da década de 1990".

Putin foi o segundo presidente da Rússia após a dissolução da União Soviética, encontrando um país que ainda se reestruturava econômica e geopoliticamente. Hoje, a Rússia é a 11ª maior economia do mundo, conseguindo crescer "acima da média mundial", diz Eden Lopes, mesmo diante as sanções internacionais.


Economia da Rússia surpreendeu
em termos de força de crescimento
 face às sanções, diz FMI


Ocidente entra em um dilema


"Boa parte dos líderes políticos ocidentais desconhecem o sistema, os valores e a forma de funcionamento da política russa", destacou Eden Silva. "Eles não entenderam ainda que ingerir na soberania dos processos sociais e políticos da Rússia é inútil."


"Isso é invisível para os ocidentais por causa de sua arrogância positivista em achar que os seus métodos e caminhos são os únicos certos, e que tudo que é diferente, é algo errado ou distorcido."

 

Para o historiador com especialização no período soviético, além de tradutor, intérprete e guia, Rodrigo Ianhez, o Ocidente agora está em uma encruzilhada. "Talvez pudesse haver um pensamento desejoso em relação a uma votação menos expressiva, pelo menos em relação à última eleição e isso não ocorreu", disse.


"As sanções realmente não mostraram afetar da maneira como era esperada a economia russa e o Ocidente vai ficar cada vez mais dividido."

 

De acordo com Ianhez, as discordâncias que já existem entre os países europeus e os Estados Unidos em como prosseguir no apoio à Ucrânia se aprofundarão, uma vez que o grade apoio à Putin "demonstra que há, de maneira bastante generalizada, um apoio ao governo".


"Apesar deles se apresentarem como um bloco coeso, para a Europa os custos dessa guerra são maiores e mais imediatos do que são para os Estados Unidos."

 

Com as eleições norte-americanas marcadas para este ano e forte divisão partidária no tema do auxílio a Ucrânia, o resultado eleitoral dos EUA "pode criar um desentendimento dentro do bloco" e influenciar diretamente na continuidade ou não desse conflito, concluiu Ianhez.



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Fonte: Sputnik Brasil


 

sexta-feira, 15 de março de 2024

Rússia culpa EUA pelo genocídio de Israel em Gaza


A Rússia condena as duras medidas de Israel para punir os palestinianos em terras ocupadas no mês do Ramadã e culpa os EUA pelo genocídio em curso em Gaza


A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zajárova.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, expressou a preocupação do país com a situação na cidade ocupada de Al-Quds, onde os muçulmanos têm tido dificuldades no acesso aos locais sagrados e à Mesquita de Al-Aqsa.

“A situação nesta cidade com o início do mês sagrado do Ramadã é motivo de séria preocupação”, disse Zakharova na quarta-feira.

Além disso, disse que estão “muito preocupados com as informações sobre o aumento de ações provocativas contra representantes da comunidade cristã” naquela cidade.

Quanto aos problemas do estatuto de Al-Quds e dos locais sagrados circundantes, acrescentou: “ a partir de hoje, a Federação Russa iniciará um trabalho coletivo a fim de criar as condições necessárias para a solução política desta crise de longo prazo baseada na princípio de dois estados.”



O responsável afirmou ainda que, no quadro de um processo diplomático abrangente, deve ser encontrada uma solução para os problemas básicos, incluindo o problema do estatuto de Al-Quds e dos locais abençoados aí localizados. 


Guerra da fome: Ramadã em Gaza
em meio ao genocídio israelense

Rússia pede medidas práticas para acabar com o genocídio em Gaza 


Ele acrescentou que o mundo está à espera de medidas práticas para acabar com o derramamento de sangue na Faixa de Gaza, e que será muito mais provável que isso seja facilitado se os Estados Unidos não vetarem os projetos de resolução relevantes no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU).

Da mesma forma, sublinhou que o processo político deve começar imediatamente após a resolução da tarefa principal de declarar o cessar-fogo no enclave costeiro, porque a história do conflito mostra que, sem preencher as lacunas fundamentais, as partes, depois de o conseguirem, rapidamente violar todos os acordos de cessar-fogo.

Israel desencadeou uma guerra genocida contra o enclave costeiro sitiado em retaliação pelo fracasso sofrido durante a Operação Tempestade Al-Aqsa, levada a cabo pelo HAMAS em 7 de outubro, em resposta a décadas de crimes da entidade sionista contra o povo palestino e os seus santuários.



Os ataques indiscriminados do regime israelita a Gaza deixaram pelo menos 31.300 mortos, dos quais mais de 70% são crianças e mulheres.

Fonte: HispanTV


 

 

quinta-feira, 14 de março de 2024

Quando Putin fala sobre armas nucleares, invoca o direito de defesa, não de ataque, diz especialista


À Sputnik Brasil, especialista comenta entrevista dada pelo presidente russo, Vladimir Putin, e aponta que a doutrina da Rússia quanto às armas nucleares é a mesma desde a União Soviética, ou seja, são recursos de defesa e manutenção da soberania


© Sputnik / Gavriil Grigorov / Acessar o banco de imagens

Nesta quarta-feira (13), o presidente russo, Vladimir Putin, concedeu uma entrevista em que esclareceu alguns pontos do discurso feito na Assembleia Federal, sede do Parlamento russo, em 29 de fevereiro.

entrevista desta quarta-feira foi dada a Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte.

Em entrevista à Sputnik Brasil, João Cláudio Pitillo, professor de história e pesquisador do Núcleo de Estudos das Américas (Nucleas) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), comentou os pontos abordados pelo presidente russo.

Na entrevista, Putin alertou que as tropas russas estão prontas para uma guerra nuclear, e disse que não descarta a possibilidade de realizar testes nucleares, se os EUA os fizerem.


"Se eles realizarem tais testes, não excluo, não é obrigatório. Se precisarmos disso, não precisamos, ainda temos que pensar, mas não excluo que possamos fazer o mesmo", disse o presidente russo.


Segundo Pitillo, em sua fala, Putin não fez uma ameaça de iniciar uma guerra nuclear, apenas invocou o direito de defesa da Rússia.


"A doutrina da antiga União Soviética era clara quanto às armas nucleares: elas não seriam jamais invocadas para atacar ninguém, mas seriam usadas para se defender, e aí você teria o status da destruição mútua. A Rússia continua com esse parecer, usando a arma nuclear como uma arma de dissuasão, que é o seguinte: 'Não me ataque, que eu também não lhe atacarei'", explica o especialista.

 

Putin: mísseis Avangard reduziram a zero
investimento dos EUA em defesa antiaérea

Ele acrescenta que o alerta de Putin vem na esteira de uma preocupante declaração dada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que afirmou que, se for preciso, tropas francesas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) entrariam em território ucraniano para lutar contra as tropas russas.

Segundo Pitillo, sendo a França um país que possui armas nucleares, a declaração de Macron alerta "para uma escalada que pode levar a uma guerra nuclear".

"E a Rússia avisa que a sua prontidão é plena, ou seja, vai invocar o seu direito de defesa, não vai ser destruída. E nós sabemos que uma guerra nuclear envolvendo essas potências levará à destruição do planeta. Então é importante que todos os líderes do planeta que possuem armas nucleares estejam conscientes de que elas têm que continuar recolhidas, e que no lugar delas é preciso exercer a diplomacia."

O especialista também sublinha que os EUA não apenas se furtaram em ratificar o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), firmado no pós-Guerra Fria, como "continuaram em uma grande ofensiva global para dominar, não um continente, mas o planeta".


"Isso não é uma retórica. Basta ver que os EUA têm bases no mundo todo. […] E a Rússia, no seu caminho de desenvolvimento natural, é óbvio que vai romper, vai sair desse tratado. Porque esse tratado estava servindo para patrulhar e policiar os outros, não os EUA. Porque com esse discurso de fiscalizar e controlar o estoque nuclear mundial, os EUA, por trás disso, continuavam suas ações de avanços imperialistas. Ou seja, você ia retirando o direito dos países de se defenderem, eles iam diminuindo a sua capacidade nuclear, enquanto os EUA iam aumentando a sua presença militar em vários pontos, encurralando esses outros países. E a Rússia não quer ser encurralada, não quer ser surpreendida, então age de maneira a se proteger", explica Pitillo.

 

"É bom que se diga que é de conhecimento mundial que Israel tem um pequeno arsenal nuclear, é pequeno, mas existe, e que nunca foi policiado, nunca foi fiscalizado. E isso nunca foi objeto de discussão entre franceses, ingleses nem entre estadunidenses. Então esse tratado tem dois pesos e duas medidas", complementa.



 Na entrevista, Putin também comentou o recente anúncio do presidente dos EUA, Joe Biden, de que Washington não enviaria tropas à Ucrânia, afirmando que a Rússia não subestimaria a gravidade de tal ação.

"Sabemos o que são tropas americanas em território russo, são tropas intervencionistas, e é assim que as trataremos, mesmo que apareçam em território da Ucrânia", afirmou o presidente russo.

Segundo Pitillo, a declaração "é um alerta claro, no qual o presidente Putin avisa que a Rússia é um país que tem soberania".

"Porque nós conhecemos há 200 anos o papel que os EUA jogam no mundo, de intervenção, de invasão, de golpes de Estado, de destruição de soberanias. Então os EUA são um país que não se furta em invadir e atacar países independentes. Esse destino manifesto que os EUA rogaram para si é extremamente ameaçador. Porque você vê os EUA apoiando a destruição da Síria, apoiando uma Ucrânia fascista, apoiando uma série de ações de terrorismo ao redor da Rússia. Isso tem preocupado o presidente Putin, que não se furtará em agir em defesa do seu território. É o mínimo que os EUA deveriam compreender e respeitar. Porque essa doutrina bélica dos EUA cobra um preço caro, um preço em vidas humanas, e a ideia do imperialismo é manter esses países numa condição subordinada. E a Rússia tem todo um capital histórico que não lhe permite ficar subordinada a ninguém."

Na entrevista, Putin afirmou que "muitas pessoas no mundo associam a luta da Rússia por seus interesses às suas próprias esperanças de soberania e desenvolvimento independente".

"Eles associam nossa luta por nossa independência e verdadeira soberania com seus próprios desejos de soberania e desenvolvimento independente. Mas isso é agravado pelo fato de que, nas elites ocidentais, há um forte desejo de congelar a situação existente, uma situação injusta nas relações internacionais. Eles se acostumaram, durante séculos, a encher a barriga com carne humana e os bolsos com dinheiro. Mas eles precisam entender que o baile dos vampiros está acabando", disse o presidente russo.



 Segundo Pitillo, a declaração é uma crítica ao imperialismo e ao colonialismo. Ele destaca que "a expansão do Ocidente capitalista para os demais continentes do mundo se deu com base na exploração e na violência" e diz que, nesse contexto, "a Rússia propõe uma nova discussão, um rearranjo, um novo concerto das nações, onde esses países têm a possibilidade de reverter esse quadro, de passarem a ser donos dos seus próprios destinos".


"Esses países que outrora não tinham possibilidade, muitas vezes tinham que se submeter ao imperialismo, vendo as suas matérias-primas sendo drenadas por valores irrisórios e ficando apenas com o ônus dessa extração. Agora eles podem girar o seu comércio para uma relação mais justa, de benefício comum, com outro bloco, e esse alerta o presidente Putin faz ao mundo todo. É um aviso para o terceiro mundo, que hoje a gente pode chamar de Sul Global, de que é possível reverter esse quadro."

 

Pitillo também destaca que as entrevistas concedidas por Putin contribuem para desmantelar as falsas narrativas ocidentais que difundem o que ele classifica como uma visão deturpada da realidade, no intuito de alastrar a russofobia ao redor do mundo.

"O presidente Putin falando mais vezes, permitindo que as pessoas no Ocidente conheçam melhor a sua personalidade, o que ele faz, o que que ele pensa, isso aumenta a contradição. Isso faz com que o presidente Putin chame esse Ocidente e boa parte da população ocidental a fazer uma reflexão. […] isso rompe as barreiras que o Ocidente imperialista cria não só na guerra política, mas na guerra cultural. Então a fala do presidente Putin é esclarecedora", diz o especialista.


"Toda vez que Putin fala, ele combate essa guerra cultural, essa mentira, e permite que as pessoas conheçam mais sobre ele e a Rússia. E conheçam a motivação do governo russo, que não é bélica, pelo contrário, é de paz, mas uma paz justa, porque o problema é a Pax Americana. A Pax Americana é a paz dos cemitérios — essa não interessa a ninguém", conclui.

 

Fonte: Sputnik Brasil


segunda-feira, 11 de março de 2024

Militares da OTAN já estão na Ucrânia, admite ministro das Relações Exteriores polonês


Os comentários de Radoslaw Sikorski foram feitos durante um painel de discussão que marcou o 25º aniversário da Polônia na aliança. A autoridade se absteve de nomear os países específicos envolvidos, no meio de deliberações em curso no seio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre uma potencial intervenção.



© AP Photo / Andreea Alexandru

Alguns países da OTAN já enviaram os seus militares para a Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriore polonês, Radoslaw Sikorski, durante um painel de discussão em um evento dedicado ao 25º aniversário da adesão da Polônia à aliança, transmitido no canal Sejm RP no YouTube.


"Os soldados da OTAN já estão presentes na Ucrânia", disse Sikorski.

 

Sikorski acrescentou que não iria divulgar quais Estados enviaram seus militares para lá, "ao contrário de alguns políticos".

Anteriormente, o diplomata disse que a presença de forças da OTAN na Ucrânia "não era impensável", acrescentando que apreciou a iniciativa do presidente francês Emmanuel Macron sobre a possibilidade de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia. O presidente polonês Andrzej Duda, por sua vez, expressou a sua opinião de que Varsóvia precisa construir um grande aeroporto para transportar as tropas da OTAN.

No final de fevereiro, Macron disse que a França faria tudo para evitar que a Rússia "ganhe esta guerra". Segundo ele, os líderes dos países ocidentais discutiram a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia e, embora não tenha sido alcançado um consenso a esse respeito, nada pode ser descartado.

Mais tarde, o presidente francês, duramente criticado por suas declarações, observou que todas as suas palavras foram cuidadosamente consideradas. Ele também enfatizou que Paris "não tem limites ou linhas vermelhas" na questão da assistência a Kiev.


Presidente da Polônia se expressa a

 favor da construção de grande 

aeroporto da OTAN no país


Ao mesmo tempo, as autoridades de muitos países europeus afirmaram que não se fala em transferência de militares para a Ucrânia. Em particular, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o ministro da Defesa Boris Pistorius enfatizaram que a Alemanha não enviaria seus militares para o país. Além disso, o chefe do governo alemão esclareceu que os países da OTAN como um todo não vão fazer isso.

O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, também disse que a França e a Polônia não têm o direito de falar em nome da Aliança Atlântica e que a intervenção da OTAN no conflito "apagaria o caminho para a diplomacia".

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou para a Sputnik as palavras do chanceler polonês, Radoslaw Sikorski, sobre a presença de militares da OTAN na Ucrânia.


"Eles não conseguiam mais esconder isso", disse ela.

 

Em seu discurso anual perante a Assembleia Federal da Rússia, no final de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, alertou que as consequências de uma possível intervenção da OTAN na Ucrânia seriam trágicas para as tropas destacadas da aliança.

Fonte: Sputnik Brasil


Memes:


 

 

sábado, 2 de março de 2024

Leia a transcrição da conversa de militares alemães sobre plano de ataque à Ponte da Crimeia


Margarita Simonyan, editora-chefe do grupo Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte, publicou na rede social VK a transcrição completa de uma conversa de 19 de fevereiro de 2024 entre altos oficiais das Forças Armadas da Alemanha.



 
Os interlocutores eram Graefe, chefe de operações e exercícios do Comando da Força Aérea; Gerhartz, inspetor da Força Aérea da Alemanha; e os oficiais Fenske e Frostedte, do centro de operações aéreas do Comando Espacial.



Grafe: Sim.

Gerhartz: Ótimo. Precisamos verificar as informações. Como vocês ouviram, o ministro da Defesa [alemão Boris] Pistorius estudará a questão do fornecimento de mísseis Taurus para a Ucrânia. Temos uma reunião agendada com ele. Tudo precisa ser discutido para que possamos começar a trabalhar nessa questão. Até agora não vejo nenhuma indicação de quando essas entregas começarão.

O chanceler não disse a ele: "Quero informações agora, e amanhã de manhã tomaremos uma decisão". Não ouvi isso. Pelo contrário, Pistorius está avaliando toda essa discussão que se desenrolou. Ninguém sabe por que o chanceler federal [Olaf Scholz] está bloqueando essas entregas. É claro que estão surgindo os rumores mais inacreditáveis.

Vou dar um exemplo: ontem recebi uma ligação de uma jornalista que é muito próxima do chanceler. Ela ouviu em algum lugar de Munique que os mísseis Taurus não funcionariam. Perguntei quem havia lhe dito isso. Ela respondeu que alguém de uniforme militar havia lhe dito.

É claro que se trata de uma fonte de informação de baixo nível, mas a jornalista se agarrou a essas palavras e quer fazer disso uma notícia com a manchete: "Agora sabemos o motivo pelo qual o chanceler se recusa a enviar mísseis Taurus — eles não funcionam."

Como vamos resolver esse problema? Deixaremos o planejamento da missão para eles e lhes entregamos a MBDA com ajuda do Ridgeback, e destacamos um de nossos funcionários para a MBDA? Frank [Grafe], informe-nos qual é a nossa posição sobre essa questão. Senhores Fenske e Frohstedte, reportem como vocês veem a situação.

Grafe: Vou começar pelas questões mais delicadas e críticas do que pode acontecer. A discussão vai e volta por um longo tempo. Há vários dos aspectos mais importantes aqui. Em primeiro lugar, são os prazos das entregas. Se o chanceler decidir agora que devemos fornecer mísseis, eles serão transferidos das Forças Armadas.

Tudo bem, mas eles só estarão prontos para uso oito meses depois. Em segundo lugar, não podemos encurtar o tempo. Porque, se o fizermos, pode haver uso equivocado. O míssil pode cair em um jardim de infância e, novamente, haverá vítimas civis. Esses aspectos devem ser levados em conta.

Em resumo, a primeira questão é a entrega dos mísseis. Não temos nada a ver com isso, e deve-se observar nas negociações que não podemos fazer nada sem a empresa fabricante. O objetivo é que, como no caso dos mísseis IRIS-B, os primeiros mísseis sejam rapidamente montados, reequipados e entregues. Mas depois disso precisamos fazer alguns ajustes, um pouco de reequipamento, a remoção das marcas de identificação alemãs e assim por diante. No entanto, não devemos esperar até que sejam acumuladas 20 unidades, podemos entregar cinco de cada vez.

O tempo de entrega desses mísseis depende diretamente da indústria, e aqui surge a questão: quem pagará por isso? A segunda questão é: a que sistemas de armas esses mísseis serão acoplados? Em geral, isso terá que ser feito por alguém habilidoso da Ucrânia junto com a empresa, ou nós temos algum tipo de integração, por exemplo, com os aviões Sukhoi?

Gerhartz: Acho que não. Porque a fabricante TSG disse que pode resolver esse problema em seis meses, seja em um avião Sukhoi ou F-16.

Grafe: Se o chanceler federal decidir optar por isso, deve haver um entendimento de que serão necessários seis meses somente para produzir os suportes, e a notícia positiva rapidamente virará negativa. Em terceiro lugar, teoricamente, poderíamos ser afetados pela questão do treinamento. Já mencionei que estamos trabalhando com o fabricante dos mísseis, tal como no caso dos IRIS-T. Eles treinam a manutenção desses sistemas, e nós treinamos a aplicação tática.

São necessários de três a quatro meses para isso. Essa parte do treinamento pode ser realizada na Alemanha. Quando os primeiros mísseis forem entregues, precisaremos tomar uma decisão rápida em relação aos suportes e ao treinamento.

Talvez tenhamos que recorrer aos britânicos para essas questões para usar seu know-how, de como instalaram os Storm Shadow. Talvez eles se envolvam em gerenciar os mísseis primeiro, enquanto treinamos as equipes para que não leve tanto tempo. E há algumas outras questões, se podemos fornecer a eles bancos de dados, imagens de satélite e estações de planejamento. Além do fornecimento dos próprios mísseis, que já temos, todo o resto pode ser fornecido pela indústria ou pela [empresa de análise e engenharia alemã] IABG.

Gerhartz: Precisamos imaginar que eles podem usar aviões com suportes para mísseis Taurus e Storm Shadow. Os britânicos já estiveram lá e equiparam os aviões. Os sistemas não são muito diferentes, eles também podem ser usados para o Taurus. Posso lhe contar sobre a experiência de uso do sistema Patriot. Nossos especialistas também calcularam prazos longos no início, mas conseguiram fazer isso em questão de semanas.


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Eles conseguiram colocar tudo em operação tão rapidamente e em tal quantidade que nossos funcionários disseram: "Uau. Não esperávamos isso." Agora estamos lutando em uma guerra na qual são usadas muito mais tecnologias modernas do que na nossa velha e boa Força Aérea. Tudo isso sugere que, quando planejamos os prazos, não devemos superestimá-los. E agora, senhores Fenske e Frohstedte, gostaria de ouvir suas opiniões sobre possíveis entregas para a Ucrânia.

Fenske: Gostaria de me concentrar na questão do treinamento. Já estudamos essa questão e, se lidarmos com pessoal que já tem o treinamento adequado e que será treinado paralelamente, serão necessárias cerca de três semanas iniciais para estudar o equipamento, e só então seguir diretamente para o treinamento na Força Aérea, que durará cerca de quatro semanas.

Portanto, são muito menos de 12 semanas. É claro que tudo isso parte do pressuposto de que o pessoal é qualificado para isso. O treinamento pode ser feito sem a necessidade de intérpretes e algumas outras coisas. Já falamos com a senhora Friedberger. Se estamos falando de uso em combate, nesse caso, somos aconselhados a apoiar pelo menos nas primeiras missões, porque é muito difícil planejá-las.

Levamos cerca de um ano para treinar nosso pessoal, e agora estamos tentando reduzir esse tempo para dez semanas e, ao mesmo tempo, esperamos que eles possam correr fora da estrada em um carro projetado para a Fórmula 1.

Uma opção possível é fornecer suporte técnico programado, o que, em teoria, poderia ser feito a partir de Buchel, desde que uma comunicação segura com a Ucrânia seja estabelecida. Se isso estiver disponível, então já será possível realizar um planejamento adequado. Esse é o pior cenário, no mínimo: fornecer suporte total do fabricante, apoio por meio do serviço de suporte ao usuário, que resolverá problemas com o software. A princípio, tudo é igual ao que acontece aqui na Alemanha.

Gerhartz: Um minuto. Entendo o que você está dizendo. Os políticos podem estar preocupados com a comunicação direta e fechada de Buchel com a Ucrânia, o que poderia ser um envolvimento direto no conflito ucraniano. Mas, nesse caso, podemos dizer que a troca de informações ocorrerá por meio da MBDA e que enviaremos um ou dois de nossos especialistas a Schrobenhausen.

É claro que isso é um truque, mas, do ponto de vista da política, provavelmente parece diferente. Se a troca de informações for feita por meio do fabricante, ela não está relacionada a nós.

Fenske: Surgirá a questão de para onde vão as informações. Se estivermos falando de informações sobre alvos, que idealmente incluem imagens de satélite com precisão máxima de até três metros, teremos que processá-las primeiro em Buchel. Acho que, independentemente disso, podemos organizar de alguma forma a troca de informações entre Buchel e Schrobenhausen ou podemos pensar na possibilidade de transferir informações para a Polônia, fazendo isso onde pudermos chegar de carro.

Essa questão precisa ser analisada mais de perto, certamente haverá opções. Se tivermos apoio, na pior das hipóteses terei que viajar para lá e voltar de carro, embora isso reduza o tempo de resposta. É claro que não poderíamos reagir em uma hora, pois seria necessário dar consentimento. Na melhor das hipóteses, somente seis horas após o recebimento da informação é que os aviões poderão executar a ordem.

Uma precisão de mais de três metros é suficiente para atingir determinados alvos, mas se for preciso refinar o alvo, é necessário trabalhar com imagens de satélite que permitam simulá-lo. Nesse caso, o tempo de resposta pode ser de até 12 horas. Tudo depende do alvo. Não estudei essa questão em detalhes, mas acredito que também seja possível. Tudo o que temos de dizer é que precisamos pensar em como organizar a transferência de informações.

Gerhartz: Você acha que podemos esperar que a Ucrânia seja capaz de fazer tudo sozinha? Afinal de contas, sabe-se que há muitas pessoas lá em trajes civis que falam com sotaque americano. Então é bem possível que em breve eles consigam usar por conta própria? Afinal de contas, podemos presumir que eles têm todas as imagens de satélite.

Fenske: Também gostaria de abordar brevemente a questão da superação da defesa antiaérea. Poderemos fazer isso, pois podemos operar com voo rasante e temos dados da IABG e da NDK para isso. Temos mesmo de os entregar a eles, para que 21 possam realmente voar por baixo, e não como ocorreu com os Storm Shadow, quando planejaram pontos de controle. Temos que pensar em como otimizar o planejamento, contornar ou voar abaixo do setor de visão do radar. Se tudo estiver preparado, o treinamento será mais eficaz, e então podemos voltar à questão do número de mísseis. Se dermos 50 unidades, eles serão gastos muito rapidamente.

Gerhartz: É claro que isso não mudará o curso das operações militares. É por isso que não queremos entregar todos eles, e não todos ao mesmo tempo. Talvez 50 na primeira tranche e, se eles continuarem insistindo, pode haver outra tranche de 50 mísseis, mas é só isso. Isso é perfeitamente compreensível, mas isso é tudo grande política. Acho que sei o que realmente está por trás disso.

Aprendi com meus colegas franceses e britânicos que, na verdade, com esses Storm Shadow e SCALP acontece o mesmo que com os fuzis Winchester. Eles podem perguntar: "Por que deveríamos fornecer o próximo lote de mísseis se já fornecemos? A Alemanha que o faça agora." Talvez o senhor Frohstedte tenha algo a dizer sobre esse assunto?

Frohstedte: Deixe-me acrescentar um pouco de pragmatismo. Gostaria de compartilhar minhas ideias sobre as características do Taurus em comparação com o Storm Shadow. Estamos falando de defesa antiaérea, tempo de voo, altitude de voo e assim por diante. Cheguei à conclusão de que há dois alvos interessantes: em primeiro, uma certa ponte no leste e, em segundo lugar, os depósitos de munição que podemos alcançar. A ponte a leste é difícil de alcançar, seus suportes são um alvo bastante pequeno, mas o Taurus pode fazê-lo

Se levarmos tudo isso em conta e compararmos com a quantidade de Storm Shadow e Himars [?] que já foram usados, tenho três rotas e queria perguntar: "Nosso alvo é a ponte ou os depósitos de munição?" Isso é possível com as atuais deficiências do RED e do Patriot? E cheguei à conclusão de que isso é possível de alcançar. O fator limitador é a quantidade de Su-24 que ainda lhes restam. Estamos falando de um único dígito.

Gerhartz: Isso é compreensível.

Frohstedte: Delineei alguns pontos determinantes e decidi que era possível. Faz sentido treinar os ucranianos no trabalho de remessa, para que possam lançar essas coisas. Isso levará uma semana. Acho que faz sentido pensar em planejamento de tarefas e planejamento centralizado. O planejamento de tarefas do nosso agrupamento leva duas semanas, mas se houver interesse nisso pode ser feito mais rapidamente.

Quanto à ponte, acho que o Taurus não é suficiente e precisamos ter uma ideia de como ele pode funcionar. Para isso precisamos de dados de missões. Não sei se podemos treinar os ucranianos em um espaço de tempo aceitável, e estamos falando de meses, para realizar tal tarefa.

Como seria um ataque de Taurus ao suporte da ponte? Do ponto de vista da perspectiva operacional, não posso estimar a rapidez com que os ucranianos conseguirão aprender a planejar essas ações e a rapidez com que a integração ocorrerá. Mas como estamos falando da ponte e de depósitos de munição, duvido que seja possível treinar as pessoas tão rapidamente.

Fenske: Gostaria de dizer mais uma coisa sobre a destruição da ponte. Temos lidado intensamente com essa questão e, infelizmente, chegamos à conclusão de que a ponte é como um aeródromo devido ao seu tamanho, então talvez sejam necessários dez ou até 20 mísseis.

Gerhartz: Na minha opinião, isso será possível se apontar para os suportes, lá onde a ponte se abre.

Fenske: É possível que só consigamos furar um buraco no suporte. Para obter informações precisas, devemos nós mesmos…

Frohstedte: Não estou promovendo a ideia da ponte, eu quero entender pragmaticamente o que eles querem, e quão rápido os poderei ensinar nisso. Como resultado ocorre que precisaremos fornecer a eles dados para planejamento das operações.

Se estamos falando de alvos pequenos, é preciso planejar mais meticulosamente, em vez de simplesmente analisar imagens de satélite, e podemos usar o fato de que o Taurus pode voar a alguns metros de altura.

Gerhartz: Todos nós sabemos que eles querem destruir a ponte, o que significa em última análise, como ela é protegida, não apenas porque tem importância militar e estratégica, mas também política. De certa forma, essa maravilhosa ilha [sic] deles é seu elemento-chave, embora eles também tenham um corredor terrestre no momento.

Há algumas preocupações se fizermos uma ligação direta com as Forças Armadas ucranianas. Então surgirá a pergunta: podemos usar esse truque e destacar nosso pessoal para a MBDA? Assim, a ligação direta com a Ucrânia será apenas por meio da MBDA, o que é muito melhor do que se houver essa ligação com a nossa Força Aérea.

Grafe: Penso que isso não importa, Ingo [Gerhartz]. Precisamos nos certificar de que, desde o início, não haja nenhuma maneira que nos torne parte do conflito. Estou exagerando um pouco, é claro, mas se agora dissermos ao ministro que vamos marcar reuniões e levar um carro da Polônia sem que ninguém saiba, isso já é participação. Não vamos fazer isso.


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Se estivermos falando de um fabricante, a primeira coisa a se fazer é perguntar à MBDA se eles podem fazer isso. Não importa se o nosso pessoal faz isso em Buchel ou em Schrobenhausen. Isso ainda é participação, e acho que não conseguiremos ultrapassar esse obstáculo. Identificamos isso logo no início como o elemento principal da linha vermelha. Vou voltar ao que disse no início. Ou então precisaremos dividir o treinamento.

Digamos que prepararemos um "roteiro curto" e um "roteiro longo". O roteiro longo será projetado para quatro meses, nós os treinaremos exaustivamente, incluindo a elaboração da variante com a ponte. A trilha curta terá duração de 15 dias, para que eles possam usar os mísseis.

Ou então outra opção, perguntaremos se os britânicos estão preparados para se ocupar deles nesse estágio, enquanto não terminarem seu treinamento. Creio que essa ação seria a coisa certa a fazer. Imagine se a imprensa descobre que o nosso pessoal está em Schrobenhausen ou que estamos viajando de carro para algum lugar na Polônia! Considero essa opção inaceitável.

Gerhartz: Podemos organizar de tal forma que, se essa decisão política for tomada, devemos dizer que os ucranianos devem vir até nós. Precisamos saber se haverá uma condição política para não participar de modo nenhum no planejamento das tarefas. Nesse caso, o treinamento será um pouco mais demorado. Nesse caso, a complexidade e o sucesso das tarefas executadas por eles serão menores, mas é possível. Afinal, eles já têm alguma experiência, e nós próprios vemos como eles usam equipamentos de alta tecnologia.

Se houver a condição para evitar o envolvimento direto, não podemos participar do planejamento de tarefas, fazê-lo em Buchel e depois enviá-lo a eles. Posso imaginar que justamente isso será uma "linha vermelha" para a Alemanha. Teremos de treiná-los por mais tempo, dois meses. Eles não aprenderão tudo nesse tempo, mas poderão fazer alguma coisa. Só precisamos ter certeza de que eles podem processar todas as informações, trabalhar com todos os parâmetros.

Grafe: Seppel disse que é possível criar um roteiro longo e um curto. Trata-se de obter resultados em um curto período de tempo. Se, no primeiro estágio, a tarefa for atingir depósitos de munição, e não objetivos complexos, como pontes, então, nesse caso, será possível embarcar em um programa mais curto e obter um resultado rápido.

Quanto às informações da IABG, não considero esse um problema crítico, porque eles não estão presos a um determinado lugar. Eles mesmos precisam fazer o reconhecimento. É claro que a eficiência depende disso. É sobre isso que estivemos falando, que nós podemos certamente fornecer isso. Por enquanto é só para olhos alemães.

Gerhartz: E esse será o ponto principal. Há depósitos de munição sobre os quais não se pode realizar treinamento de curta duração devido à defesa antiaérea muito ativa. Isso terá de ser tratado seriamente. Acho que nosso pessoal encontrará uma opção. Só precisamos ter permissão para experimentá-la primeiro para que possamos dar uma melhor orientação política.

Precisamos estar mais bem preparados, mas devemos nos preparar para a possibilidade de que a KSA não tem ideia sobre onde os sistemas de defesa antiaérea estão realmente localizados. Os ucranianos devem ter essa informação. [Já] nós só temos dados de radar. Mas se estivermos falando de planejamento preciso, é necessário saber onde estão os radares e onde estão as instalações fixas. Quanto mais cortarmos, menos preciso será o nosso plano.

Temos um supermeio e, se tivermos as coordenadas exatas, poderemos aplicá-lo com precisão. Tudo o que descartamos por causa do adversário, ou porque é difícil, ou porque o treinamento não avançou muito, reduz a eficácia. Mas não há nenhuma base para dizer que não podemos fazer isso. Há uma certa escala em que a "linha vermelha" está politicamente, há um caminho "longo" e um "curto". Há diferenças aqui em termos de utilização de todo o potencial que, com o tempo, os ucranianos serão mais capazes de usar porque terão prática, estarão fazendo isso o tempo todo.

Pessoalmente, acho que não devo participar da reunião. Para mim é importante que vocês apresentem uma avaliação sóbria e não criem perturbações, que simplesmente não são convincentes o suficiente, enquanto os outros países estão fornecendo Storm Shadow e SCALP.

Grafe: Quero ser claro, quanto mais tempo levarem para tomar uma decisão, mais tempo levaremos para implementar tudo isso. Precisamos dividir tudo em fases. Primeiro, começar com o simples e, depois, passar para o complexo, ou podemos recorrer aos britânicos. Eles podem nos apoiar no estágio inicial, assumir o planejamento?

Podemos acelerar o que está dentro de nossa área de responsabilidade. O desenvolvimento de suportes para mísseis não é nossa tarefa. A Ucrânia tem que resolver essa questão com os fabricantes por conta própria.

Gerhartz: Vocês dois têm algo a acrescentar?

Fenske: Não tenho nada a acrescentar.

Frohstedte: O Pfenni está escrevendo para mim agora: "Por favor, diga ao inspetor que a entrevista de hoje com o SZ [Süddeutsche Zeitung] foi tranquila, eu lhe darei os detalhes amanhã".

Gerhartz: Excelente. A questão é que não gostaríamos de ter problemas agora por causa da comissão. Se ele não aprovar esse "aumento de preço", isso poderá impossibilitar o início das obras neste ano. Cada dia conta no programa agora. Portanto, é importante que a entrevista corra bem. Veremos. Tanto mais importante é que tenhamos conversado antes. Preparem algo para visualizar – não muito, pense sempre no fato de que eles vivem com ideias completamente diferentes das nossas. É isso, obrigado a todos os participantes e votos de sucesso. Espero ver vocês dois em Berlim e você, Frank, quando voltar de Cingapura. E se eu não puder comparecer, um de vocês pode me informar, pois certamente estou interessado em saber como foi isso tudo para o velho Boris.

Fonte: Sputnik Brasil



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