O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud
Abbas, aceitou o convite do presidente russo, Vladimir Putin, para participar
na próxima cimeira do grupo BRICS
O chefe de Estado russo e presidente pro tempore dos BRICS,
Vladimir Putin, convidou o seu homólogo palestino, Mahmoud Abbas, a participar
na próxima cimeira do bloco que se realizará na cidade de Kazan. Foto: Sputnik
A informação foi confirmada pelo embaixador palestiniano em
Moscovo, Abdel Hafiz Nofal, que destacou que o presidente da Autoridade
Palestiniana, Mahmoud Abbas, aceitou o convite para participar na cimeira dos
BRICS que se realizará na cidade russa de Kazan.
Nofal destacou que ainda não está definido se a
representação palestina será ocupada pelo próprio Abbas ou se o
primeiro-ministro, Mohammad Mustafa, participará em seu lugar. Mas ele
ressaltou a importância de a Palestina estar representada no evento , independentemente
de quem comparecer em nome da ANP.
O convite da Rússia à Palestina para participar na
cimeira dos BRICS enquadra-se no contexto de uma relação de cooperação contínua
entre os dois países.
Em 13 de agosto, Abbas reuniu-se com Putin durante a sua
visita oficial a Moscou, onde ambos os líderes discutiram a situação
no Médio Oriente, com especial atenção ao conflito israelo-palestiniano.
Paralelamente a este convite, os ministros dos
Negócios Estrangeiros dos países membros do BRICS emitiram uma declaração
conjunta na qual expressaram o seu apoio à adesão da Palestina como membro de
pleno direito das Nações Unidas (ONU).
Neste documento, foi reiterado o compromisso com a
criação de um “Estado Palestino soberano, independente e viável, de acordo com
as fronteiras internacionalmente reconhecidas de junho de 1967, com Jerusalém
Oriental como sua capital”.
Além disso, expressaram “séria preocupação com a
deterioração da situação no território palestino ocupado” e defenderam
a entrega imediata de assistência humanitária à população civil na Faixa de
Gaza.
A posição dos BRICS também se centra na defesa da
coexistência de dois Estados como solução para o conflito entre Israel e o
Hamas, instando a comunidade internacional a apoiar um cessar-fogo imediato e a
libertação incondicional dos reféns.
A declaração acima mencionada também destaca a
preocupação com o “flagrante desrespeito pelo direito internacional” de Israel e
pelas resoluções da ONU.
O convite a Abbas para participar na cimeira dos BRICS e o
apoio do grupo à adesão da Palestina à ONU destacam o crescente interesse e
apoio destes países à causa palestiniana num contexto de tensões crescentes no Oriente Médio.
🇵🇸🌐 Palestina pode solicitar adesão ao BRICS após a cúpula em Kazan
O embaixador da Palestina em Moscou, Abdel Hafiz Nofal, anunciou que seu país participará da cúpula do BRICS em Kazan e logo após solicitará a adesão ao grupo.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) vai destinar R$ 5,750 bilhões para o Rio Grande do Sul, afirmou a presidente da instituição e ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em sua conta no X (ex-Twitter)
"O Novo Banco de Desenvolvimento está ao lado do povo gaúcho. Quero anunciar que vamos
destinar US$ 1,115 bilhão [R$ 5,750 bilhões] em recursos para ajudar
o estado do Rio Grande do Sul e os gaúchos, que me
adotaram há mais de 50 anos, a superar esta tragédia", disse Rousseff.
"O Banco dos BRICS tem compromisso e atuará na reconstrução e na recuperação da infraestrutura do estado. Queremos ajudar as pessoas a reconstruir suas vidas."
Segundo Dilma, parte do dinheiro (US$ 200 milhões, ou R$
1,02 bilhão) será repassado de forma direta ao estado para obras
de infraestrutura, vias urbanas, pontes e estradas.
O restante será enviado de formas indiretas através de
bancos públicos, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), o Banco do Brasil e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul
(BRDE).
NDB vai destinar R$ 5,750 bilhões para o Rio Grande do Sul
“Quero dizer aos gaúchos que podem contar comigo e com o NDB neste momento difícil”, disse Dilma Rousseff, presidenta do Banco dos BRICS. Ela conversou com o presidente Lula e o governador Eduardo Leite para acertar o… pic.twitter.com/ryRTqApGzz
O Rio Grande do Sul vem sofrendo com fortes chuvas nas
últimas semanas, que deixaram um rastro de destruição. No momento são 147 mortes
confirmadas em decorrência das enchentes. Cerca de 538,2 mil
pessoas estão desabrigadas e 2,1 milhões foram atingidas.
Quero anunciar a liberação de US$ 1,115 bilhão - o equivalente a R$ 5,750 bilhões - dos recursos do @NDB_int para o estado do Rio Grande do Sul enfrentar a calamidade. Já conversei com o presidente @LulaOficial e o governador @EduardoLeite_. Fiquem com meu pronunciamento.… pic.twitter.com/jiXfNXOAz2
“Estamos trabalhando nisso (nova moeda) ”, disse Lyrio. Ele
acrescentou: “Os países estão discutindo isso sob a presidência russa e é um
dos temas discutidos durante esta presidência”.
Fonte: Cryptopolitian.com
O BRICS pretende criar uma nova moeda nos mercados globais
para liquidar o comércio internacional entre os países membros. A aliança
quer acabar com a dependência do dólar americano e dar destaque à moeda que
será lançada em breve. O bloco de nove países pretende que as suas moedas
nativas se fortaleçam, uma vez que manter o dólar americano em reserva
representa um risco para o seu crescimento.
A dívida não controlada de 34,4 biliões de dólares está a deixar
os países em desenvolvimento preocupados, pois pode deixar um impacto negativo
nas suas economias. Os bancos centrais estão agora a acumular ouro em vez
do dólar americano para se manterem afastados da dívida da moeda
americana. Para os não iniciados, os países BRICS são os maiores
compradores de ouro, acumulando toneladas do metal precioso, informou o Conselho
Mundial do Ouro .
BRICS: novidades sobre a moeda
Fonte: Getty Images
O sherpa brasileiro Mauricio Lyrio fez uma atualização sobre os
acontecimentos da moeda do BRICS. O Sherpa confirmou que o BRICS continua
trabalhando em uma moeda comum e o tema será discutido na próxima cúpula. Lyrio
explicou que a aliança está trabalhando para o avanço da moeda comum e do
sistema de pagamentos.
“Estamos trabalhando nisso (nova moeda) ”, disse
Lyrio. Ele acrescentou: “Os países estão discutindo isso sob a
presidência russa e é um dos temas discutidos durante esta presidência”.
Além disso, se os BRICS lançarem uma nova moeda ou sistema
de pagamento comum, o dólar americano será o mais duramente atingido. Os
países em desenvolvimento acabarão lentamente com a dependência do dólar
americano e optarão pelo novo sistema de pagamentos. Leia
aqui para saber quantos setores nos EUA serão afetados se os BRICS
abandonarem o dólar para o comércio.
A próxima cimeira está prevista para Outubro deste ano, na
região de Kazan, na Rússia. A 16ª cimeira do BRICS contará com a presença
dos novos países membros, Emirados Árabes Unidos (EAU), Egipto, Irão e Etiópia.
A colaboração secreta e ilegal entre o Departamento de
Justiça dos EUA e os procuradores de Curitiba gerou críticas, evidenciando uma
possível interferência estrangeira nas investigações da operação Lava Jato.
Revelações de conversas vazadas do Ministério Público
Federal no Paraná, que já são conhecidas pelo público, apontam para uma
subordinação a interesses estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos. Dez
anos depois, a Sputnik Brasil conversa com especialistas que
dão visões acerca dos impactos e interesses por trás do envolvimento dos EUA na
operação que sacudiu a Justiça, a política, a economia e a sociedade do Brasil.
Lier Pires Ferreira, pesquisador do Laboratório de Estudos
Políticos de Defesa e Segurança Pública (Lepdesp), da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ), e do Núcleo de Estudos dos Países BRICS (NuBRICS), da
Universidade Federal Fluminense (UFF), trouxe à tona questões controversas
sobre a cooperação entre autoridades americanas e brasileiras durante a
operação Lava Jato.
"Conversas vazadas do Ministério Público Federal no
Paraná revelam que um dos aspectos mais controvertidos da Lava Jato foi sua
subordinação a interesses estrangeiros, em particular dos Estados Unidos. Há
que se lembrar que, anos antes, no governo [do presidente americano Barack]
Obama, a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras haviam
sido alvos de espionagem ilegal dos americanos",
relembra o especialista.
As discussões se concentram em como essa influência
impactou não apenas as dinâmicas políticas e legais internas no Brasil, mas
também a economia nacional.
A Petrobras, principal alvo da Lava Jato, aceitou pagar uma
multa significativa, parte da qual seria destinada a um fundo de combate à
corrupção. No entanto, a tentativa dos procuradores de Curitiba de gerir esse
fundo foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação teve
consequências devastadoras para grandes empresas brasileiras, como Petrobras,
Odebrecht e JBS, resultando na perda de valor patrimonial e de
fatias de mercado e desemprego em massa.
Arquitetura jurídica montada pelos EUA
À Sputnik Brasil, Fábio de Sá e Silva, autor de
estudos sobre a Lava Jato, pesquisador e doutor em direito, política e
sociedade da Universidade Northeastern (EUA), e professor associado de estudos
internacionais e professor Wick Cary de estudos brasileiros na Universidade de
Oklahoma (EUA), relembra que muitas das opiniões e inferências acerca
da influência dos EUA na operação foram tratadas como teoria da conspiração,
mas que houve de fato uma ingerência por parte do governo norte-americano.
"O que é um fato — e muito bem
documentado — é que os EUA construíram toda uma arquitetura
jurídica de combate à corrupção no mundo alinhada com os interesses nacionais,
e a Lava Jato se deu um pouco a partir dessa arquitetura. […] De certa forma,
os americanos fazem o que é bom para eles. O que me interessa questionar é por
que os brasileiros — procuradores, juízes, veículos de
imprensa — fizeram o que fizeram na Lava Jato, cujas
consequências para a economia, o direito, a política e o próprio combate à
corrupção no país são terríveis", indaga Silva.
Questionado sobre o interesse dos EUA na operação, Lier
Pires destaca que, para além de intenções jurídicas e políticas, era um
interesse de impacto que ajudava financeiramente o governo norte-americano.
"O interesse dos EUA direcionava-se prioritariamente à
Petrobras, cujos desvios de conduta impactavam investidores norte-americanos,
já que as ações da petrolífera brasileira eram negociadas em bolsas americanas.
Não por outro motivo, em 2018 a Petrobras aceitou pagar uma multa superior a
US$ 800 milhões [aproximadamente R$ 4 bilhões de reais]. Como se sabe, cerca
de 80% desse dinheiro retornaria ao Brasil. Os procuradores de Curitiba
pleiteavam a gestão dessa verba, que seria destinada a um fundo de combate à
corrupção. Quase tiveram êxito. Todavia a manobra foi abortada pelo
STF", comenta Ferreira à Sputnik Brasil.
O especialista destaca ainda que a interferência dos EUA na
Lava Jato revela a importância de Washington na política brasileira. Além
disso, ressalta a falta de visão estratégica das autoridades judiciais
brasileiras, criticando a abordagem que prejudicou empresas em vez de
focar mais as pessoas físicas envolvidas.
"O fato que me parece mais relevante é que a influência
dos EUA na Lava Jato revela primeiramente a importância de Washington na vida
política brasileira, como já denunciava estridentemente o ex-governador Leonel
Brizola. […] Ela traz à tona a total falta de visão estratégica das
autoridades judiciais brasileiras, míopes em aspectos básicos do geodireito e
do constitucionalismo estratégico. […] O fato é que as punições devem pesar
mais sobre as pessoas físicas do que sobre as empresas", avalia.
Para Rafael Ioris, professor de história moderna da América
Latina na Universidade de Denver (EUA), existia uma combinação
realizada entre os agentes brasileiros e norte-americanos. Segundo ele,
"ninguém é inocente".
"Os atores do governo dos Estados Unidos, especialmente
o Departamento de Justiça, tinham uma narrativa e perspectiva de que a
corrupção era um grande problema na América Latina e já haviam criado treinamentos,
cartilha de como combater a corrupção na América Latina. […] Havia um interesse
[dos EUA] na operação. […] Ninguém é inocente. Um começou a ajudar o
outro [Brasil e EUA]", crava.
A queda de uma farsa
Rafael Ioris continua destacando que embora a grande mídia
norte-americana legitimasse o que a mídia brasileira veiculava, com o tempo
essa narrativa começou a ser descontruída. Afinal, as coberturas tanto
brasileira quanto norte-americana tinham o objetivo de disseminar que a
corrupção era o problema principal da América Latina.
"Aos poucos, especialmente depois da eleição do [Jair]
Bolsonaro, muita gente começou a perceber que havia uma conexão entre o
discurso antiestablishment, antipolítica que resultou na eleição de Bolsonaro
[…]. Houve uma certa preocupação com o resultado […] e houve uma
percepção de que precisávamos [o Brasil] investigar mais um pouco [a Lava
Jato]. […] foi um processo com grandes danos para a economia brasileira",
arremata.
A 'corrupção sistêmica' e o interesse por trás
À Sputnik Brasil, Larissa Liz Odreski Ramina,
professora de direito internacional público da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) e coordenadora de iniciação científica da Pró-Reitoria de Pesquisa e
Pós-Graduação da mesma instituição, ressalta que houve uma sistematização do
que consideraram, à época, corrupção sistêmica, fazendo uso seletivo.
"Utiliza-se desse discurso da corrupção sistêmica de
forma seletiva para atacar apenas governos, forças políticas e líderes do
chamado progressismo latino-americano. Ou seja, aqueles que se opõem aos
ajustes neoliberais ditados pelo Fundo Monetário Internacional. […] A guerra jurídica foi
utilizada contra todos os modelos alternativos às políticas neoliberais, e essa
narrativa da corrupção sistêmica teve o efeito de considerar a corrupção como
um crime transnacional, […] da mesma forma que o tráfico de drogas e o
terrorismo internacional são considerados — em uma perspectiva militar — como
ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos", evidencia.
Para o pesquisador Lier Pires Ferreira, há aspectos legais
na cooperação judiciária entre EUA e Brasil que não podem ser ignorados.
"Algo diverso ocorre nas ações interventivas, ainda que
não tenham caráter direto, isto é, político ou militar. Essas ações são ao
mesmo tempo ilegais e ilegítimas, pois ferem a soberania nacional. A submissão
brasileira aos interesses norte-americanos no contexto da Lava Jato não apenas
apequenou o Brasil, mas feriu sua soberania e imagem perante o conjunto das
nações. Além disso, como já dito, teve um imenso custo econômico, muito
superior aos recursos financeiros que conseguiu repatriar. A Lava Jato é um
exemplo de que um país soberano jamais deve prostrar-se aos interesses
estrangeiros, ainda que travestidos de nobres ideais", reforça Pires.
O professor Fábio de Sá pontua que essas tais formas
importadas pela Lava Jato sequer são dominantes no direito americano.
"Por exemplo, [o então juiz Sergio] Moro condenou Lula
utilizando decisões de tribunais federais americanos que diziam que não é
preciso ato de ofício para configurar corrupção. Mas essa não é a 'lei da
terra' nos EUA; a Suprema Corte decidiu, em 2016, que para se punir alguém por
corrupção é preciso identificar com clareza um ato de ofício correspondente
[…]. Então o que vejo em tudo isso é um apelo aos EUA que serve para legitimar
abusos, o recurso aos EUA como fonte de legitimação simbólica — o que
funciona bem em um país com elites e imprensa que padecem do complexo de
vira-latas", afirma o professor.
O drama do presidente mais popular do país com a perda do neto. Preso sem provas, ele é escoltado por policiais armados. No que deveria ser o uniforme, um dos policiais ostenta distintivo com a inscrição “Miami Police - Swat”.#ForçaLula#LulaLivrepic.twitter.com/H5jyNu3uOD
Em entrevista exclusiva ao podcast Mundioka, da Sputnik
Brasil, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da
Rússia, Maria Zakharova, destacou pontos que a nação acredita serem
primordiais.
Questionada sobre se há ou não preocupações por um mundo
"bipolar" (controlado majoritariamente por duas nações), Zakharova
respondeu dizendo que "isso não é ideal".
Aos jornalistas Melina Saad e Marcelo
Castilho, a representante oficial do MRE russo elencou os motivos que fazem
com que ela descredite as construções de poder.
"O
mundo com dois polos não é ideal. Depois que essa forma de mundo colapsou, a
nossa civilização vem tentando fazer um novo sistema funcionar […]. O mundo
unipolar não existe, tampouco está funcionando. […]. Não há país neste mundo
que possa ser o mandatário do mundo inteiro, que possa ter o direito ou a
possibilidade de controlar o mundo", disparou a representante do governo
russo.
Ela continua: "Nós [o mundo] não elegemos nenhum
Estado ou nação para controlar as nossas vidas. Temos o direito
internacional como uma ótima base para resolver diferentes crises, estabelecer
contatos uns com os outros e promover o bom relacionamento entre países, nações
e organizações".
🌎 Hoje o Mundioka está em comemoração! Batemos a marca de 3⃣0⃣0⃣ episódios e meus apresentadores estão em ritmo de comemoração.
Durante a resposta, ela enfatiza que há muitos polos no
mundo, econômicos e culturais, além de centros de civilização e desenvolvimento
moderno e tecnológico. E que esse mundo multipolar é o caminho que a sociedade
deve seguir.
"Esse é o caminho que a gente [sociedade] deve, de
fato, escolher… Estou falando da Rússia, do Brasil e de outros países do mundo
que têm voz própria e são livres para expressar os pontos de vista",
arremata.
BRICS: nova ordem mundial?
Para Zakharova, reside uma dualidade no fato de o BRICS ser
ou não uma nova ordem mundial.
"O BRICS não é um instrumento de ajuda, por exemplo,
para alguém realizar algo. Mas, ao mesmo tempo, é um bloco neutro. […] São
possibilidades dos países de se desenvolverem em várias áreas, incluindo a
economia, ecologia, segurança, tecnologia, educação e cultura. Além da
chance de os países do bloco se mostrarem ao mundo", embasa.
Segundo Zakharova, além da individualidade, o bloco permite
um compartilhar de soluções para um futuro próspero.
"O BRICS é uma nova maneira de pensar. Você pode
ser independente e, ao mesmo tempo, pode se juntar, se reunir, estar com os
demais e ainda pode se proteger e manter a sua dignidade nacional, cultura,
civilização e tradições", sublinha.
🎙️ Para um dia especial, uma entrevistada especial. No episódio de hoje, Maria Zakharova, representante da chancelaria russa, para uma conversa sobre BRICS, G20, multilateralismo e muito mais. Não perca o programa nas principais plataformas de áudio. pic.twitter.com/aD57LifR93
Para Zakharova, o surgimento da Organização das Nações Unidas (ONU) possui esse papel
de manutenção, respeito e avanço. Mas, em sua visão, o Ocidente está arruinando
o que uma vez foi a organização.
"Muitos países do Ocidente coletivo estão
tentando arruinar os princípios da ONU, da Carta da ONU. […] Eles não
respeitam o direito internacional, os outros membros do Conselho de Segurança…
[…] eles estão sempre impedindo iniciativas, propostas de paz — como temos
visto no Oriente Médio —, não respeitam outros países como Estados
independentes e soberanos", indaga Zakharova.
Brasil no Conselho de Segurança da ONU
Desde antes de deixar a presidência do Conselho de Segurança da ONU, assim como outros países, o
Brasil almeja ter uma cadeira permanente no órgão. A Rússia, por exemplo,
estaria disposta a lutar pelo desejo brasileiro. Zakharova confirmou isso à
Sputnik Brasil.
"Nós [a Rússia] apoiamos o Brasil. Não no futuro,
mas agora! A gente [Rússia] reiteradamente repete que deve ser assim
[novos países no Conselho], e claro que a gente apoia o Brasil", referenda
a representante do governo russo.
Questionada sobre como a Rússia poderia ajudar o Brasil no
combate à fome, Zakharova detalhou a existência de uma "falsa realidade"
em alguns locais graças a uma "campanha" estadunidense chamada
"invasão russa à Ucrânia e a fome mundial".
Ela explica que o mote foi promovido por Washington.
A autoridade enxerga os movimentos do poder norte-americano como "ridículos".
"Isso é muito injusto. Porque o problema da
fome acontece há centenas de anos e é um problema para várias regiões, África, Ásia e diferentes países em
diversas partes do mundo", exemplifica.
Segundo Zakharova, a Rússia sempre foi uma das doadoras para
muitos países, organizações internacionais e assistências humanitárias.
"Cada país que sempre precisou, nós [a Rússia]
estávamos lá. […] Estamos dispostos a unir todos os líderes do mundo,
não apenas políticos, mas também representantes da sociedade civil,
organizações humanitárias ou não governamentais para superar esse problema. Mas
focando em termos práticos, e não propagandistas", conclui.
O chefe do executivo ainda pediu apoio das nações africanas
para a reforma do sistema de governança global
(Foto: Ricardo Stuckert)
Durante sessão de abertura da cúpula anual da União
Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, como líder convidado de fora do
continente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar o
genocídio cometido por Israrel contra os palestinos e classificou como
"desproporcional" aos ataques do Hamas. O chefe do executivo ainda
pediu apoio das nações africanas para a reforma do sistema de governança
global, afirmando que a resposta para as “mazelas atuais não virá da extrema
direita racista e xenófoba".
"O momento é propício para resgatar as melhores
tradições humanistas dos grandes líderes da descolonização africana. Ser
humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis
israelenses e demandar a liberação imediata de todos os reféns", afirmou o
presidente.
Lula ainda afirmou que a política e a diplomacia são as
únicas formas de encerrar o outro conflito que mobiliza a comunidade
internacional, a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Confira a íntegra do discurso:
É com grande alegria que volto pela vigésima primeira vez
à África, agora novamente como presidente do Brasil, para me dirigir aos
líderes da União Africana. Venho para reafirmar a parceria e o vínculo do nosso
país e do nosso povo com este continente irmão.
A luta africana tem muito em comum com os desafios do
Brasil. Mais da metade dos 200 milhões de brasileiros se reconhecem como
afrodescendentes. Nós, africanos e brasileiros, precisamos traçar nossos
próprios caminhos na ordem internacional que surge.
Precisamos criar uma nova governança global, capaz de
enfrentar os desafios do nosso tempo.
Já não vigoram as teses do Estado mínimo. Planejar o
desenvolvimento agrícola e industrial voltou a ser parte das políticas públicas
em todos os quadrantes.
As transições energética e digital demandam o incentivo e
a orientação dos governos.
Tentativas de restituir um sistema internacional baseado
em blocos ideológicos não possuem lastro na realidade. A multipolaridade é um
componente inexorável e bem-vindo do século XXI. A consolidação do BRICS como
principal espaço de articulação dos países emergentes é um avanço inegável.
Sem os países em desenvolvimento não será possível a
abertura de novo ciclo de expansão mundial, que combine crescimento, redução
das desigualdades e preservação ambiental, com ampliação das liberdades.
O Sul Global está se constituindo em parte incontornável
da solução para as principais crises que afligem o planeta.
Crises que decorrem de um modelo concentrador de
riquezas, e que atingem sobretudo os mais pobres – e entre estes, os
imigrantes. A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da
extrema direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode ser privilégio
de poucos.
Só um projeto social inclusivo nos permitirá erigir
sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas. Não haverá estabilidade
nem democracia com fome e desemprego
O momento é propício para resgatar as melhores tradições
humanistas dos grandes líderes da descolonização africana.
Ser humanista hoje implica condenar os ataques
perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses, e demandar a liberação
imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço à
resposta desproporcional de Israel, que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza
– em sua ampla maioria mulheres e crianças – e provocou o deslocamento forçado
de mais de 80% da população.
A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos
rapidamente na criação de um Estado palestino. Um Estado palestino que seja
reconhecido como membro pleno das Nações Unidas.
De uma ONU fortalecida e que tenha um Conselho de
Segurança mais representativo, sem países com poder de veto, e com membros
permanentes da África e da América Latina. Há dois anos a guerra na Ucrânia
escancara a paralisia do Conselho. Além da trágica perda de vidas, suas
consequências são sentidas em todo o mundo, no preço dos alimentos e
fertilizantes.
Não haverá solução militar para esse conflito. É chegada
a hora da política e da diplomacia.
Senhoras e senhores, com seus 1 bilhão e 500 milhões de
habitantes, e seu imenso e rico território, a África tem enormes possibilidades
para o futuro. O Brasil quer crescer junto com a África, mas sem ditar caminhos
a ninguém.
O povo brasileiro está recuperando sua soberania política
e econômica. Estamos adotando um projeto de transformação ecológica, que nos
permitirá dar um salto histórico. Estamos resgatando nossa democracia,
tornando-a cada vez mais participativa.
Com o Bolsa Família e outras políticas públicas
bem-sucedidas voltaremos a sair do mapa da fome, retirando milhões de
brasileiros da pobreza. Falar de “Educação Inclusiva”, tema desta Cúpula, é
falar de futuro. No mundo, quase 250 milhões de crianças estão fora da escola.
No Brasil, estamos implantando escolas em tempo integral, além do pagamento de
uma poupança para os alunos mais pobres do ensino médio, como forma de reduzir
a evasão escolar.
Tenho o orgulho de dizer que milhares de africanos
concluíram seus estudos no Brasil. Mas vamos fazer ainda mais. Vamos ampliar o
número de bolsas ofertadas para receber estudantes africanos em nossas
instituições públicas de ensino superior.
Estamos dispostos a desenvolver programas educacionais na
África e a promover intenso intercâmbio de professores e pesquisadores. Vamos
colaborar para que a África possa se tornar independente na produção de
alimentos e energia limpa.
São 400 milhões de hectares espalhados por mais de 25
países, com potencial de fazer deste continente um grande celeiro para o mundo,
viabilizando políticas de combate à fome e produção de biocombustíveis.
Quero igualmente estender nossa parceria para a área da
saúde. Há muito a aprender com as estratégias sanitárias de ambos os lados, e a
possibilidade de estruturar sistemas públicos robustos e de alcance amplo.
Vamos trabalhar com o Centro Africano de Controle e
Prevenção de Doenças para enfrentar doenças tropicais negligenciadas. Teremos
como meta a ampliação do acesso a medicamentos, evitando a repetição do
“apartheid” de vacinas que vimos na COVID-19.
Cuidar também da saúde do planeta é nossa prioridade. O
imperativo de proteger as duas maiores florestas tropicais do mundo, a
Amazônica e a do Congo, nos torna protagonistas na agenda climática.
Os instrumentos internacionais hoje existentes são
insuficientes para recompensar de forma eficaz a proteção das florestas, sua
biodiversidade e os povos que vivem, cuidam e dependem desses biomas.
Com a recuperação de áreas degradadas, podemos criar um
verdadeiro cinturão verde de proteção das florestas do Sul Global. Em conjunto
com parceiros africanos, o Brasil quer desenvolver e construir uma família de
satélites para monitorar o desmatamento.
Para levar adiante todas essas iniciativas vamos criar um
posto avançado de cooperação junto à União Africana em setores como pesquisa
agrícola, saúde, educação, meio ambiente e ciência e tecnologia.
Nossa representação diplomática em Adis Abeba contará em
breve com funcionários de órgãos governamentais como a Agência Brasileira de
Cooperação, a EMBRAPA e a FIOCRUZ, nossos órgãos de pesquisa e desenvolvimento
em agropecuária e saúde.
Senhores e senhoras, nossos caminhos vão se reencontrar
no G20, no Rio de Janeiro, e na COP 30, em Belém. A presença da União Africana
como membro pleno do G20 será de grande valia. Mas ainda é necessário a
inclusão de mais países do continente como membros plenos. Temos agendas comuns
a defender.
É inadmissível que um mundo capaz de gerar riquezas da
ordem de US$ 100 trilhões de dólares por ano conviva com a fome de mais de 735
milhões de pessoas. Estamos criando no G20 a Aliança Global contra a Fome, para
impulsionar um conjunto de políticas públicas e mobilizar recursos para o
financiamento dessas políticas.
Cerca de 60 países, muitos deles na África, estão
próximos da insolvência e destinam mais recursos para o pagamento da dívida
externa do que para a educação ou a saúde. Isso reflete o caráter obsoleto das
instituições financeiras, como o FMI e o Banco Mundial, que muitas vezes
agravam crises que deveriam resolver.
É preciso buscar soluções para transformar dívidas
injustas e impagáveis em ativos concretos, como rodovias, ferrovias,
hidroelétricas, parques de energia eólica e solar, produção de hidrogênio verde
e redes de transmissão de energia. Precisamos acompanhar passo a passo a
evolução das novas tecnologias.
A Inteligência Artificial não pode tornar-se monopólio de
poucos países e empresas. Mas podem também constituir-se em terreno fértil para
discursos de ódio e desinformação, além de causar desemprego e reforçar vieses
de raça e gênero, que acentuam injustiças e discriminação.
O Brasil vai promover a interação do G20 com o Painel de
Alto Nível criado pelo Secretário-Geral da ONU para apoiar as discussões sobre
o Pacto Digital Global.
Esperamos, com isso, contribuir para uma governança
efetiva e multilateral em Inteligência Artificial e que incorpore plenamente os
interesses do Sul Global.
Minhas amigas e meus amigos, quero terminar dizendo que
não há Sul Global sem a África.
Retomar a aproximação do Brasil com a África é recuperar
laços históricos e contribuir para a construção de uma nova ordem mundial, mais
justa e solidária. Permite-nos, sobretudo, somar esforços na superação dos
desafios que temos à frente.
Encerramos mais um dia de trabalho ao lado dos países da União Africana. O Brasil retomando os laços e o potencial de crescimento conjunto com nossos irmãos africanos.
Reuni-me com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, @DrShtayyeh, sobre a situação de Gaza. Falamos da necessidade da solução de dois estados e ele agradeceu a solidariedade e apoio do Brasil para um cessar-fogo imediato na região e o fim dos ataques que estão matando civis… pic.twitter.com/vcJAsMRRqT
Plataformas como sistemas de mensagens não-SWIFT e
estabelecimento de relações bilaterais de corretagem utilizando moedas
nacionais estão agora a ser utilizadas por bancos e empresas no Irã e na
Rússia, informou a Fars News na quarta-feira, citando informações do Banco
Central do Irã.
Teerã, IRNA - O estabelecimento de novas plataformas
financeiras e bancárias abriu um “novo capítulo” nas relações bancárias entre o
Irã e a Rússia, com os dois países a concordarem em abandonar o dólar
americano e, em vez disso, negociar em moedas locais.
Numa reunião recente, o Governador do Banco Central do Irão,
Mohammad-Reza Farzin, e o seu homólogo russo finalizaram um acordo para
utilizar moedas nacionais no comércio bilateral.
Farzin também propôs aproveitar as capacidades dos BRICS
para facilitar as transações durante a presidência da Rússia sobre o grupo de
economias emergentes. A proposta foi bem recebida pelo principal banqueiro
da Rússia.
Segundo o relatório, as disposições técnicas do acordo serão
postas em discussão durante futuras reuniões entre os governadores dos bancos
centrais do Irã e da Rússia.
O Irã e a Rússia, ambos sob sanções ocidentais draconianas,
criticaram repetidamente os EUA e os seus aliados europeus por transformarem o
dólar em arma como uma ferramenta para exercer pressão sobre outros países.
Eles, juntamente com outros membros dos BRICS, lançaram
iniciativas para abandonar a dependência do dólar americano no comércio
bilateral.
A guerra de Gaza acelerou a cooperação entre os gigantes do
Sul Global que resistem ao conflito apoiado pelo Ocidente. Juntos, os BRICS
liderados pela Rússia e o Eixo de Resistência liderado pelo Irão podem moldar
uma Ásia Ocidental livre dos EUA.
Crédito da foto: O Berço
MOSCOU - Na semana passada, o presidente russo, Vladimir
Putin, fez uma parada notável nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita
para se encontrar, respectivamente, com o presidente dos Emirados, Mohammad bin
Zayed (MbZ), e com o príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman (MbS),
antes de voar de volta a Moscou para se encontrarem. Presidente iraniano,
Ebrahim Raisi.
As três questões principais nas três reuniões, confirmadas
por fontes diplomáticas, foram Gaza, OPEP+ e expansão dos BRICS. Eles
estão, é claro, interligados.
A parceria estratégica Rússia-Irão está a
desenvolver-se a uma velocidade vertiginosa, juntamente com a Rússia-Arábia
Saudita (especialmente na OPEP+) e a Rússia-EAU (investimentos). Isto já
está a conduzir a mudanças drásticas na interconexão de defesa em toda a Ásia
Ocidental. As implicações a longo prazo para Israel, muito para além da
tragédia de Gaza, são graves.
Putin disse a Raisi algo extraordinário em muitos
níveis:
“Quando sobrevoei o Irã, queria pousar em Teerã e conhecer
você. Mas fui informado que você queria visitar Moscou. As relações
entre os nossos países estão a crescer rapidamente. Por favor, transmita
meus melhores votos ao Líder Supremo, que apoia nossas relações.”
A referência de Putin a “voar sobre o Irão” relaciona-se
directamente com quatro Sukhoi Su-35 armados
a voar em formação, escoltando o avião presidencial ao longo de 4.000 km (se
medidos em linha recta) de Moscou a Abu Dhabi, sem qualquer aterragem ou
reabastecimento.
📹 Cazas Su-35 con armamento de diversas clases escoltaron el avión del presidente vladimir Putin a lo largo de toda la trayectoria hacia Emiratos Árabes Unidos y Arabia Saudita
Como observou todo atordoado analista militar, um F-35
americano é capaz de voar no máximo 2.500 km sem reabastecer. No entanto,
o elemento mais importante é que tanto MbZ como MbS autorizaram as escoltas
russas Su-35 sobre o seu território – o que é algo extremamente incomum nos
círculos diplomáticos.
E isso nos leva à conclusão principal. Com um único
movimento no tabuleiro de xadrez aéreo, combinado com o subsequente argumento
decisivo com Raisi, Moscou realizou quatro tarefas:
Putin provou – falando graficamente – que esta é uma nova
Ásia Ocidental onde a hegemonia dos EUA é um actor secundário; destruiu o
mito político neoconservador do “isolamento” russo; demonstrou ampla
supremacia militar; e, por último, à medida que se aproxima o início da
presidência russa dos BRICS, mostrou que mantém todas as suas cartas
geopolíticas e geoeconómicas cruciais.
Mate-os, mas suavemente
Os cinco BRICS originais – liderados pela parceria
estratégica Rússia-China – abrirão as suas portas a três grandes potências da
Ásia Ocidental , Irão, Arábia
Saudita e Emirados Árabes Unidos, em 1 de Janeiro de 2024. A sua
adesão à potência multipolar oferece a estes países uma plataforma excepcional.
para mercados mais amplos e provavelmente acompanhará uma enxurrada de
investimentos e intercâmbios tecnológicos.
O jogo sofisticado e de longo prazo jogado pela Rússia-China
está a conduzir a uma mudança tectónica completa na geoeconomia e na
geopolítica da Ásia Ocidental.
A liderança dos BRICS 10 – considerando que o 11º membro ,
a Argentina, é, neste momento, um imprevisto, na melhor das hipóteses – tem até
o potencial, sob uma presidência russa, de se tornar uma contraparte eficaz da
desdentada ONU.
E isso leva-nos à complexa interacção entre os BRICS e o
Eixo da Resistência.
No início, havia razões para suspeitar que a branda
condenação do genocídio em Gaza pela Liga Árabe e pela
Organização de Cooperação Islâmica (OCI) era um sinal de cobardia.
No entanto, uma avaliação renovada pode revelar que tudo
está a evoluir organicamente quando se trata da intersecção do Grande Quadro
concebido pelo falecido Comandante da Força Quds iraniana, General Qassem
Soleimani, com o microplaneamento meticuloso do líder do Hamas em Gaza, Yahya
Sinwar, que conhece a mentalidade israelita no interior. e considerou em
detalhe a sua resposta militar devastadora.
Indiscutivelmente, o foco mais incandescente das discussões
detalhadas em Moscovo nestes últimos dias é que podemos estar a aproximar-nos
do ponto em que “um sinal” desencadeará uma resposta concertada do Eixo de
Resistência.
De momento, o que temos são ataques esporádicos: o Hezbollah
destruindo as torres de comunicação de Israel voltadas para a fronteira sul do
Líbano, as forças de resistência do Iraque atacando bases dos EUA no Iraque e
na Síria, e o Ansarallah do Iémen bloqueando concretamente o Mar Vermelho para
os navios israelitas. Tudo isso não constitui uma ofensiva concertada e
coordenada – ainda.
E isso explicaria o desespero dentro da administração Biden
em Washington, juntamente com os rumores de que precisa que Israel termine o
Plano Gaza entre o Natal e o início de Janeiro. Não só a ótica global do
ataque a Gaza se tornou terrivelmente insustentável, mas, acima de tudo, uma
campanha militar mais longa aumenta dramaticamente a probabilidade de um
“sinal” para o Eixo da Resistência.
E isso resultará no fim de todos os planos elaborados do
Hegemon para a Ásia Ocidental.
Os objectivos geopolíticos do sionismo são bastante claros:
restabelecer a sua aura de domínio autoconstruída na Ásia Ocidental e manter o
controlo constante sobre a política externa dos EUA e a aliança militar.
A depravação é um componente chave para atingir esses
objetivos. É tão fácil bombardear, bombardear e queimar alvos civis
ultraleves, incluindo milhares de mulheres e crianças, transformando Gaza num
vasto cemitério, enquanto o Clube do Fardo do Homem Branco insta as forças de
ocupação israelitas a matá-los, claro, mas de forma mais silenciosa. .
Sugestão para a tóxica presidente atlantista e da Comissão
Europeia, Ursula von der Leyen, oferecer subornos, pessoalmente, aos líderes do
Egipto e da Jordânia - 10 mil milhões de dólares para o Cairo e 5 mil milhões
de dólares para Amã - como confirmado pelos diplomatas de Bruxelas. Esta é
a solução entorpecente da UE para pôr fim ao genocídio de Gaza.
Tudo o que o Presidente Egípcio Abdel Fattah el-Sisi e o Rei
Jordaniano Abdullah bin al-Hussein precisariam de fazer é “facilitar” o êxodo
forçado e a Limpeza Étnica Final de Gaza para os seus respectivos
territórios.
Porque o objectivo escatológico do sionismo continua a ser
uma solução final não diluída, aconteça o que acontecer no campo de
batalha. E, claro, como sugere a operação Al-Aqsa Flood de 7 de Outubro,
liderada pelo Hamas, destruir a Mesquita Islâmica Al-Aqsa de Jerusalém e
construir um Terceiro Templo Judaico sobre as suas cinzas.
O que acontece quando “o sinal” chega
Portanto, o que temos é essencialmente o plano de Emigração
ou Aniquilação do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu - versus o
que o veterano especialista na Ásia Ocidental, Alastair Crooke, cunhou de forma
memorável como “Sykes-Picot está morto”. Esta frase significa que a
inclusão árabe e iraniana nos BRICS acabará por reescrever as regras na Ásia
Ocidental, em detrimento do projecto sionista.
Existe até uma forte possibilidade desta vez de que os
crimes de guerra certificados de Israel em Gaza sejam processados, à medida que
palestinianos, árabes e nações de maioria muçulmana, com total apoio dos BRICS,
formam uma comissão reconhecida pelo Sul Global para tomar Tel Aviv e as suas
forças armadas. para o tribunal.
Esqueça o contaminado TPI, por mais servil que seja à Ordem
Baseada em Regras do Hegemon. Os BRICS ajudarão a trazer o direito
internacional de volta à vanguarda da cena global, como pretendido quando a ONU
nasceu em 1945, antes de ser castrada.
O genocídio de Gaza também está a forçar todas as latitudes
ao longo do Sul Global a serem mais inclusivas – como ao mergulhar na sabedoria
da nossa história pré-moderna comum e interligada. Todos com consciência
foram forçados a cavar fundo em si mesmos para encontrar explicações para o
Indesculpável. Neste sentido, somos todos palestinos agora.
Tal como está, não há poder – o Ocidente porque o
recusa; os BRICS e o Sul Global porque ainda não fizeram a sua jogada –
foi capaz de impedir uma Solução Final conduzida por uma ideologia racista e
etnocentrista.
No entanto, isso também abre a possibilidade surpreendente
de que nenhum poder será suficientemente forte para parar o Eixo da Resistência
quando chegar o “sinal” para fechar a cortina do Projecto Sionista. Nessa
altura, o Eixo terá um imperativo moral supremo, reconhecido, e até instado,
pelas populações de todo o mundo.
Então é aí que estamos agora: avaliando a simetria
incandescente entre impotência e imperativo. O impasse será resolvido –
talvez mais cedo do que todos esperamos.
Isso evoca uma comparação com um impasse anterior. O
atual impasse entre uma versão perversa e inútil da “civilização” hebraica
e o nacionalismo islâmico emergente – chamemos-lhe “Islão civilizacional” –
reflete onde estávamos em dezembro de 2021, quando os tratados propostos pela
Rússia sobre a “indivisibilidade da segurança” foram rejeitados por Washington. Em
retrospectiva, essa foi a última chance de uma saída pacífica do conflito entre
Heartland e Rimland.
O Hegemon rejeitou-o. A Rússia fez a sua jogada – e
acelerou exponencialmente o declínio da Hegemonia.
A canção permanece a mesma, desde as estepes do Donbass até
aos campos petrolíferos da Ásia Ocidental. Como pode o Sul Global
multipolar – cada vez mais representado pelos BRICS expandidos – gerir um
Ocidente imperialista furioso, medroso e descontrolado, que encara o abismo do
colapso moral, político e financeiro?
As opiniões expressas neste artigo não refletem
necessariamente as do The Cradle.
Gleisi Hoffmann e Barack Obama. Foto: Reprodução/Twitter
Barack Obama recentemente participou do Conversa com Bial na
Globo – e fez críticas a Lula, dizendo ter sido informado sobre escândalos de
corrupção em seu governo.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, respondeu ao ex-presidente
dos Estados Unidos.
Ela usou sua rede social.
No Twitter:
“Obama passou 8 anos fazendo guerras e espionagem, a serviço
da indústria de armas e do establishment de seu país. Acobertou um vice
investigado por corrupção e quer dar conselhos ao Brasil. Tem de explicar a sua
participação no golpe e na Lava Jato”.
Obama passou 8 anos fazendo guerras e espionagem, a serviço da indústria de armas e do establishment de seu país. Acobertou um vice investigado por corrupção e quer dar conselhos ao Brasil. Tem de explicar a sua participação no golpe e na Lava Jato https://t.co/2X1tOChNbR
"Para ganhar o segundo turno das eleições contra o
candidato apoiado pelos Estados Unidos, Aécio Neves, em 26 outubro de 2014, a
presidenta recém-reeleita do Brasil, Dilma Rousseff, sobreviveu a uma campanha
maciça de desinformação do Departamento de Estado estadunidense. Não obstante,
já está claro que Washington abriu uma nova ofensiva contra um dos líderes
chave dos BRICS, o grupo não alinhado de economias emergentes – Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul. Com a campanha de guerra financeira total dos
Estados Unidos para enfraquecer a Rússia de Putin e uma série de
desestabilizações visando a China, inclusive, mais recentemente, a “Revolução
dos Guarda-Chuvas” financiada pelos Estados Unidos em Hong Kong, livrar-se da
presidente “socialmente propensa” do Brasil é uma prioridade máxima para deter
o polo emergente que se opõe ao bloco da Nova (des)Ordem Mundial de
Washington."