“Estamos trabalhando nisso (nova moeda) ”, disse Lyrio. Ele
acrescentou: “Os países estão discutindo isso sob a presidência russa e é um
dos temas discutidos durante esta presidência”.
Fonte: Cryptopolitian.com
O BRICS pretende criar uma nova moeda nos mercados globais
para liquidar o comércio internacional entre os países membros. A aliança
quer acabar com a dependência do dólar americano e dar destaque à moeda que
será lançada em breve. O bloco de nove países pretende que as suas moedas
nativas se fortaleçam, uma vez que manter o dólar americano em reserva
representa um risco para o seu crescimento.
A dívida não controlada de 34,4 biliões de dólares está a deixar
os países em desenvolvimento preocupados, pois pode deixar um impacto negativo
nas suas economias. Os bancos centrais estão agora a acumular ouro em vez
do dólar americano para se manterem afastados da dívida da moeda
americana. Para os não iniciados, os países BRICS são os maiores
compradores de ouro, acumulando toneladas do metal precioso, informou o Conselho
Mundial do Ouro .
BRICS: novidades sobre a moeda
Fonte: Getty Images
O sherpa brasileiro Mauricio Lyrio fez uma atualização sobre os
acontecimentos da moeda do BRICS. O Sherpa confirmou que o BRICS continua
trabalhando em uma moeda comum e o tema será discutido na próxima cúpula. Lyrio
explicou que a aliança está trabalhando para o avanço da moeda comum e do
sistema de pagamentos.
“Estamos trabalhando nisso (nova moeda) ”, disse
Lyrio. Ele acrescentou: “Os países estão discutindo isso sob a
presidência russa e é um dos temas discutidos durante esta presidência”.
Além disso, se os BRICS lançarem uma nova moeda ou sistema
de pagamento comum, o dólar americano será o mais duramente atingido. Os
países em desenvolvimento acabarão lentamente com a dependência do dólar
americano e optarão pelo novo sistema de pagamentos. Leia
aqui para saber quantos setores nos EUA serão afetados se os BRICS
abandonarem o dólar para o comércio.
A próxima cimeira está prevista para Outubro deste ano, na
região de Kazan, na Rússia. A 16ª cimeira do BRICS contará com a presença
dos novos países membros, Emirados Árabes Unidos (EAU), Egipto, Irão e Etiópia.
Riqueza nacional diminuiu 425 bilhões de dólares no ano
passado, enquanto número de bilionários aumentou
Mesmo com a impressionante redução no nível de atividade
econômica, a quantidade de operadores na bolsa de valores aumentou em 92% -
Astrid Schmidt
O segundo ano do governo Bolsonaro confirmou o crescimento
da dissociação entre o desempenho econômico brasileiro e o aumento da
riqueza extrema. Tendência, aliás, acelerada justamente a partir do golpe de
2016, que retirou o PT do governo federal.
Na recessão de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB), que é
a soma de toda a riqueza gerada no ano, encolheu 4,1%, medido pela régua
da moeda nacional (real), ou 22,7% considerando o dólar. A economia nacional
caiu do 9º lugar para o 12º lugar na lista dos países mais ricos do mundo, em
2020.
Mesmo assim, os super-ricos brasileiros se deram bem. No
ranking da revista Forbes, indicador das grandes fortunas em dólares no mundo,
o Brasil foi o sétimo país a mais adicionar bilionários à sua população.
Apesar da riqueza nacional ter diminuído 425,5 bilhões de
dólares, no ano passado, o Brasil assistiu ao aumento de 46,7% no número de
bilionários – passou de 45 (2019) para 66 (2020).
A fortuna dos super-ricos aumentou 73,4%, era 127,1 bilhões
de dólares (2019) e saltou para US$ 220,4 bilhões, em 2020. Com isso, o
somatório das fortunas dos bilionários, em relação à riqueza nacional, se
multiplicou 2,2 vezes e passou a ser 15,2% do PIB brasileiro de 2020 (a maior
participação da história do capitalismo no país), contra 6,8%, em 2019.
Mas o que poderia permitir esta explosão no crescimento dos
super-ricos e suas riquezas em meio aos destroços atuais da economia nacional?
Teria sido a sorte que bateu a porta deste minúsculo agrupamento da sociedade?
O beneplácito não decorreu da mão invisível do mercado,
muito menos, para a maioria deles, do desempenho econômico pelas empresas das
quais são acionistas. Na realidade, a ação do governo Bolsonaro e de sua equipe
econômica “sonho do mercado financeiro” tem sido recorrentemente voltada ao
favorecimento de ricos, poderosos e privilegiados.
De certa forma, é o resultado direto das opções desde o
retorno do receituário neoliberal providenciado com a pomposa denominação de
“uma ponte para o futuro”. Assim, o padrão de responder à crise mudou, para
manter protegidos os super-ricos no Brasil.
O papel do Banco Central, atualmente independente, tem sido
chave para explicar a pujança mais recente dos bilionários frente ao desmonte
neoliberal da economia nacional. Com a torneira monetária aberta, a política
pública do dinheiro fácil convergiu para ricos e poderosos, quase que excluindo
a parte maior da sociedade do orçamento governamental.
A injeção do dinheiro público no mercado financeiro
impulsionou um conjunto de medidas corporativas na recompra de ações,
negociações de derivativos e outras operações de captura da volatilidade de
curto prazo que terminaram por favorecê-los e evitar o colapso eminente da
bolsa de valores.
Esse apoio governamental direcionado e sem contrapartidas
reais tornou possível aos bilionários a obtenção do crescimento significativo
de suas fortunas, independente do comportamento negativo vislumbrado no
conjunto das atividades econômicas do país.
Além disso, os super-ricos contaram também com a política
pública de auxílios patrocinados pelo governo Bolsonaro, novamente sem
contrapartida social, fiscal e ambiental. Também contou favoravelmente para a
camada prioritária dos bilionários, a sua reprodução associada à prática dos
subsídios, isenção e sonegação tributária.
Assim, numa das mais graves recessões da história do
capitalismo brasileiro, não se soube da morte de nenhum tubarão econômico
(grande empresa, banco ou fundo financeiro). Fundamentalmente, com a política
bolsonarista, o que ocorreu foi a quebradeira de milhares de micro e pequenos
negócios e da generalização na casa dos milhões de desempregados de
trabalhadores por conta própria e de assalariados com e sem carteira.
Mesmo com a impressionante redução no nível de atividade
econômica, a quantidade de operadores na bolsa de valores aumentou em 92%,
tendo o lucro líquido de sua operadora (B-3) registrado o crescimento de 53% em
2020. Nesse mesmo ano, o conjunto dos quatro maiores bancos brasileiros de
capital aberto tiveram alta de 24,4% no lucro líquido.
Diferentemente do cenário econômico atual, cuja crise não se
apresenta para todos os brasileiros, as duas recessões anteriores do século 21
atingiram, também, e fortemente, os super-ricos.
Na crise financeira global de 2008 e na recessão de 2015 e
2016, por exemplo, os bilionários não ficaram imunes à crise econômica e
contabilizaram prejuízos consideráveis.
Em 2009, quando o PIB registrou queda de apenas 0,1%, a
quantidade de bilionários declinou 27,2%, passando de 18 super-ricos, em 2008,
para somente 13, em 2009.
Da mesma forma, houve a queda de 36,8% na participação das
fortunas em relação ao PIB, que caiu de 3,8%, em 2008, para 2,4% da riqueza
nacional, em 2009.
No biênio de 2015 e 2016, por força da recessão econômica, o
PIB acumulou o encolhimento de 6,9%, enquanto o número de bilionários diminuiu
52,3% e a soma das fortunas dos super-ricos em relação ao PIB caiu 5,4%. Isso
porque em 2016, o Brasil tinha 31 bilionários, cuja somatória das fortunas
equivalia a 7,5% do PIB, ao passo que em 2014 eram 65 bilionários para um total
de fortunas que representava 7,9% da riqueza nacional.
* Marcio Pochmann é economista, professor do Instituto de
Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais da UNICAMP, ex-presidente
do IPEA, autor de vários livros e artigos publicados sobre economia social,
trabalho e emprego.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não
necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Bilionários brasileiros ficam mais ricos na pandemia | Galãs
Feios - 27 de jul. de 2020
Mesmo em meio a pandemia do coronavírus, os 42 bilionários
brasileiros (entre eles Luciano Hang, o Veio da Havan, Jorge Paulo Lemann e
André Esteves) viram o conjunto de suas fortunas crescer US$ 34 bilhões nos
meses da pandemia. De acordo com a ONG Oxfam com base em dados do ranking de
bilionários da revista Forbes, esse é o desempenho vencedor dos nossos ultra
ricos. Helder e Bezzi comentam.