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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Forças Armadas da Venezuela respaldam decisão da Justiça que certificou vitória de Maduro


Exército do país ratificou ‘lealdade’ ao presidente reeleito após anúncio de fim da auditoria das atas pelo Supremo


PSUV/X - Resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontam vitória de Nicolás Maduro, com 51,92% dos votos válidos

As Forças Armadas da Venezuela anunciaram nesta quinta-feira (22/08) que irão acatar a decisão da Câmara Eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) sobre a vitória do presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.

“Ratificamos absoluta lealdade ao presidente Nicolás Maduro, reeleito pelo poder popular, legitimamente proclamado pelo Poder Eleitoral e agora ratificado pelo mais alto tribunal de justiça do país para o próximo mandato presidencial de 2025-2031”, escreveu o exército em documento.

A declaração do exército venezuelano veio após o TSJ anunciar, também na quinta-feira, a finalização do processo de auditoria das atas relativas às eleições presidenciais realizadas no dia 28 de julho.

Segundo o órgão judiciário não foram encontradas irregularidades nos documentos detalhados das urnas eleitorais, assim decretou a certificação dos resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que apontam a vitória de Nicolás Maduro, com 51,92% dos votos válidos.

Já o ex-candidato Edmundo González Urrutia, representante da coalizão de extrema direita Plataforma Unitária, ficou em segundo lugar, com 43,18%.

Assim, através de um comunicado, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) reafirmam a sua adesão à Constituição e às leis da Venezuela, destacando “a importância de preservar a paz e a estabilidade do país, face à ameaça de grupos extremistas de direita que tentaram desestabilizar com atos violentos, terroristas e cibernéticos” a nação sul-americana.

O exército ainda lamentou “as perdas humanas e os danos materiais” durante os protestos violentos. Da mesma forma, também destacou a força da democracia venezuelana, bem como a soberania e independência do país relativamente a interferências externas em suas eleições.

Por fim, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas reiteraram o seu compromisso com os direitos fundamentais do povo venezuelano, “que incluem a vida, a paz e o desenvolvimento integral”.

A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, também anunciou nesta sexta-feira (23/08), seu comprometimento em respaldar a decisão do TSJ, que ratifica a vitória de Maduro.

Por meio de um acordo, a AN deve instalar “órgãos competentes do Estado venezuelano para determinar responsabilidades por supostos crimes de usurpação de funções, crimes informáticos, associação criminosa e incitação ao ódio”, em meio à crise política que foi instalada após as eleições e os protestos violentos da extrema direita.

(*) Com AVT e TeleSUR

Redação Opera Mundi



 Jackson Hinkle


O candidato da oposição venezuelana do SIONISTA Elon Musk escreveu uma carta a NETANYAHU em 2018, implorando a ISRAEL para invadir a Venezuela e golpear ilegalmente o presidente Maduro!

Não é de se espantar que @elonmusk a apoie!



 Sou Palestina


Imagine a oposição venezuelana chamando Maduro de genocida, enquanto carrega esse lixo de bandeira.



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sábado, 3 de agosto de 2024

Analista: ação de Brasil, México e Colômbia ante Venezuela mostra que EUA perderam poder na região


A posição comum de México, Colômbia e Brasil, que lutam para alcançar uma solução institucional para a crise pós-eleitoral na Venezuela fora da Organização dos Estados Americanos (OEA), indica que os Estados Unidos já não têm a última palavra na região, dizem especialistas consultados pela Sputnik


© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert
 

No dia 1º de agosto um telefonema foi feito entre os presidentes dos três países para abordar a situação na Venezuela após as eleições presidenciais de 28 de julho. Dessa ligação, saiu um comunicado conjunto.


"Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação", afirmou a nota do Itamaraty.


O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, disse que, no final da chamada, o presidente do Chile, Gabriel Boric, "concordou com o que foi expresso pela Colômbia, Brasil e México na sua declaração".

Para Mônica Velasco Molina, acadêmica da Faculdade de Ciências Políticas e Sociais e doutora em estudos latino-americanos pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), o surgimento desta posição formada pelas três potências é visto como um impulso para resolver os problemas da região sem a intervenção dos Estados Unidos.


"Estamos apelando à soberania dos nossos países através dos nossos próprios meios institucionais, e não daqueles impostos ou desejados por qualquer entidade externa. O apelo entre eles reflete que os Estados Unidos já não são quem prevalece nas questões latino-americanas, é cada vez mais difícil para eles impor as suas decisões", observou Velasco Molina em entrevista à Sputnik.

 

Ao mesmo tempo, a especialista destacou que o peso geopolítico que têm estas três nações é decisivo, pois são as duas principais economias da região – Brasil e México – e a Colômbia, que ganhou um peso muito grande em política externa.

O diálogo entre os dirigentes ocorreu um dia depois de a Organização dos Estados Americanos não ter conseguido o consenso necessário para aprovar uma resolução que exige que as autoridades venezuelanas publiquem "imediatamente" a ata das eleições do último domingo (28).


Maduro pede telefonema com Lula; 

México e Colômbia farão ligação 

com Brasil sobre Venezuela


O consenso não foi atingido porque teve ausência do México, da Colômbia e de vários países do Caribe, bem como a abstenção do Brasil e da Bolívia, entre outros.

A este respeito, Velasco Molina destacou a possibilidade de que, durante a teleconferência de quinta-feira (1º), os líderes latino-americanos considerassem o que fazer caso a situação tensa no país caribenho aumentasse.


"É um canal institucional muito importante, pois é a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos [CELAC] e não a OEA. A OEA perdeu muita credibilidade em nossa região, especialmente na secretaria de Luis Almagro, todas as ações que Almagro apoiou foram para beneficiar os golpistas em nossos países, a mais clara foi a da Bolívia [em 2019], mas não esqueçamos também o do Peru [em 2022]", afirmou.

 

Nesse sentido, Javier Gámez Chávez, doutor em História e acadêmico da Universidade Rosario Castellanos, destacou também que o México, o Brasil e a Colômbia procuram impedir a intervenção dos EUA através da OEA, bem como evitar que o conflito se transforme em uma crise social.


"O que o governo mexicano está tentando fazer é aplicar um dos seus pontos importantes, que é a não intervenção, dentro da sua política internacional. Essa é a origem, não deveria haver intervenção e muito menos em assuntos que são exclusivos do povo venezuelano", analisou Chávez em entrevista à Sputnik.

 

Poucas horas depois da publicação da declaração conjunta, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, negou a vitória de Nicolás Maduro e afirmou que o processo eleitoral e o dia da votação foram atormentados por "irregularidades" e "defeitos".


Mídia: Lula comenta eleições na
Venezuela pela 1ª vez; Amorim defende
 cautela ao retornar de Caracas

A este respeito, Chávez destacou que o reconhecimento por parte de Washington e dos seus aliados do candidato da oposição apenas encoraja "esta luta assimétrica para continuar dentro do território venezuelano".


"O objetivo deles, possivelmente, é que possam chegar a uma crise grave, onde a ideia é que Maduro renuncie. O reconhecimento [de Edmundo González] vai aí, mas do meu ponto de vista eles não vão ter muito sucesso. Se não conseguiram vencer uma eleição, têm ainda menos probabilidade de ganhar uma intervenção indireta em território venezuelano", concluiu o historiador.

 

Na declaração assinada por Brasília, Cidade do México e Bogotá, é pedido que "as controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser resolvidas através dos canais institucionais" e se apela para que o "exercício da máxima cautela e contenção" seja feito nas manifestações e eventos públicos para evitar a escalada da violência.


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Fonte: Sputnik Brasil


Jackson Hinkle


ENORME Marcha PRÓ-MADURO na Venezuela hoje! Por que a MÍDIA CORPORATIVA está escondendo isso de nós?



 O POVO VENEZUELANO está ao lado do presidente Maduro e não acredita nas MENTIRAS DO SIONISTA ELON MUSK!



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terça-feira, 30 de julho de 2024

Lula combate alarmismo sobre Venezuela e diz que aguarda divulgação de atas


Presidente classificou processo eleitoral como 'normal e tranquilo' e criticou bloqueio dos Estados Unidos


 Lula recomendou o respeito aos resultados das urnas venezuelanas - Ricardo Stuckert

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou nesta terça-feira (30) sobre a crise política que eclodiu na Venezuela após o anúncio da vitória do presidente Nicolás no último domingo. Uma série de protestos violentos vem ocorrendo desde que a oposição não aceitou o resultado e defende narrativa de fraude.  

"Se tem um problema como vai resolver? apresenta a ata. Se houver dúvida entre oposição e situação sobre a ata, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça correr o processo. Terá uma decisão que a gente tem que acatar", disse ele à Globonews

"Estou convencido que é um processo normal. O que precisa é que as pessoas que não concordem tenham o direito de se expressar e o governo tenha o direito de provar que está certo."



"O PT fez um elogio ao povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram e ao mesmo tempo reconhece que o Tribunal Eleitoral reconheceu o Maduro como vitorioso. Mas a oposição ainda não, então tem um processo. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal”.

"Na hora que tiver apresentado as atas e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela."

O presidente ainda rebateu a ideia de declaração conjunta de Brasil,  México e Venezuela. "Não acho necessário.  O presidente Maduro sabe perfeitamente bem que quanto mais transparência houver, mais chance ele terá de ter tranquilidade pra governar a Venezuela."

Ouça abaixo a primeira parte da live especial do Brasil de Fato sobre as eleições venezuelanas:



Eleição, suposta fraude e violência: como chegamos até aqui?

A votação no último domingo (28) ocorreu com tranquilidade, segundo as próprias autoridades eleitorais. Os resultados definitivos foram divulgados por volta da 1h da manhã da segunda-feira (29) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Com 80% das urnas apuradas, o órgão deu vitória ao atual presidente Nicolás Maduro com 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González Urrutia, ex-diplomata de direita e principal candidato da oposição. Os resultados, segundo o CNE, já eram irreversíveis.

No palácio de Miraflores e rodeado por apoiadores, Maduro fez seu discurso da vitória, no qual agradeceu os eleitores e pediu respeito aos resultados eleitorais. "Haverá paz, estabilidade e justiça. Respeitem a decisão de 28 de julho", disse.

Minutos depois, a oposição se manifestou e não reconheceu os resultados. González apareceu acompanhado de Maria Corina Machado, líder opositora que, por complicações com a Justiça, foi inabilitada de ocupar cargos públicos no país, e disse que era o vencedor da disputa.

Sem apresentar provas, os opositores alegaram uma "fraude eleitoral" e disseram ter atas de votação que supostamente comprovariam a divergência nos números.

Clique aqui ou na imagem abaixo para acompanhar a cobertura completa.

Clique na imagem para acompanhar a cobertura completa / Rafael Canoba/Brasil de Fato

Após a postura de González e Machado, o dia seguinte foi de tensão e violência. Marchas foram registradas em redutos historicamente opositores de Caracas, capital venezuelana, e manifestantes chegaram a incendiar prédios e patrimônios públicos.

O governo denunciou as ações, responsabilizou os opositores pela violência e classificou o movimento como uma "tentativa de golpe de Estado".

Na noite da segunda-feira (29), Edmundo González e Maria Corina Machado voltaram a denunciar a existência de "fraude eleitoral" e, desta vez, deram números: supostamente, o candidato de direita teria vencido com mais de 6 milhões de votos.

Eles ainda alegaram estar em posse de 73% das atas eleitorais que comprovariam este resultado e que esses documentos seriam disponibilizados em um site. A página, no entanto, não permite uma consulta ampla aos comprovantes e é impossível checar por conta própria a veracidade da narrativa opositora.

Até às 18h do dia 30 de julho, o CNE, por sua vez, ainda não havia divulgado a totalização das atas. Os números são aguardados por países como Brasil, Colômbia e México para uma posição final sobre o processo.

Edição: Rodrigo Durão Coelho



Fonte: Brasil de Fato


Breno Altman



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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Nicolás Maduro vence as eleições na Venezuela com 51,2%, informa o Conselho Nacional Eleitoral


Com 51,2% dos votos, Nicolás Maduro venceu a disputa em pleito marcado por clima de tranquilidade. Posse está marcada para janeiro de 2025


Nicolás Maduro
 

O atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, conquistou seu terceiro mandato após vencer as eleições venezuelanas neste domingo (28). Com a vitória, ele governará o país até 2031. A posse do terceiro mandato está marcada para janeiro do próximo ano.

De acordo com os resultados apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), Maduro obteve 51,2% dos votos expressos, enquanto o adversário Edmundo González ficou em segundo lugar com 44,2%.

As eleições tiveram início às 6h00 (horário local, 7h00, horário de Brasília) e as urnas fecharam às 18h00 (19h00, horário de Brasília). Cerca de 21.321.783 cidadãos estavam aptos a votar em dez candidatos que disputavam o pleito. Os resultados oficiais foram divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.


Como observador na Venezuela,

 Celso Amorim se reúne com

 representantes da oposição de Maduro



Além de Maduro disputaram o pleito: o candidato oposicionista Edmundo González; Benjamín Rausseo; Antonio Ecarri; Daniel Ceballos; Luis Eduardo Martínez; José Brito, Claudio Fermín; Javier Bertucci; e Enrique Márquez.

Maduro votou pela manhã e destacou a tranquilidade do pleito, afirmando que as eleições foram realizadas com respeito e sem ataques.


"Houve paz, não houve sequer uma bofetada em um candidato. É assim na América Latina? Não. Há países onde houve candidatos assassinados […]. [Na Venezuela] não houve sequer um incidente. [Foi] um evento gratuito, campanha eleitoral aberta", destacou após a votação.

 

clima de tranquilidade também foi confirmado por observadoras internacionais consultadas pela Sputnik Brasil neste domingo (28).

Mônica Valente, secretária de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmou que "tudo estava muito tranquilo", disse que havia "grandes filas de pessoas esperando para votar, mas tudo em paz".

Por sua vez, Amanda Harumy, professora de relações internacionais do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA), que viajou para a Venezuela para atuar como observadora do pleito, afirmou que tudo ocorreu bem. Ela contou que percorreu vários pontos de votação e considerou tudo bastante organizado.


"Fomos em um bairro periférico, em algumas escolas. Uma eleição tranquila, bem mobilizada, bastante gente nas filas para votar, bem organizada. Não tem nenhum aspecto de tensão, de briga, está bem tranquilo. Acho que a preocupação é mais nessa perspectiva do reconhecimento do resultado para fora da Venezuela. O processo de instabilidade é mais fora da Venezuela do que dentro", afirmou.



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Fonte: Sputnik Brasil


Nicolás Maduro

#EnVivo | Homenagem ao nosso Comandante Hugo Chávez, em seu aniversário de 70 anos.



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Oposição venezuelana tentou sete golpes desde chegada do chavismo ao poder


Em 25 anos, direita venezuelana promoveu sete ataques buscando derrubar os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro através da violência política


Montagem: Juan Guaidó, Leopoldo López, María Corina Machado e Henrique Capriles são quatro dos líderes opositores que protagonizaram ações para tentar derrubar governos chavistas na Venezuela

Estas eleições presidenciais da Venezuela neste domingo (28/07) foram marcadaa, durante seu período de campanha, por um insistente discurso da candidatura da Plataforma Unitária, setor opositor de extrema direita, sobre um possível “golpe eleitoral” a favor do presidente Nicolás Maduro, candidato à reeleição – em narrativa que emula o realizado por outros candidatos da extrema direita no mundo, como Donald Trump em 2020, nos Estados Unidos, e Jair Bolsonaro em 2022, no Brasil.

No entanto, a história recente da Venezuela mostra que é justamente a direita do país que promoveu as últimas tentativas de derrubar governos democraticamente eleitos no país.

Desde a primeira vitória eleitoral de Hugo Chávez, em dezembro de 1998, o chavismo teve que superar um total de sete tentativas de golpe de Estado, seis delas contra o atual presidente Nicolás Maduro.


O candidato da Plataforma Unitária, Edmundo González, não participou diretamente em nenhuma dessas ações, mas sua principal apoiadora, a ex-deputada María Corina Machado, esteve envolvida em boa parte delas.


2002: o golpe contra Chávez e ‘Carmona, o breve’

Em 11 de abril de 2002, o Alto Comando das Forças Armadas da Venezuela ordenou a invasão do Palácio de Miraflores, sede do Poder Executivo, e a prisão do então presidente Hugo Chávez, que foi levado a uma cela improvisada em um quartel localizado no interior do país.

Apesar de a ação que resultou na derrubada de Chávez ter sido promovida por militares, quem assumiu o poder foi o empresário Pedro Carmona, então presidente da Federação Venezuelana de Câmaras de Comércio (Fedecámaras), que não tinha nenhum cargo político – ou seja, não havia sido eleito para nada.

Em suas poucas horas como mandatário, Carmona chegou a anunciar a dissolução da Assembleia Nacional e da Suprema Corte, além de declarar nula a Constituição de 1999, realizada já durante o governo de Chávez – e elaborada por uma constituinte com maioria chavista.

Porém, o golpe durou poucas horas, já que centenas de milhares de pessoas, especialmente dos bairros mais pobres de Caracas, marcharam até o centro da cidade para exigir o retorno do presidente democraticamente eleito. Devido a essa pressão popular, muitos militares de patentes mais baixas se rebelaram contra o Alto Comando e realizaram outra invasão do palácio presidencial, dessa vez para derrubar Carmona e recolocar Chávez na presidência, no dia 13 de abril.

Por suas poucas horas na horas na presidência, o líder empresarial passou a ser conhecido no país como “Carmona, o breve”.


2013: Henrique Capriles, derrotado por Maduro

Após a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 2013 – quando ele conquistou seu primeiro mandato –, seu adversário, Henrique Capriles, contestou o resultado das urnas e convocou seus seguidores a realizar protestos em todo o país para forçar o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a reconhecer uma suposta fraude.

O resultado final da apuração mostrou um triunfo apertado do candidato chavista: 50,6% contra 49,2% do representante da coalizão de direita Mesa de Unidade Nacional – precursora a atual Plataforma Unitária.

Durante dias, manifestantes opositores realizaram protestos violentos nas principais cidades do país, como Táchira e Barquisimeto, além da capital Caracas. Em muitos casos, os atos consistiam em realizar ações incendiárias ou com tiros em bairros chavistas, causando dezenas de mortos e feridos.

Essa pressão levou o CNE a realizar uma auditoria das urnas eletrônicas usadas durante o pleito, processo que terminou confirmando o resultado apurado no dia da eleição.

Após a auditoria, os protestos começaram a perder força, e Capriles iniciou uma turnê por vários países, buscando convencer chefes de Estado a reconhecê-lo como verdadeiro presidente eleito, e não Nicolás Maduro.

Apesar de Capriles ter conquistado alguns apoios internacionais, a iniciativa não impediu o chavista de seguir governando a Venezuela. As duas estratégias de Capriles – a de tentar desestabilizar o governo com protestos violentos e a de buscar reconhecimento de um governo paralelo – seriam utilizadas novamente pela oposição em anos posteriores.

Vale destacar que a campanha de Capriles para desconhecer o resultado das eleições teve com uma das principais apoiadoras a então deputada María Corina Machado.


2014: Leopoldo López e María Corina Machado

No ano seguinte, a oposição voltou a apostar nos protestos para tentar desestabilizar o governo de Nicolás Maduro, com a mesma narrativa usada após a derrota eleitoral, chamando-o de “presidente ilegítimo”.

Apesar de Capriles ainda ser um dos nomes fortes da MUD, a liderança dos atos naquela ocasião passou a ser de outra figura: o político e empresário Leopoldo López. María Corina Machado também foi uma das líderes dos protestos, conquistando mais destaque do que em 2013 entre os opositores.

Oficialmente, foram registradas 43 mortes durante as manifestações realizadas entre fevereiro e maio de 2014. A oposição assegura que todas as vítimas eram manifestantes contrários ao governo de Maduro que foram atacadas pelas forças policiais.

Porém, organizações comunitárias de Caracas asseguram que muitos chavistas foram mortos em ações violentas promovidas pelos grupos opositores, repetindo o que aconteceu após a derrota de Capriles nas eleições de 2013.

A campanha da oposição nas ruas começou a perder força em junho de 2014, quando Leopoldo López foi preso. Em setembro de 2015 ele foi sentenciado a 13 anos de prisão.


2017: ‘guarimbas’ e constituinte

A estratégia da violência política voltou a ser utilizada entre março e agosto de 2017, dessa vez liderada por Capriles e María Corina – devido à prisão de Leopoldo López. O discurso copiou o das tentativas anteriores, chamando Maduro de “presidente ilegítimo”.

A campanha daquele ano foi mais caracterizada pelas chamadas “guarimbas”, que são barricadas organizadas em grandes centros urbanos, que também estavam presentes em 2013 e 2014, mas que naquele então passaram a ser a principal forma de atuação dos grupos opositores, em vez das marchas dos anos anteriores.

No momento em que o governo se via mais acuado, Maduro decidiu convocar uma Assembleia Constituinte. A oposição defendeu um boicote à eleição dos constituintes, mas acabou fracassando, já que mais de 8 milhões de pessoas foram às urnas.

O sucesso da eleição foi lido no país como um sinal de que a população rechaçava as “guarimbas” da oposição, e os protestos começaram a perder força.

A constituinte foi instalada e, como a MUD boicotou o processo, contou com ampla maioria chavista e uma oposição pequena, entre setores de direita menos extremistas e adeptos do diálogo com o governo.

Ademais, o episódio acabou servindo para fortalecer politicamente Delcy Rodríguez, que se tornou figura nacional ao ser eleita presidente da Assembleia Constituinte. Hoje ela é a vice-presidente da Venezuela e, com Maduro, busca a reeleição.

Oficialmente, foram registradas 127 mortes nestes protestos. A troca de acusações entre governo e oposição sobre a responsabilidade por essas vítimas emulou o ocorrido nos outros conflitos. Nenhum líder opositor foi preso ou condenado pelos incidentes daquele ano.


2018: um drone para matar Maduro

No dia 4 de agosto de 2018, durante uma parada militar para celebrar o aniversário da Guarda Nacional Bolivariana, o presidente Nicolás Maduro escapou de um atentado que utilizou um drone explosivo.

O artefato explodiu a poucos metros do palanque em que ele estava. O presidente saiu ileso e o episódio resultou apenas em algumas pessoas feridas.

Uma investigação realizada posteriormente resultou na prisão de 31 pessoas, incluindo o então deputado Juan Requesens, que confessou seu envolvimento na tentativa de magnicídio.

Outro político opositor que teria sido um dos cabeças do plano foi o então deputado Julio Borges, que pediu asilo político na Colômbia – atualmente, ele vive na Espanha.


2019: Juan Guaidó, o autoproclamado

Nicolás Maduro já havia sido reeleito – após vencer Henri Falcón nas eleições de 2018 – quando o deputado Juan Guaidó, após ser eleito presidente da Assembleia Nacional, se autoproclamou presidente interino da Venezuela, em 23 de janeiro de 2019.

Foi a segunda vez que um líder da oposição tentou criar um governo paralelo no país, baseado no reconhecimento internacional – o primeiro foi Henrique Capriles, em 2013. Guaidó chegou a realizar um show na fronteira entre Venezuela e Colômbia, ação que contou com o apoio presente dos presidentes sul-americanos Iván Duque (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile) e Abdo Benítez (Paraguai).

O então mandatário brasileiro Jair Bolsonaro foi outro dos que reconheceu Guaidó como presidente, mas não participou do ato na fronteira com os demais líderes latinos.

Guaidó também promoveu uma tentativa de golpe com o apoio de um pequeno setor de militares e policiais que realizaram um ataque à base aérea de La Carlota, no dia 30 de abril de 2019. A ação não chegou a colocar em risco o governo de Maduro, mas conseguiu ao menos um objetivo: libertar o líder opositor Leopoldo López, que foi levado à Espanha, onde se mantém exilado até os dias de hoje.

Apesar do apoio internacional, internamente Guaidó nunca obteve o mesmo respaldo da população, e nem mesmo da direita venezuelana. Nas seguintes eleições legislativas, realizadas em dezembro de 2020, ele propôs que os setores de direita realizassem um pacto para boicotar as eleições, mas não obteve apoio de nenhum setor.

Ainda assim, ele manteve a iniciativa até o final e acabou desistindo de sua candidatura à reeleição como deputado, ficando sem cargo. Continuou se apresentado como suposto “presidente interino” da Venezuela, mas foi perdendo os apoios dos líderes mundiais que o reconheceram em um primeiro momento. A autoproclamação de Guaidó, no entanto, abriu espaço para que ativos venezuelanos no exterior fossem bloqueados e que as sanções dos Estados Unidos contra o país se ampliassem, aprofundando a crise econômica do país.


2020: invasão de mercenários em meio à crise da covid-19

Entre os últimos dias e abril e os primeiros dias de maio de 2020, enquanto o mundo vivia o período de maior pânico por conta da pandemia de covid-19, um grupo de mercenários norte-americanos e colombianos iniciava uma operação militar na região costeira da Venezuela, mais precisamente na localidade de Macuto.

A chamada Operação Gideon foi executada por mercenários contratados por empresários venezuelanos radicados em Miami.

O plano consistia em invadir o país a partir de uma localidade na costa venezuelana e iniciar uma campanha que terminaria com a tomada de Caracas, mas acabou fracassando já naquela primeira ação e de forma vergonhosa: alguns dos mercenários envolvidos foram capturados pela Marinha venezuelana, mas outros foram rendidos por pescadores da localidade.

À época, foram levantados rumores sobre um possível envolvimento do governo norte-americano na invasão dos mercenários. Tal especulação era baseada nas relações entre o dono da empresa Silvercorp, envolvida no episódio, o empresário canadense Jordan Groudeau, e figuras do Partido Republicano próximas ao então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nunca foi apresentada, porém, provas suficientes para comprovar essa teoria.



Por: Victor Farinelli

Fonte: Opera Mundi


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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Comentário da porta-voz do Itamaraty, Maria Zakharova, sobre os acontecimentos em torno de Essequibo


Saudamos a reunião entre o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o Presidente da Guiana, Irfaan Ali, em Kingstown (São Vicente e Granadinas), durante a qual trocaram opiniões sobre Essequibo.



Consideramos de fundamental importância que os presidentes demonstrem pessoalmente a sua vontade de demonstrar moderação e construir confiança. Expressaram claramente o seu compromisso de procurar formas de resolver as diferenças e alcançar soluções mutuamente aceitáveis ​​nas negociações, em conformidade com o direito internacional, incluindo o acordo de Genebra de 17 de Fevereiro de 1966. Estamos satisfeitos que o entendimento mútuo alcançado pelos presidentes lhes permitiu reduzir as tensões bilaterais e colocar o diálogo numa via mutuamente aceitável. A criação de uma comissão conjunta a nível de ministros dos Negócios Estrangeiros também contribuirá para alcançar estes objectivos.

Não consideramos menos importante que os líderes da Venezuela e da Guiana, que se reuniram com a assistência do Primeiro Ministro de São Vicente e Granadinas, dos chefes de estado dos países da CARICOM e do assessor especial do Presidente brasileiro para relações exteriores, enfatizaram que a interferência estrangeira nos assuntos da região é inaceitável. Instamos todos os estados a respeitarem esta abordagem. Pretendemos agir nesse sentido, partindo da premissa de que os problemas latino-americanos precisam de soluções latino-americanas. Estamos convencidos de que a preservação da América Latina como uma zona de paz, livre de quaisquer conflitos, atende aos interesses de todos os Estados da região e do mundo em geral.

Fonte: Ministério das Relações Exteriores da Federação Russa


 

 

terça-feira, 13 de julho de 2021

Venezuela: empresa envolvida na morte do presidente do Haiti teria realizado atentado contra Maduro


O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, mostrou provas em como o assassinato do presidente do Haiti poderia estar ligado ao atentado contra Nicolás Maduro em 2018.



Jovenel Moïse foi morto a tiros na quarta-feira (7) em sua casa em Porto Príncipe pelo que as autoridades haitianas descrevem como um comando de assassinos formada por 26 colombianos e dois cidadãos dos EUA.


  • Agora, Rodríguez declarou que em breve mostraria provas de que a empresa norte-americana CTU Security LLC, que contratou os mercenários para matar o presidente haitiano, também esteve envolvida no atentado contra Maduro.

Pouco após os acontecimentos de 4 de agosto de 2018, caracterizados por drones comerciais carregando explosivos militares, o presidente venezuelano acusou os autores do atentado de terem suas bases na Colômbia e que estavam ligados à oposição. Porém, as autoridades da Colômbia rejeitaram as acusações de Maduro.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela chegou mesmo a afirmar que o presidente colombiano, Ivan Duque, se tornou "em uma verdadeira ameaça" para a paz da região.


 

 O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, informou que a empresa de segurança pertencente a Antonio Intriago estava envolvida em todos os eventos logísticos que levaram ao assassinato (de Jovenel Moïse), como resultado do grau de frustração no passado


  • Até o momento, sabe-se que 20 dos 28 suspeitos do crime recente já foram presos – 18 colombianos e dois norte-americanos.



Ahí les Va

Mercenarios colombianos en Haití: ¿qué hay detrás del magnicidio de Moïse?

La semana pasada, un comando de mercenarios colombianos y estadounidenses abatió a tiros en su domicilio al que fuera presidente de Haití, Jovenel Moïse. Sobre quién planificó y ordenó el ataque aún queda mucho por saber. Sin embargo, y al margen de dichas cuestiones, esta tragedia viene a confirmar lo que muchos ya sospechaban: el paramilitarismo como vía rápida hacia el poder político se reaviva en Latinoamérica.

Assista ao VÍDEO


quarta-feira, 19 de maio de 2021

Venezuela se solidariza com a luta da juventude colombiana


O chefe de Estado venezuelano repudiou que os jovens colombianos mobilizados nas ruas sejam massacrados "por um governo repressivo e mafioso".


O presidente venezuelano destacou que os jovens colombianos exigem "o direito ao estudo, à educação, à universidade". | Foto: Colprensa

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expressou nesta terça-feira sua solidariedade com a luta dos jovens colombianos que participam das manifestações contra a política do Governo de Iván Duque.


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Durante uma atividade, o chefe de Estado expressou “toda nossa solidariedade e apoio aos jovens colombianos que lutam nas ruas pelo direito a uma nova educação, uma nova sociedade, o futuro. Somos irmãos em (Simón) Bolívar”.

“Abrindo o caminho para o futuro estão os jovens massacrados nas ruas por um governo repressivo, mafioso, paraco, como o de Iván Duque”, destacou o Executivo venezuelano.

Além disso, destacou que os jovens colombianos têm que se manifestar para exigir "o direito ao estudo, à educação, às universidades. Na Colômbia todo o direito de estudar está privatizado. Não há direito de estudar, não há direito para a educação. ".


teleSUR TV

El presidente de Venezuela Nicolás Maduro en el marco de la presentación del Sistema Nacional de Ingreso Universitario 2021, también se solidarizó con la juventud colombiana. teleSUR

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“Muitas famílias colombianas estão decidindo enviar seus filhos em idade universitária para fazer carreiras na Venezuela, porque sabem que é gratuito e de alta qualidade”, disse o presidente.

A Colômbia vive o 21º dia de manifestações enquadradas na Greve Nacional contra as políticas neoliberais do Governo Duque, em que foram registrados 2.387 casos de violência policial, 43 homicídios supostamente cometidos pela polícia, segundo dados da organização não governamental ( ONG) Tremores.

Da mesma forma, 472 intervenções violentas por parte das forças públicas, 384 vítimas de violência física, 146 casos de tiros de arma de fogo, 33 pessoas com lesões oculares, 18 vítimas de agressão sexual e cinco por violência de gênero.

Fonte: teleSUR TV


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segunda-feira, 29 de março de 2021

Maduro oferece petróleo em troca de vacinas contra a COVID-19


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o país está avaliando diversas formas de adquirir as doses necessárias de vacinas contra a COVID-19, incluindo o envio de uma parte da sua produção do petróleo.



"A Venezuela tem navios petroleiros, tem clientes para nos comprar o petróleo e enviaria parte de sua produção para garantir todas as vacinas que a Venezuela necessita, petróleo por vacinas, estamos prontos e preparados", disse Nicolás Maduro durante um ato presidencial.

De acordo com Maduro, a Venezuela está tomando medidas legais para liberar os fundos congelados em contas governamentais no exterior, a fim de pagar pelas vacinas sob o mecanismo internacional COVAX.


 

 Contudo, Maduro afirmou que isso cobriria apenas 20% da quantidade necessária de vacinas.

O líder venezuelano também afirmou que o esquema de pagamento por meio de petróleo é a segunda opção para fornecer vacinas a toda a população venezuelana.

A Venezuela recebeu o primeiro lote da vacina russa contra a COVID-19, Sputnik V, em fevereiro, permitindo o início da campanha de vacinação em massa no país.

Fonte: Sputnik Brasil


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domingo, 21 de fevereiro de 2021

As sanções dos EUA contra a Venezuela não conseguiram nada além de morte e miséria desnecessárias. Contra todas as razões, elas devem permanecer


O escritor e professor de Direito Internacional Dan Kovalik comenta o relatório de Alena Douhan, relatora especial da ONU, que pede o fim imediato das sanções contra a Venezuela.



 

  • Em seu esforço de mudança de regime contra a Venezuela, os Estados Unidos impuseram sanções devastadoras que causaram dezenas de milhares de mortes entre os mais vulneráveis – sem nunca chegar perto de derrubar o presidente.


Alena Douhan, relatora especial da ONU sobre medidas coercitivas unilaterais e direitos humanos – uma nova posição criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em março de 2020 – publicou um relatório preliminar contundente na semana passada condenando as sanções dos EUA e da União Europeia contra a Venezuela. A Sra. Douhan instou os EUA, a UE e outras nações para que retirem todas as sanções contra a Venezuela depois de sua missão de investigação de duas semanas ao país.

Conforme explica o relatório, as sanções foram “impostas pela primeira vez contra a Venezuela em 2005 e foram severamente fortalecidas desde 2015(…) com as mais severas sendo impostas pelos Estados Unidos.” Ainda de acordo com o relatório da Sra. Douhan, essas “sanções exacerbaram as situações econômicas pré-existentes e afetaram dramaticamente toda a população da Venezuela, especialmente mas não apenas aqueles em extrema pobreza, mulheres, crianças, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência ou com risco de vida ou doenças crônicas, e as populações indígenas.” Em suma, as sanções estão prejudicando os mais vulneráveis ​​da sociedade venezuelana.

O relatório continua:

“A falta de maquinários, peças sobressalentes, eletricidade, água, combustível, gás, alimentos e medicamentos necessários, crescente insuficiência de trabalhadores qualificados, muitos dos quais deixaram o país em busca de melhores oportunidades econômicas, em particular pessoal médico, engenheiros, professores, juízes e policiais, tem um enorme impacto sobre todas as categorias de direitos humanos, incluindo os direitos à vida, à alimentação, à saúde e ao desenvolvimento.”


As conclusões da Sra. Douhan ecoam com as de outros estudos que enfocam os custos humanos das sanções contra a Venezuela. Por exemplo, o Centro de Pesquisa de Política Econômica (CEPR) concluiu em um relatório de 2019 que, apenas em um ano (2017-2018), pelo menos 40.000 venezuelanos morreram em consequência da escassez de alimentos e medicamentos causada pelas sanções americanas. Por sua vez, o ex-especialista da ONU Dr. Alfred de Zayas estimou em março de 2020 que pelo menos 100.000 venezuelanos morreram devido às sanções americanas.

Em seu relatório preliminar, a Sra. Douhan enfatizou “que as medidas unilaterais só são legais se forem autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU, ou usadas como contramedidas, ou não violarem nenhuma obrigação dos Estados, e não violarem direitos humanos fundamentais”. O atual regime de sanções não atende a nenhum desses critérios e, portanto, é ilegal. A Sra. Douhan “exortou os países a observarem os princípios e normas do direito internacional e lembra que as preocupações humanitárias devem sempre ser levadas em consideração com o devido tributo ao respeito mútuo, solidariedade, cooperação e multilateralismo”.

As conclusões sombrias do estudo de Douhan vêm no momento em que o New York Times informa que a oposição política na Venezuela – oposição que as sanções visam coagir a população a apoiar – está caindo aos pedaços. Como explica o Times, as multidões que saíram para apoiar a figura da oposição que os EUA ungiram como “presidente interino” em 2019 – Juan Guaidó – “se foram, muitos aliados internacionais estão vacilando e a coalizão de oposição está desmoronando”.

O Times noticia ainda que as sanções contra a Venezuela não ajudam a causa da oposição justamente pelo sofrimento que causam à população. Como explica o Times, “as sanções americanas destinadas a ajudar o Sr. Guaidó destruíram as receitas do governo, mas também forçaram os cidadãos a se concentrarem na sobrevivência diária, não na mobilização política”.

Em suma, parece não haver dúvidas de que as sanções estão minando a situação humanitária na Venezuela, são ilegais e nem mesmo são razoavelmente calculadas para provocar a mudança de regime que pretendem alcançar. Isso levanta a questão de por que os EUA continuam a seguir essa política cruel e contraproducente.


Felizmente, alguns no Congresso estão de fato se fazendo essa mesma pergunta, e pediram em uma carta ao presidente Biden que ele reconsiderasse tais sanções, particularmente à luz da pandemia mundial de Covid-19. Assim, “citando o anúncio de Biden em seu segundo dia de mandato de que seu governo revisaria todas as sanções existentes nos Estados Unidos e seu impacto sobre a pandemia”, um grupo de 27 legisladores progressistas argumentou que “‘é uma questão moral e um imperativo de saúde pública que nossos esforços para combater a Covid-19 sejam globais, porque as consequências econômicas da pandemia requerem cooperação internacional.”

Como os membros do Congresso explicaram em sua carta, que ecoou muitas das preocupações levantadas pelo Relator Especial da ONU:

“Com muita frequência e por muito tempo, as sanções têm sido impostas como uma reação automática, sem uma avaliação medida e considerada de seus impactos. As sanções são fáceis de aplicar, mas notoriamente difíceis de suspender. E embora tenham comprovadamente prejudicado as populações civis, e feito com que alguns governos autoritários restringissem ainda mais os espaços civis e reprimissem os direitos civis e políticos, diminuindo a capacidade das organizações humanitárias de fornecer apoio durante crises e desastres, tornaram ainda itens básicos como alimentos, medicamentos e gasolina proibitivamente caros, além de criados e alimentados por economias de mercado negro e tornando nossos rivais cada vez mais dependentes uns dos outros, historicamente não realizamos avaliações regulares para determinar como as sanções se conectam aos resultados das políticas que buscam alcançar, de modo que muitas vezes é difícil provar de forma comprovada sua rede de benefícios para os interesses e a segurança nacionais”

Esperançosamente, o presidente Biden dará ouvidos a este sábio conselho e acabará com as sanções contra a Venezuela no interesse do humanitarismo e, francamente, do bom senso. No entanto, estou firmemente convicto de que só o fará se houver pressão combinada entre o seu eleitorado. Assim, como explica o Times, tudo indica que até agora Biden ainda se dedica aos objetivos e à estratégia de mudança de regime de seus antecessores, Barack Obama e Donald Trump. Como noticiou o Times – inexplicavelmente com aparente aprovação – “[em] sua audiência de confirmação no mês passado, o secretário de Estado Antony J. Blinken disse que não planejava iniciar negociações com Maduro e deixou claro que Washington continuaria a reconhecer Guaidó como líder da Venezuela. ”

Como a carta do Congresso citada acima corretamente apontou, velhos hábitos são difíceis de matar, mesmo quando contrariados pela racionalidade, pelos requisitos da lei e pela decência humana básica. Cabe ao povo americano exigir uma mudança de rumo nessas políticas que nada mais fazem do que causar sofrimento humano e que nos rebaixam como país.



*Daniel Kovalik ensina Direitos Humanos na Escola de Direito da Universidade de Pittsburgh e é autor do recém-lançado No More War: How the West Violates International Law by Using “Humanitarian” Intervention to Advance Economic and Strategic Interests.

Tradução: Juliana Medeiros
Para acesso ao artigo original em inglês no portal da RT: https://www.rt.com/op-ed/515840-us-sanctions-venezuela-failed/

Fonte: Jornalistas Livres


Rede TVT

No Brasil de Fato Entrevista é sobre as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos a Cuba e Venezuela e que se mantem mesmo em tempos de pandemia.

O Brasil de Fato bate um papo com dois especialistas: Vivian Mendes do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba e Edson Bagnara do Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela. 15 de mai. de 2020

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