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sábado, 3 de agosto de 2024

Analista: ação de Brasil, México e Colômbia ante Venezuela mostra que EUA perderam poder na região


A posição comum de México, Colômbia e Brasil, que lutam para alcançar uma solução institucional para a crise pós-eleitoral na Venezuela fora da Organização dos Estados Americanos (OEA), indica que os Estados Unidos já não têm a última palavra na região, dizem especialistas consultados pela Sputnik


© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert
 

No dia 1º de agosto um telefonema foi feito entre os presidentes dos três países para abordar a situação na Venezuela após as eleições presidenciais de 28 de julho. Dessa ligação, saiu um comunicado conjunto.


"Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação", afirmou a nota do Itamaraty.


O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, disse que, no final da chamada, o presidente do Chile, Gabriel Boric, "concordou com o que foi expresso pela Colômbia, Brasil e México na sua declaração".

Para Mônica Velasco Molina, acadêmica da Faculdade de Ciências Políticas e Sociais e doutora em estudos latino-americanos pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), o surgimento desta posição formada pelas três potências é visto como um impulso para resolver os problemas da região sem a intervenção dos Estados Unidos.


"Estamos apelando à soberania dos nossos países através dos nossos próprios meios institucionais, e não daqueles impostos ou desejados por qualquer entidade externa. O apelo entre eles reflete que os Estados Unidos já não são quem prevalece nas questões latino-americanas, é cada vez mais difícil para eles impor as suas decisões", observou Velasco Molina em entrevista à Sputnik.

 

Ao mesmo tempo, a especialista destacou que o peso geopolítico que têm estas três nações é decisivo, pois são as duas principais economias da região – Brasil e México – e a Colômbia, que ganhou um peso muito grande em política externa.

O diálogo entre os dirigentes ocorreu um dia depois de a Organização dos Estados Americanos não ter conseguido o consenso necessário para aprovar uma resolução que exige que as autoridades venezuelanas publiquem "imediatamente" a ata das eleições do último domingo (28).


Maduro pede telefonema com Lula; 

México e Colômbia farão ligação 

com Brasil sobre Venezuela


O consenso não foi atingido porque teve ausência do México, da Colômbia e de vários países do Caribe, bem como a abstenção do Brasil e da Bolívia, entre outros.

A este respeito, Velasco Molina destacou a possibilidade de que, durante a teleconferência de quinta-feira (1º), os líderes latino-americanos considerassem o que fazer caso a situação tensa no país caribenho aumentasse.


"É um canal institucional muito importante, pois é a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos [CELAC] e não a OEA. A OEA perdeu muita credibilidade em nossa região, especialmente na secretaria de Luis Almagro, todas as ações que Almagro apoiou foram para beneficiar os golpistas em nossos países, a mais clara foi a da Bolívia [em 2019], mas não esqueçamos também o do Peru [em 2022]", afirmou.

 

Nesse sentido, Javier Gámez Chávez, doutor em História e acadêmico da Universidade Rosario Castellanos, destacou também que o México, o Brasil e a Colômbia procuram impedir a intervenção dos EUA através da OEA, bem como evitar que o conflito se transforme em uma crise social.


"O que o governo mexicano está tentando fazer é aplicar um dos seus pontos importantes, que é a não intervenção, dentro da sua política internacional. Essa é a origem, não deveria haver intervenção e muito menos em assuntos que são exclusivos do povo venezuelano", analisou Chávez em entrevista à Sputnik.

 

Poucas horas depois da publicação da declaração conjunta, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, negou a vitória de Nicolás Maduro e afirmou que o processo eleitoral e o dia da votação foram atormentados por "irregularidades" e "defeitos".


Mídia: Lula comenta eleições na
Venezuela pela 1ª vez; Amorim defende
 cautela ao retornar de Caracas

A este respeito, Chávez destacou que o reconhecimento por parte de Washington e dos seus aliados do candidato da oposição apenas encoraja "esta luta assimétrica para continuar dentro do território venezuelano".


"O objetivo deles, possivelmente, é que possam chegar a uma crise grave, onde a ideia é que Maduro renuncie. O reconhecimento [de Edmundo González] vai aí, mas do meu ponto de vista eles não vão ter muito sucesso. Se não conseguiram vencer uma eleição, têm ainda menos probabilidade de ganhar uma intervenção indireta em território venezuelano", concluiu o historiador.

 

Na declaração assinada por Brasília, Cidade do México e Bogotá, é pedido que "as controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser resolvidas através dos canais institucionais" e se apela para que o "exercício da máxima cautela e contenção" seja feito nas manifestações e eventos públicos para evitar a escalada da violência.


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Fonte: Sputnik Brasil


Jackson Hinkle


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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

OAB denuncia governo federal à OEA por atuação no combate à pandemia


Petição assinada pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, afirma que o Estado brasileiro violou artigos da Convenção Americana de Direitos Humanos e pede apuração da conduta do governo brasileiro.


O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) apure a atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus.

Na denúncia, o órgão afirma que o Estado brasileiro violou artigos da Convenção Americana de Direitos Humanos. O documento, assinado pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi enviado à comissão nesta quarta-feira (20), segundo informou Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (21).


 

 Na petição, a OAB alega "omissão [do governo federal] em solucionar o colapso do sistema de saúde brasileiro, sobretudo da cidade de Manaus (AM), determinando o imediato cumprimento dos tratados internacionais assumidos em matéria de direitos humanos, resguardando o direito à saúde e à vida, garantindo tratamento adequado".

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil pede ainda que a comissão solicite ao governo cópias de todos os documentos oficiais relacionados à gestão de recursos federais ao Amazonas.

Fonte: Sputnik Brasil


quinta-feira, 4 de junho de 2020

ONU cobra explicações do governo Bolsonaro sobre violência policial, milícias e ditadura




247 - O Comitê da ONU sobre Desaparecimentos Forçados pediu explicações ao governo Jair Bolsonaro sobre o desmonte que vem sendo feito nos sistemas de prevenção e monitoramento da tortura no Brasil, além de cobrar sobre as providências tomadas para investigar os autores de crimes cometidos durante a ditadura militar. Segundo reportagem o jornalista Jamil Chade, no UOL, o comitê também pediu informações sobre o andamento das investigações de crimes cometidos pelas milícias no país.

De acordo com a reportagem, o documento da ONU cobrando explicações foi enviado ao Itamaraty no dia 19 de maio, e “como o Brasil integra os mecanismos da ONU, o Brasil será obrigado a dar respostas”. “O governo está sendo avaliado pelo Comitê e, há poucos meses, submeteu um informe ao organismo para explicar o que vinha sendo feito no país. O Comitê da ONU, porém, deixou claro que não ficou satisfeito com as explicações do governo e agora quer novas informações”, diz Chade.

“No novo documento, portanto, o organismo quer saber explicitamente se o estado está investigando milícias e grupos paramilitares. A entidade deixa claro que, na resposta, vai querer "números" de quantos casos existem e quantos foram condenados. Outro ponto destacado pelo comitê se refere à independência dos processos de investigação”, ressalta.


Rede TVT


Movimento Negro denúncia mortes e violência policial na ONU e OEA

Conversamos com as advogadas Sheila de Carvalho e Allyne Andrade e Silva sobre os dois anos da morte de Marielle e as políticas de segurança pública no Rio e São Paulo.



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