O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, deu cinco dias para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública explique se fez ou intermediou cooperações entre procuradores da "lava jato" e órgãos internacionais. A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
A decisão ocorre depois que a defesa do ex-presidente Lula
divulgou novas conversas apreendidas na operação "spoofing". Segundo
os advogados do ex-presidente, a relação "fora dos canais oficiais com
agências norte-americanas do lado da "lava jato" desde o início
mirava 'assets sharing', ou seja, a divisão dos valores que seriam
retirados de empresas brasileiras em virtude da punição aplicada por tais
agências norte-americanas".
Os valores, prossegue a defesa, seriam "destinados a
projetos comandados pela 'lava jato'". "Isso ocorreu não apenas em
relação à Odebrecht", conclui, citando uma mensagem em que Deltan
Dallagnol diz que teve uma reunião com autoridades norte-americanas.
"Os procuradores da República que integram a (extinta)
força-tarefa da Lava Jato de Curitiba faltaram com a verdade em relação à
intervenção de agências estrangeiras no acordo de leniência da Odebrecht e na
documentação sobre essa participação", dizem os advogados do
ex-presidente.
"Ao contrário do que a Lava Jato afirmou, inclusive a
esse Supremo Tribunal Federal, houve uma intensa cooperação com agências
estrangeiras — notadamente o FBI, o DOJ (Departamento de Justiça dos EUA) e com
procuradores do Ministério Público da Suíça — fora dos canais oficiais. Esse
material ocultado da defesa técnica do reclamante [Lula] mesmo após a Lava Jato
ter sido instada por essa Suprema Corte a exibir o material, em clara violação
à garantia da paridade de armas e do princípio do disclosure que
é inerente a um processo justo", concluem.
A defesa de Lula é feita por Cristiano Zanin, Valeska
Martins, Maria da Lourdes Lopes e Eliakin Tatsuo.
Rcl 43.007
Fonte: Conjur
TV GGN
A cooperação escancarada entre Departamento de Justiça dos
EUA e Lava Jato -
Pronunciamento de Kenneth Blanco, Vice Procurador Geral
Adjunto do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e do Subsecretário Geral
de Justiça Adjunto Interino dos Estados Unidos, Trevor Mc Fadden, descrevem as
cooperações feitas pelos Procuradores da República da Lava Jato com o país.
Eles admitem que é uma cooperação baseada em 'confiança' e por vezes fora dos
'procedimentos oficiais' e Blanco refere-se especificamente à sentença
condenatória proferida contra Lula. Elogia a cooperação dos procuradores e
ressalta, várias vezes, a parceria norte-americana com membros do MPF.
OS PROCESSOS QUE A PETROBRAS ENFRENTOU NOS EUA - EP. 4 -#LavaJatoLadoB
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