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terça-feira, 9 de abril de 2024

Moraes vai cair? Rui Costa Pimenta comenta:


Por que o PT não abandona logo Alexandre de Moraes?


Alexandre de Moraes

“O editorial do jornal Globo deixa claro que eles consideram que se o Alexandre de Moraes continuar o que ele vem fazendo é um perigo. Por quê? O Globo diz: ‘A falta de transparência torna impossível avaliar se as leis foram respeitas, e empresta certa credibilidade as acusações de arbítrio contra o supremo, especialmente da extrema-direita’. Quer dizer, as ilegalidades absurdas e flagrantes de Moraes servem de munição para a extrema-direita. A posição do globo é de recuar antes que seja atacada de frente. E as ações do Musk mostraram a fragilidade de Moraes.

O PT e uma parte expressiva da esquerda confiaram no seguinte: apoiar as ilegalidades do Alexandre de Moraes, pois a burguesia apoiava e, portanto daria certo. O problema é que já começou a dar muito errado. A atitude do Elon Musk causa um escândalo no Brasil, gerou uma crise enorme. Se o Twitter ( X ) decidir sair do Brasil é uma catástrofe. O Alexandre de Moraes passou de solução a ser um problema. O que mostra que sempre foi um problema, e, portanto, era a política errada. Tudo isso fortalece a extrema-direita.

O PT não percebeu que o Alexandre de Moraes está pendurado. Ele não tem apoio mais. O único apoio dele é do PT. A esquerda ficou com um mico chamado Alexandre de Moraes. A burguesia usou o STF, se beneficiou (ela, e não a esquerda) e jogou o mico na mão da esquerda. Agora a esquerda tem que defender Moraes quando a direita não vai defender mais. E veja que negativo, o PT fica totalmente identificado com as atitudes anti-democráticas de Alexandre de Moraes.”



 Por que o PT não abandona logo Alexandre de Moraes?
@Ruicpimenta29 responde:

“Para o PT o Alexandre de Moraes não é apenas um inconveniente. O PT armou todo seu jogo em volta do Alexandre de Moraes. Se ele cair vão ter que lutar contra a direita sem as mazelas de Moraes, e eles têm medo disso. Eles querem o judiciário ao lado deles. Esse pessoal que falou um monte contra o bolsonarismo, que tem que prender, sem anistia, etc. Quando estiverem sem o Alexandre de Moraes eles vão se acovardar.”




 Elon Musk


 


Política 01

Política 02 



domingo, 7 de abril de 2024

Não importa que é bilionário, Musk está certo, Moraes errado


Para defender Alexandre de Moraes, articulista se esquiva de comentar a gravidade do que revelam os vazamentos das mensagens do antigo Twitter


Alexandre de Moraes / Elon Musk

O artigo “A Constituição não faz exceção para Elon Musk, que deve ser responsabilizado”, publicado no Brasil 247 neste sábado (6), assinado por Jorge Folena, faz uma defesa quase apaixonada de Alexandre de Moraes, que esteve presente no noticiário devido a mensagens vazadas pelo X (antigo Twitter).

Para defender seu ponto de vista, Jorge Folena recorre ao velho argumentum ad hominem, que consiste, no caso, em atacar a imagem de Elon Musk. Vejamos: “Elon Musk, empresário neoliberal de extrema direita, considera-se um quase-deus; sendo assim, acredita estar acima de todos, sendo intocável e não passível de responsabilização, por ser muito rico. Um ser debochado e prepotente e uma das mais tristes expressões do mundo atual, que vive da brutal concentração de renda e superexploração dos seres humanos, que alimenta a desesperança, atiça o ódio e o fascismo”.

Longe de querermos defender Musk, como saber se o magnata se considera isso ou aquilo? E que importância isso teria? As atitudes de quaisquer pessoas devem ser observadas de forma objetiva. É verdade que ele é um dos beneficiários da brutal concentração de renda que impera no mundo. Porém, até onde sabemos, o senhor Alexandre de Moraes, vulgo Xandão, não é nenhum paladino socialista que está aí para nos defender de ricaços malvadões.

Segundo o artigo “O vazamento promovido por Elon Musk, por meio da sua empresa X (antigo Twitter), de documentos relativos ao ministro do STF Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de expor o nome e a imagem do ministro (que poderá tomar as medidas que entender necessárias para defender e proteger a sua honra), constituiu um desrespeito às instituições brasileiras e à soberania do país”. Jorge Folena apenas se ‘esqueceu’ de mencionar que os tais documentos, conforme publicamos (leia a matéria) demonstram que Moraes teria coagido o Twitter a agir fora da lei.

Jorge Folena também não explica como expor Alexandre de Moraes corresponderia a desrespeitar as instituições brasileiras. Moraes é um dos tantos ministros do STF que, dentre outras coisas, votou pela prisão de Lula ainda na segunda instância, e isso a Constituição não permite. Quem desrespeita as instituições?


Defesa da censura

Como Musk é um neoliberal e, portanto, defende “o predomínio do mercado em lugar do controle e da intervenção do Estado na ordem econômica”, Folena apela para “o papel do Poder Público na regulamentação das atividades econômicas”. E isso passaria “pelo território livre da rede mundial de computadores, no Brasil, onde esse debate tem ficado restrito à defesa de uma liberdade de expressão sem freios, em que toda tentativa de impor limites é logo taxada de censura pelos neoliberais”.

Nós defendemos a liberdade de expressão irrestrita, e nem por isso somos neoliberais. A defesa da liberdade de expressão é uma bandeira das mais antigas da esquerda revolucionária. Sem essa liberdade fundamental, nenhuma outra faz sentido. Hoje, por exemplo, mal se pode defender a luta do povo palestino contra a ocupação sionista, uma opinião política como essa é logo taxada de antissemitismo, podendo ser criminalizada e tratada como racismo.

Em nome de se lutar contra as mentiras (fake news) publicadas nas redes sociais, a esquerda pequeno-burguesa tem defendido com unhas e dentes leis que restrinjam a liberdade de expressão. O curioso é que o Congresso bolsonarista, e mesmo a Rede Globo, defendem essa proposta. Não é para menos, pois a censura serve aos interesses das classes dominantes. Todo o tipo de mentiras e notícias falsas saem diariamente na grande imprensa para proteger o Estado genocida de “Israel”. Diariamente publicam notícias falsas sobre o Hamas e a resistência islâmica contra os fascistas, mas os processos judiciais recaem sobre aqueles que defendem aqueles que lutam e estão sendo covardemente assassinados.

Folena alega que “em situações excepcionais, é necessária a intervenção do Poder Público, a fim de evitar qualquer ação tendente à desestabilização da ordem social, política, jurídica e econômica”. No entanto, conforme publicamos “O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) teria pressionado pela obtenção de dados privados dos usuários sob a justificativa de ‘circunstâncias excepcionais’ e queria usar o Twitter como uma máquina de previsão de crimes para ‘antecipar atividades ilegais potenciais’”. Um tribunal investigando? Que tipo de democracia é essa na qual uma instituição que deveria julgar faz também o papel de polícia?

Finalizando seu texto, Jorge Folena sustenta que “em resposta a esse verdadeiro ataque ao país, a sociedade deve retomar de imediato o debate e promover com urgência a regulamentação das atividades destas empresas (Big Techs) no Brasil, uma vez que representam um grave risco à segurança nacional e ao interesse coletivo, o que justifica, nos termos da Constituição, a intervenção do Poder Público”.


Xandão é o Brasil?

Por qual motivo a revelação de flagrantes irregularidades cometidas por Alexandre de Moraes representariam um grave risco à segurança nacional? Muito menos devemos acreditar que o STF esteja aí para defender o interesse coletivo.

Jorge Folena confunde a figura de um ministro do STF com o próprio País. Trata-se de um ministro que tem tomado medidas extremamente autoritárias, como ter bloqueado contas do Partido da Causa Operária (PCO) em pleno ano eleitoral.

O que o artigo de Folena tenta fazer é empurrar para baixo do tapete a gravidade do que é exposto nos assim chamados Twitter Files (Arquivos do Twitter). O Estado está pressionando as Redes Sociais para agirem de acordo com determinados interesses. Isso comprova aquilo que temos denunciado sistematicamente: o STF não é uma corte judicial, mas um verdadeiro partido político.

Fonte: PCO - Partido da Causa Operária




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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Está perigoso demais fazer jornalismo!


A gente tem apanhado bastante nos últimos meses. Mas isso não fará a gente retroceder nem um milímetro. Podemos contar com você nessa luta?



A situação está ficando fora de controle.


  • Sete publicações nossas foram censuradas no intervalo de apenas três meses
  • Recebemos seis processos novos apenas nas últimas semanas
  • Uma repórter nossa foi condenada a cumprir um ano de prisão e pagar R$ 400 mil em indenizações

 

Isso é sem precedentes e estamos muito preocupados.


Além disso, temos um bocado de outros processos rolando soltos — entre eles alguns que poderiam resultar na prisão dos nossos repórteres — e alguns novos acabaram de chegar.

Está começando a parecer que quando a Igreja Universal mandou a polícia atrás da gente por causa de uma reportagem, eram apenas as primeiras rajadas de uma ofensiva muito maior.

Ser jornalista e fazer jornalismo é perigoso demais. Ainda mais quando a nossa missão é apontar a corrupção exatamente dos pesos pesados que mandam nos tribunais.


Estamos acumulando custos jurídicos e precisamos da sua ajuda para aguentar essas batalhas e seguir fortes. Você pode contribuir com R$ 30 para nossa defesa contra esses valentões?


O desafio é grande e os riscos são reais, mas a gente sempre seguiu firme porque tivemos milhares de membros lutando lado a lado com a nossa equipe. Só que desde que viramos 100% independentes um ano atrás, o Intercept Brasil tem perdido milhares de apoiadores.

Isso está nos preocupando mais do que a fúria de Edir Macedo ou a caneta torta de um desembargador.

Para botar nosso orçamento de volta nos trilhos e para que nossa redação possa seguir lutando destemida pelo o que é certo, precisamos que nossa comunidade contribua para chegarmos a R$ 70 mil até o final do mês.

Dependemos de pessoas como você porque não vendemos propaganda, não aceitamos dinheiro de empresas ou de governos e não colocamos paywall no nosso jornalismo. Assim, conseguimos reportar sem rabo preso e servir todo mundo, independente da sua capacidade de pagar.

 

Qualquer valor é uma grande ajuda.

 

E se você fizer uma contribuição, não lhe incomodaremos com outro e-mail pedindo dinheiro por um bom tempo — mandaremos apenas nosso jornalismo.

 

Você consegue nos ajudar a bater essa meta e sinalizar para os poderosos que o jornalismo independente no Brasil segue firme e forte? Faça uma contribuição hoje, por favor.

Andrew Fishman

Presidente e cofundador


quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Metroviários de São Paulo denunciam perseguição a trabalhadores que apoiam causa palestina


Administração do Metrô paulista castigou trabalhadores por simplesmente posar para uma foto com bandeira da Palestina e expressarem solidariedade às vítimas dos bombardeios em Gaza


Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo Trabalhadores da Linha 1 Azul do Metrô de São Paulo demonstraram sua solidariedade com a causa palestina

Uma simples demonstração de solidariedade aos palestinos vítimas dos bombardeios contra a Faixa de Gaza nos últimos dois meses foi usada como justificativa para a aplicação de punições contra um grupo de trabalhadores do Metrô de São Paulo, segundo denúncia do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo.

Um total de dez advertências foram impostas a um grupo de operadores da Linha 1 Azul que se manifestaram seu apoio posando para uma foto com a bandeira da Palestina. A iniciativa expressou o posicionamento que foi aprovado pelo sindicato em recente assembleia da categoria.

Entre os trabalhadores punidos estão dois diretores do sindicato paulista e uma dirigente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), além de delegadas sindicais recém eleitas.


Reação dos Metroviários


Em comunicado publicado como resposta às advertências, o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias acusou o governo estadual paulista, liderado pelo governador de extrema-direita Tarcísio de Freitas, a utilizar “diversas punições arbitrárias e ilegais” como forma de intimidar os trabalhadores.

O sindicato lembra, ademais, que medidas assim também foram utilizadas contra os trabalhadores que participaram da greve realizada no dia 28 de novembro, episódio que rendeu 300 advertências escritas. A paralisação anterior, em 3 de outubro recebeu sanções ainda mais pesadas, com a demissão de oito funcionários, incluindo quatro diretores da entidade sindical e seu vice-presidente, Narciso Soares.

“Isso que demonstra claramente as atitudes anti sindicais (do governo estadual de São Paulo) que ferem o direito constitucional de greve”, afirmam os Metroviários e Metroviárias de São Paulo.

Na ocasião, mais de 300 advertências foram aplicadas contra aqueles que estiveram presentes na paralização que contou não só com os metroviários como também com funcionários das empresas CPTM e Sabesp.


Questão palestina


A ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza teve início no dia 7 de outubro e já matou mais de 21 mil civis palestinos, além de produzir mais de 55 mil pessoas feridas e profundos dados estruturais no território, com quase a totalidade da sua população desabrigada.

Além das casas, também foram afetados todos os hospitais da região, que enfrentam escassez de água, medicamentos e eletricidade. Outro problema enfrentado pela população local é a falta de alimentos e itens de necessidade básica, cujo abastecimento tem sido racionado pelas forças militares israelenses.

A crise humanitária na região tem sido um dos temas mais debatidos no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), mas seu Conselho de Segurança não foi capaz de aprovar nenhuma resolução para determinar um cessar-fogo devido ao poder de veto dos Estados Unidos, que atua como principal aliado de Israel dentro dessa instância.

REDAÇÃO OPERA MUNDI

Fonte: Opera Mundi



A META (Instagram e Facebook) está executando censura sistêmica de conteúdos palestinos - a maior da história. 

@hrw publicou hoje relatório sobre a censura da META de conteúdo pró-Palestina. 

Veja 1049 dos 1050 casos analisados eram conteúdos pacíficos (!) - 21 de dez de 2023

 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Meta têm silenciado cada vez mais as vozes de apoio à Palestina no Instagram e no Facebook


Objetivo: censura sistemática do conteúdo palestiniano. É urgente rever as políticas defeituosas; melhorar a transparência


2023 Human Rights Watch

(Nova Iorque) – As políticas e sistemas de moderação de conteúdos da Meta têm silenciado cada vez mais as vozes de apoio à Palestina no Instagram e no Facebook , na sequência das hostilidades entre as forças israelitas e os grupos armados palestinianos , afirmou a Human Rights Watch num comunicado publicado hoje. . O relatório de 51 páginas, “ Promessas Quebradas da Meta: Censura Sistêmica do Conteúdo da Palestina no Instagram e no Facebook ”, documenta um padrão de remoção e exclusão indevida de discurso protegido, incluindo expressão pacífica em apoio à Palestina e debate público sobre os direitos humanos palestinos. A Human Rights Watch descobriu que o problema decorre das políticas falhas da Meta e da sua aplicação inconsistente e errónea, da dependência excessiva de ferramentas automatizadas para moderar conteúdos e da influência governamental indevida sobre a remoção de conteúdos.

“A censura do Meta ao conteúdo em apoio à Palestina acrescenta insulto à injúria em um momento de atrocidades indescritíveis e de repressão que já oprime a expressão palestina”, disse Deborah Brown , vice-diretora interina de tecnologia e direitos humanos da Human Vigilância de los derechos. “As redes sociais são uma plataforma essencial para as pessoas testemunharem e se manifestarem contra os abusos, enquanto a censura da Meta ajuda a apagar o sofrimento palestino.”

A Human Rights Watch analisou 1.050 casos de censura online em mais de 60 países. Embora não sejam necessariamente uma análise representativa da censura, os casos são consistentes com anos de reportagens e advocacia por parte de organizações palestinianas , regionais e internacionais de direitos humanos para expor a censura da Meta a conteúdos que apoiam os palestinianos.

Após o ataque liderado pelo Hamas a Israel em 7 de Outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas, a maioria civis, segundo autoridades israelitas, os ataques israelitas a Gaza mataram cerca de 20.000 palestinianos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. As restrições ilegais israelitas à ajuda humanitária contribuíram para uma catástrofe humanitária contínua para os 2,2 milhões de residentes de Gaza, quase metade dos quais são crianças.

A Human Rights Watch identificou seis padrões principais de censura, cada um dos quais se repete em pelo menos 100 casos: remoção de conteúdo, suspensão ou exclusão de contas, incapacidade de interagir com o conteúdo, incapacidade de seguir ou marcar contas, restrições ao uso de recursos como como Instagram/Facebook Live e “shadow locking”, termo que denota uma diminuição significativa na visibilidade de postagens, stories ou contas de um indivíduo sem notificação. Em mais de 300 casos, os utilizadores não conseguiram reivindicar a eliminação de conteúdos ou contas porque o mecanismo para o fazer não funcionou corretamente, deixando-os sem acesso efetivo a uma solução.

Em centenas de casos documentados, a Meta invocou a sua política de “ Organizações e Indivíduos Perigosos ” (DOI), que incorpora totalmente as listas de “organizações terroristas” desenvolvidas pelos Estados Unidos. Meta citou estas listas e aplicou-as amplamente para vetar discursos legítimos relativamente às hostilidades entre Israel e grupos armados palestinianos.

A Meta também aplicou mal as suas regras sobre conteúdo violento e explícito , violência e incitamento , discurso de ódio , nudez e actividade sexual adulta . Utilizou de forma inconsistente a sua abordagem de “ valor jornalístico ”, removendo dezenas de conteúdos que documentam ferimentos e mortes palestinianas e que têm valor noticioso, disse a Human Rights Watch.

A Meta está ciente de que a execução dessas políticas é falha. Num relatório de 2021 , a Human Rights Watch documentou a censura do Facebook ao debate sobre questões de direitos relacionadas com Israel e a Palestina e alertou que Meta estava “silenciando muitas pessoas arbitrariamente e sem explicação”.

Uma investigação independente conduzida pela Business for Social Responsibility e encomendada pela Meta descobriu que a moderação de conteúdo da empresa em 2021 “parece ter tido um impacto negativo nos direitos humanos dos utilizadores palestinianos”, afetando negativamente “a capacidade dos palestinianos de partilhar informação e conhecimento sobre suas experiências conforme elas ocorreram.”

Em 2022, em resposta às recomendações do estudo , bem como às orientações do Meta Oversight Board , a Meta se comprometeu a fazer uma série de mudanças em suas políticas e aplicação de moderação de conteúdo. No entanto, quase dois anos depois, a Meta não conseguiu cumprir as suas promessas e responsabilidades em matéria de direitos humanos, concluiu a Human Rights Watch. As promessas quebradas da Meta repetiram e amplificaram padrões passados ​​de abuso.

A Human Rights Watch partilhou as suas conclusões com a Meta e procurou saber a reação da Meta. Em resposta, Meta citou a sua responsabilidade em matéria de direitos humanos e os princípios fundamentais dos direitos humanos como orientadores das suas “medidas imediatas de resposta a crises” desde 7 de Outubro.

Para cumprir as suas responsabilidades de devida diligência em matéria de direitos humanos , a Meta deve alinhar as suas políticas e práticas de moderação de conteúdo com os padrões internacionais de direitos humanos, garantindo que as decisões de remoção de conteúdo sejam transparentes, consistentes e não excessivamente amplas ou tendenciosas.

A Meta deveria permitir a liberdade de expressão nas suas plataformas, inclusive sobre violações dos direitos humanos e movimentos políticos, disse a Human Rights Watch. Deveria começar por rever a sua política de “organizações e indivíduos perigosos” para torná-la consistente com os padrões internacionais de direitos humanos. A Meta deve auditar a sua política sobre conteúdos relevantes para garantir que não elimina conteúdos de “interesse público” e deve garantir a sua implementação equitativa e não discriminatória. Deve também realizar a devida diligência sobre as implicações para os direitos humanos das alterações temporárias nos seus algoritmos de recomendação que introduziu após a eclosão da guerra de Israel contra o grupo islâmico Hamas.

“Em vez de desculpas e promessas vazias, Meta deveria demonstrar que leva a sério a abordagem da censura relacionada à Palestina de uma vez por todas, tomando medidas concretas em direção à transparência e à reparação”, disse Brown.

Fonte: Human Rights Watch

                           



 

 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

‘Não somos números’: palestinos em Gaza compartilham histórias comoventes de perda e tristeza


“Sou forte, mas não sou mais a mesma... Esses dias são os mais difíceis da minha vida. Fui destruída mental e emocionalmente”, escreveu Somoud Faiq Abu Al-Qumsan na sua página do Instagram antes de ser tragicamente morta num ataque israelita à sua casa em Gaza, em 22 de outubro.



Por Maryam Qarehgozlou

“Sou forte, mas não sou mais a mesma... Esses dias são os mais difíceis da minha vida. Fui destruída mental e emocionalmente”, escreveu Somoud Faiq Abu Al-Qumsan na sua página do Instagram antes de ser tragicamente morta num ataque israelita à sua casa em Gaza, em 22 de outubro.

“Todos os planos que fiz desapareceram e tudo o que uma vez imaginei lindamente em minha mente se transformou em cinzas”, ela se apressou em acrescentar quais foram as palavras finais do jovem de 19 anos.

Tal como outros habitantes de Gaza, ela sentiu-se vulnerável e antecipou a morte “a qualquer momento” e não encontrou forma de salvar a si própria ou aos seus entes queridos no meio da agressão desenfreada do regime de ocupação ao território.

Qumsan, que estudava design gráfico na Al-Quds Open University, era um leitor ávido. Seu coração pertencia ao mundo dos livros, Untold Palestine, uma conta do Instagram que conta a história de palestinos mortos pelo regime israelense, citou sua amiga Cyla Muhana.

“O pai e o irmão dela foram mártires. Ela perdeu o pai quando era jovem e não o via, mas sempre falava dele, lembrava-se dele e lamentava-o”, disse Muhana sobre o seu amigo assassinado.

De acordo com Muhana, Qumsan completou 19 anos recentemente, depois de Israel ter lançado a sua mais recente guerra genocida em Gaza, mas hesitou em desejar feliz aniversário à sua amiga no meio do derramamento de sangue no território sitiado.

“Samoud completou 19 anos durante esta guerra. Tive vergonha de cumprimentá-la no seu aniversário e dizer ‘Feliz Aniversário!’ Enquanto ainda estamos na guerra, possivelmente enfrentando a morte a qualquer momento”, escreveu Muhana.

“Ela me enviou uma gravação de voz dias antes de seu martírio, dizendo: ‘Enviei-lhe minhas fotos para que, se eu me tornar um mártir, você possa vê-las e orar por mim’”.

Qumsan é um dos mais de 18 mil palestinos cujas vidas foram tragicamente interrompidas pelo regime assassino de Tel Aviv com um ataque aéreo e terrestre que começou em 7 de outubro.

Israel tem bombardeado implacavelmente e indiscriminadamente os 2,3 milhões de habitantes de Gaza, por via aérea e terrestre, atacando tudo, desde hospitais, escolas e universidades até campos de refugiados.

Uma investigação do Washington Post revelou no sábado que Israel fez chover mais de 22.000 bombas produzidas pelos EUA em Gaza em apenas seis semanas desde o início da guerra, o que significa aproximadamente que uma bomba fornecida pelos EUA é lançada sobre Gaza por cada 100 pessoas que vivem lá.


Compartilhando histórias não contadas e não ouvidas


No meio do genocídio, a desumanização dos palestinianos tem sido a característica definidora da cobertura mediática ocidental da guerra que gerou a pior crise humanitária no território.

Para contrariar esta desumanização, as iniciativas populares procuram trazer à tona histórias humanas sobre a guerra e o preço que esta está a causar aos palestinos comuns na Faixa de Gaza.

‘Untold Palestine’ é um desses projetos que fornece uma plataforma “única e independente” que conta histórias digitais sobre vidas palestinas não contadas pela grande mídia, de acordo com sua biografia em sites de mídia social.

“Com o falecimento de cada mártir, aumenta a nossa responsabilidade de documentar as suas histórias e vidas, garantindo que não sejam reduzidas a meros números. A magnitude dos crimes afeta todas as famílias, desde idosos a crianças, mulheres e homens”, escreveu ‘Untold Palestine’ numa publicação no X, antigo Twitter.

‘We Are Not Numbers’, fundado em 2015, é outro projeto amplamente popular que procura dar aos palestinianos uma plataforma para contarem as suas histórias não contadas e não ouvidas diretamente ao mundo. 

Ahmed Alnaouq, devastado pela perda do seu irmão mais velho, Ayman, de 23 anos, num ataque aéreo israelita em Gaza em 2014, foi encorajado por uma amiga americana, Pam Bailey, a escrever a sua história para canalizar a sua dor para algo que valesse a pena.

Juntos, fundaram “We Are Not Numbers”, um projeto palestiniano liderado por jovens na Faixa de Gaza.

No início, serviu como uma plataforma para comemorar os mortos, mas mais tarde tornou-se um espaço para os palestinianos partilharem as suas histórias, as suas lutas e triunfos pessoais diários, vivendo sob um sistema político que os privou dos seus direitos básicos e de uma economia bloqueada pela ocupação ilegal.

“Quando o mundo fala sobre palestinos vivendo sob ocupação e em campos de refugiados, geralmente é em termos de política e números – especificamente, quantos mortos, feridos, desabrigados e/ou dependentes de ajuda”, escreve 'We Are Not Numbers' em seu site. 

“O que os números não transmitem são as lutas e triunfos pessoais diários, as lágrimas e os risos, e as aspirações que são tão universais que, se não fosse pelo contexto, repercutiriam imediatamente em praticamente todos”, acrescenta.


Como as histórias mudam vidas


Desde que foi lançado, mais de 350 pessoas contribuíram e compartilharam mais de 1.100 histórias. Mais de 150 mentores em todo o mundo dão conselhos aos colaboradores sobre seus escritos.

“Este projeto mudou a minha vida porque, pela primeira vez, pensei que algumas pessoas se podem preocupar conosco”, disse Alnaouq, citado pelo New York Times.

O pai de Alnaouq, Nasri, o irmão mais novo, Mahmoud, e a irmã Walaa também foram mortos em 20 de outubro, quando uma bomba destruiu a casa do seu pai, matando 21 membros da sua família, incluindo uma sobrinha que morreu mais tarde devido aos ferimentos.

Sua irmã, Walaa, era engenheira. Segundo Alnaouq, ela finalmente conseguiu um emprego depois de anos de tentativas. Seu irmão Mahmoud estava se preparando para partir para a Austrália para estudar ciências políticas.

“Depois de perder minha família, não deixei de acreditar naquilo em que acredito, não quero que outras pessoas sintam o que estou sentindo”, disse ele, ao relatar o trágico incidente.

Desde que a guerra israelita em Gaza começou, em 7 de Outubro, também começou uma tendência mais ampla de os palestinianos falarem diretamente ao mundo e contarem as suas próprias histórias, no meio do apagão dos meios de comunicação ocidentais.

O bom domínio do inglês por alguns criadores de conteúdo, o uso de ferramentas de tradução, bem como a ascensão das redes sociais tornaram mais fácil ouvir a perspectiva palestina sobre a ocupação de Israel.

Apesar da censura das vozes pró-Palestina, um número crescente de contas de Instagram, páginas de Facebook, contas no X, etc., com contagens pequenas ou grandes de seguidores, geridas por jovens de Gaza e da Cisjordânia ocupada ou da diáspora, estão agora a documentar as histórias e sonhos daqueles que foram mortos pelo regime do apartheid ou que lutaram para sobreviver em meio aos implacáveis ​​bombardeios.

“Os números são entorpecentes, são impessoais. Todos os dias ouço como o número de mortos está a aumentar em Gaza e sinto-me sobrecarregada, mas os números não falam sobre o sofrimento das pessoas em Gaza”, disse Sara Mohammadi, jornalista radicada em Teerão que cobre a Ásia Ocidental desde 2015, ao Site da imprensa TV.

“Estes números não desencadeiam empatia ou ação, no entanto, quando leio as histórias pessoais sobre os palestinianos que morreram nesta guerra catastrófica, sinto realmente a dor que estão a passar e sinto que devo fazer alguma coisa”, acrescentou ela.


O site da Press TV também pode ser acessado nos seguintes endereços alternativos:

www.presstv.co.uk

Fonte: Press TV


 

 

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Facebook anuncia ‘parceria’ com veículos de notícias. Mídia independente excluída


Sob pretexto de estimular o que considera “jornalismo profissional”, plataforma reúne veículos “parceiros” com os quais divide abordagens políticas, sociais e econômicas


 O Facebook vem "rebaixando" o alcance de veículos noticiosos a partir de alterações em seu algoritmo. Por outro lado, privilegiou publicações de usuários em grupos e compartilhamentos

São Paulo – O Facebook anunciou hoje (16) um programa de parceria e investimentos em veículos da imprensa comercial brasileira. O projeto tem como objetivo oferecer mais links de notícias dentro da plataforma, além dos que já são compartilhados pelos próprios veículos e usuários. Além disso, estão previstos investimentos de 2,6 milhões de dólares no programa chamado “News Innovation Test“, em projetos desenvolvidos em parcerias com associações de notícias, que terá duração de três anos. Mais informações devem ser divulgadas nos próximos dias.

Sob pretexto de estimular o que classifica como “jornalismo profissional”, o Facebook promete “apoiar” as organizações de notícias e fortalecer a cobertura jornalística no Brasil. Entre os “parceiros” anunciados pela rede social, estão Jovem Pan, Estadão, O Antagonista, Revista Crusoé, Rede Record, SBT, Rede TV!, Revista Veja, entre outros. A lista dos parceiros exclui veículos independentes, especialmente os que ampliam vozes dos trabalhadores e movimentos sociais.


Uma voz

A maior rede social do mundo anuncia o projeto que privilegia veículos em grande maioria da chamada grande mídia, a cerca de um ano das eleições de 2022. Se, por um lado, a iniciativa pode impactar na qualidade e diversidade da informação distribuída aos seus usuários, por outro a plataforma argumenta que a iniciativa visa contribuir para reduzir a quantidade de fake news em circulação. “Estamos trabalhando de perto com organizações de notícias para construirmos, juntos, novas oportunidades de conectar pessoas e notícias no Facebook, e sermos aliados nesse momento de grande transformação digital”, afirma a diretora de Parcerias de Notícias do Facebook para a América Latina, Claudia Gurfinkel.


Interferência

Não será a primeira vez que o Facebook deve influenciar no cenário político de um país. Nos últimos anos, a rede social vem “rebaixando” o alcance de veículos noticiosos a partir de alterações em seu algoritmo. Por outro lado, privilegiou publicações de usuários em grupos e compartilhamentos. “A mudança mirou no fortalecimento das relações entre usuários para, segundo a própria rede, aumentar o bem-estar e a experiência do usuário. O Facebook pretendia encorajar pessoas a interagirem com amigos e familiares e que passassem menos tempo consumindo informação profissional de forma passiva, já que pesquisas sugeriram trazer malefícios para a saúde mental”, afirma reportagem publicada também hoje no The Wall Street Journal.

“A companhia foi advertida de que a mudança teve efeito oposto, conforme documentos mostram. Ela transformou a plataforma do Facebook em um lugar de ódio”, completa a reportagem. Entre os efeitos colaterais está a disseminação massiva de fake news, desvalorização da informação apurada, surgimento de uma estrutura de influenciadores políticos bancados por máquinas (gabinetes) de ódio e divisão extrema de grupos em “bolhas ideológicas”.

Leia também:


Fonte: RBA

Rádio BandNews FM

Tecnologia: Reportagem mostra manipulação pelo Facebook - 21 de out. de 2020

Assista ao VÍDEO



domingo, 2 de maio de 2021

Mais presos denunciaram tortura na prisão do DF onde Rodrigo Pilha teria sido atacado


Entidades pedem apuração de denúncias de tortura contra ativista, que teria sido espancado no CDP II de Brasília; torturas são “práticas corriqueiras”, diz irmã de detento

O ativista Rodrigo Pilha ficou conhecido após estender faixa com dizeres “Bolsonaro Genocida” em Brasília

Famílias denunciam que a tortura é uma “prática corriqueira” no CDP (Centro de Detenção Provisória) II de Brasília (DF). A vítima mais conhecida das supostas agressões na unidade prisional é o militante do PT Rodrigo Grassi Cademartori, o Rodrigo Pilha, 43 anos: segundo a família do ativista, Rodrigo e outros presos teriam sido atacado por policiais penais com chutes e pontapés e obrigado a dormir no chão. Mas não é o único caso.

“Pilha merece toda a atenção, e por esse viés político ele ganhará mídia e essa situação será averiguada, mas será muito injusto se o caso dele for tratado como isolado, sendo que essas práticas são corriqueiras”, afirma a irmã de Jonathan (nome trocado a pedido da família), preso de 32 anos que é soropositivo e que, segundo ela, teria sido agredido na unidade e ficado sem remédios no mesmo presídio, em janeiro. Após uma representação da defesa do jovem ao Ministério Público do DF, Jonathan recebeu os antirretrovirais, mas acabou infectado com Covid-19, quando já estava no presídio da Papuda.

De acordo com a irmã do rapaz, os abusos no CDP são comuns. “Meu irmão não sofre isso sozinho. A gente soube pelos relatos dele que acontece com todos”, desabafa. Jonathan foi condenado a cinco anos em regime semiaberto, por falsificação de anabolizantes, mas está no fechado por um imbróglio judicial envolvendo competência de varas. Ele se recuperou do coronavírus e aguarda uma decisão a respeito da definição de competência de vara para executar sua pena.

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Já Rodrigo Pilha ficou conhecido ao ser detido, junto com mais quatro ativistas, pela Polícia Militar, com base na Lei de Segurança Nacional, ao estender uma faixa com a inscrição “Bolsonaro Genocida” e uma charge do cartunista Aroeira, em 18 de março deste ano. Os PMs levaram os ativistas até a Superintendência da Polícia Federal, que se recusou a enquadrá-los na LSN e liberou a todos, com exceção de Pilha, que permaneceu detido por causa de outras duas condenações anteriores, por desacato e embriaguez ao volante.

À Ponte, o irmão do ativista, o servidor público Erico Grassi, 41, disse que soube por ele que as agressões no CDP II acontecem “com todos os presos que entram” no local. “Lá ele era ‘o petista’, chamavam ele de ‘petista’. Ficou dormindo no chão, recebeu socos, chute, pontapé, e ele disse que eram dois agentes que agrediam e um que ficava omisso”, relata. “Ele disse que um dos agentes usava máscara do Bolsonaro para bater nele. Esse caráter ideológico eu fui saber depois”, afirma.

A repercussão de denúncias de tortura contra o ativista levou a OAB-DF (Ordem dos Advogados Seccional do Distrito Federal) a solicitar investigação e o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a determinar a apuração do caso, nesta sexta-feira (30/4). Em ofício, o juiz auxiliar da Presidência do CNJ Luís Geraldo Sant’Ana Lanfredi deu 48 horas para que Rodrigo seja ouvido e submetido exame de corpo de delito, além de determinar que a Seape (secretaria de Administração Penitenciária) forneça informações em até 15 dias sobre os agentes que atuaram na carceragem e atendimentos que recebeu nas unidades em que esteve detido. No mesmo dia, a OAB-DF também enviou ofício à Seape, à VEP (Vara de Execuções Penais) e ao MP (Ministério Público) solicitando informações sobre as denúncias de agressões contra Jonathan.


“Crimes sem grave ameaça”

Rodrigo Pilha ficou preso por causa de um mandado de prisão que havia sido expedido em 2020, em decorrência de duas condenações que transitaram em julgado, ou seja, em que não é possível mais recorrer. Em uma delas, Rodrigo foi condenado por um desacato, que teria ocorrido em 2014, a sete meses em regime semiaberto, convertido em medidas restritivas de direitos (comparecimento no fórum e prestação de serviços à comunidade). A outra condenação, por embriaguez ao volante, em 2018, levou a um ano e sete meses em regime semiaberto. No ano passado, as duas penas foram unificadas em dois anos e dois meses de prisão em regime semiaberto.

“O episódio da faixa não fez ele ser preso. O que aconteceu é que na delegacia viram que ele tinha mandado de prisão aberto por causa dessas condenações e o mantiveram preso”, confirmou à Ponte o advogado Thiago Turbay, responsável pela defesa de Rodrigo.

A prisão em regime fechado se manteve nesse período por causa da reincidência do crime de desacato. A defesa do ativista fez um pedido de liberdade e o Ministério Público Estadual se manifestou de forma favorável em 19 de março. Em 31 de março, o juíz Valter André de Lima Bueno Araújo, da Vara de Execuções Penais do DF, autorizou pedido de trabalho externo feito pela defesa do ativista (leia aqui), que permite que o preso trabalhe durante o dia e durma na unidade prisional, mas negou a solicitação de prisão domiciliar. Depois do CDP II, Pilha foi transferido ao CPP (Centro de Progressão Provisória).

A família e a defesa reclamam de morosidade no processo, já que essa decisão passou a constar no sistema apenas em 6 de abril. “A gente teve duas videoconferências rápidas, só consegui ter acesso mesmo ao meu irmão quando ele passou a trabalhar fora da unidade”, declara Erico. “E o problema é que ele não passou nem no IML [Instituto Médico Legal], já passaram mais de 25 dias, se ele tinha mancha, hematoma, agora não dá para ver mais, mas esse relatório médico tem que ser explicado. Como a pessoa denuncia lesões e não é feito nada?”, critica.

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De acordo com o advogado Thiago Turbay, o receio é de que “a investigação vire um processo de intimidação e não para apurar os fatos”. “A VEP atendeu a determinação do CNJ, mas não detalhou nenhum tipo de medida para manter a segurança do Rodrigo durante esse processo”, declarou. A defesa ingressou um pedido de habeas corpus ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que ainda não foi apreciado. O Tribunal de Justiça do DF negou no último dia 26 de abril um pedido de prisão domiciliar feito pela defesa, alegando que Pilha é jovem e não apresenta comorbidade “que o coloque no grupo de risco”. Turbay, porém, questiona. “São crimes com penas pequenas, de dois anos, que não foram cometidos com grave ameaça, não levaram a nenhum distúrbio da ordem pública que justifique uma medida mais gravosa e, ainda, em uma pandemia”, pondera.


Origem das denúncias

Em 11 de abril, o jornalista Guga Noblat postou em sua conta no Twitter um relatório médico, com data de 23 de março, que indicava que Rodrigo se queixava de lesões e teria sido agredido, sendo que “um dos agressores teria perguntado se ele era petista”.


 

 Na quinta-feira (29/4), a Revista Fórum publicou sobre as violações que o ativista teria sofrido quando chegou ao CDP II (Centro de Detenção Provisória) de Brasília, unidade que é conhecida por abrigar presos que chegam ao sistema prisional e passam por um período de quarentena, por causa da Covid-19, antes de serem realocados em outras unidades. A reportagem afirma que nos 14 dias em que passou no CDP foi submetido à tortura por ser “petista” e por causa da faixa, tendo sido alvo de agressões constantes, como socos, chutes e pontapés, ficado apenas com uma bermuda, sem alimentação e que o sufocaram num balde de água e jogaram sabão em pó em sua cabeça. A reportagem embasou a solicitação da OAB-DF e a decisão do CNJ.

O ex-presidente Lula, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), de quem Rodrigo Pilha foi assessor, e o escritor Gregorio Duvivier também se manifestaram publicamente por “rigor nas investigações”.


 

Outro lado

A Ponte procurou as assessorias da Seape e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e aguarda um posicionamento.


Cortes 247

ÁUDIO DO IRMÃO DE RODRIGO PILHA, PRESO POR EXIBIR FAIXA 'BOLSONARO GENOCIDA' | Cortes 247

Ouça o ÁUDIO


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Decisão do Facebook de blindar políticos impactou alcance de desinformação


Zuckerberg em Georgetown: em 2019, presidente defendeu ações do Facebook em não checar publicações de políticos (Carlos Jasso/Reuters)

Segundo portal The Information, rede social tem uma "lista de políticos" cujas publicações não devem ser checadas. Mark Zuckerberg já defendeu a decisão.

Um discurso de Mark Zuckerberg na Universidade Georgetown, em outubro do ano passado, entrou para a história do Facebook. Lá, um lugar famoso por receber falas a respeito da liberdade de expressão, o presidente da companhia fez, então, uma defesa das atitudes que a rede social vinha tomando para limitar discurso de ódio e disseminação de notícias falsas, mas defendeu que a empresa não tomasse atitude em relação a checar publicações feitas por políticos, porque achava que a sociedade deveria ver o que essas pessoas estavam dizendo.

“Embora eu me preocupe com a erosão da verdade, eu não acredito que a maioria das pessoas quer viver em um mundo onde você só possa publicar coisas que as empresas de tecnologia julguem ser 100% verdade”, disse Zuckerberg, na ocasião.

Agora, informações, obtidas pelo portal The Information, especializado em tecnologia e negócios, apontam que a empresa mantém desde 2018 uma “lista de políticos”, com cerca de 112.000 contas pertencentes a oficiais de governo e candidatos, cujas publicações não deveriam ser checadas pela empresa. Posts checados têm alcance reduzido, por exemplo.

Em 2019, no entanto, ainda de acordo com o The Information, um trio de pesquisadores internos da empresa, encarregados de supervisionar o papel do Facebook no discurso cívico, pediram a dissolução da lista, apoiados por um grupo de funcionários que acreditavam que “blindar” os políticos era “proteger conteúdo apto a ser enganoso”. Os líderes da empresa optaram por não seguir em frente com a demanda.

O resultado da decisão pode ter tido impacto nas eleições presidenciáveis deste ano nos Estados Unidos. De acordo com o jornal The New York Timesdesde que o presidente Donald Trump se negou a conceder a eleição, foram 3,5 milhões de interações, apenas na semana da votação, em publicações se referindo a “Stop the Steal”, mote que a campanha de Trump usou para questionar o resultado das urnas. Na última semana, os 20 principais posts no Facebook contendo a palavra “eleição” vieram do próprio Trump, segundo o CrowdTangle, uma ferramenta de análise de redes sociais do próprio Facebook.

Em julho deste ano, uma auditoria externa contratada pela rede social já havia mostrado que o Facebook falhou em tomar decisões efetivas para garantir direitos civis na plataforma. Os auditores se mostraram particularmente alarmados com a gestão das publicações de Donald Trump — sobre falsidade eleitoral e sobre incitação à violência na repressão de protestos — nas quais o Facebook não atuou.

Apesar disso, a empresa apresentou recentemente um relatório trimestral sobre “Aplicações de Padrões da Comunidade”, em que apontou que inteligência artificial já remove proativamente 94% do conteúdo com discurso de ódio. Os executivos da rede social também compartilharam dados relativos à eleição americana. Segundo Guy Rosen, vice-presidente de integridade da plataforma, foram removidas 265.000 publicações por violação de regras de interferência eleitoral, mais de 3 milhões de peças de publicidade foram impedidas de ser veiculadas e 100 redes de comportamento inautêntico foram reveladas e retiradas da rede.


exame




quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Facebook ameaça sair da Europa se Irlanda aprovar lei que proíbe compartilhamento de dados com os EUA

Processo na Suprema Corte irlandesa indica que não há garantias da plataforma para proteger os dados dos cidadãos da espionagem das agências de inteligência, e a empresa teme que possa inspirar iniciativas semelhantes no continente

O tema está sendo acompanhado de perto por toda a Europa, já que há casos semelhantes em outros países e grupos interessados em reproduzir essa iniciativa em todo o continente, se o caso irlandês tiver sucesso.

Evidentemente, o Facebook não está nem um pouco contente com essa possibilidade, e jogou sua nova cartada contra a proibição nesta terça-feira (22): Nick Clegg, chefe de comunicações e assuntos globais da empresa, publicou uma mensagem dizendo que “o Facebook, e muitas outras empresas, organizações e serviços, dependem de transferências de dados entre a União Europeia os Estados Unidos para operar os seus serviços. A falta de transferências de dados internacionais seguras, protegidas e legais prejudicaria a economia e prejudicaria o crescimento dos negócios baseados em dados europeus”.

“(No caso de suspensão) não está claro como seria possível continuar a fornecer o Facebook e o Instagram na União Europeia”, completou.

Em seguida, Clegg disse que o Facebook “apoia regras globais para garantir o tratamento consistente dos dados em todo o mundo”.

O processo na corte irlandesa conta com um informe da Comissão Governamental de Proteção de Dados indicando que não há garantias suficientes por parte das plataformas para proteger os dados dos cidadãos da espionagem por parte agências de inteligência dos Estados Unidos.

Fonte: Revista Fórum

Fala Brasil 21 de mar. de 2018

A rede social foi acusada de vender dados para uma empresa responsável pela campanha de Donald Trump.


segunda-feira, 15 de junho de 2020

Para Bolsonaro, Charge É Crime, Convocar Invasão De Vândalos A Hospitais, Não



Bolsonaro quer, através de seu ministro da Justiça, que se apure a charge de Aroeira que o associa ao nazismo.


Por: Antropofagista

A censura não para aí, ele quer que o blog do jornalista Ricardo Noblat, que reproduziu a charge, também seja investigado pela alusão à suástica que, segundo o ministro da Justiça, atenta contra a segurança nacional, a ordem política e social e por aí vai, justifica André Mendonça.

Gostaria de saber do mesmo ministro da Justiça o que ele acha de um cidadão qualquer fazer uma live não só convocando dementes a invadirem hospitais, arrumando um jeito de burlar a segurança, pois é isso que está na live do presidente da República do governo do qual Mendonça é ministro.

Certamente, Mendonça, esquecido que o Brasil vive uma democracia, acha que ainda pode censurar uma charge e um jornalista, já usar um órgão de comunicação oficial para defender um presidente que convoca fascistas a invadirem hospitais, não.

Mais do que isso, Bolsonaro pede para que filmem e fotografem o interior dos hospitais, expondo não só os pacientes, como os profissionais da saúde que já enfrentam uma dura jornada, com altíssimo risco para salvar vidas da Covid-19. Vidas essas que estão em risco ou já foram perdidas pelo incentivo do mesmo presidente da República para que as pessoas abandonem o isolamento social.

Mas para o glorioso ministro da Justiça, que parece seguir os mesmos passos do seu antecessor, pau mandado da milícia, Sergio Moro, acha que o problema está com os artistas que desenvolvem as charges. Então, É bom ele começar a arregaçar as mangas para começar a processar jornais internacionais que se esbaldaram em suas charges com a mesma temática, tendo Bolsonaro como figura central.

Segue o fio:



No Twitter:






 Jornalistas Livres


Bolsonaro fala sobre Hitler e nazismo


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sábado, 22 de junho de 2019

ANTES DE SEREM ALVOS DE VAZAMENTOS, DELTAN E LAVA JATO CELEBRAVAM DIREITO DE JORNALISTAS PUBLICAREM INFORMAÇÕES VAZADAS ILEGALMENTE




DESDE QUE O INTERCEPT começou a publicar a série de reportagens demonstrando conduta irregular da força-tarefa da Lava Jato e do então juiz – agora ministro – Sergio Moro, os defensores da operação vêm adotando uma postura de criminalização do jornalismo, tendo o próprio ministro se referido ao Intercept como “site aliado a hackers criminosos”.

Essa tentativa de nos colar a criminosos foi denunciada por diversos grupos de defesa da liberdade de imprensa – como o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, Repórteres sem Fronteiras e a Abraji –, que emitiram comunicados condenando a estratégia de Moro e das autoridades brasileiras de usar intimidação e ameaças para impedir a realização de nosso trabalho jornalístico.

Hoje, nós decidimos publicar na nossa newsletter alguns trechos inéditos do arquivo da #VazaJato para mostrar como, antes de serem alvos de vazamentos, os procuradores da força-tarefa enfatizavam – em chats privados com seus colegas – que jornalistas têm o direito de publicar materiais obtidos por vias ilegais, e que a publicação desses materiais fortalece a democracia.

Deltan Dallagnol, nominalmente o coordenador da força-tarefa, era com frequência o maior entusiasta dessas garantias. O apreço de Deltan pela liberdade de imprensa se deve, possivelmente, ao fato de que a Lava Jato se valeu, por anos, de vazamentos de trechos de delações premiadas e outros materiais confidenciais contidos nos autos das investigações como ferramenta de pressão contra políticos e empresários alvos da força-tarefa.

As Mensagens secretas da Lava Jato





Vejam essa conversa revelada agora pelo TIB: em novembro de 2015, num chat chamado PF-MPF Lava Jato 2, enquanto discutiam medidas para coibir vazamentos de informações da força-tarefa (“alguns vazamentos tem sido muito prejudiciais”), Deltan alertou seus colegas que utilizar o poder processual para investigar jornalistas que tenham publicado material vazado não seria apenas difícil mas “praticamente impossível”, porque “jornalista que vaza não comete crime”.

Deltan estava certo. A decisão judicial da 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região diz claramente: “o jornalista que divulga trechos de investigação policial que corre em sigilo não comete nenhum crime.” A decisão diz ainda que “Não se trata, por certo, de pretender punir a pena e a boca que, no exercício de nobre profissão, revelam, mas a mão de quem, detentor de dever de preservação do sigilo de informações, a usa para reduzir a nada a autoridade da decisão judicial e as garantias constitucionais.” Ou seja: cometem crime os funcionários públicos que vazam informações que deveriam eles mesmos proteger – policiais, procuradores, juízes… – e não os jornalistas que as publicam.

Há cerca de um ano, em maio de 2018, Deltan e seu time redigiram e publicaram um manifesto em defesa das virtudes da liberdade de expressão – elaborado para proteger um dos procuradores. Ele estava sendo ameaçado de punição por ter publicado um artigo com duras críticas à Justiça Eleitoral. Os procuradores criaram um grupo de chat no Telegram – até agora inédito – chamado Liberdade de expressão CF. Durante a redação do manifesto, Deltan ressaltou um ponto crucial para eles à época, e que é central ao trabalho jornalístico que nós estamos realizando sobre as condutas da força-tarefa e de Moro:


O argumento de Deltan é precisamente correto – ainda que para o procurador ele deixe de valer quando a autoridade pública em questão é ele próprio. Curiosamente, o ministro do STF Luiz Fux discorda do Deltan dehoje.

Fux já se pronunciou sobre isso no próprio Supremo: “Esta Corte entendeu que o cidadão que decide ingressar no serviço público adere ao regime jurídico próprio da Administração Púbica, que prevê a publicidade de todas as informações de interesse da coletividade, dentre elas o valor pago a título de remuneração aos seus servidores. Desse modo, não há falar em violação ao direito líquido e certo do servidor de ter asseguradas a intimidade e a privacidade.” In Fux We Trust.

Cidadãos privados têm direito à privacidade absoluta. Mas aquelas pessoas que detém o poder – como juizes, procuradores e ministros – “estão sujeitas a críticas e tem uma esfera de privacidade menor.” Esse é um princípio no qual acreditamos enfaticamente e que vem norteando nossa reportagem desde que começamos a trabalhar nesse arquivo.

Deltan ofereceu argumento similar em 2016, quando defendeu a decisão de Moro de tornar públicas gravações telefônicas do ex-presidente Lula. Em defesa do então juiz, Deltan argumentou corretamente que o direito à privacidade das autoridades não se sobrepõe ao interesse do público de saber o que aqueles que detém o poder fazem e dizem em situações privadas – isso que ele estava defendendo um juiz que divulgou um grampo ilegal, algo muito mais sério do que a atitude de whistleblowers.

Outros membros da força-tarefa, antes da publicação das reportagens pelo Intercept, compartilhavam do entusiasmo de Deltan pelo vazamento de documentos governamentais secretos que expõem o comportamento das autoridades. Os procuradores expressaram também sua admiração pelos whistleblowers, como Daniel Ellsberg e Edward Snowden, que tornam públicos documentos secretos comprovando irregularidades ou corrupção por parte das autoridades.


Em Janeiro de 2017, os procuradores lamentaram o fato do Brasil ter perdido posições no ranking de percepção da corrupção publicado pela Transparência Internacional, e expressaram admiração pela Dinamarca, que lidera o ranking. Após publicar um link para o ranking num chat no Telegram chamado “BD”, a procuradora Monique Cheker (que não pertence à Lava Jato em Curitiba) explicou que o sucesso dos esforços de combate a corrupção na Dinamarca se devem porque o país – ao contrário do Brasil – valoriza e protege as fontes que expõe corrupção (os whistleblowers).


O artigo elogiado pelos procuradores explica os motivos do sistema político dinamarquês ser tão pouco corrupto. Há nele o seguinte discurso, proferido por um embaixador dinamarquês:

“Na Dinamarca nós temos uma cultura política muito inclusiva, e tanto nossas instituições públicas quanto privadas são altamente transparentes, o que faz com que seja fácil, por exemplo, responsabilizar políticos e empresas por irregularidades cometidas.

A mídia tem um papel fundamental no sistema de integridade na Dinamarca, e é muitas vezes chamada de ‘o quarto poder do estado’, que tem o papel de fiscalizar os outros três, garantindo que eles se comportem da forma correta… Muitas empresas também empregam os chamados “sistemas de whistle-blower“, cada vez mais populares na Dinamarca. Isso significa que, se uma pessoa tem conhecimento de algum tipo de corrupção ou desvios éticos que acredita que devem ser tornados públicos, essa pessoa pode denunciar isso – inclusive de forma anônima.”

Nós concordamos em absoluto com os princípios defendidos, em ambientes privados no Telegram, por Deltan e seus colegas: jornalistas não cometem crimes ao apurar e publicar reportagens baseadas em informações obtidas ilegalmente, mas sim contribuem para o fortalecimento das instituições e da cultura democrática; aqueles que detêm poder público sacrificam sua privacidade em nome da transparência; e a ação dos whistleblowers (o vazamento ilegal de informações demonstrando corrupção por parte de autoridades) é de importância vital para o bom funcionamento das instituições. São esses os princípios que norteiam o trabalho do Intercept e nossas reportagens sobre esse arquivo (leianosso editorial e entenda).

Procurada por nós, a força tarefa disse que “não teve acesso aos materiais citados pelo site e, por isso, tem prejudicada sua possibilidade de avaliar a veracidade e o contexto dos supostos diálogos. Os integrantes da Força Tarefa pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade.”


Não importa o que Deltan, Moro e seus colegas digam sobre isso hoje. Eles estão apenas virando a mesa para defender seus próprios interesses. Isso não anula ou diminui a validade dos princípios fundamentais nos quais acreditamos – os mesmos defendidos por eles no passado e que, hoje, querem destruir.


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