A gente tem apanhado bastante nos últimos meses. Mas isso
não fará a gente retroceder nem um milímetro. Podemos contar com você nessa
luta?
A situação está ficando fora de controle.
Sete
publicações nossas foram censuradas no intervalo de apenas três meses
Recebemos
seis processos novos apenas nas últimas semanas
Uma
repórter nossa foi condenada a cumprir um ano de prisão e pagar R$ 400 mil
em indenizações
Isso é sem precedentes e estamos muito preocupados.
Além disso, temos um bocado de outros processos rolando
soltos — entre eles alguns que poderiam resultar na prisão dos nossos
repórteres — e alguns novos acabaram de chegar.
Está começando a parecer que quando a Igreja Universal
mandou a polícia atrás da gente por causa de uma reportagem, eram apenas as
primeiras rajadas de uma ofensiva muito maior.
Ser jornalista e fazer jornalismo é perigoso demais. Ainda
mais quando a nossa missão é apontar a corrupção exatamente dos pesos
pesados que mandam nos tribunais.
O desafio é grande e os riscos são reais, mas a gente sempre
seguiu firme porque tivemos milhares de membros lutando lado a lado com a nossa
equipe. Só que desde que viramos 100% independentes um ano atrás, o
Intercept Brasil tem perdido milhares de apoiadores.
Isso está nos preocupando mais do que a fúria de Edir Macedo
ou a caneta torta de um desembargador.
Dependemos de pessoas como você porque não vendemos
propaganda, não aceitamos dinheiro de empresas ou de governos e não colocamos
paywall no nosso jornalismo. Assim, conseguimos reportar sem rabo preso e
servir todo mundo, independente da sua capacidade de pagar.
Qualquer valor é uma grande ajuda.
E se você fizer uma contribuição, não lhe incomodaremos
com outro e-mail pedindo dinheiro por um bom tempo — mandaremos apenas nosso
jornalismo.
Povos indígenas apresentam neste mês ao TPI nova denúncia
contra presidente que inclui ecocídio, crime recentemente tipificado. Ofensiva
soma-se à pedido apresentado em 2019 que está sob análise da Procuradoria do
tribunal. Nunca antes uma acusação contra um mandatário brasileiro tinha
chegado a essa fase
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
apresentará em julho uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por
genocídio e ecocídio perante o Tribunal Penal Internacional (TPI). “A
APIB reuniu e analisou todos os atos praticados por Bolsonaro contra os povos
originários desde o início de seu Governo e consideramos que existem elementos
concretos para deflagrar uma investigação por parte do TPI”, afirma ao EL PAÍS
Luiz Eloy Terena, advogado e coordenador jurídico da APIB. Na última
quarta-feira, 23 de junho, uma comissão internacional de 12 juristas
impulsionados pela sociedade civil tipificou o ecocídio como um crime
contra o conjunto da humanidade, mas sobretudo contra o planeta e
pretende incorporá-lo ao TPI.
Terena argumenta que Bolsonaro descumpre a Constituição de
1988, que garante a proteção dessas comunidades e o direito aos seus
territórios. “Ele não só inviabiliza a demarcação de nossas terras como também
a proteção das comunidades com áreas já garantidas por lei, ao incentivar
a presença de grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais.”
O especialista acrescenta que o direito ao território e a política de proteção
ambiental são aspectos fundamentais para formalizar a denúncia por ecocídio, um crime no qual o Brasil se
enquadra, segundo ele: “Não há como falar de proteção aos povos indígenas sem
garantir o território. É isso que inviabiliza a sobrevivência física e cultural
dos nossos povos. E não são apenas os indígenas os sujeitos de direito, mas os
rios, os lagos, a fauna e a flora de nossos territórios e, na nossa cosmovisão,
até os espíritos encantados que habitam esses espaços”, explica.
A denúncia da APIB se somará a outra feita em 2019 pelo
Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos (CADHu) e pela Comissão Arns, formada
por ex-ministros de vários governos e intelectuais brasileiros para atuar em
defesa dos direitos humanos, que relataram à instituição estabelecida em Haia,
nos Países Baixos, indícios de crimes contra a humanidade e incitação ao genocídio de povos indígenaspraticados por
Bolsonaro. Na ocasião, o avanço do desmatamento e os incêndios na Amazônia foram centrais para a elaboração
do caso. Em dezembro de 2020, a Procuradoria do TPI informou que essa denúncia
está formalmente sob avaliação preliminar de jurisdição, sendo a primeira vez
que um caso desse tipo contra um presidente brasileiro avança no órgão e não é
arquivada. “O cenário atual já é histórico e inédito. Na hipótese de a
investigação ser aberta, seria uma revolução, porque não estamos falando de
responsabilidade do Estado, mas da responsabilização de indivíduos, que podem
sofrer condenação pela prática desses crimes”, comenta Eloísa Machado, advogada
do CADHu.
O TPI permite que denúncias já apresentadas sejam
atualizadas ao longo do processo, e é isso que o CADHu e a Comissão Arns
pretendem fazer, anexando fatos referentes à “negligência na gestão da pandemia
de covid-19″, doença que ameaça até os indígenas isolados, e
os recentes ataques de garimpeiros a comunidades dos povos
Yanomami e Munduruku, que, segundo ambas entidades, são apoiados pelo
Governo Federal. “É juridicamente confortável falar em crimes contra a
humanidade e genocídio da comunidade indígena quando temos esse cenário”,
ressalta Eloísa Machado. De acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena
do Ministério da Saúde, 728 indígenas faleceram por covid-19, sem considerar os
casos e óbitos entre os indígenas que vivem em zonas urbanas. Já a APIB
registra 1.126 óbitos entre os povos originários.
Ainda que o processo continue avançando e que Bolsonaro
tenha um julgamento e venha a ser condenado por crimes previstos no Estatuto de
Roma (que institui a Corte Internacional de Justiça), isso dificilmente seria
concluído durante o exercício de seu mandato na Presidência: pelo histórico do
TPI, a responsabilização de chefes ou ex-chefes de Estado nessa jurisdição
costuma demorar cerca de uma década. Prisão por até 30 anos, o confisco de bens
e reparações, como pedidos de desculpa e indenizações estão entre as possíveis
penas na hipótese de condenação.
Em julho do ano passado, uma coalizão de mais de 60
sindicatos e movimentos sociais ―a maioria deles de profissionais de saúde, sob
a liderança da Rede Sindical UniSaúde― levou outra denúncia ao Tribunal de Haia, pedindo a
condenação do presidente brasileiro por genocídio.
Para além do TPI, as denúncias contra Jair Bolsonaro ganham, cada vez mais, a atenção da comunidade internacional. Alice Wairimu Nderitu, assessora do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) para a prevenção de genocídio, citou o Brasil pela primeira vez ao falar do assunto na segunda-feira, em uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da organização, em Genebra. “Na região das Américas, estou particularmente preocupada com a situação dos povos indígenas. No Brasil, Equador e outros países, peço aos governos que protejam as comunidades em risco e garantam a responsabilização pelos crimes cometidos”, disse Nderitu. Essa foi a primeira vez que o país foi citado na ONU atrelando-o a genocídio.
“Nunca vivemos uma situação como esta, de chegar ao triste ponto de precisar denunciar um presidente brasileiro à Justiça internacional. Sabemos que o processo no TPI é longo, mas nosso objetivo justamente era trazer o olhar da comunidade internacional para o que está acontecendo aqui”, comenta Juliana Vieira dos Santos, advogada da Comissão Arns. Ela acredita que o Governo Bolsonaro sistematizou uma “política anti-indigenista” no país.
Jurisdição
Denúncias como as apresentadas contra Bolsonaro podem ser levadas à Justiça internacional quando se considera que as autoridades jurídicas do próprio país não têm capacidade de apurar ou julgar tais irregularidades. Para o TPI, as organizações denunciantes alegaram que “não há sinalização de responsabilização por parte dos tribunais nacionais”. A advogada Juliana Vieira dos Santos, no entanto, é mais enfática: “Acionar a jurisdição internacional porque as autoridades competentes no país não quiseram fazer seu papel. O próprio Supremo [Tribunal Federal] não tem conseguido proteger as populações indígenas, porque se tem toda a máquina do Executivo se movimentando contra elas.”
Santos lembra que qualquer denúncia contra um presidente da República deve ser encaminhada pela Procuradoria Geral da República —atualmente nas mãos de Augusto Aras, alinhado com Bolsonaro. “Há essa armadilha do presidencialismo de coalizão que contamina outras instituições. É por isso que o Congresso não consegue abrir um processo de impeachment, por exemplo”, continua a advogada.
É por isso que ela e outros denunciantes consideram que o TPI tem um desafio à frente caso decida levar adiante o caso de genocídio contra Bolsonaro: terá que voltar seu olhar para um país de renda média, com uma Constituição em vigor e sem um conflito deflagrado, quando está acostumado a investigar situações em países pobres e em guerra ou sob regimes ditatoriais. “O TPI é acusado de ser seletivo e de não investigar países grandes ou poderosos, mas essa é uma oportunidade de mostrar que não é assim”, diz Eloísa Machado. Como precedente, ela cita a decisão em 2020 de investigar a atuação de tropas dos Estados Unidos no Afeganistão. “No caso do Brasil, o ataque sistemático aos povos indígenas tem chamado a atenção”, conclui ela, esperançosa.
Inscreva-se aqui para receber a newsletter diária do EL PAÍS Brasil: reportagens, análises, entrevistas exclusivas e as principais informações do dia no seu e-mail, de segunda a sexta. Inscreva-se também para receber nossa newsletter semanal aos sábados, com os destaques da cobertura na semana.
Os povos indígenas protestaram em frente ao STF contra o
chamado "Marco Temporal" para demarcações, defendido por
ruralistas. O grupo cantou e tocou
canções tradicionais e fez um apelo aos ministros do STF.
"Estamos aqui mais uma vez fazendo esse chamado para o ‘agosto indígena’. Voltaremos para para lutar contra esses retrocessos... que tramitam no âmbito dos três poderes da União”. Sonia Guajajara coordenadora da Apib. Saiba mais:https://t.co/Y10mMiTFF1pic.twitter.com/9C5zixn014
A polícia quer saber quem foi o responsável pelo tiro que matou a modelo e designer de interiores Kathlen Romeu, que estava grávida de 14 semanas, no Rio
Modelo e designer de interiores Kathlen Romeu foi baleada
durante ação policial na zona norte do Rio de Janeiro - Foto: Reprodução/Instagram (5.jun.2021)
A Divisão de Homicídios da capital fluminense apreendeu,
nesta quarta-feira (9), 21 armas de policiais militares que participaram do
confronto com criminosos na comunidade do Lins Vasconcelos, na zona norte do
Rio de Janeiro. A polícia quer saber quem foi o responsável pelo tiro que matou
a modelo e designer de interiores Kathlen Romeu, que estava grávida de 14
semanas.
A jovem foi baleada no tórax. Ela chegou a ser socorrida
para o Hospital Municipal Salgado filho, na zona norte do Rio de Janeiro, mas
não resistiu. A modelo foi enterrada nesta quarta-feira em um cemitério no
Centro da cidade.
ACNNconfirmou que cinco dos 12 policiais
militares presentes no confronto já prestaram depoimento na Divisão de
Homicídios. Entre as armas apreendidas com eles, estão fuzis e pistolas.
Em nota, a Polícia Militar informou que os agentes foram
atacados a tiros por criminosos na localidade conhecida como “Beco da 14”,
dando início a um confronto.
"Caso Kathlen mostra fracasso da política de segurança
pública do Rio", diz diretora do Fogo Cruzado
Em entrevista ao UOL News, a diretora do Instituto Fogo
Cruzado, Cecília Olliveira, defende que não se trata de um caso isolado a morte
de Kathlen Romeu - jovem negra e grávida vítima de tiroteio de ação policial no
Rio de Janeiro. Ela cita dados que apontam 15 grávidas baleadas nos últimos
cinco anos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro - sendo que oito,
incluindo Kathlen, morreram. "A pergunta que fica é: por que a gente
naturalizou isso?", questiona ela, que critica a política de segurança
pública: "Política pública de segurança em vigor no Rio é um fracasso. Não
nos protege. Não protegeu Kathlen e o filho dela. Não serve. Precisamos de
outra solução", destaca
Matam nossos filhos, matam nossas mães! Kathlen Romeu, moradora do complexo do Lins e grávida de 13 semanas, foi fuzilada durante uma operação policial hoje. O Estado retirou mais uma vida negra e favelada que estava gestando outra vida. Investigação urgente!#VidasNegrasImportampic.twitter.com/6R8LN3OPns
— Instituto Marielle Franco (@inst_marielle) June 8, 2021
O Ministério Público colombiano avança nas investigações contra policiais, devido à brutal repressão contra o povo.
Uma crítica recorrente de instituições como o Ministério
Público e a Polícia colombianas foi o número decapturadospor conta dos dias
de protesto e revolta que ocorrem após confrontos com o Esquadrão Móvel de
Choque (Esmad). Aqueles
que questionaramo trabalho do acusador garantiram que a bússola
judicial visasse apenas os envolvidos nas manifestações e não contra aqueles
que exerciam força em nome do Estado.
O Ministério Público colombiano, respondeu com números e o
número de investigações que estão sendo avançadas contra membros da força
pública, deixa mais de 300 processos ativos desde 28 de abril, reassurado pela
revista Semana.
O acusador garantiu que casos de abuso de autoridade e uso
excessivo da força, incluindo o uso de armas proibidas ou a modificação
daqueles que eles têm como doação, são investigados. Por exemplo, no caso dos
dispositivos Venón, que o gás joga da parte de um tanque, mas que em alguns
vídeos postados nas redes sociais, uniformizados do Esmad desceram para usá-los
no chão.
Os relatos do Ministério Público neo-grenadine também
incluem casos de homicídio em que eles têm três policiais com uma medida de
seguro. Casos que foram amplamente documentados pelo acusador e até promoveram
um conflito de competência entre justiça comum e criminalidade militar. O
promotor Francisco Barbosa alertou que eles farão o possível para manter esses
processos sob a competência do acusador, alegando que as condições são
atendidas e os casos de assassinato não têm relação com o papel da polícia.
Por sua vez, a Justiça Criminal Militar e Policial definiu
seu ponto ou critério legal a esse respeito. Por meio da Diretoria Executiva,
eles alertaram que a ideia não é entrar em controvérsia, é dar lugar ao
Tribunal Constitucional para direcionar a discussão sobre a concorrência, além
de qual jurisdição pretende assumir investigações envolvendo membros da Força
Pública no âmbito dos protestos na Colômbia.
Em outros números, o Ministério Público garantiu que até o
momento e desde 28 de abril, mais de 792 investigações foram abertas para atos
criminosos e que os dias de protesto foram abertos como ocorrência ou
relacionamento. Desse número de processos, o Ministério Público alertou que já
foram realizadas 203 denúncias e 59 medidas de seguro.
Em relação às decisões dos juízes, o Ministério Público
assegurou que, em várias ocasiões e após o trabalho dos investigadores para
demonstrar que os capturados representam claramente um perigo para a sociedade,
pois são presos quando estão na comissão de ato penal, os juízes acabam
deixando-os ir.
O Ministério Público apresentou outros resultados que foram
coletados por meio do Posto de Comando Judiciário Unificado que compõem mais de
30 promotores responsáveis pelo recebimento das informações e coleta dos dados
que todas as seccionais do órgão acusador se referem. Além dos procedimentos de
ocupação para fins de rescisão de domínio e a identificação completa de quem
estaria por trás de atos de terrorismo contra cargos públicos.
🔴 Seguimos en directo
desde Bogotá, donde este viernes 28 de mayo los manifestantes vuelven a tomar
las calles de la capital colombiana para expresar su rechazo al Gobierno de
Iván Duque.
— Tropa Digital Pablo Úbeda🇳🇮 (@TPU19J) May 29, 2021
Colombian protesters are burning US and Israeli flags. This isn't just a strike against austerity measures. It's a full on uprising against imperialism 🔥
Momentos antes do fatídico incidente, o falecido teve uma
briga na estrada com outro policial, que teria atirado nele por bloquear seu
caminho e apontar uma arma para ele.
A Polícia da cidade de Austin (Texas, EUA) publicou nesta
quarta-feira um vídeo que mostra um agente matando um homem a tiros na frente
de sua namorada e filho. O fatídico incidente aconteceu em 5 de janeiro,
mas os detalhes só vieram à tona agora.
Tudo começou quando Alex González, 27, se envolveu em um
" incidente de violência na estrada " com o policial
Gabriel Gutiérrez, que atirou nele, ferindo-o, porque ele cortou seu veículo e
supostamente apontou uma arma para ele. Naquela época, havia dois passageiros
no carro de González: seu companheiro e o filho de dois meses.
AVISO: AS SEGUINTES IMAGENS PODEM FERIR SUA
SENSIBILIDADE ( VÍDEO )
Depois de atirar em González, Gutiérrez solicitou reforços e
alguns policiais logo chegaram ao local. Em seguida, a gravação mostra
González saindo do carro, desarmado ,
em direção ao banco de trás, enquanto os agentes mandam que pare, pensando que
ele estava tentando sacar uma arma de fogo . Enquanto
o homem ignorava os avisos, outro agente, Luis Serrato, disparou 10 tiros que
atingiram González e o mataram.
Como resultado do incidente, os dois policiais envolvidos
foram colocados em licença administrativa e o
Departamento de Polícia de Austin abriu uma investigação para estudar cada tiro
separadamente.
Quanto aos passageiros que estavam no carro de González
durante o tiroteio, o companheiro do falecido sobreviveu a alguns ferimentos e
o bebê saiu ileso.
Diferenças nas versões
Scott Hendler, advogado da família do falecido, confirmou
que possuía uma arma de fogo, mas se opôs à versão policial, detalha a NBC News. " Em nenhum
momento dos vídeos ele é visto brandindo uma arma", disse ele.
Hendler considera que González só queria saber como estava
sua companheira, depois que ela se feriu no primeiro tiroteio, e saber se o
bebê havia sido atingido ou não.
Enquanto isso, os defensores do agente Serrato expressaram
sua insatisfação com o vazamento das imagens e até instaram a polícia local a
não publicá-las. “A divulgação de imagens de vídeo sob o pretexto
de transparência , desta forma e neste momento, é totalmente
contraproducente para o objetivo principal de manter a justiça em nosso sistema
de justiça”, disseram em carta aberta.
O homem, que tirou a própria vida após matar o filho,
acreditava que os governos usam a vacina para "controlar as pessoas"
As teorias conspiratórias de movimentos antivacina fazem
parte do contexto de uma tragédia que vem repercutindo na mídia estadunidense
nos últimos dias. Um homem de 49 anos matou o próprio filho, de 9 anos, antes
de se suicidar.
O caso aconteceu no último dia 13 em São Francisco, nos
Estados Unidos, e foi revelado pelo jornal San Francisco Chronicle, sendo
repercutido por outros veículos como o New York Post e Daily Mail.
De acordo com a polícia, a mãe de Pierce, Lesley Hu, que estava
separada do pai da criança, Stephen O’Loughlin, desde 2016, recebeu uma ligação
da escola de seu filho e foi informada que ele havia faltado. Como era para
Pierce estar com O’Loughlin, Lesley acionou a polícia, que foi até o
apartamento do homem e o encontrou morto ao lado do corpo da criança. Ambos
tinha ferimentos de bala.
Em depoimento à polícia, Lesley narrou que vinha travando
uma batalha judicial pela guarda exclusiva do menino. Eles também brigavam pelo
fato de O’Loughlin ser um negacionista que pertence a movimentos antivacina.
Ele teria, por mais de uma vez, tentado impedir que o filho fosse vacinado, por
acreditar que os imunizantes são usados pelos governos para “controlar as
mentes” das pessoas.
Segundo a advogada Lesley, Lorie Nachlis, o assassinato do
garoto aconteceu exatamente um dia após o pai prometer à mãe que deixaria o
filho ser vacinado.
“A postura do ex-marido sobre as vacinas assumiu um tom de
culto”, disse a defensora.
Confira a reportagem original do San Francisco Chronicle
sobre o assunto aqui.
Os tumultos nas cidades americanas que eclodiram após o
assassinato de um afro-americano por um policial branco duraram uma segunda
semana. O problema é muito maior do que a morte de um homem negro como
resultado do uso de força desproporcional pela polícia. Mais uma vez, o
abscesso explodiu profundamente, mas não desapareceu, no confronto de duas
raças na América - branco e preto.
Por um lado, os descendentes de escravos africanos têm todos
os motivos para protestar contra a arbitrariedade da aplicação da lei. Um
exemplo típico foi o caso recente em que a polícia algema lojistas negros
que estavam esperando por sua ajuda na proteção contra saqueadores.
Os negros nos Estados Unidos são cerca de 14%, mas lideram o
número de prisões e reclusos em comparação com outras raças. Como mostrou a investigação dos eventos de
2014 em Ferguson, apesar do número de negros existir 67% da população, em
2012-2014. eles responderam por 93% das prisões.
Para exacerbar o problema da desigualdade racial, os
afro-americanos estão em primeiro lugar em termos de número de pobres e
desempregados. Na maioria das vezes, eles vivem em um poço
econômico; é por isso que os negros que morrem de coronavírus na América
são agora os mais.
Por outro lado, a população branca dos Estados Unidos
acumulou muita insatisfação com os afro-americanos, que, como diriam
alguns caipiras (apelido de gíria de fazendeiros
brancos nos EUA), "vendem apenas drogas, cometem crimes, batem
e jogam basquete, mas não trabalham" quer . "
Conversas sobre esse assunto são consideradas más maneiras
na América; a correção política exige que os brancos se considerem
devedores dos afro-americanos pela escravidão que existia nas
plantações. Ceteris paribus, um americano branco, contratará um candidato
negro, caso contrário ele terá de suportar por todos os lados as acusações de
racismo.
Isso de forma alguma justifica o policial, cujas ações
levaram à morte de George Floyd, mas você deve se lembrar quantos servidores da
lei morrem na América nas mãos de criminosos afro-americanos e como eles são
servidos em áreas "negras" onde estranhos não devem se intrometer.
Os afro-americanos podem dizer e terão razão que o Estado os
levou à pobreza e ao crime sem esperança no meio deles - uma consequência
disso. E a polícia diz que a pobreza não é um motivo para violar a lei e
persegue os negros, porque é no meio deles que a probabilidade de ações ilegais
é maior.
A antipatia mútua de representantes de duas raças é
evidente. Além disso, essa é apenas uma faceta das contradições
étnico-raciais. Ainda existem mexicanos dos quais alguns americanos
brancos não gostam porque lhes roubam o trabalho; há árabes que são
lembrados em 11 de setembro; há chineses "que inventaram o coronavírus
e os infectaram por toda a América".
Um nova-iorquino escreve sobre
a vida cotidiana desta cidade hoje: “Às vezes, fazemos uma pausa
no racismo da nova era da ameaça amarela: um insulto racista foi escrito em um
restaurante coreano nas proximidades. A criança asiática de um conhecido
foi ameaçada em uma caminhada porque ele teria trazido um vírus para o
país. O pós-coronavírus para a população asiática será tão traumático quanto
para árabes e muçulmanos após 11 de setembro. Um conhecido no hijab ainda
está sendo oferecido para deixar a América, desta vez a uma distância de vários
metros . ” Além disso, a crise econômica com dezenas
de milhões de desempregados de todas as raças e religiões.
O caldeirão americano está borbulhando há muito tempo, mas
não funde as pessoas em algo inteiro. E nas condições de propagação da
infecção viral, há faísca suficiente para acender a chama. E há quase
cinco meses à frente da campanha presidencial.
Foto: REUTERS Joshua Roberts
Alguns detalhes ainda não se somam ao quadro
geral. Então o prefeito de Minneapolis disse que entre os manifestantes
agressivos há visitantes. Na mídia, houve relatos de tijolos vindos do
nada para manifestantes. Será que são coincidências e jovens radicais
estão indo aos locais de protestos, desejando rebelião contra o sistema? É
possível que alguém na América direcione essa sede?
Mais recentemente, houve boatos de que Amy Klobushar, uma
senadora branca de Minnesota, poderia se candidatar ao cargo de vice-presidente
da equipe de Joe Biden. Agora isso não parece mais uma boa
idéia; ativistas negros pediram a Biden que se abstivesse de tal
decisão. Trump pode agora dizer que os democratas que gostam de chamá-lo
de racista falharam em termos de política racial em Minnesota em geral (onde o
governador democrata governa) e em Minneapolis em particular (o prefeito também
é democrata).
No entanto, tudo isso é insignificante em comparação com a
imagem mais ampla. O tema do "Maidan preto" interrompeu na mídia
americana o tema da incapacidade de Trump de lidar com o coronavírus e a
economia do mergulho, que estavam cortando a raiz de suas ambições
presidenciais. Agora, o presidente, por um lado, está desabafando e ao
mesmo tempo roubando lojas (uma espécie de "subsídio de
desemprego"). Por outro lado, ele recorreu às autoridades dos estados
e cidades por indecisão na luta contra os violadores da lei e já havia tentado
resolver o problema com a ajuda do exército (os militares opostos).
Claro, este é um jogo com fogo, e é perigoso. No
entanto, as apostas para Trump são altas e sua posição se tornou muito mais
difícil.
Olhando para a América de hoje, o sentimento de que algo
assim já existia, embora de formas diferentes, não deixa. Na segunda
metade dos anos 80 - início dos anos 90, um enorme estado da Eurásia foi
destruído e ninguém pensou que chegaria tão rapidamente à formação de
"novos estados independentes" em um único território.
... Mas os Estados Unidos da América podem
ser traduzidos como Estados Unidos da América.
Os protestos contra a morte de George Floyd, realizados neste domingo (31) na capital dos EUA, resultaram em confronto com a polícia nos arredores Casa Branca.
Veja: Fogo do lado de fora da Casa Branca cada vez maior.
Diversos manifestantes foram se reuniram em frente à Casa Branca a alguns minutos antes do toque de recolher, anunciado pelas autoridades. A emissora Fox News relatou que os manifestantes atearam fogo na histórica Igreja Episcopal de St. John, construída em 1816.
Fumaça de vários incêndios se eleva em frente ao monumento de Washington #Chopper4 olhando para o sul a partir de Maryland, na Casa Branca no centro.
A polícia usou bombas de efeito moral contra os manifestantes que atacaram policiais com fogos de artifício. No início do dia, os manifestantes foram ouvidos cantando "vamos marchar" enquanto se moviam em direção à residência presidencial.
Diversos manifestantes foram detidos depois de atirar garrafas contra os policiais. Um toque de recolher foi imposto em Washington e entrará em vigor a partir das 23h no horário local (3:00 GMT de domingo). A prefeitura também mobilizou a Guarda Nacional para apoiar o Departamento de Polícia Metropolitana.
Thousands in front of The White House protesting peacefully chanting:
“I can do this all night. We can do this all night.”
Hear the saxophone? Protesting can be joyous too. A few young people described it as a “celebration of life.” pic.twitter.com/kXrFo8Cn0j
Milhares em frente à Casa Branca protestando pacificamente e cantando: "Eu posso fazer isso a noite toda. Podemos fazer isso a noite toda". Ouviu o saxofone? Protestar também pode ser alegre. Alguns jovens descreveram isso como uma "celebração da vida".
Washington vive protestos contra a morte de George Floyd pelo terceiro dia consecutivo. Centenas de pessoas foram vistas no centro da cidade neste domingo, com a maioria concentrada na Praça Lafayette. A Praça Lafayette, um parque localizado ao lado da residência presidencial, foi fechada ao público e cercada pela polícia.
Este texto foi publicado originalmente na newsletter do Intercept Brasil. Assine. É de graça, todos os sábados, na sua caixa de
e-mails.
NO ÚLTIMO DOMINGO, o Brasil foi surpreendido por três
reportagens explosivas publicadas pelo TIB. Nelas, nós mostramos as entranhas
da Lava Jato e mergulhamos fundo em poderes quase nunca cobertos pela imprensa.
Quase todos os jornalistas que eu conheço preferem se manter afastados disso:
apontar o dedo para procuradores e juízes é, antes de tudo, perigoso em muitos
níveis – eles têm razão.
As primeiras reações dos envolvidos no escândalo foram
essas: O MPF preferiu focar em hackers, e não negou a autenticidade das
mensagens. Sergio Moro disse que não viu nada de mais, ou seja: não negou a
autenticidade das mensagens.
Moro, na verdade, se emparedou: em entrevista ao Estadão,
ele inicialmente não reconhece como autêntica uma frase que ele mesmo disse.
Mas depois diz que pode ter dito. E depois ainda diz que não lembra se disse.
Moro está em estado confusional.
É evidente que nem Moro, nem Deltan e nem ninguém podem
negar o que disseram e fizeram. O Graciliano Rocha, do BuzzFeed news, mostrouque atos da Lava Jato coincidiram com orientações de Moro a Deltan no Telegram.
Moro mandou, o MPF obedeceu. Isso não é Justiça, é parceria. Ontem nós
mostramos a mesma coisa: Moro sugeriu que o MPF atacasse a defesa de Lula
usando a imprensa, e o MPF obedeceu. Quem chefiava os procuradores? Só não vê
quem não quer.
A imprensa séria virou contra Sergio Moro e Deltan Dallagnol
em uma semana graças às revelações do TIB. O Estadão, mesmo que ainda
fortemente aliado de Curitiba, pediu a renúncia de Moro e o afastamento dosprocuradores. A Veja escreveu um editorial contundente (“Moro ultrapassou de
forma inequívoca a linha da decência e da legalidade no papel de magistrado.”)
e publicou uma capa demolidora. A Folha está fazendo um trabalho importante com
os diálogos, publicando reportagens de contexto absolutamente necessárias.
Foto: Leandro Demori/The Intercept Brasil
Durante cinco anos, a Lava Jato usou vazamentos e relacionamentos
com jornalistas como uma estratégia de pressão na opinião pública. Funcionou, e
a operação passou incólume, sofrendo poucas críticas enquanto abastecia a mídia
com manchetes diárias. Teve pista livre para cometer ilegalidades em nome do
combate a ilegalidades. Agora, a maior parte da imprensa está pondo em dúvida
os procuradores e o superministro.
Mas existe uma força disposta a mudar essa narrativa. A
grande preocupação dos envolvidos agora, com ajuda da Rede Globo – já que não
podem negar seus malfeitos – é com o “hacker”. E também nunca vimos tantos
jornalistas interessados mais em descobrir a fonte de uma informação do que com
a informação em si. Nós jamais falamos em hacker. Nós não falamos sobre nossa
fonte. Nunca.
Já imaginou se toda a imprensa entrasse numa cruzada para
tentar descobrir as fontes das reportagens de todo mundo? A quem serve esse
desvio de rota? Por enquanto nós vamos chamar só de mau jornalismo, mas talvez
muito em breve tudo seja esclarecido. Nós já vimos o futuro, e as respostas
estão lá.
A ideia é tentar nos colar a algum tipo de crime – que não
cometemos e que a Constituição do país nos protege. Moro disse que somos“aliados de criminosos”, em um ato de desespero. Isso não tem qualquer
potencial para nos intimidar. Estamos apenas no começo.
Esse trabalho todo que estamos fazendo só acontece graças ao
esforço de uma equipe incrível aqui no TIB. De administrativo a redes sociais,
de editorial a comunicações, todos estão sendo absolutamente fantásticos. Nós
queremos agradecer imensamente por tudo, e pedir para que vocês nos ajudem a
continuar reportando esse arquivo.
Armas estavam numa casa no Méier, na zona norte do Rio. Elas estavam sem o cano e foram encontradas em busca e apreensão nesta manhã de terça-feira.
G1 - A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou 117 fuzis incompletos, do tipo M-16, na casa de um amigo do policial militar Ronnie Lessa no Méier, na Zona Norte do Rio.
De acordo com investigações da DH e Ministério Público, Lessa foi responsável por atirar na vereadora Marielle Franco e no motorista Anderson Gomes no dia 14 de março de 2018.
As armas, todas novas, estavam desmontadas em caixas em um guarda-roupas - só faltavam os canos. Assista o vídeo das M16 no G1
O dono da casa, Alexandre Mota de Souza, afirmou para os policiais que Ronne, seu amigo de infância, entregou as caixas, e pediu para guardá-las e não abrí-las.
"Alexandre é amigo do Lessa há anos e ele fez apenas um favor em colocar essas encomendas, porque ele não sabia do que se tratava, no seu apartamento. Ele ficou surpreso ao saber do conteúdo, mas ele não tem nada a ver com esse episódio lamentável da vereadora", disse seu advogado.
No Méier, os policiais encontraram grande quantidade de armas - incluindo fuzis - e munição em um endereço, segundo a polícia, ligado ao ex-policial Ronnie Lessa.
Os agentes também acharam R$ 112 mil na operação, sendo R$ 50 mil na casa dos pais de Ronnie e R$ 60 mil em seu carro.
"Dá para fazer muito fuzil", diz um dos agentes que participam da ação. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil encontrou o arsenal em caixas, espalhadas em armários e em cômodos de uma casa no Méier, na Zona Norte do Rio. A polícia investiga se Lessa trafica armas e escondia lá o material.
Quem mandou matar Marielle e Anderson? É preciso q a Câmara instale CPI das Milícias p/ apurar envolvimento de atores políticos no crime. Que o Senado abra investigação sobre Sen. Flávio Bolsonaro. Peço q @ONUBrasil, @anistiabrasil e a OEA acompanhem.#QuemMandouMatarMariellepic.twitter.com/yM95uuXmQ1
O momento em que o delegado responsável pelo caso do assassinato de Marielle Franco confirma que a filha do suspeito de ser o autor dos disparos namorou um dos filhos de @jairbolsonaro
O procurador-geral de Israel recomendou acusar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de suborno e quebra de confiança em uma série de casos de corrupção, um movimento significativo que abalou a campanha eleitoral de Israel e poderia significar o fim da ilustre carreira política do premiê.
O procurador-geral Avichai Mandelblit anunciou sua decisão nesta quinta-feira, após mais de dois anos de intensas investigações e deliberações.
A polícia recomendou a Netanyahu indiciar suborno, fraude e quebra de confiança em três casos diferentes, desde a aceitação de doações caras de aliados ricos a influências supostamente comerciais para uma cobertura da imprensa mais favorável.
"O procurador-geral chegou a sua decisão depois de examinar exaustivamente as evidências", informou o comunicado.
A decisão final sobre a acusação só ocorrerá após uma audiência, na qual Netanyahu terá a oportunidade de se defender. Espera-se que esse processo leve muitos meses e seja concluído muito depois das eleições de 9 de abril.
Mas as recomendações imediatamente lançam uma nuvem sobre a campanha e o futuro de Netanyahu.
Uma acusação marcaria a primeira vez na história de Israel que um primeiro-ministro sentado foi acusado de um crime. O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert cumpriu pena por corrupção, mas já havia renunciado quando foi acusado.
Netanyahu não olha para isso tranquilamente. Ele nega qualquer irregularidade e chama as diversas alegações de que uma caça às bruxas orquestrada pela mídia visava removê-lo do cargo. Ele prometeu continuar e está em impasse nas pesquisas, 40 dias antes de os israelenses votarem.
Netanyahu agendou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira para responder à decisão do procurador-geral.
Em um último esforço para impedir a divulgação pública de uma acusação, o partido Likud de Netanyahu pediu à Suprema Corte que a adiasse até depois das eleições. Mas o tribunal rejeitou o pedido na tarde de quinta-feira, potencialmente abrindo caminho para um anúncio do procurador-geral.
Apesar dos pedidos da oposição para que Netanyahu renuncie, o Likud e seus outros parceiros de coalizão nacionalistas alinharam-se com ele até agora, mas descartaram-se sentados em um governo liderado por seu principal oponente, o chefe militar aposentado Benny Gantz.
Enquanto os primeiros-ministros israelenses não são obrigados por lei a demitir-se se forem acusados, a perspectiva de um primeiro-ministro em julgamento enquanto dirige simultaneamente o país seria território não mapeado.
A decisão de Mandelblit pode galvanizar os partidários linha-dura de Netanyahu, que o veem como vítima de uma acusação excessivamente zelosa, ou transformar defensores mais moderados contra ele, que se cansou de seu longo domínio manchado por acusações de corrupção e hedonismo de longa data.
De qualquer forma, as próximas eleições parecem estar se transformando em um referendo sobre Netanyahu, enquanto ele procura se tornar o mais antigo premiê servindo na história de Israel. Netanyahu foi primeiro ministro desde 2009 e cumpriu um mandato anterior entre 1996 e 1999.
O presidente estadunidense Donald Trump, com quem Netanyahu forjou uma conexão próxima, ofereceu ao líder israelense um impulso antes do anúncio esperado.
"Eu só acho que ele tem sido um excelente primeiro-ministro e eu não sei sobre sua dificuldade, mas você me diz algo que as pessoas têm ouvido falar, mas eu não sei sobre isso", declarou em resposta a uma pergunta em Hanói, onde ele estava para uma segunda cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
"Eu posso dizer isso: ele fez um ótimo trabalho como primeiro-ministro. Ele é forte, esperto, forte", acrescentou Trump.
Netanyahu voltou correndo de uma missão diplomática a Moscou, e uma reunião com o presidente Vladimir Putin, para preparar a refutação esperada para as acusações na quinta-feira.
As mais sérias alegações contra Netanyahu envolvem seu relacionamento com Shaul Elovitch, o acionista controlador da gigante de telecomunicações de Israel, Bezeq.
Mandelblit recomendou uma acusação de suborno no caso com base em evidências coletadas de que os confidentes de Netanyahu promoveram mudanças de regulamentação no valor de centenas de milhões de dólares para a Bezeq.
Em troca, eles acreditam que Netanyahu usou suas conexões com Elovitch para receber uma cobertura positiva da imprensa sobre o popular site de notícias Walla, da Bezeq. A polícia disse que a investigação concluiu que Netanyahu e Elovitch se envolveram em um "relacionamento baseado em suborno". Uma acusação relacionada contra a esposa de Netanyahu, Sara, foi descartada.
A declaração de Mandelblit disse que havia uma opinião unânime entre os investigadores de que a relação entre Netanyahu e os Elovitches constituía suborno.
"Todos concordaram que havia provas suficientes para provar que os benefícios foram dados a Netanyahu por Elovitch e sua esposa, Iris Elovitch, e foram levados por Netanyahu em troca de ações que ele tomou como parte de seu trabalho", pontuou.
Mandelblit também entrou com violação de encargos de confiança em dois outros casos. Uma envolve aceitar presentes de amigos bilionários, e a segunda gira em torno de alegadas ofertas de legislação vantajosa para um grande jornal em troca de uma cobertura favorável.
O escritório de Mandelblit disse que o momento da audiência de Netanyahu seria definido em um futuro próximo, em coordenação com os advogados do primeiro-ministro.