A capital paulista foi uma das cerca de 200 cidades do
Brasil e do Exterior que tiveram protestos unificados com o histórico Grito dos
Excluídos e Excluídas contra o governo federal e pela democracia.
O Brasil de Fato circulou pelo Anhangabaú e
ouviu manifestantes com diferentes perfis. Seja pela fome, pela falta de moradia
digna ou pelo receio de uma ofensiva antidemocrática, todos carregavam, em
comum, a palavra de ordem "Fora, Bolsonaro".
Maria Arapoty, 55 anos
"Cada ano que passa fica pior. Precisa proteger os
espíritos das árvores" / Thais Haliski
Maria Arapoty é uma dos 60 moradores da aldeia do Jaraguá,
do povo Guarani, localizada na zona oeste de São Paulo.
“A gente pensa que esse governo Bolsonaro precisar
deixar a gente viver em paz em nosso território. Estamos sendo
atacados. Precisa proteger a natureza", afirmou, ao justificar sua
presença no ato,
Sentindo na pele os efeitos da política anti-indígena de
Bolsonaro, ela percorreu 25 quilômetros para participar do
protesto.
"Nós queremos a demarcação do nosso território. As
florestas e a mata atlântica precisam ser protegidas. Só existe natureza onde
tem povo indígena", defendeu.
Silmara Silva, 45 anos
“Vim para a gente conseguir mudar a situação do
país" / Thais Haliski
Aos 45 anos, Silmara vive com cerca de 2.000 famílias na
ocupação Nova Canudos, em Taipas, zona norte de São Paulo. O local reúne
moradores que, sem emprego e renda, não têm dinheiro para pagar por moradia na
cidade mais cara do país.
"Hoje tem mais pessoas nas ocupações do que antes desse
governo. As pessoas não têm dinheiro para comprar comida, quanto mais
pagar aluguel. Vim porque precisamos mudar essa situação", afirma.
Wilson Raimundo Rodrigues, 72 anos
"Vamos ter que lutar mais, ser mais
radicais" / Thais Haliski
A idade não foi impeditivo para Wilson se juntar à multidão
no centro de São Paulo. Vacinado e de máscara, ele opinou que é responsabilidade
da população frear as ameaças golpistas de Bolsonaro.
“Espero que essa manifestação seja uma demonstração no
Brasil contra a tentativa de uma ditadura bolsonarista. Eu acho que tem pouca
gente aqui, tem que aumentar", cobrou.
"Vamos ter que lutar mais, ser mais radical contra esse
poder que tá tentando acabar com o Brasil", finaliza o aposentado.
Felipe Rozini, 30 anos
"Hoje demonstramos que também temos poder" / Thais
Haliski
Com o antifascismo estampado no rosto, Felipe saiu de casa
por acreditar na importância dos atos populares para conter a onda
antidemocrática capitaneada por bolsonaristas.
“Já está demonstrado que o fascismo está aí. Do outro
lado, eles querem violência. Nós temos que estar preparados. Particularmente
acho vantajoso fazer atos. Mostra que tem gente vem se opondo, demonstra
união. Precisamos de uma frente ampla", opina.
Luzia Paula Cantal, 54 anos
"As manifestação são movimentos
democráticos" / Thais Haliski
Luzia é uma das advogadas que compunha o grupo de
observadores da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) responsável
por prevenir violações de direitos humanos cometidas por militares e civis
durante o protesto na capital paulista.
“A minha expectativa é de que a população de forma pacífica
e democrática demonstre suas insatisfações. As manifestação são movimentos
democráticos. É um direito pleno. Seja de que partido for", afirmou.
"Não vejo como uma ato negativo aqui ou na (avenida)
Paulista (onde se concentraram manifestantes em apoio ao presidente), desde
que, como pautas democráticas, que não ferem a Constituição".
Ameaças bolsonaristas não se concretizaram
A OAB avaliou que a expectativa de violência contra a
população e de atos de ruptura institucional por parte de apoiadores do governo
federal, anunciadas publicamente nos dias anteriores ao 7 de setembro, não se
concretizou.
“Todas as ameaças que nós havíamos recebido, compartilhadas
nas redes sociais por policiais militares incitando colegas à comparecem na
manifestação armados, diante de tudo isso, acho que realmente os atos correram
de forma tranquila e pacífica", avaliou Ana Amélia Mascarenhas,
presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP.
“Sem adentrar ao mérito dos absurdos contra o estado
democrático e de direito que faz parte dos discursos do presidente, a Policia
Militar de São Paulo teve organização suficiente para impedir tumultos e
atos de violência na manifestação que abarcava pautas contrárias ao estado
democrático e de direito, na avenida Paulista", afirmou a advogada, que
também é professora do curso de Direito da
PUC-SP.
Atos pelo Brasil
Veja, abaixo, imagens dos atos progressistas neste 7 de
setembro em todo o país.
#7sForaBolsonaro | No Vale do Anhangabaú, manifestantes no Grito dos Excluídos pautam a defesa da democracia, da vida e dos direitos do povo brasileiro 📷 @marcelanicolass / @levantedajuventude
LONDRINA (PR) ✊🏽🚩Famílias do Assentamento Eli Vive, doam mais de 3 toneladas de alimentos em atividade do Grito dos excluídos, em Londrina. #7SForaBolsonaro
A entidade dos advogados quer analisar as mensagens
apreendidas na operação Spoofing para decidir quais medidas judiciais são
cabíveis
Felipe Santa Cruz, Sergio Moro e Deltan Dallagnol (Foto: OAB
| ABr)
247 - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
pedirá ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski acesso
às mensagens apreendidas na operação Spoofing. A informação é da
jornalista Bela Megale, de O Globo.
A decisão de pedir acesso ao material foi aprovada na
reunião de conselheiros da OAB por unanimidade nesta segunda-feira (8). O
objetivo da Ordem é analisar o material para avaliar quais medidas judiciais
são cabíveis.
Em janeiro, Lewandowski concedeu à defesa do ex-presidente
Lula acesso à íntegra das mensagens apreendidas na operação Spoofing. Com base
no material, os advogados do petista vêm apresentando uma série de petições ao
STF.
Na petição apresentada nesta segunda-feira, a defesa do
ex-presidente Lula apresentou novos elementos que comprovam que o ex-juiz
Sergio Moro era o verdadeiro chefe da força-tarefa da Lava Jato. Na petição mais recente, há novas provas de que Moro
mandava na Lava Jato e ordenava reuniões com FBI, MP suíço e Embaixada dos EUA.
No Twitter
“Eu vou chegar em casa amanhã, vou almoçar com oito netos e uma bisneta de seis meses. Eu posso olhar na cara dos meus filhos e dizer que eu vim a Curitiba prestar depoimento a um juiz imparcial?”.
Petição assinada pelo presidente da OAB, Felipe Santa
Cruz, afirma que o Estado brasileiro violou artigos da Convenção Americana de
Direitos Humanos e pede apuração da conduta do governo brasileiro.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
pediu que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos
Estados Americanos (OEA) apure a atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus.
Na denúncia, o órgão afirma que o Estado brasileiro violou
artigos da Convenção Americana de Direitos Humanos. O documento, assinado pelo
presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi enviado à comissão nesta quarta-feira
(20), segundo informou Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de
S.Paulo nesta quinta-feira (21).
COVID-19: dor e desespero tomam conta de Manaus após colapso no sistema de saúde (VÍDEOS)https://t.co/A0XMcFCmKp
Na petição, a OAB alega "omissão [do governo federal]
em solucionar o colapso do sistema de saúde brasileiro, sobretudo da cidade de Manaus (AM), determinando o imediato cumprimento
dos tratados internacionais assumidos em matéria de direitos humanos,
resguardando o direito à saúde e à vida, garantindo tratamento adequado".
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil pede ainda que a
comissão solicite ao governo cópias de todos os documentos oficiais relacionados
à gestão de recursos federais ao Amazonas.
A Ordem dos Advogados do Brasil discute internamente a
possibilidade de apresentar um pedido de impeachment contra o chefe do
Executivo
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe
Santa Cruz, usou as redes sociais na noite desta sexta-feira (15) para comentar
sobre a possibilidade de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, que voltou
com força após o colapso
sanitário de Manaus, que sofre com falta
de oxigênio em seus hospitais desde a quinta-feira (14).
“Não existe enquadramento mais cristalino em cometimento de crime de responsabilidade por presidente da República do que atentar contra a inviolabilidade do direito à vida. É urgente restaurar a garantia dos direitos fundamentais no país. Estamos ouvindo a todos”, escreveu o presidente da entidade.
Nesta sexta-feira, PT, PSB, PDT, PCdoB e Rede anunciaram que
vão apresentar um novo processo de impeachment contra Bolsonaro, o 62ª. Segundo
os partidos, o presidente “deve ser política e criminalmente responsabilizado
por deixar sem oxigênio o Amazonas”.
Não existe enquadramento mais cristalino em cometimento de crime de responsabilidade por presidente da República do que atentar contra a inviolabilidade do direito à vida. É urgente restaurar a garantia dos direitos fundamentais no país. Estamos ouvindo a todos.
O Governo ignorou os alertas e desprezou as recomendações das autoridades sanitárias. Sem a vacinação em massa não haverá recuperação econômica. Nova variante do vírus poderá levar à permanência da pandemia. O Impeachment é urgente. É o instrumento para interrompermos o genocídio. O Congresso Nacional tem de ser imediatamente convocado.
De alguma forma precisa começar e vai começar com uma carreata do @VemPraRua_br eu estou levando 20 carros confirmados,leve a bandeira do Brasil, não tem partido político, tem coração Brasileiro .Vamos respeitar todas as regras sanitárias, usem máscaras, fiquem nos carros. Dia 24 pic.twitter.com/5c7nSwDdn5
O panelaço já tem 10 minutos. Gritos de “assassino”. Alguém põe “apesar de vc”, do Chico Buarque. Panelas são batidas com mais força. Higienópolis, bairro nobre de SP, onde Bolsonaro ganhou em 2018 pic.twitter.com/L9GvcUhl3I
O filho de Jair Bolsonaro usou as redes sociais ontem para
atacar Santa Cruz mais uma vez. Disse que a OAB entrou com mandado de segurança
para obrigar a Secretaria de Cultura a "liberar, de uma vez R$ 1,2
bilhão" em projetos da Lei Rouanet.
Acrescentou que a mulher do presidente da OAB, com uma peça
teatral, seria uma das pessoas beneficiadas pela eventual liberação.
A OAB, de fato, entrou com o mandado de segurança coletivo
pedindo que a Justiça determine à secretaria que dê seguimento aos processos de
envio de recursos a projetos culturais já aprovados e sem pendências.
Ocorre que a peça teatral da mulher de Felipe Santa Cruz não
está na lista. Ela a inscreveu em 2018, mas nunca fez a captação.
O presidente da OAB vai entrar com ação penal e
indenizatória contra Eduardo Bolsonaro. Segundo ele, o deputado ainda colocou
sua família em risco ao divulgar os dados da produtora da mulher nas redes.
Diz Santa Cruz:
— A única verdade nisso tudo é que a OAB buscou, mais uma vez, o Poder
Judiciário para impedir que esse governo obscurantista destrua a cultura no
nosso país.
O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que o assunto
será tratado pelo Conselho Federal da entidade assim que houver o controle da
pandemia
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve discutir a
possibilidade de pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro por conta da
demora do governo federal em começar a vacinar a população brasileira contra a
covid-19.
A afirmação partiu do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz,
que disse que o assunto será tratado pelo Conselho Federal da entidade assim
que houver o controle da pandemia. Santa Cruz cobrou que a equipe de Bolsonaro
dê início, de forma imediata, a uma campanha nacional de vacinação contra o
coronavírus.
Antes de deixar a capital federal nesta segunda-feira com
destino ao litoral de São Paulo, onde vai passar a virada do ano, Bolsonaro
conversou com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada e disse que o
processo de registro de vacinas contra a covid-19 não pode ser feito às pressas
em função dos possíveis efeitos colaterais do imunizante.
Bolsonaro repetiu que não está preocupado com o início da
campanha de vacinação no país, pois o processo depende da Anvisa. "Se eu
vou na Anvisa e digo 'corre aí', vão falar que estou interferindo",
completou o presidente.
Mourão
O vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão,
segue em isolamento no Palácio do Jaburu. Ele, que está com a covid-19, está
sendo medicado com hidroxicloroquina, medicamento cuja comprovação científica
não foi feita, com o vermífugo Anita e também o antibiótico azitromicina, além
de remédios para dor e febre. De acordo com a assessoria de imprensa da
Presidência da República, o estado dele é “bom”.
Voto impresso
Também nesta segunda, Bolsonaro voltou a defender o voto
impresso. Ele se referiu à disputa da presidência da Câmara dizendo que apoia
Arthur Lira, líder do Centrão. Bolsonaro ironizou a candidatura do deputado
Baleia Rossi (MDB), que tem o apoio do atual presidente da Casa, o deputado
Rodrigo Maia (DEM) e de parte da esquerda, e disse que a eleição da Câmara
ocorre com o papelzinho quando, na prática, a disputa ocorre de forma
eletrônica desde 2007.
O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que a entidade deve discutir a possibilidade de pedir o impeachment de @jairbolsonaro devido à demora do governo federal em em começar a vacinar a população contra a Covid-19 #Metrópolespic.twitter.com/rul1IgCLKw
Pelas periferias do país, milhares de jovens frequentam os bailes de funk - Foto: Mídia Ninja
Perseguidos pelo deputado que quebrou a placa de Marielle
Franco, Mcs foram intimados a depor por “apologia ao crime"
Às vésperas de completar um ano do massacre
de Paraisópolis, quando 9 jovens morreram no Baile da DZ7, o funk
voltou a ser notícia nas páginas policiais, graças ao deputado estadual Rodrigo
Amorim (PSL-RJ), que denunciou os Mcs Cabelinho e Maneirinho por apologia ao
crime, por conta da música “Migué”, lançada em parceria pelos dois
músicos.
Em 2018, Amorim, bolsonarista declarado, quebrou a placa com o nome da vereadora Marielle Franco,
ao lado do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) e do ex-governador do Rio
de Janeiro Wilson Witzel (PSC), todos eram candidatos na época.
Cabelinho e Maneirinho,
que já prestaram depoimento à polícia, se manifestaram pelas redes
sociais. “É uma denúncia política, feita por um deputado do PSL. É
impressionante como preto favelado quando faz sucesso, pra essa gente só pode
ser bandido”, afirmou o primeiro. “Eu não li e nem assisti a nossa realidade.
Mas playboy interpretando o que acontece na favela, concorre ao Oscar”,
lamentou o segundo.
Thiago de Souza, dono do Canal
do Thiagson no Youtube, e doutorando na Escola de Música da
Universidade de São Paulo (USP), onde pesquisa a musicologia do funk, saiu em
defesa dos Mcs em suas redes sociais e afirmou que “quem acusa o funk não deve
saber o significado da palavra ‘estética’, não sabe, ou não quer saber, que
certas letras são consequência e não a causa de problemas sociais.”
Thiago Souza: “Um baile grande é uma organização
política" / Foto: Arquivo Pessoal
Em entrevista ao Brasil de Fato, Souza lembrou
que a capoeira, o samba e o rap sofreram a mesma perseguição. “O funk nem
é visto como arte. Pelo fato dele tratar dos assuntos de uma forma mais direta,
ele sofre preconceito. O funk é arte, tem poesia, tem metáfora, enfim", aponta.
Souza considera que a origem desse preconceito contra o
gênero musical está “na origem preta e periférica” dos músicos.
"O funk não está preocupado em idealizar uma realidade,
ele fala diretamente sobre o que vive. Aí você cria um conflito, entre um país
como Machado de Assis falava, um país oficial, dos políticos, dos brancos e da
classe média, e o Brasil real”, defende.
Histórico
Para Renata Prado, diretora da Frente Nacional de Mulheres do Funk e
integrante da Frente de Dançarinas de Funk, a perseguição ao estilo musical tem
se intensificado e pode acabar em mais tragédias.
“Se nos próximos anos não pensarmos políticas públicas
que deem conta do funk na cidade, a chance de termos massacres como o de
Paraisópolis acontecendo constantemente, é muito grande", afirma.
Idealizador do Baile da Gaiola, na Penha, zona norte do Rio
de Janeiro, o DJ Rennan da Penha ficou preso preventivamente por oito meses em
2019, entre março e novembro.
O músico, que foi inocentado da acusação de associação ao
tráfico de drogas em primeira instância, teve a sentença revertida na segunda
instância e foi condenado a seis anos e oito meses de prisão. Um habeas corpus
do Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu a soltura do músico.
A prisão do DJ motivou a campanha “DJ Não é Bandido”, que
foi encampada por diversos artistas no país. Rennan é acusado de ser olheiro do
tráfico na região da Penha e ter feito músicas para os criminosos. Na época, a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) repudiou a sentença e afirmou que se
tratava de “criminalização da arte popular.”
Prado afirma que o “momento político do país deve aumentar a
violência do Estado contra a população pobre e preta que vive nas periferias”.
A dançarina esteve à frente de protestos em dezembro de 2019, após 9 jovens
morrerem durante o Baile da DZ7, em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo,
após ação da Polícia Militar para dispersar o evento.
Renata prado: "Temos o direito de ocupar a cidade
de
forma democrática" / Foto: Arquivo Pessoal
“Nós sabemos que foram policiais militares que
mataram esses jovens, todos com menos de 21 anos. Existe uma cultura de
massacre do movimento funk e isso precisa acabar. Infelizmente, o funk é
tratado como caso de Segurança Pública”, lamenta Prado.
A versão da PM era de que os jovens morreram asfixiados,
após milhares de pessoas correrem quando as viaturas chegaram ao local. Segundo
os moradores, as mortes ocorreram após os policiais agredirem os funkeiros. Na
época, 31 agentes que participaram da ação foram afastados pelo governo de São
Paulo. O caso segue em investigação e os culpados ainda não foram
apontados.
Entre abril de 2010 e junho de 2013, quatro Mcs e um
DJ foram assassinados na Baixada Santista: Careca, Duda do Marapé, Primo,
Felipe Boladão e DJ Felipe. Na época, familiares das vítimas e moradores da
região acusaram policiais militares pelos crimes. Os assassinos nunca foram
identificados.
"Quando mataram o Duda, eu estava indo fazer uma
atividade cultural com os meninos da Fundação Casa. O Duda pra mim foi
extermínio, quem fez está na rua", lembra o poeta Tubarão Dulixo, criado
na Baixada Santista e amigo de Duda do Marapé.
“Hoje, o funk toca na televisão e virou uma indústria. Mas
naquela época, era cada um por si, era submundo, marginalizado. Eu já fui mais
revoltado com isso, hoje eu consigo ter mais calma. Um estilo de música não é
um problema social”, conclui.
Duda do Marapé canta com amigos em Santos (Vídeo cedido por Tubarão Dulixo)
Na lista de músicos do funk presos, está na o MC Poze,
detido em setembro de 2019 por tráfico de drogas, associação ao tráfico,
incitação ao crime, apologia ao crime, corrupção de menores e por fornecer
bebida alcoólica a menores.
A operação policial ocorreu após uma denúncia de que o baile
em que o músico se apresentava, em Sorriso, no Mato Grosso, seria um ponto de
venda de drogas.
“Temos o direito de ocupar a cidade”
“Apesar de ser reprimido pela polícia, a massa funkeira não
vai deixar de ir ao baile, pois sabemos que temos o direito de ocupar a cidade
de forma democrática", afirma Prado. Apesar do histórico, ele acredita que
os bailes seguirão como uma das principais alternativas de lazer nas
periferias.
"O funk ocupa a cidade, mas não tem consciência de que
tem esse direito. Então, quando tem operação policial, a molecada corre. Isso
acaba se tornando algo cultural, você vai no baile funk sabendo que a qualquer
momento vai correr da polícia", relata.
Souza concorda com Renata Prado. “Tem ambivalência. Tem o
medo, mas tem outra coisa: quem que quer sair à noite pra curtir e aparece
a polícia enchendo o saco, jogando bomba, atirando bala de borracha, tomar
esculacho, enfim, ninguém quer isso. Agora, tem a vontade de resistir também. A
galera que sai, já sabe que pode tomar um enquadro no caminho. Ser funkeiro é
ser resistência.”
Por fim, Souza exalta a mobilização para que as festas
existam, apesar da repressão. “Um baile grande é uma organização política, a quebrada se prepara para um
baile, muita gente tem que se comprometer, muitas responsabilidades precisam
ser divididas e os próprios Mcs falam isso, que o baile é esse espaço de
resistência. Eles sabem disso.”
Felipe Santa Cruz e Jair Bolsonaro (Foto: ABr | Reuters)
Para a OAB, a prisão de Fabrício Queiroz na casa do advogado
da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e as ligações do ex-assessor com
milícias revelou o "fundo do poço" no qual chegou o Brasil. Decisão
sobre o impeachment deve acontecer em agosto
247 - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve
acelerar nas próximas semanas a elaboração do pedido de impeachment de Jair
Bolsonaro, de acordo com informações da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
A prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício
Queiroz, na casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e
as ligações do preso com milícias revelou o "fundo do poço" no qual
se encontra o Brasil, segundo diretores da entidade.
Um pedido de impeachment já vinha sendo discutido na OAB,
mas com cautela. Com a prisão de Queiroz, o assunto se tornou mais urgente.
A deliberação sobre o tema entre integrantes da ordem deve
acontecer em agosto.
Miles de brasileños toman las calles del país por cuarto domingo consecutivo para rechazar las políticas del presidente Jair #Bolsonaro y exigir su dimisión.#Brasil#COVID19https://t.co/56Nn5Umjo1
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe
Santa Cruz, afirmou nas redes sociais neste sábado (6) que o Ministério da
Saúde, sob gestão de Eduardo Pazuello, deixou de cumprir seu papel durante a
pandemia do coronavírus para “satisfazer” o presidente Jair Bolsonaro.
Santa Cruz disse ainda que a pasta está “acéfala” e
“militarizada”, o que configura em um “perigoso e letal vexame”. Nesta
sexta-feira (5), o órgão atrasou novamente a divulgação dos dados sobre o
coronavírus, e a TV Globo fez um plantão urgente para noticiar.
“O Ministério da Saúde não adverte mais. Acéfalo e militarizado,
presta-se ao papel de empoeirar e retardar informações sérias sobre a pandemia,
apenas para satisfazer o apetite conspiratório do presidente e sua batalha
pessoal contra a imprensa livre. Um perigoso e letal vexame”, afirmou Santa
Cruz no Twitter.
O Ministério da Saúde não adverte mais. Acéfalo e militarizado, presta-se ao papel de empoeirar e retardar informações sérias sobre a pandemia, apenas para satisfazer o apetite conspiratório do presidente e sua batalha pessoal contra a imprensa livre. Um perigoso e letal vexame.
De acordo com a Cofin, comissão do Conselho Nacional de
Saúde vinculado ao Ministério da Saúde, responsável por acompanhar a execução
do orçamento, a pasta só conseguiu desembolsar até agora cerca de 10% do total de que tem disponível para ações contra o
coronavírus.
O recurso se destina à compra de respiradores, equipamentos
de proteção e insumos para o enfrentamento da Covid-19. Dos R$ 10,3 bilhões que
estão no caixa, só R$ 1 bi foi pago. Outros R$ 1,8 bilhão já foram contratados,
mas ainda não pagos.
DESDE QUE OINTERCEPTcomeçou a publicar a série de reportagens demonstrando conduta irregular da força-tarefa da Lava Jato e do
então juiz – agora ministro – Sergio Moro, os defensores da operação vêm
adotando uma postura de criminalização do jornalismo, tendo o próprio ministro
se referido ao Intercept como “site aliado a hackers criminosos”.
Essa tentativa de nos colar a criminosos foi denunciada por
diversos grupos de defesa da liberdade de imprensa – como o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, Repórteres sem Fronteiras e a Abraji –, que emitiram
comunicados condenando a estratégia de Moro e das autoridades brasileiras de
usar intimidação e ameaças para impedir a realização de nosso trabalho
jornalístico.
Hoje, nós decidimos publicar na nossa newsletter alguns
trechos inéditos do arquivo da #VazaJato para mostrar como, antes de serem
alvos de vazamentos, os procuradores da força-tarefa enfatizavam – em chats
privados com seus colegas – que jornalistas têm o direito de publicar materiais
obtidos por vias ilegais, e que a publicação desses materiais fortalece a
democracia.
Deltan Dallagnol, nominalmente o coordenador da
força-tarefa, era com frequência o maior entusiasta dessas garantias. O apreço
de Deltan pela liberdade de imprensa se deve, possivelmente, ao fato de que a
Lava Jato se valeu, por anos, de vazamentos de trechos de delações premiadas e
outros materiais confidenciais contidos nos autos das investigações como
ferramenta de pressão contra políticos e empresários alvos da força-tarefa.
As Mensagens secretas da Lava Jato
Vejam essa conversa revelada agora pelo TIB: em novembro de
2015, num chat chamado PF-MPF Lava Jato 2, enquanto discutiam medidas para
coibir vazamentos de informações da força-tarefa (“alguns vazamentos tem sido
muito prejudiciais”), Deltan alertou seus colegas que utilizar o poder
processual para investigar jornalistas que tenham publicado material vazado não
seria apenas difícil mas “praticamente impossível”, porque “jornalista que vaza
não comete crime”.
Deltan estava certo. A decisão judicial da 2ª Turma do
Tribunal Regional Federal da 3ª Região diz claramente: “o jornalista que
divulga trechos de investigação policial que corre em sigilo não comete nenhum
crime.” A decisão diz ainda que “Não se trata, por certo, de pretender punir a
pena e a boca que, no exercício de nobre profissão, revelam, mas a mão de quem,
detentor de dever de preservação do sigilo de informações, a usa para reduzir a
nada a autoridade da decisão judicial e as garantias constitucionais.” Ou seja:
cometem crime os funcionários públicos que vazam informações que deveriam eles
mesmos proteger – policiais, procuradores, juízes… – e não os jornalistas que
as publicam.
Há cerca de um ano, em maio de 2018, Deltan e seu time
redigiram e publicaram um manifesto em defesa das virtudes da liberdade de
expressão – elaborado para proteger um dos procuradores. Ele estava sendo
ameaçado de punição por ter publicado um artigo com duras críticas à Justiça
Eleitoral. Os procuradores criaram um grupo de chat no Telegram – até agora
inédito – chamado Liberdade de expressão CF. Durante a redação do manifesto,
Deltan ressaltou um ponto crucial para eles à época, e que é central ao
trabalho jornalístico que nós estamos realizando sobre as condutas da
força-tarefa e de Moro:
O argumento de Deltan é precisamente correto – ainda que
para o procurador ele deixe de valer quando a autoridade pública em questão é
ele próprio. Curiosamente, o ministro do STF Luiz Fux discorda do Deltan dehoje.
Fux já se pronunciou sobre isso no próprio Supremo: “Esta
Corte entendeu que o cidadão que decide ingressar no serviço público adere ao
regime jurídico próprio da Administração Púbica, que prevê a publicidade de
todas as informações de interesse da coletividade, dentre elas o valor pago a
título de remuneração aos seus servidores. Desse modo, não há falar em violação
ao direito líquido e certo do servidor de ter asseguradas a intimidade e a
privacidade.” In Fux We Trust.
Cidadãos privados têm direito à privacidade absoluta. Mas
aquelas pessoas que detém o poder – como juizes, procuradores e ministros –
“estão sujeitas a críticas e tem uma esfera de privacidade menor.” Esse é um
princípio no qual acreditamos enfaticamente e que vem norteando nossa
reportagem desde que começamos a trabalhar nesse arquivo.
Deltan ofereceu argumento similar em 2016, quando defendeu a
decisão de Moro de tornar públicas gravações telefônicas do ex-presidente Lula.
Em defesa do então juiz, Deltan argumentou corretamente que o direito à
privacidade das autoridades não se sobrepõe ao interesse do público de saber o
que aqueles que detém o poder fazem e dizem em situações privadas – isso que
ele estava defendendo um juiz que divulgou um grampo ilegal, algo muito mais
sério do que a atitude de whistleblowers.
Outros membros da força-tarefa, antes da publicação das
reportagens pelo Intercept, compartilhavam do entusiasmo de Deltan pelo
vazamento de documentos governamentais secretos que expõem o comportamento das
autoridades. Os procuradores expressaram também sua admiração pelos
whistleblowers, como Daniel Ellsberg e Edward Snowden, que tornam públicos
documentos secretos comprovando irregularidades ou corrupção por parte das
autoridades.
P/ Dotti, no conflito entre direito à informação sobre crime grave e direito à privacidade, ganha interesse público https://t.co/qcautwJury
Em Janeiro de 2017, os procuradores lamentaram o fato do
Brasil ter perdido posições no ranking de percepção da corrupção publicado pela
Transparência Internacional, e expressaram admiração pela Dinamarca, que lidera
o ranking. Após publicar um link para o ranking num chat no Telegram chamado
“BD”, a procuradora Monique Cheker (que não pertence à Lava Jato em Curitiba)
explicou que o sucesso dos esforços de combate a corrupção na Dinamarca se
devem porque o país – ao contrário do Brasil – valoriza e protege as fontes que
expõe corrupção (os whistleblowers).
“Na Dinamarca nós temos uma cultura política muito
inclusiva, e tanto nossas instituições públicas quanto privadas são altamente
transparentes, o que faz com que seja fácil, por exemplo, responsabilizar
políticos e empresas por irregularidades cometidas.
A mídia tem um papel fundamental no sistema de integridade
na Dinamarca, e é muitas vezes chamada de ‘o quarto poder do estado’, que tem o
papel de fiscalizar os outros três, garantindo que eles se comportem da forma
correta… Muitas empresas também empregam os chamados “sistemas de
whistle-blower“, cada vez mais populares na Dinamarca. Isso significa que, se
uma pessoa tem conhecimento de algum tipo de corrupção ou desvios éticos que
acredita que devem ser tornados públicos, essa pessoa pode denunciar isso –
inclusive de forma anônima.”
Nós concordamos em absoluto com os princípios defendidos, em
ambientes privados no Telegram, por Deltan e seus colegas: jornalistas não
cometem crimes ao apurar e publicar reportagens baseadas em informações obtidas
ilegalmente, mas sim contribuem para o fortalecimento das instituições e da
cultura democrática; aqueles que detêm poder público sacrificam sua privacidade
em nome da transparência; e a ação dos whistleblowers (o vazamento ilegal de
informações demonstrando corrupção por parte de autoridades) é de importância
vital para o bom funcionamento das instituições. São esses os princípios que
norteiam o trabalho do Intercept e nossas reportagens sobre esse arquivo (leianosso editorial e entenda).
Procurada por nós, a força tarefa disse que “não teve acesso
aos materiais citados pelo site e, por isso, tem prejudicada sua possibilidade
de avaliar a veracidade e o contexto dos supostos diálogos. Os integrantes da
Força Tarefa pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela
legalidade.”
Não importa o que Deltan, Moro e seus colegas digam sobre
isso hoje. Eles estão apenas virando a mesa para defender seus próprios
interesses. Isso não anula ou diminui a validade dos princípios fundamentais
nos quais acreditamos – os mesmos defendidos por eles no passado e que, hoje,
querem destruir.
The Intercept_Brasil - Lava Jato fingiu investigar FHC apenas para criar percepção
pública de ‘imparcialidade’, mas Moro repreendeu: ‘Melindra alguém cujo apoio é
importante’
Parte 7
Sergio Moro não gostou do alvo tucano: 'melindra alguém cujo apoio é importante'.
Um trecho do chat privado entre Sergio Moro e o procurador
Deltan Dallagnol revela que o ex-juiz discordou de investigações sobre o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na Lava Jato porque, nas palavras dele,
não queria “melindrar alguém cujo apoio é importante”. O diálogo ocorreu em 13
de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagem
a respeito de suspeitas contra o tucano.
Naquele dia, Moro chamou Deltan Dallagnol em um chat privado
no Telegram para falar sobre o assunto. O juiz dos processos da Lava Jato em
Curitiba queria saber se as suspeitas contra o ex-presidente eram “sérias”. O
procurador respondeu acreditar que a força-tarefa – por meio de seu braço em
Brasília – propositalmente não considerou a prescrição do caso de FHC e o
enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo, segundo ele, “talvez para [o
MPF] passar recado de imparcialidade”.
À época, a Lava Jato vinha sofrendo uma série de ataques,
sobretudo de petistas e outros grupos de esquerda, que a acusavam de ser
seletiva e de poupar políticos do PSDB. As discussões haviam sido inflamadas
meses antes, quando o então juiz Moro aparecera sorrindo em um evento público
ao lado de Aécio Neves e Michel Temer, apesar das acusações pendentes de
corrupção contra ambos.
Sérgio Moro, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Michel Temer na
cerimônia de premiação “Brasileiros do Ano”, da Revista ISTOÉ, em 2016. Foto:
Diego Padgurschi/Folhapress
FHC foi citado na Lava Jato pelo menos nove vezes (1, 2, 3,
4 e 5, 6, 7, 8 e 9). Caso fossem investigados e comprovados, nem todos os
possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente estariam prescritos.
Naquele dia, antes de responder a Moro, Dallagnol encaminhou
a dúvida do juiz para um chat em grupo chamado Conexão Bsb-CWB, no qual estavam
procuradores das duas cidades. Foi de Brasília, onde o caso tramitava, que ele
recebeu a resposta de que a documentação foi encaminhada a São Paulo sem a
análise sobre a prescrição.
A acusação que Dallagnol classificou como “recado de
imparcialidade” já era de conhecimento interno do Ministério Público desde o
final de 2016, graças à delação de Emílio Odebrecht, que afirmou que deu “ajudade campanha” a FHC para as eleições vitoriosas de 1994 e 1998. “Ajuda de
campanha eu sempre dei a todos eles. E a ele também dei. E com certeza teve a
ajuda de caixa oficial e não oficial”, afirmou o empresário, falando sobre
caixa dois. “[E]u dava e dizia que era para atender mesmo. Então vai fulano de
tal lhe procurar, como eu dizia também para Marcelo, e eles então
operacionalizavam. Ele me pediu. Todos eles.” O valor dos pagamentos não foi
divulgado.
Essas revelações sugerem mais uma vez a parcialidade na Lava
Jato, que tanto Moro quanto a força-tarefa negam veementemente. Na nota oficial
divulgada pela força-tarefa em resposta à primeira série de reportagens do
Intercept no último domingo, por exemplo, eles insistiram que seu trabalho
sempre foi movido pela “imparcialidade da atuação da Justiça”. Em entrevista aoEstadão na semana passada, o ministro Moro disse que não via “[n]enhum viés
político nas mensagens que me foram atribuídas.”
Mas, aqui, Moro estava explicitamente preocupado com
investigações da Lava Jato contra um apoiador político de seu trabalho. E
Dallagnol admitiu acreditar que outros procuradores da força-tarefa passaram
adiante uma investigação que sabidamente não resultaria em processo, a fim de
fabricar uma falsa percepção pública de “imparcialidade”, sem, no entanto,
colocar FHC em risco.
As conversas agora reveladas fazem parte de um lote dearquivos secretos enviados ao Intercept por uma fonte anônima (leia nossoeditorial e entenda). Os arquivos publicados até agora mostram, entre outras
coisas, que a Lava Jato sempre teve muita preocupação com sua imagem pública, e
seguia conselhos informais do então juiz Moro, o que é ilegal.
‘PORRA BOMBA ISSO’
Em 2016, FHC ainda apareceria em outras três delações. Em
uma delas, ele apareceu na boca do operador ligado ao MDB Fernando Baiano, por
causa do suposto beneficiamento da empresa de um filho do ex-presidente, Paulo
Henrique Cardoso, em contratos com a petroleira. Foto: Antonio Scorza/AFP/Getty
Images
Para os procuradores, era importante incluir o PSDB no rol
de investigados para acalmar o ânimo dos críticos. Eles já falavam sobre isso
muito antes de Moro alertar Dallagnol sobre evitar “melindrar” FHC.
Em uma conversa no dia 17 de novembro de 2015, o procurador
Roberson Pozzobon mandou uma sugestão em um grupo do Telegram chamado FT MPF
Curitiba 2: investigar, num mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos
institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa
atuação como se tivesse vies partidário”, justificou Pozzobon. “A da LILS vocês
já sabem os indícios para a investigação, mas vejam essa fratura expostas da
Fundação iFHC”, disse ao grupo. Nesse caso – diferentemente daquele que virou
notícia na imprensa sobre caixa 2 nos anos 1990 –, os pagamentos ao iFHC aos
quais Pozzobon se referia não estariam prescritos, caso fossem propina.
Depois de comentar sobre o instituto de FHC, Pozzobon postou
duas imagens no grupo.
A primeira é uma troca de e-mails de 2014 entre a secretária
de FHC e dois interlocutores: um representante da Associação Petroquímica e
Química da Argentina, a Apla, identificado como Manuel Diaz, e um empresário do
ramo cultural, Pedro Longhi. A secretária fala para verificarem com a Braskem –
empresa do ramo petroquímico controlada pela Odebrecht – qual a “melhor maneira
para [a empresa] fazer a doação [para o iFHC]”.
A secretária dá duas opções para o que ela chama de “doação”. Uma delas seria fazer uma doação direta, ou seja, depositar dinheiro na conta bancária do instituto. A outra seria a contratação de um serviço não especificado. “Não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente”, afirmou. Manuel respondeu que poderia fazer doação direta. Poucos dias depois, Helena Gasparian, então assessora de FHC, enviou outro e-mail à Braskem dizendo que o ex-presidente não iria comparecer ao evento.
A segunda imagem encaminhada por Pozzobon era de um laudo daPolícia Federal daquele mesmo ano, que mostrava que a Odebrecht havia feito
pagamentos mensais que somaram R$ 975 mil ao iFHC entre dezembro de 2011 e de
2012.
Os policiais federais que fizeram o relatório explicaram que
não foram atrás desses pagamentos ao iFHC porque os dados da Braskem não foram
colocados à disposição deles. Mas ressaltaram: “É possível que outros
pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados” por causa das
limitações dos dados ou caso tenham sido feitos por “meio de triangulação entre
Grupo Odebrecht, o contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o
Instituto Fernando Henrique Cardoso”.
Após enviar as imagens, Pozzobon sugeriu ao grupo aprofundar
a investigação sobre as doações. Ao contrário da investigação referente aos
recursos recebidos nos anos 90, esses fatos, se investigados, não estariam
prescritos e poderiam apontar caixa 2 em campanhas do PSDB. Os procuradores
reagiram com empolgação:
A euforia durou pouco, e os procuradores começaram a
ponderar que o caso teria chance de ser enquadrado apenas como crime tributário
– e que os argumentos de defesa de FHC poderiam também ser usados por Lula. O
argumento: Lula também poderia alegar que os pagamentos feitos ao Instituto
Lula e à LILS, sua empresa de palestras, não escondiam propinas ou caixa dois.
Quase um ano e meio depois dessa conversa, o fim do sigilo
da delação de Marcelo Odebrecht, filho de Emílio, mostraria que o esquema de
remessa de dinheiro aos institutos de FHC e de Lula tinha um modus operandi
semelhante. A Fundação FHC – ex iFHC – disse ao Intercept que os valores
recebidos foram regularmente contabilizados e que “não tem conhecimento de qualquer
investigação ou denúncia do MPF tendo por base as doações feitas pela
Odebrecht”.
‘DARÁ MAIS ARGUMENTOS PELA IMPARCIALIDADE’
Na época em que foi citado na delação de Emílio Odebrecht,
Fernando Henrique Cardoso disse que não tinha “nada a temer” e defendeu a
operação Lava Jato. Foto: Mauricio Lima/AFP/Getty Images
No ano seguinte às conversas dos procuradores, em 2016, FHC ainda apareceria em outras três delações (1, 2, 3). Em uma delas, ele apareceu na boca do operador ligado ao MDB Fernando Baiano, por causa do suposto beneficiamento da empresa de um filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, em contratos com a petroleira. Em junho, o caso do filho de FHC foi mencionado no chat FT MPF Curitiba 3. A preocupação dos procuradores era, novamente, criar a percepção pública de imparcialidade da Lava Jato:
Três dias depois, no mesmo grupo, o assunto voltou a ser
discutido.
Nós perguntamos ao Ministério Público Federal do Paraná,
sede da força-tarefa da Lava Jato, quais são os ex-presidentes investigados e em
que fase está cada um dos procedimentos. Também questionamos quais fatos
envolvendo os ex-presidentes foram mandados para outros órgãos. Eles não
responderam aos questionamentos e se limitaram a enviar as notas já divulgadaspela instituição, que dizem que não há ilegalidade nas trocas de mensagens
reveladas pelo Intercept.
Em uma conversa com os procuradores Paulo Galvão e Carlos
Fernando Santos Lima, em 20 de maio do ano passado, no entanto, Deltan
Dallagnol relembrou quais foram os ex-presidentes investigados pela operação.
Dilma Rousseff e FHC são os únicos que ficam de fora:
Antes da publicação desta reportagem, o Intercept procurou
as assessorias do ministro Sergio Moro, do MPF no Paraná e em São Paulo, da
Procuradoria Geral da República e da Fundação Fernando Henrique Cardoso, antigo
iFHC.
A PGR disse que não vai se manifestar.
A Força Tarefa da Lava Jato em São Paulo informou que “não
cuidou de caso relativo a Fernando Henrique Cardoso. Desdobramento oriundo da
Operação Lava Jato, relativo ao ex-presidente, veio para São Paulo junto com
outros casos da ‘lista do Facchin’ e foi distribuído para uma procuradora que
não integra o grupo”. O órgão afirmou que está esperando resposta da
procuradora responsável pelo caso, mas confirma que a única investigação
envolvendo FHC é a que foi arquivada.
A assessoria de Moro respondeu que ele “não comenta supostas
mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa, que
podem ter sido adulteradas e editadas e que sequer foram encaminhadas
previamente para análise. Cabe esclarecer que o caso supostamente envolvendo o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nunca passou pelas mãos do Ministro,
então juiz da 13 Vara Federal de Curitiba, sendo encaminhado diretamente pelo
Supremo Tribunal Federal a outros fóruns de justiça. Então, nenhuma
interferência do então juiz seria sequer possível e nenhuma foi de fato feita”.
Já o MPF do Paraná, em um segundo contato, afirmou que “a
divulgação de supostos diálogos obtidos por meio absolutamente ilícito,
agravada por um contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir
se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material alegadamente
obtido.” Para o MPF, os diálogos inteiros podem ter sido “forjados pelo
hacker”. Eles disseram também que “um hackeamento ilegal traz consigo dúvidas
inafastáveis quanto à sua autenticidade, o que inevitavelmente também dará azo
à divulgação de fake news”, dizendo que há uma “uma agenda político-partidária”
nas reportagens.
O Intercept reafirma que as reportagens da série são
publicadas assim que produzidas, editadas e checadas dentro de princípios
editoriais rigorosos, e que o material é autêntico.
Na época em que foi citado na delação de Emílio Odebrecht,
Fernando Henrique Cardoso disse que não tinha “nada a temer” e defendeu a
operação Lava Jato. “O Brasil precisa de transparência. A Lava Jato está
colaborando no sentido de colocar as cartas na mesa”, afirmou. Ao Intercept, o
ex-presidente disse, por meio de sua assessoria, que não teve conhecimento de
nenhum inquérito ou denúncia relacionados à delação de Cerveró. Também afirmou
desconhecer as menções sobre seu filho e a compra de votos nas eleições – por
isso, “não sabe se teriam resultado em investigação ou denúncia”. A única
confirmada pelo ex-presidente foi a investigação que terminou arquivada.
Após a divulgação da primeira leva de reportagens sobre as
mensagens secretas da Lava Jato, FHC fez uma defesa pública de Moro: “O
vazamento de mensagens entre juiz e promotor da Lava-Jato mais parece
tempestade em copo d’água. A menos que haja novos vazamentos mais comprometedores…”,
disse.
17 de novembro de 2015
Roberson – 20:29:48 – Meus caros, o que acham de
instaurarmos um PIC para investigar, no mesmo procedimento, pagamentos
efetuados pelo Grupo Odebrecht (e outras cartelizadas) ao LULA (via LILS e
INSTITUTO) e ao FHC (via Fundação iFHC)? Assim ninguém poderia indevidamente
criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário, poderíamos oficiar
todas as empreiteiras contratantes, verificar padrões indevidos, etc.
Roberson – 20:30:32 – A da LILS vocês já sabem os indícios
para a investigação, mas vejam essa fratura expostas da Fundação iFHC:
Roberson – 20:30:52 –
Roberson – 20:31:16 –
Roberson – 20:32:12 – Email da iFHC “GOSTARIA QUE VOCES
VERIFICASSEM COM A BRASKEM QUAL A MELHOR MANEIRA PARA FAZER A DOAÇÃO. TEMOS AS
SEGUINTES OPÇOES:
Roberson – 20:32:20 – DOAÇÃO DIRETA
Roberson – 20:32:51 – A ELABORAÇÃO DE UM CONTRATO, POREM NÃO
PODEMOS DIZER QUE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SERÁ UMA PALESTRA DO PRESIDENTE
Roberson – 20:33:43 – E ai???? Querem mais baton na cueca?
Paulo Galvão – 20:35:08 – porra bomba isso
Roberson – 20:35:20 – Pois é!!!
Roberson – 20:35:39 – O que acha da ideia do PIC?
Roberson – 20:35:47 – Vai ser massa!
Paulo Galvão – 20:35:51 – Acho excelente sim Robinho
Roberson – 20:36:47 – Legal! Se os demais tb estiverem de
acordo, faço a portaria amanha cedo
Roberson – 20:38:08 – Acho que vale até uma BA na Secretaria
da iFHC que mandou o email. Ela é secretária da Presidencia!
Laura Tessler – 20:38:36 – Sensacional esse email!!!!
Roberson – 20:38:48 – Mais, talvez pudessemos cumprir BA nos
três concomitantemente: LILS, Instituto Lula e iFHC
Paulo Galvão – 20:39:04 – De quando é esse email?
Roberson – 20:39:12 – Uma prova reforça a outra
Paulo Galvão – 20:39:24 – Questão é, FHC estamos
investigando crime tributário apenas?
Roberson – 20:39:28 – Outubro de 2014!!!!!!!!!!!!!
Roberson – 20:39:52 – Provavelmente por isso a mençao de que
não poderia ser palestra do FHC
Paulo Galvão – 20:39:52 – Vamos pedir a fiscal, ver se o
dinheiro saiu para alguma campanha
Paulo Galvão – 20:40:16 – Pq se ficou lá e só crime
tributário? Ou teria que achar uma obra do psdb para dizer que é propina
Roberson – 20:41:52 – Sim, esse aprofundamento é essencial
Paulo Galvão – 20:42:28 – Mas a ideia é excelente.
Despolitizar
Paulo Galvão – 20:42:40 – Se bem q vc votou na Dilma hahaha
Roberson – 20:43:48 – MPF hahaha
Diogo – 21:44:28 – Mas será q não será argumento pra defesa
da lils dizendo q eh a prova q não era corrupção?
Roberson – 22:07:24 – Pensei nisso tb. Temos que ter um bom
indício de corrupção do fhc/psdb antes
Dallagnol – 22:14:24 – Claro
Dallagnol – 22:18:00 – Será pior fazer PIC, BA e depois
denunciar só PT por não haver prova. Doação sem vinculação a contrato, para
influência futura, é aquilo em Que consiste TODA doação eleitoral
Dallagnol – 09:56:20 – Creio que vale apurar com o argumento
de que pode ter recebido benefícios mais recentemente, inclusive com outros
contratos … Dará mais argumentos pela imparcialidade… Esses termos já chegaram,
Paulo? Esse já tem grupo?
Paulo Galvão – 10:00:38 – Chegaram vários do Cervero, mas
não sei se esse especificamente desceu
Paulo Galvão – 10:00:59 – Nos temos de qq forma todos os
depoimentos na pasta
Dallagnol – 10:24:20 – Algum grupo se voluntaria? Eu acho o
caso bacanissimo, pelo valor histórico. E recebendo naquela época pode ter
lavagem mais recente pela conversão de ativos ou outro método como compra
subfaturada de imóvel o que é mto comum…. Seria algo para analisar
Paulo Galvão – 10:26:33 – Deixa ver antes se desceu. Pode
ter sido mandado p outro lugar, como os que foram p o rio (e isso é um dos
temas q eu quero tratar na reunião)
Dallagnol – 21:42:18 – Caros, há uma programação de que sub
vai represetnar a lava jato no STJ até dezembro. O problema está em dezembro…
será a SUPRIMIDO
Dallagnol – 21:42:28 – ANEXO SUPRIMIDO
Dallagnol – 21:42:35 – bom termos essa pauta do subs do stj
P.N.I.. – 21:59:01 – Mestre, tudo bem? Vc acha que consegue
me ajudar com isso? Abração! http://istoe.com.br/o-acerto-de-r-12-milhoes/ O
acerto de R$ 12 milhões Em acordo de delação, Marcelo Odebrecht revela que a
presidente Dilma cobrou pessoalmente doação de campanha para pagar via caixa
dois o marqueteiro João Santana e o PMDB em 2014
P.N.I.. – 22:05:34 – SUPRIMIDO
P.N.I.. – 22:05:48 – Disse que não há nada disso.
P.N.I.. – 22:06:33 – Mas aqui sinto cheiro do Mauat, que se
tornou amiguinho do MO.
Dallagnol – 23:00:04 – [imagem não encontrada]
4 de junho de 2016
Isabel Groba – 07:39:57 – Alguém vai hoje ou amanhã na FT?
Eu precisava que fosse ligado o computador que eu uso para fazer acesso remoto.
P.N.I.. – 08:29:53 – “Queda a jato Há ministros caindo por
causa da Lava-Jato. Mas tem um que deverá cair nas próximas horas por causa de
um jato. Isto mesmo: um jato. Trata-se de Fábio Osório, advogado-geral da
União, que provocou um fuzuê ao tentar embarcar esta semana para Curitiba, na
Base Aérea. Negado o pedido, Osório deu uma carteirada nos oficiais da Aeronáutica,
dizendo ter status de ministro de Estado. A confusão chegou ao gabinete do
presidente. Para complicar ainda mais a situação de Osório, Temer descobriu que
Toffoli só revogou a sua decisão de demitir o presidente da EBC nomeado por
Dilma porque o advogado-geral da União, que deveria fazer a defesa do governo,
estava nessa fatídica viagem a Curitiba. Agora, até o padrinho do advogado, o
ministro Eliseu Padilha, está pedindo sua cabeça ao presidente.”
Dallagnol – 14:27:12 – Curitiba promete dias curitibanos
Dallagnol – 14:27:17 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 14:28:02 – Aeroporto fechado agora
Dallagnol – 14:28:18 – Quem aposta que amanhã vamos e não
vamos a BSB? rs
Dallagnol – 14:47:02 – Pessoal da Brigada está preocupado
com a notícia de que a série da PF dirá que “a PF que investiga”. A nota fala
do juiz é da PF, ignorando MP:
Dallagnol – 14:47:12 – [imagem não encontrada]
Dallagnol – 15:08:34 – SUPRIMIDO
Orlando SP – 15:33:36 – SUPRIMIDO
Orlando SP – 15:34:07 – SUPRIMIDO
Orlando SP – 15:34:49 – SUPRIMIDO
Paulo Galvão – 16:03:45 – [imagem não encontrada]
Paulo Galvão – 16:04:00 – SUPRIMIDO
Julio Noronha – 20:28:07 – Falando de “mídia independente”:
Julio Noronha – 20:28:16 – [imagem não encontrada]
Julio Noronha – 20:28:17 – [imagem não encontrada]
Julio Noronha – 20:28:18 – [imagem não encontrada]
Julio Noronha –20:28:18 – [imagem não encontrada]
Laura Tessler – 20:30:29 – aposto que é só
coincidência!!!😂😂😂
Dallagnol – 21:11:07 – Que absurdo!! Isso valeria ACPs em
outros locais…
6 de junho de 2016
Diogo – 00:49:28 – SUPRIMIDO🙊🙊🙊
Diogo – 00:50:13 – Ia ser engraçado pq este cara batia na
lava jato.. Mas como a lava jato começou a pegar o pmdb ele ia ter Q apoia lá
Dallagnol – 07:07:00 – Que tal a FTLJ fazer uma moção de
apoio a ela como capacitada etc para ser DG, sem mencionar lista triplice?
Orlando SP – 07:20:31 – Aí dá para fazer, inclusive podendo
expressamente falar q independentemente de lista, a SUPRIMIDO é um nome
excelente pará tal cargo.
Orlando SP – 08:17:31 – De outro lado, deve haver uma dúzia
aguardando para ser o escolhido, q ficarão bem contrariados. Temer não cometerá
este erro primário de colocar alguém desvinculado do MJ e dele próprio na PF.
Ele não é amador
P.N.I.. – 10:52:46 – Creio que cada um no seu quadrado.
Gosto da SUPRIMIDO, mas me sinto entrando em discussão de uma questão que vai
além da simples simpatia. Pode ser um passo maior que a perna por parte dela.
Além disso é um assunto de outra corporação.
Paulo Galvão – 11:41:46 – Segue petição de desmembramento do
acordo do Cerveró – deixo p o grupo responsável analisar
Paulo Galvão – 11:42:39 – Mas vejo que, sobre o filho do
FHC, é um termo que ficou no STF por conta do Delcídio e teria vindo para cá
por cópia. É o mesmo termo que trata da GE, lembrando que a GE protocolou
petição querendo colaborar e está fazendo investigação interna
Dallagnol – 12:04:38 – se veio pra cá, é nosso
Dallagnol – 12:04:40 – se veio pra cá com cópia, é nosso
Dallagnol – 12:04:46 – se pensaram em mandar pra cá, é nosso
tb
DELTAN DALLAGNOL E SERGIO MORO
13 de abril de 2017
Moro – 09:07:39 – Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que
vi na TV pareceu muito fraco?
Moro – 09:08:18 – Caixa 2 de 96?
Dallagnol – 10:50:42 – Em pp sim, o que tem é mto fraco
Moro – 11:35:19 – Não estaria mais do que prescrito?
Dallagnol – 13:26:42 – Foi enviado pra SP sem se analisar
prescrição
Dallagnol – 13:27:27 – Suponho que de propósito. Talvez para
passar recado de imparcialidade
Moro – 13:52:51 – Ah, não sei. Acho questionável pois
melindra alguém cujo apoio é importante
CHAT CONEXÃO BSB-CWB
13 de abril de 2017
Dallagnol – 11:42:54 – Caros o fato do FHC é só caixa 2 de
96? Não tá prescrito? Teve inquérito?
Sergio Bruno Mpdft – 11:51:25 – Mandado pra SP
Sergio Bruno Mpdft – 11:51:44 – Não analisamos prescrição
Dallagnol – 13:26:11 –👍👍😉
DELTAN DALLAGNOL, PAULO GALVÃO E CARLOS FERNANDO SANTOS LIMA
20 de maio de 2018
Dallagnol – 01:46:42 – CF, só tem 2 (ex) presidentes presos:
Lula e Humala no peru
Dallagnol – 01:48:12 – Opa o Jorge Glas no equador tb
Dallagnol – 01:48:38 – No BR, vou considerar como
investigados Temer, Collor, Sarey e Lula
Dallagnol – 01:49:07 – (excluindo Dilma e FHC – não lembro
de investigações sobre eles fora o que tá bem sigiloso da dilma, sem conclusão)
Dallagnol – 01:49:55 – Tem um quarto com prisão decretada,
mas foragido, o Maurício Funes, de El Salvador
Dallagnol – 01:53:59 – segue artigo com atualiação dos
números de presientes investigados e presos. Faltam estados do BR, que terei na
segunda
Dallagnol – 01:54:08 – Quem pode olhar o artigo agora?
Dallagnol – 01:54:21 – ANEXO SUPRIMIDO
Dallagnol – 01:54:49 – CF, como PG viu depois de Vc, olha Vc
o artigo agora e veja se está OK. Se não, faça alterações e passa pro Paulo.
Seria bom se pudermos fechar na segunda.
21 de maio de 2018
Santos Lima – 12:58:22 – Fiz algumas substituições.
Secretary of state é um dos ministérios. A palavra para ministério é cabinet. A
FGV é uma think tank (ela mesma assim se coloca). “other ilicits é fraco,
coloquei white collar and electoral crimes,
Santos Lima – 12:59:03 – Algumas frases soltas eu coloquei
entre vírgulas. Ficou grande, mas creio que ficou mais readable.
Santos Lima – 12:59:25 – ANEXO SUPRIMIDO
Santos Lima – 13:01:48 – Tirei future na última frase e
coloquei a brazilian progressive era para fechar com o começo.