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terça-feira, 25 de maio de 2021

CPI da Covid: quem é Mayra Pinheiro, a 'Capítã Cloroquina', secretária do Ministério da Saúde que depõe nesta terça


Conhecida pela alcunha de "Capitã Cloroquina", a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, depõe nesta terça-feira (25/05) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.


Mayra Pinheiro usou informações falsas para promover o "tratamento precoce"

 Com o depoimento da pediatra cearense, os senadores pretendem entender melhor a atuação do governo de Jair Bolsonaro para promover o chamado "tratamento precoce" — um coquetel de medicamentos sem eficácia comprovada contra covid-19 que inclui substâncias como cloroquina, azitromicina e invermectina.

Os parlamentares querem questioná-la, principalmente, sobre sua atuação na liderança de uma comitiva do Ministério da Saúde ao Amazonas no início do ano, quando o Estado sofreu um colapso do sistema de saúde, com falta de leitos e de oxigênio para tratar o crescente número de pacientes com covid-19.

Pinheiro, porém, obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que permite que ela fique calada sobre esses acontecimentos. Isso porque a secretária é alvo de uma ação de improbidade administrativa que investiga a omissão de autoridades diante do colapso do sistema de saúde do Amazonas.



O habeas corpus foi concedido porque a Constituição garante o direito ao investigado de não produzir prova contra si mesmo.

O objetivo dessa ação de improbidade administrativa é verificar se autoridades "omitiram-se no cumprimento de seus deveres, ao retardar o início das ações do Ministério da Saúde no estado, ao não supervisionar o controle da demanda e do fornecimento de oxigênio medicinal nas unidades hospitalares do Amazonas, ao não prestar ao Estado a necessária cooperação técnica quanto ao controle de insumos, ao retardar a determinação da transferência de pacientes à espera de leitos para outros Estados, ao realizar pressão pela utilização 'tratamento precoce' de eficácia questionada no Amazonas e ao se omitir em apoiar o cumprimento das regras de isolamento social durante a pandemia".

No dia 10 de janeiro, quando a comitiva do Ministério da Saúde estava no Estado, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), anunciou que a situação era "dramática" e pediu de apoio ao governo federal para transporte de cilindros do gás de outras regiões do Brasil.

No dia seguinte, porém, Pinheiro lançava em Manaus, ao lado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, a plataforma TrateCov e promovia como solução para redução das internações de pacientes com coronavírus o "tratamento precoce".

A secretária esteve na cidade antes, no dia 4 de janeiro, como representante do ministério para "alinhar ações de fortalecimento da pasta, para o enfrentamento da covid-19 no Amazonas", segundo registros da sua agenda oficial.

Apesar do iminente desabastecimento de oxigênio, a principal resposta liderada pela secretária à crise foi promover o uso de medicamentos sem eficácia.

Segundo Pazuello disse à CPI na semana passada, o TrateCov foi desenvolvido por sugestão de Pinheiro com o propósito de auxiliar médicos no diagnóstico e tratamento da covid-19. Na prática, o aplicativo recomendava o coquetel de medicamentos sem eficácia indiscriminadamente, até mesmo para bebês.

A plataforma acabou sendo retirada rapidamente do ar após críticas, e Pazuello hoje insiste que ela foi disponibilizada indevidamente por um hacker, apesar de o governo ter oficialmente divulgado o TrateCov.

Ministério da Saúde reagiu à falta de oxigênio em Manaus insistindo no uso da cloroquina

Na cerimônia em que anunciou o aplicativo em Manaus, Mayra Pinheiro exaltou a ferramenta como uma forma de realizar diagnósticos rápidos no lugar do uso de testes RT-PCR.

"Nós não podemos perder tempo diante do quadro epidemiológico que hoje toma conta do Estado do Amazonas e de diversos Estados brasileiros. Nós estamos apresentando para a sociedade um aplicativo que permite, como eu disse, com forte valor preditivo, dizer se o doente, diante das suas manifestações clínicas, ele tem ou não a covid-19", sustentou.

"E assim nós podemos, no período de cinco minutos, com a utilização desse aplicativo, que já pode ser acessado através das páginas do Ministério da Saúde, nós poderemos ofertar imediatamente para milhões de brasileiros o tratamento precoce, evitando que essas pessoas evoluam para quadros mais graves e que elas necessitem de novos leitos já escassos em todo o país", acrescentou.

Na ocasião, ela fez ainda uma apelo a "todos os prefeitos do Estado do Amazonas" para que adotassem o tratamento precoce".

"Por mais que nós tenhamos em breve a vacina disponível para toda a população brasileira, não há tempo a perder. Precisamos evitar novos óbitos", disse também.



Projeção com oposição ao Mais Médicos

Pinheiro está no atual cargo desde o início do governo, tendo sido nomeada na gestão do primeiro ministro da Saúde do presidente Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta. Sua escolha, porém, é atribuída diretamente Palácio do Planalto, o que se refletiu na sua permanência na pasta apesar do troca-troca de ministros.

Mandetta deixou o governo em abril de 2020, tendo sido substituído por Nelson Teich, que durou menos de um mês no cargo — ambos disseram ter saído do governo por não concordar com Bolsonaro na defesa da cloroquina e na crítica ao distanciamento social.

Foi justamente com a ascensão do general Eduardo Pazuello ao comando da pasta que Pinheiro ganhou mais projeção, ao se alinhar integralmente ao presidente e ao ministro a favor do "tratamento precoce".

Com a militarização do ministério por Pazuello, a secretária se tornou uma das poucas pessoas com formação médica em postos de comando na pasta da Saúde.

Pinheiro, que se coloca como uma "técnica" no governo, se alinha a posicionamentos de Bolsonaro sem base científica

Em sua conta no Instagram, que conta com 16,5 mil seguidores, Pinheiro diz que tem "uma vida inteira dedicada à medicina".

"São mais de 30 anos de estudos, mestrados e doutoramentos até chegar ao Ministério da Saúde", diz ainda a descrição.

Apesar do plural, seu currículo na plataforma Lattes aponta um mestrado na Universidade de São Paulo, título obtido em 2002 com a tese "Morbidade Neonatal e pós-neonatal de crianças de alto-risco nascidas no Hospital Geral Dr. César Cals em Fortaleza".

Além disso, indica que a secretária cursa desde 2016 um doutorado em Bioética pela Universidade do Porto (Portugal). Procurada pela BBC News Brasil, a instituição disse que Pinheiro está no terceiro ano do programa.

Natural de Fortaleza, ela se formou em medicina em 1991 na Universidade Federal do Ceará e presidiu o Sindicato dos Médicos do Ceará entre 2015 e 2018.

Se projetou publicamente como opositora do programa Mais Médicos, implementado em 2013 pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Sua principal crítica era contra a vinda de médicos cubanos sem a revalidação do diploma de medicina no Brasil. Pinheiro nega, porém, ter participado do protesto que chamou os profissionais cubanos de escravos durante seu desembarque no aeroporto de Fortaleza.

Ela se filiou ao PSDB e disputou sem sucesso duas eleições — em 2014 tentou um mandato de deputada federal e, em 2018, concorreu ao Senado. Terminou em quarto lugar com 11,37% dos votos.

Depois, ingressou no partido Novo, mas, segundo o jornal Folha de S.Paulo, ela deixou a sigla após lideranças do partido, como João Amoedo, passarem a defender o impeachment de Bolsonaro.


Informações falsas na defesa da cloroquina

Desde o início da pandemia, a secretária foi ativa em defender o uso de medicamentos ineficazes contra a covid-19 e na crítica ao isolamento social.

Bolsonaro empunha uma caixa de cloroquina - remédio não tem eficácia comprovada contra covid-19

Em entrevista concedida em abril de 2020 ao canal no YouTube da Associação Brasileira de Psiquiatria, por exemplo, ela compara a recomendação para que a população fique em casa (com objetivo de reduzir o contágio do coronavírus) à perda de liberdade de pessoas presas.

Na mesma ocasião, a secretária disse que já existiam estudos amplos e com rigor científico aprovando a eficácia da hidroxicloroquina associada à azitromicia. Pesquisas realizadas até o momento, porém, apontam justamente o contrário.

"A gente já tem estudos com 600, com 500 pacientes que mostram, (estudos) randomizados, duplo-cegos, controlados, mostrando a taxa de sucesso muito alta. Mostrando que a gente tem sim agora a possibilidade de iniciar, quando as pessoas começam a ter sintomas, iniciar o uso dessa medicação hidroxicloroquina associada à azitromicina", afirmou na ocasião.

Estudos randomizados e controlados são pesquisas científicas em que os voluntários são distribuídos aleatoriamente em dois grupos (os que recebem o medicamento testado e os que recebem placebo). E duplo-cego significa que nem os voluntários nem os médicos sabem previamente as pessoas que tomaram cada uma dessas substâncias.

São técnicas consideradas fundamentais em pesquisas sérias. Já existem diversos estudos desse tipo que atestam a ineficácia da hidroxicloroquina contra a covid-19. Um deles é o do Recovery Trial, feito no Reino Unido. Numa análise de mais de 4.500 pacientes hospitalizados, o uso de hidroxicloroquina e azitromicina não trouxe benefício algum.

Um painel de especialistas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu, em março deste ano, que o medicamento não previne a infecção, fazendo uma "forte recomendação" para que não seja usado. Esta forte recomendação é baseada em seis estudos clínicos com evidências de alto nível que somam mais de 6 mil participantes.

Também não há evidências de que a ivermectina, fármaco usado no tratamento de parasitas como piolho e sarna, ajude no tratamento da covid-19. Os estudos disponíveis até agora são inconclusivos.

Por isso, a Agência Europeia de Medicamentos é contrária ao uso de ivermectina no tratamento da covid-19. Após revisar as publicações sobre o medicamento, a agência considerou que os estudos possuíam limitações, como diferentes regimes de dosagem do medicamento e uso simultâneo de outros medicamentos.

"Portanto, concluímos que as atuais evidências disponíveis são insuficientes para apoiarmos o uso de ivermectina contra a covid-19", concluiu a agência.

A própria fabricante da ivermectina, a farmacêutica MSD, afirmou em fevereiro que não existem evidências de que o medicamento tivesse efeito contra a covid-19.

Fonte: BBC News Brasil


UOL

Mayra Pinheiro na CPI da Covid: análise do depoimento ao vivo| UOL News Especial (25/05/2021)

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segunda-feira, 3 de maio de 2021

Réu confesso, crime 4: Cloroquina para enganar e matar brasileiros


A cloroquina foi peça fundamental na propaganda negacionista de Bolsonaro e um dos motivos de ele trocar médicos por um general no comando do Ministério da Saúde



CPI da Covid, no Senado, começa nesta semana a colher os primeiros depoimentos, ouvindo os ex-ministros da Saúde de Bolsonaro — Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello —, além do atual ocupante da pasta, Marcelo Queiroga, e do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.

As audiências serão uma oportunidade de, entre outras coisas, explicar ao país por que Jair Bolsonaro defendeu tanto o uso da hidroxicloroquina e outras drogas sem eficácia, o famigerado Kit Covid. Hoje, já ficou claro que o atual presidente nunca se importou com o fato de os remédios funcionarem ou não contra o novo coronavírus. A principal função desses medicamentos sempre foi dar aos brasileiros uma falsa sensação de segurança.

Como já mostrado aqui na série Réu Confesso, Bolsonaro implementou a assassina estratégia de “imunização de rebanho”. Por isso precisava que a população acreditasse no engodo da cloroquina e não se protegesse em casa, ajudando-o a alcançar logo a meta de infectar “60% ou 70% das pessoas”, como não se cansou de repetir. Em outras palavras, a cloroquina era uma peça chave da propaganda negacionista posta em prática pelo atual presidente.


PT - Partido dos Trabalhadores

Crime 4: Pressão para uso de remédio sem eficácia

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“Não vou manchar minha história”

Dessa maneira, Bolsonaro passou a pressionar o Ministério da Saúde para recomendar oficialmente o uso da cloroquina. O problema é que nem mesmo Luiz Henrique Mandetta nem Nelson Teich, médicos que aceitaram participar de um governo cuja política de saúde passava pelo desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) e pela extinção de programas como o Mais Médicos, quiseram sujar suas reputações recomendando um remédio sem eficácia e que, ainda por cima, representa riscos à saúde.

Assim, tanto Mandetta quanto Teich deixaram o cargo quando a pressão pela recomendação oficial da cloroquina ficou muito grande. E a exposição desse motivo preocupa o governo, tanto que a Casa Civil da Presidência da República, ao elaborar a lista de crimes pelos quais Bolsonaro poderia ser acusado na CPI da Covid, anotou, no item 21: “O Presidente Bolsonaro pressionou Mandetta e Teich para obrigá-los a defender o uso da Hidroxicloroquina”.

Ora, a pressão foi clara. Nelson Teich, ao deixar o governo após ficar menos de um mês no ministério, afirmou em entrevista ao jornal O Globo, em 24 de maio de 2020: “É óbvio que antecipar o uso da cloroquina teve peso (na minha saída). O presidente achava que era melhor antecipar, e eu achava que não”. Nove dias antes, ao sair do cargo, havia dito: “Não vou manchar a minha história por causa da cloroquina”.

Quatro meses mais tarde, em setembro de 2020, Mandetta lançou o livro Um paciente chamado Brasil, no qual expôs todo o plano de Bolsonaro para usar a cloroquina como armas da imunização de rebanho:


  • “Nunca na cabeça dele houve a preocupação de propor a cloroquina como um caminho de saúde. A preocupação dele era sempre ‘Vamos dar esse remédio porque, com essa caixinha de cloroquina na mão, os trabalhadores voltarão à ativa. (…) O projeto dele para combate à pandemia é dizer que o governo tem o remédio e quem tomar o remédio vai ficar bem. Só vai morrer quem ia morrer de qualquer maneira”.

Bolsonaro troca médico por general

Teich e Mandetta aceitaram conviver com os absurdos de Bolsonaro até chegar ao ponto em que precisaram escolher entre manter-se em um governo assassino e preservar a reputação como médicos. Percebendo isso, o presidente decidiu colocar à frente do Ministério da Saúde Eduardo Pazuello, que não é médico, mas um general que se mostrou disposto a ajudá-lo em sua política de morte.

Cinco dias apenas depois da saída de Teich, Pazuello, ainda como ministro interino, assinou um protocolo para ampliar a recomendação do uso da cloroquina por pacientes com Covid-19. A droga sem eficácia chegou a ser incluída no aplicativo oficial Trate-Cov, fato investigado pelo Ministério Público.

O resultado da gestão Pazuello, todos conhecem. No período que ficou à frente do Ministério da Saúde, o Brasil recusou a oferta de vacinas, assistiu a pacientes morrerem por falta de oxigênio, tornou-se incubadora de novas cepas e ameaça global, e viu o número de mortes por Covid-19 saltar de 15 mil para 290 mil, no dia de sua saída, em 19 de março deste ano.

Fonte: PT Brasil


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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Jornais vendem espaço para médicos que promovem “tratamento precoce” contra Covid-19


No chamado manifesto pela vida", mais de 2 mil médicos defendem uso de hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, zinco, entre outros medicamentos cuja eficácia contra Covid não está provada



 

Jornal GGN Os principais jornais impressos do Brasil despertaram críticas nas redes sociais, nesta terça (23), por terem cedido espaço de publicidade para médicos que promovem “tratamento precoce” para o novo coronavírus, sendo que, até agora, a ciência não indicou nenhum medicamento com eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

Em anúncio de meia página em cerca de 11 jornais – incluindo O Globo, Folha e Estadão – mais de 2 mil médicos anunciantes defendem o uso de um coquetel de remédios que, combinados, poderiam reduzir os efeitos graves do vírus.

“Destacamos que a abordagem precoce não se trata apenas do uso de uma ou outra droga, mas da correta combinação de medicações como a hidroxicloroquina, a ivermectina, a bromexina, a azitromicina , o zinco, a vitamina D, anti-coagulantes entre outras, além dos corticoides que têm um momento certo para sua utilização nas fases inflamatórias da doença, sempre observando-se a adequação das combinações ao estado e evolução de cada paciente, que será acompanhado extensivamente inclusive com a realização de exames conforme necessários, e a recomendação de intervenções não farmacológicas, como a fisioterapia”, cita um trecho da publicação.

A cineasta Petra Costa, seguida no Twitter por mais de 221 mil pessoas, criticou a decisão editorial dos jornais da grande mídia. Parte deles, inclusive, se reúne no consórcio que diariamente apura e divulga os dados da pandemia.

“Os jornais mais lidos do país publicam anúncios de negacionistas da ciência promovendo falsos ‘tratamentos’ para a COVID19. Por dinheiro, atentam contra a saúde pública!! Não é por acaso que o Brasil já tem (oficialmente) 247.276 mortos. Um genocídio com muitos cúmplices…”, sustentou Petra.

O jornalista George Marques também atacou o anúncio. “Então quer dizer que a autoproclamada “imprensa profissional” está distribuindo em suas caras páginas (200 mil só na Folha de S. Paulo) para divulgação de fake news sobre o uso precoce com cloroquina, já cientificamente ineficaz contra a Covid? Quem diria.”

O grupo Sleeping Giants Brasil, que faz no Twitter um trabalho de fiscalização de empresas privadas e públicas que anunciam em veículos que promovem discurso de ódio, cobrou um pedido de desculpas dos jornais.

“Gostaríamos que Folha, O Globo, Jornal do Commercio (PE), Estado de Minas, Correio Brasiliense, Jornal Correio, O Povo e Gazeta Gaúcha publiquem amanhã no mesmo tamanho um pedido de desculpas e a verdade: NÃO EXISTE TRATAMENTO PRECOCE” para Covid-19, tuitaram.


DCM TV

Jornais se vendem a lobby da cloroquina. Moro montou dossiê contra ministro do STJ

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No Twitter


 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Bolsonaro usou fundo de combate à pandemia para produzir hidroxicloroquina

 

O governo distribuiu, entre setembro de 2020 e janeiro de 2021, 420 mil doses do medicamento para tratar pacientes com Covid-19


Caixa de sulfato de hidroxicloroquina - Foto: Reprodução/Twitter

O governo de Jair Bolsonaro distribuiu, entre os meses de setembro de 2020 e janeiro de 2021, 420 mil doses de hidroxicloroquina para tratar pacientes com Covid-19. A informação foi confirmada pelo Exército à reportagem de José Brito, da CNN.

Embora o presidente defenda o uso do medicamento no tratamento contra a Covid, não existe evidência científica de que o remédio tenha eficácia contra a doença.

Conforme documentos obtidos pela CNN, os recursos para a produção e distribuição de hidroxicloroquina saíram do fundo emergencial para combate à pandemia.

Benjamin Zymler, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), concedeu prazo de 15 dias, a partir do dia 8 de fevereiro, para o Comando do Exército e o Ministério da Saúde esclarecerem sobre a produção e a distribuição de cloroquina no país.

O Exército precisa informar, também, se ainda existe estoque da hidroxicloroquina doada pelos Estados Unidos, além da estimativa de produção de cloroquina 150 mg para 2021.

O Ministério da Saúde recomendou a cloroquina para o tratamento precoce da Covid-19 em maio de 2020. No mês seguinte, estendeu a recomendação para crianças e mulheres grávidas, no mesmo dia em que a Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano equivalente à Anvisa, revogou a autorização de uso emergencial do medicamento nos EUA.

Fonte: Revista Fórum


Vozes da Democracia - Senador Humberto

Ao invés de buscar vacinas, o Ministério da Saúde fez a Fiocruz produzir cloroquina para combater a Covid-19. E gastou milhões destinados ao enfrentamento da pandemia para isso.

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

MAIOR DEFENSOR DA CLOROQUINA, MÉDICO FRANCÊS ADMITE PELA PRIMEIRA VEZ QUE MEDICAMENTO NÃO REDUZ MORTES


Estudo do francês Didier Raoult colocou a cloroquina no centro das pesquisas contra o tratamento da Covid-19 Foto: GERARD JULIEN / AFP

Didier Raoult também assumiu que substância não diminui necessidade de UTI e do paciente precisar de oxigênio


Principal promotor da hidroxicloroquina como tratamento para a Covid-19, o médico e microbiologista francês Didier Raoult admitiu pela primeira vez que a substância não reduz a mortalidade ou agravamento da doença. O pesquisador fez a afirmação em uma carta publicada em 4 de janeiro no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França.

"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão", escreveu Raoult em nota assinada por toda sua equipe, de acordo com o jornal Le Figaro.

Raoult divulgou em março do ano passado um estudo feito com apenas 42 pessoas no qual, de acordo com o pesquisador, ficava comprovada a eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que administrados no início dos sintomas.

No entanto, cientistas de todo o mundo e a Organização Mundial da Saúde criticaram a pesquisa, dizendo que os estudos foram conduzidos fora dos protocolos científicos padrão. O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos, da França, abriu em dezembro do ano passado um processo de investigação contra Raoult e outros seis colegas que participaram dos estudos.

Apesar de assumir que o tratamento não traz grandes vantagens em relação às mortes por Covid-19, Raoult insiste na carta que o tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina foi menor.

"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", escreveu Raoult.

"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão", escreveu Raoult em nota assinada por toda sua equipe, de acordo com o jornal Le Figaro.

Raoult divulgou em março do ano passado um estudo feito com apenas 42 pessoas no qual, de acordo com o pesquisador, ficava comprovada a eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que administrados no início dos sintomas.

No entanto, cientistas de todo o mundo e a Organização Mundial da Saúde criticaram a pesquisa, dizendo que os estudos foram conduzidos fora dos protocolos científicos padrão. O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos, da França, abriu em dezembro do ano passado um processo de investigação contra Raoult e outros seis colegas que participaram dos estudos.

Apesar de assumir que o tratamento não traz grandes vantagens em relação às mortes por Covid-19, Raoult insiste na carta que o tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina foi menor.

"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", escreveu Raoult.

Um ensaio clínico realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, chegou à conclusão de que a hidroxicloroquina "não tem nenhum efeito benéfico" em termos de Covid-19. O Le Figaro também menciona um outro estudo, feito pelo Angers University Hospital em uma amostra de 250 pacientes e a conclusão foi a mesma.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governo brasileiro vêm incentivando o uso da hidroxicloroquina e da azitromicina como "tratamento precoce" contra a Covid-19. Na semana passada, o Ministério da Saúde lançou um aplicativo no qual incentiva o uso das medicações que não têm eficácia comprovada.

No último sábado, o Twitter chegou a indicar que uma publicação da pasta possui "informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à covid-19”. O conteúdo foi ocultado pela plataforma. No domingo, os pareceres e votos pela aprovação das vacinas Coronavac e de Oxford também refutaram o uso das substâncias e a existência de um "tratamento precoce" baseado em medicamentos comprovadamente ineficazes, como a hidroxicloroquina.

Fonte: Época


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

OAB estuda pedir impeachment de Bolsonaro por demora na vacinação contra a covid-19



O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que o assunto será tratado pelo Conselho Federal da entidade assim que houver o controle da pandemia


A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve discutir a possibilidade de pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro por conta da demora do governo federal em começar a vacinar a população brasileira contra a covid-19.

A afirmação partiu do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que disse que o assunto será tratado pelo Conselho Federal da entidade assim que houver o controle da pandemia. Santa Cruz cobrou que a equipe de Bolsonaro dê início, de forma imediata, a uma campanha nacional de vacinação contra o coronavírus.

Antes de deixar a capital federal nesta segunda-feira com destino ao litoral de São Paulo, onde vai passar a virada do ano, Bolsonaro conversou com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada e disse que o processo de registro de vacinas contra a covid-19 não pode ser feito às pressas em função dos possíveis efeitos colaterais do imunizante.

Bolsonaro repetiu que não está preocupado com o início da campanha de vacinação no país, pois o processo depende da Anvisa. "Se eu vou na Anvisa e digo 'corre aí', vão falar que estou interferindo", completou o presidente.

Mourão

O vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão, segue em isolamento no Palácio do Jaburu. Ele, que está com a covid-19, está sendo medicado com hidroxicloroquina, medicamento cuja comprovação científica não foi feita, com o vermífugo Anita e também o antibiótico azitromicina, além de remédios para dor e febre. De acordo com a assessoria de imprensa da Presidência da República, o estado dele é “bom”.

Voto impresso

Também nesta segunda, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso. Ele se referiu à disputa da presidência da Câmara dizendo que apoia Arthur Lira, líder do Centrão. Bolsonaro ironizou a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB), que tem o apoio do atual presidente da Casa, o deputado Rodrigo Maia (DEM) e de parte da esquerda, e disse que a eleição da Câmara ocorre com o papelzinho quando, na prática, a disputa ocorre de forma eletrônica desde 2007.

Fonte: Rádio Itatiaia 


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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Após mentir sobre covid, Zambelli diz que caso pegue a doença irá se tratar com cloroquina




Após mentir que teve Covid-19 e foi curada usando cloroquina, Carla Zambelli comentou o ocorrido em uma post nas redes sociais neste domingo (30).

‘Mas é óbvio que eu apaguei o post na qual digo q fui curada da COVID! Mas fiquem tranquilos, jornalistas de fofoca, se e qdo eu pegar COVID, me tratarei NOVAMENTE de forma PRECOCE e com Cloroquina. E em sobrevivendo (sei q muitos torcem contra), postarei novamente a mesma foto!’, escreveu Zambelli.

A deputada alega que tratou-se de “falso positivo”. 


Fonte: DCM 


 Henry Bugalho

Carla Zambelli mentiu sobre ter contraído coronavírus? Entenda!


sábado, 8 de agosto de 2020

Brasil registra 1.079 mortes nas últimas 24h e se aproxima dos 100 mil óbitos por Covid-19



O total acumulado até o último balanço do Ministério da Saúde indica 99.572 vítimas do novo coronavírus. O número total de casos chega perto da marca de 3 milhões


247 - O Ministério da Saúde informou em relatório divulgado nesta sexta-feira (7) que o Brasil registrou 1.079 mortes nas últimas 24h, aproximando o País da marca das 100 mil mortes desde o início da pandemia do novo coronavírus. O balanço indica um total de 99.572 vítimas.

O governo federal também confirmou 50.230 novos diagnósticos de infecção pelo novo coronavírus de ontem para hoje. O número total de casos no país chegou a 2.962.442, chegando perto também da marca de 3 milhões.

Segundo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil ficou na liderança mundial pelo segundo dia consecutivo em mortes confirmadas por Covid em 24 horas.

A quantidade de casos de COVID-19 confirmados oficialmente no mundo aumentou para 18.902.735. O número de mortes causadas pelo novo coronavírus ao redor do mundo subiu para 709.511.



No Rio Grande do Sul, o Dia Nacional de Luta pela Vida e Emprego teve manifestações na capital gaúcha, e lembrou que as 100 mil mortes provocadas pela covid-19 é a mais grave consequência da falta de políticas de enfrentamento do governo Bolsonaro, mas não é a única.



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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Coronavírus já matou mais de 87 mil pessoas no Brasil




Por: Sputnik Brasil

O Brasil alcançou neste domingo (26) a marca de 2.419.091 infectados pelo coronavírus e 87.004 mortes causadas pela enfermidade, informa o Ministério da Saúde.

Nas últimas 24 horas, foram 24.578 novos diagnósticos de COVID-19 confirmados e 555 óbitos registrados. 

O Norte é a região do Brasil com maior incidência de coronavírus por 100 mil habitantes, com 2.095,9 casos. A unidade federativa com os piores números no Norte é o Estado de Roraima, com 4.924,2 casos a cada 100 mil habitantes. 

Além do Norte, as seguintes regiões apresentam os maiores números de incidência de COVID-19 por 100 mil habitantes: Nordeste (1.384,0), Centro-Oeste (1.332,1), Sudeste (939,3) e Sul (653,0).

152 bispos criticam Bolsonaro

Também neste domingo, foi divulgada carta aberta de 152 bispos brasileiros com críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A missiva já deveria ter sido publicada, mas foi retida para análise pelo conselho permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), informa o jornal Folha de S. Paulo. 

Chamada de "Carta ao Povo de Deus", o texto dos bispos afirma que o Brasil enfrenta uma "tempestade perfeita". "A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República [Jair Bolsonaro] e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança", afirmam os religiosos na missiva. 

Presidente Jair Bolsonaro mostra caixa de hidroxicloroquina para apoiadores do lado de fora do Palácio da Alvorada, em Brasília, 23 de julho de 2020


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quarta-feira, 15 de julho de 2020

Deputado apresenta representação contra Bolsonaro na PGR por causa da cloroquina


Deputado federal Rogério Correia (PT), relator da CPI de Brumadinho

A ação foi movida por Rogério Correia (PT), que diz que o presidente feriu a Lei de Improbidade Administrativa


Por FRANSCINY ALVES: O TEMPO

O deputado federal mineiro Rogério Correia (PT) entrou, nesta terça-feira (14), com representação na Procuradoria Geral da República pedindo a instauração de ação civil pública ou procedimento investigativo para apurar a conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por incentivar o uso da cloroquina em pacientes com coronavírus e determinar as  Forças Armadas o aumento da produção do medicamento, cuja eficácia no combate à doença ainda não é comprovada. O petista argumenta que o presidente feriu a Lei de Improbidade Administrativa.

"Esses remédios não têm nenhuma comprovação científica de que tem o dom de curar a Covid-19. E o presidente agora, depois de várias outras tentativas, estabeleceu uma verdadeira propaganda do uso desse remédio ao povo brasileiro depois de ter dito que contraiu o coronavírus. Ele está colocando a população em risco. O presidente, no meu entendimento, cometeu improbidade administrativa ao utilizar recursos públicos para a comprovação de algo que não tem comprovação científica", explicou.

Correia disse ainda que entrou com um mandado de segurança para que o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, responda à Câmara Federal sobre a fabricação do medicamento: "Por ordem de quem esses remédios foram produzidos? Quanto foi gasto? Qual volume? Qual o parâmetro científico utilizado para determinar a produção pelo laboratório do Exército? Desde quando estão produzindo? Entre outras perguntas".

Na última terça-feira (7), o presidente disse em entrevista coletiva que havia testado positivo para a Covid-19 e estava sendo medicado com hidroxicloroquina e azitromicina, mesmo que nenhum estudo tenha demonstrado que haja resultados efetivos com essas medicações para o combate à doença. O próprio presidente admitiu isso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) até mesmo anunciou, em 17 de junho, que decidiu interromper os experimentos com hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19.


Canal Sempre na Luta - Rogério Correia

Neste pronunciamento de menos de 3min na sessão online da Câmara há pouco, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) explica as razões por que decidiu entrar com representação pedindo investigação sobre o presidente Jair Bolsonaro e a propaganda ostensiva da cloroquina vendida como cura para a covid-19. Inclusive com uso do Exército para produção do medicamento, o que sugere também ato de improbidade administrativa. Confira o vídeo e compartilhe. Obrigado!



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terça-feira, 7 de julho de 2020

'Gripezinha' testa 'histórico de atleta': Bolsonaro irá recuar após infecção pela COVID-19?




Por: Sputnik Brasil

O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira (7) que foi infectado pelo novo coronavírus, tema classificado por ele anteriormente como uma "gripezinha". Para especialistas, há uma pergunta: o mandatário mudará as suas ações após pegar a doença que já infectou mais de 1,6 milhão de brasileiros?

Após ter realizado três testes em março, depois de uma viagem oficial aos Estados Unidos na qual vários integrantes acabaram testando positivo para a COVID-19, Bolsonaro voltou a se sentir mal no fim de semana, e o quadro de febre na segunda-feira (6) o fez ir ao hospital para exames e para um novo teste.

Dentre as repercussões, uma chamou a atenção: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro por discordar frontalmente das pressões contrárias ao distanciamento social, declarou que o presidente deveria refletir neste momento.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o cientista político e professor da Universidade Veiga de Almeida, Guilherme Carvalhido, avaliou que é provável que Bolsonaro perceba que vive hoje uma contradição, considerando que está com a COVID-19 e o seu discurso que rejeitava o isolamento social e o uso de máscaras. Ele acha que um recuo já pode ser visto.

  • "Como ele foi contaminado há pouco tempo, a gente tem que saber quais serão as consequências para a saúde do presidente [...] acredito que isso fará com o discurso dele se torne o quê? Muito mais ameno e contraponha aquilo que ele dizia lá no início [...] mesmo que a saúde dele não seja tão afetada de forma significativa, ele terá que contrapor no seu discurso inicial de que ele estava ali equivocado, que o discurso inicial dele de que a pandemia não era grave não era correto, como nós já sabíamos", afirmou.

Contudo, nem todos acreditam que Bolsonaro voltará atrás. Em suas declarações também nesta terça-feira (7), o presidente não indicou recuos. Pregou que idosos e pessoas com comorbidade tomem mais cuidado. Sobre os jovens, garantiu que "possibilidade de algo mais grave é próximo de zero", algo que as estatísticas não dão sustentação.

Jair Bolsonaro come cachorro quente em Brasília durante pandemia de coronavírus. Foto de 23 de maio de 2020.


O mandatário brasileiro ainda reforçou que está tomando hidroxicloroquina, medicamento eficaz para doenças como malária, lúpus e artrite, mas que já foi descartado pela comunidade científica dentro e fora do Brasil como útil para tratar a COVID-19. A insistência de Bolsonaro é uma mostra de como ele pensa, segundo o cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando.

  • "Acredito que o presidente sempre está ideologicamente muito convicto da sua visão de mundo e nem mesmo a doença o fará mudar. Até porque ele deu uma entrevista não faz muito tempo e nela já deixou claro que se tratou com a hidroxicloroquina, e disse que usando no início da doença é 100% comprovado que não há o desenvolvimento de sintomas piores, o que cientificamente não é correto. Se ele segue receitando um remédio que não tem a sua eficácia comprovada, é pouco provável que ele vá mudar a sua postura em relação à doença", ponderou.


Negacionismo em xeque

Depois de ver muitos assessores e ministros próximos contraírem a COVID-19, muito se debateu sobre Bolsonaro ter sido ou não infectado pela doença. Após os exames feitos em março darem negativo, o presidente manteve o seu discurso favorável à flexibilização do distanciamento em prol da economia, mesmo com a doença em aceleração no país.

Tal negacionismo do que vinha sendo indicado pela comunidade médica e científica para lidar com o novo coronavírus colocou Bolsonaro em rota de colisão com governadores e prefeitos. A dúvida é se, diante da sua infecção, o presidente irá também recuar no negacionismo de raízes contrárias ao que defende a ciência.

Para Guilherme Carvalhido, a perspectiva é que Bolsonaro dê um passo atrás, sobretudo pela impressão dada à sociedade civil de que o presidente se sentia imune à COVID-19, já que tentava não usar máscaras sempre que possível e não fugia de aglomerações – às vezes, ele acabava provocando-as em suas saídas do Palácio do Planalto.

  • "Ora bolas, ele estava ali mesmo sem saber que estava com a COVID-19, sem a proteção necessária, então ele estava sendo o quê? Infelizmente, foi irresponsável do ponto de vista social das suas atitudes, visto que até mesmo ele poderia [ser infectado]. Isso não há dúvida que reduzirá fortemente a questão negacionista", arriscou ele.

O cientista político e professor da Universidade Veiga de Almeida ainda argumentou que o mandatário brasileiro tem hoje duas saídas políticas: o silêncio ou a retratação. E pelo que ele chama de "lógica do bolsonarismo", há um bom palpite do que deverá acontecer em Brasília.

"O silêncio eu acho que será o que mais ele vai adotar, pela posição dele é mais fácil isso. Ou ele vai admitir o equívoco em relação à sua posição inicial. Pelo meu entender, pela lógica política do que a gente chama de bolsonarismo e pela própria figura do presidente, ele tenderá a ficar em silêncio, mas não seria negativo ou ruim ele admitir a posição inicial como equivocada", destacou.

Presidente Jair Bolsonaro acena para apoiadores durante visita ao hospital de campanha em obras em Águas Lindas, em Goiás


Por sua vez, Rodrigo Prando buscou em um dos grandes teóricos da sociologia, o alemão Max Weber, para explicar que Bolsonaro possivelmente não está preocupado em mudar o seu discurso sobre o novo coronavírus, mesmo diante da sua infecção. As convicções ideológicas seriam mais importantes para o presidente, de acordo com ele.

  • "Tem um autor na sociologia que eu sempre uso para os meus alunos nas aulas que é o Max Weber. Ele diz que todo aquele que atua dentro da ética da convicção não está preocupado com o resultado das suas ações, mas em apenas reafirmar as convicções dos seus valores e não se preocupa com o resultado prático disso. O presidente Bolsonaro é aquele que se enquadra exatamente dentro dessa visão weberiana de uma ética da convicção", sentenciou.

O cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie assinalou ainda que não vê o fim do negacionismo no governo Bolsonaro, sendo uma prova disso o fato do próprio político estar ingerindo a hidroxicloroquina, droga que pode gerar arritmia cardíaca em pacientes portadores da COVID-19.

"Não acredito que seja o fim do negacionismo. Ele vai dizer provavelmente que não sentiu muita coisa, que os sintomas foram brandos e certamente fará isso associado à ideia do uso da hidroxicloroquina, até porque já se sabe que o Exército já produziu uma quantidade enorme em seus laboratórios", destacou.

Em um ponto os dois especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil concordam fielmente. "Se ele continuar a insistir [em negar], a realidade baterá à porta", finalizou Guilherme Carvalhido.



O jornalista Leonardo Attuch comenta o diagnóstico de Jair Bolsonaro, que mais se parece com uma operação de propaganda em defesa da cloroquina



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segunda-feira, 22 de junho de 2020

Com mais de 50 mil mortes, Bolsonaro publica comentário de Alexandre Garcia defendendo cloroquina contra “gripezinha”



  • "Eu ouço todos os dias depoimentos de pacientes que tiveram uma 'gripezinha' graças a hidroxicloroquina […] Fica todo mundo achando que a OMS é o padrão", afirma o jornalista, ex-Globo, no comentário compartilhado por Bolsonaro

Por: Revista Fórum

Calado desde que o Ministério da Saúde confirmou que o Brasil ultrapassou as 50 mil mortes pelo coronavírus neste domingo (21), Jair Bolsonaro preferiu compartilhar um comentário do jornalista Alexandre Garcia sobre o tema nas suas redes sociais na manhã desta segunda-feira (22).


No comentário, Garcia diz que milhares de vidas poderiam ter sido salvas se não houvesse a politização do uso da cloroquina “só porque o Presidente da República foi o primeiro a aconselhar o uso da hidroxicloroquina”.

“Eu ouço todos os dias depoimentos de pacientes que teve uma ‘gripezinha’ graças a hidroxicloroquina […] Fica todo mundo achando que a OMS é o padrão”, afirmou o jornalista, ex-Globo, usando a expressão popularizada por Bolsonaro e as críticas em relação à Organização Mundial da Saúde (OMS).

No comentário, o jornalista que atuou na ditadura militar e é ferrenho defensor de Bolsonaro elogiou ainda o voto do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), único que foi contra o prosseguimento do inquérito das fake news no julgamento ocorrido em plenário.

“O único soldado de passo certo no batalhão. Foi 10 a 1. Ele perdeu”, disse Garcia, com críticas ao inquérito ser conduzido pelo STF.





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