Venda de Cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina
e vitamina D proporciona alto faturamento às farmacêuticas
247 - O kit Covid, recomendado por Jair Bolsonaro e autoridades do Ministério da Saúde, proporcionou um faturamento de mais de R$ 1 bilhão às farmacêuticas durante a pandemia da Covid-19.
O levantamento foi feito pela Folha de S.Paulo com base em
documentos sigilosos e abertos enviados à CPI da Covid por empresas do
setor.
Entre os remédios listados estão cloroquina, ivermectina,
nitazoxanida, azitromicina e vitamina D.
A CPI já descobriu a existência de um gabinete paralelo de
aconselhamento ao presidente fora do Ministério da Saúde. São médicos, atuais e
ex-assessores palacianos, um empresário bilionário e até um congressista que
desprezaram a importância da vacina e enalteceram, em sintonia com Bolsonaro, a
defesa de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid.
A comissão agora quer descobrir se há relação das
farmacêuticas com o governo e com os membros desse gabinete paralelo. A autoria
dos requerimentos é dos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Alessandro Vieira
(Cidadania-SE), aponta reportagem da Folha de S.Paulo.
Farmacêuticas faturaram mais de R$ 1 bilhão com 'kit Covid' na pandemia, segundo relatos à CPI https://t.co/qjySIuQspj
No chamado manifesto pela vida", mais de 2 mil médicos defendem uso de hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, zinco, entre outros medicamentos cuja eficácia contra Covid não está provada
Jornal GGN – Os principais jornais impressos do
Brasil despertaram críticas nas redes sociais, nesta terça (23), por terem
cedido espaço de publicidade para médicos que promovem “tratamento precoce”
para o novo coronavírus, sendo que, até agora, a ciência não indicou nenhum
medicamento com eficácia comprovada contra o novo coronavírus.
Em anúncio de meia página em cerca de 11 jornais – incluindo
O Globo, Folha e Estadão – mais de 2 mil médicos anunciantes defendem o uso de
um coquetel de remédios que, combinados, poderiam reduzir os efeitos graves do
vírus.
“Destacamos que a abordagem precoce não se trata apenas do
uso de uma ou outra droga, mas da correta combinação de medicações como a
hidroxicloroquina, a ivermectina, a bromexina, a azitromicina , o zinco, a
vitamina D, anti-coagulantes entre outras, além dos corticoides que têm um
momento certo para sua utilização nas fases inflamatórias da doença, sempre
observando-se a adequação das combinações ao estado e evolução de cada
paciente, que será acompanhado extensivamente inclusive com a realização de
exames conforme necessários, e a recomendação de intervenções não
farmacológicas, como a fisioterapia”, cita um trecho da publicação.
A cineasta Petra Costa, seguida no Twitter por mais de 221
mil pessoas, criticou a decisão editorial dos jornais da grande mídia. Parte
deles, inclusive, se reúne no consórcio que diariamente apura e divulga os
dados da pandemia.
“Os jornais mais lidos do país publicam anúncios de
negacionistas da ciência promovendo falsos ‘tratamentos’ para a COVID19. Por
dinheiro, atentam contra a saúde pública!! Não é por acaso que o Brasil já tem
(oficialmente) 247.276 mortos. Um genocídio com muitos cúmplices…”, sustentou
Petra.
O jornalista George Marques também atacou o anúncio. “Então
quer dizer que a autoproclamada “imprensa profissional” está distribuindo em
suas caras páginas (200 mil só na Folha de S. Paulo) para divulgação de fake
news sobre o uso precoce com cloroquina, já cientificamente ineficaz contra a
Covid? Quem diria.”
O grupo Sleeping Giants Brasil, que faz no Twitter um
trabalho de fiscalização de empresas privadas e públicas que anunciam em
veículos que promovem discurso de ódio, cobrou um pedido de desculpas dos
jornais.
“Gostaríamos que Folha, O Globo, Jornal do Commercio (PE),
Estado de Minas, Correio Brasiliense, Jornal Correio, O Povo e Gazeta Gaúcha
publiquem amanhã no mesmo tamanho um pedido de desculpas e a verdade: NÃO
EXISTE TRATAMENTO PRECOCE” para Covid-19, tuitaram.
A farmacêutica informou que os estudos continuam, mas com os dados disponíveis no momento o medicamento não possui eficácia contra o coronavírus
O medicamento já foi recomendado como eficaz para o
tratamento do coronavírus pelo Ministro da Saúde e pelo presidente Jair
Bolsonaro (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A empresa farmacêutica Merck, responsável pela produção
da Ivermectina, divulgou nesta quinta-feira (4/2), um comunicado em
seu site afirmando
que o medicamento não funciona para o tratamento da COVID-19.
No texto, a farmacêutica informa que os cientistas da
empresa continuam examinando cuidadosamente as descobertas de todos os estudos
disponíveis de ivermectina para o tratamento de COVID-19, buscando evidências
de eficácia e segurança. Mas ressalta que, até o momento, a análise feita por
eles identificou:
- Nenhuma base científica para um efeito terapêutico
potencial contra COVID-19 de estudos pré-clínicos;
- Nenhuma evidência significativa para atividade clínica ou
eficácia clínica em pacientes com doença COVID-19, e;
- A preocupante falta de dados de segurança na maioria dos
estudos.
Ainda segundo o comunicado, a farmacêutica não acredita que
“os dados disponíveis suportem a segurança e eficácia da ivermectina além das
doses e populações indicadas nas informações de prescrição aprovadas pela
agência reguladora.”
Ivermectina não é eficaz contra a Covid-19, garante
fabricante
A Merck, farmacêutica que produz a ivermectina, informou que
o medicamento não é eficaz para o tratamento da Covid-19. A empresa disse que
seus estudos não encontraram base científica para um efeito contra a doença.
Confira!