Testemunhas denunciam o envolvimento das empresas de Ana
Cristina Vale também em fraudes do seguro obrigatório de veículos, o DPVAT,
como mostrou o Jornal Nacional.
Documentos obtidos pelo Jornal Nacional mostram novos
indícios de da participação da ex-mulher de Jair Bolsonaro Ana
Cristina Valle na lavagem de dinheiro de rachadinha no gabinete de Carlos
Bolsonaro. Testemunhas denunciam o envolvimento das empresas de Ana
Cristina também em fraudes do DPVAT, com o não pagamento dos valores para
vítimas.
O Jornal Nacional encontrou dezenas de processos em que Ana,
que também é ex-madastra de Carlos Bolsonaro trabalhou
como advogada em indenizações de acidente de trânsito - o seguro DPVAT. O
Ministério Público estadual suspeita que o negócio tem relação com a
rachadinha que teria ocorrido no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro
Uma consulta ao site do Tribunal de Justiça do RJ mostra que
Ana Cristina atuou em 56 processos cíveis de 2007 a 2010. Desses, 54 envolvem o
DPVAT, o seguro obrigatório de veículos. Apesar do escritório dela ficar no
Rio, 37 casos eram de moradores do Rio Grande do Sul.
Ana Cristina Valle era casada com Jair Bolsonaro quando foi
trabalhar com o enteado, o vereador Carlos Bolsonaro.
Ela foi a primeira chefe de gabinete de Carlos, em 2001, no
primeiro mandato, e ficou até abril de 2008, meses depois de se separar do
presidente da República.
Os registros no Tribunal de Justiça do Rio mostram que, nos
últimos três anos, em que esteve no gabinete, Ana Cristina também atuava como
advogada.
Ela teve um escritório de advocacia e duas empresas de
seguro. As empresas funcionavam em um prédio, no Centro do Rio, a poucos metros
da Câmara de Vereadores.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registrou
que as contas bancárias de quatro empresas vinculadas a Ana Cristina realizaram
movimentações financeiras suspeitas.
O Ministério Público do Rio de Janeiro acredita que a
escolha do endereço tão próximo não foi uma coincidência e quer saber se as
duas atividades desemprenhadas por Ana Cristina Valle estavam ligadas.
Os investigadores dizem que a elevada movimentação
de dinheiro vivo ( recursos em espécie) por Ana Cristina sugere que
ela era a real destinatária dos recursos públicos desembolsados em nome
dos parentes.
Os promotores suspeitam que esses funcionários continuaram
a pagar a rachadinha mesmo depois que ela deixou o gabinete e que Ana
Cristina usava as próprias empresas pra lavar o dinheiro.
A rachadinha é o esquema em que o político se apropria
ilegalmente de parte do salário dos funcionários. Muitos servidores do gabinete
de Carlos foram indicados por Ana Cristina e eram parentes dela.
De acordo com os registros da Câmara dos Vereadores, as
pessoas ligadas a Ana ganharam, ao todo, R$ 7,5 milhões só no período em
que Ana Crisitna não era mais chefe de gabinete de Carlos.
O local havia sido montado para receber a cerimônia de
entrega das Obras de Modernização do Aeroporto de Maringá
Em decorrência de uma frente fria que avança do Rio Grande
do Sul em direção ao Paraná, a estrutura que havia sido montada no aeroporto de
Maringá, para receber a cerimônia de entrega das Obras de Modernização do
Aeroporto de Maringá e de Inauguração da Hidrelétrica de Bela Vista, foi
totalmente danificada por uma ventania.
O presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) partirá para o município, na tarde desta
sexta-feira (1º/10).
Veja o vídeodo momento em que a estrutura é totalmente
levantada pelo vento:
O deputado federal Ricardo
Barros (PP-PR), líder do governo federal na Câmara dos Deputados,
acompanhará o presidente na agenda, já que é natural de Maringá. Nas redes
sociais, ele disse, ao lado do chefe do Executivo, que mesmo após o imprevisto,
o evento estaria mantido.
“Amigos de Maringá, estamos aqui com o presidente, daqui a
pouco estaremos aí na cidade para a inauguração do aeroporto, que é um
investimento na ordem dos R$ 100 milhões e agradecer o presidente que publicou
o aviso de edital do Contorno sul-metropolitano que é uma obra tão esperada por
Maringá e região. Vamos decolar daqui a pouco, o evento vai ser transferido
para o Pavilhão Azul do Parque de Exposições, então todo mundo se movimenta pra
lá”, disse Barros.
Bolsonaro afirma que Maringá é o estado que ele mais visita
e que tem “um carinho todo especial” pelo moradores de lá. “Se Deus quiser,
estaremos pousando às 14h30 no aeroporto de Maringá, onde iniciaremos uma série
de eventos, levando entregas e anunciando novas obras”, informou o presidente.
O acontecimento ficou entre os assuntos mais comentados no
Twitter. Veja alguns posts:
Isso é praga do Marreco de Maringá? Ou são as forças da natureza dominadas pelo comunismo e o globalismo? pic.twitter.com/BLEAAbf567
— rodrigo vianna 🇧🇷🇺🇾🇦🇷🇵🇾🇧🇴🇻🇪🇨🇺🇨🇴 (@rvianna) October 1, 2021
Ventos fortes derrubam estrutura que iriam receber o Bolsonaro no Aeroporto de Maringá. A natureza também é Fora Bolsonaro! pic.twitter.com/D9RPyTiLFl
Trabalhadores que receberam dinheiro, no interior de SP, dizem que o pagamento era feito por uma grande empresa de equipamentos agrícolas, que nega. No entanto, deputado bolsonarista mostrou carreata organizada pela companhia
Imagem: Redes sociais
Um grupo de trabalhadores aparece em um vídeo que circula
pelas redes sociais recebendo dinheiro de um homem vestido com uma camiseta dos
atos golpistas promovidos por Jair Bolsonaro nesta terça-feira (7). Nas
imagens, gravadas dentro de um ônibus, eles comentam sobre quem seria o
responsável pelos pagamentos e pela iniciativa da excursão à Avenida Paulista,
parodiando uma música do programa Sílvio Santos, famoso por distribuir
dinheiro.
“Grupo Jacto vem aí… Nishimura vem aí… Olha isso, cara. Eu
achei que era brincadeira. Uma camiseta para cada um, mais o ônibus, mais R$
100 para alimentação. Esse é o nosso grupo Jacto de Pompeia. Deus abençoe.
Heróis, mano”, cantam, enquanto o homem que detém os valores entrega uma nota
de para cada participante da caravana.
O nome de origem japonesa a quem se referem os envolvidos no
vídeo seria o do empresário Jorge Nishimura, presidente da empresa Jacto, que
produz equipamentos agrícolas, além de atuar em vários outros segmentos,
segundo o site da companhia, sediada em Pompeia (SP).
Horas depois, na página da Jacto na internet, um comunicado
negava a organização da caravana, sob a justificativa de que a empresa não se
envolve em assuntos políticos.
“O Grupo Jacto informa que não patrocinou o envio de
manifestantes para eventos de 7 de setembro. A empresa não apoia candidatos ou
partidos políticos de nenhuma corrente doutrinária, seja na esfera federal,
estadual ou municipal”, diz a nota.
No entanto, uma publicação do deputado estadual paulista
Frederico d’Ávila (PSL), de maio deste ano, mostra que a família Nishimura e a
Máquinas Agrícolas Jacto S/A realizou uma carreata em Pompeia em defesa de Jair
Bolsonaro, contrariando a versão oficial divulgada nesta tarde.
Siga o dinheiro. Em vídeo que circula hoje gravado dentro de um ônibus rumo à manifestação é possível ver homens distribuindo camisas e R$ 100,00 para quem fosse participar dos atos em defesa do presidente. Quem financiou esses atos?#ForaBolsonaro#7SForaBolsonaropic.twitter.com/P4eBiRdUks
Em São Paulo uma caminhonete estacionou na entrada destinada às autoridades e distribuiu placas prontas. Até as manifestações do bolsonarismo são fakes!
Enquanto esteve na orla, foi tietado por apoiadores
do governo federal que pediram por fotos e registros do encontro com o Fabrício
- apontado pelo Ministério Público como operador de um esquema de desvio de
dinheiro público na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Junto ao bolsonarista estava o deputado federal Otoni de
Paula (PSL-RJ) - que recentemente foi alvo de buscas expedido pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), investigado por incitar atos violentos e
antidemocráticos.
Bandido de estimação Fabrício Queiroz, apontado pelo MP como operador do esquema de "rachadinhas" no gabinete de Flávio Bolsonaro, hoje foi tietado por bolsonaristas no Rio de Janeiro.#ForaBolsonaropic.twitter.com/Auz2pD9V8w
Patriotas abraçam e festejam Queiroz, o homem no centro do escândalo do peculato da Família Bolsonaro. Do esconderijo em Atibaia para os braços dos homens de bem. pic.twitter.com/OFuLZejKHd
O site bolsonarista Terça Livre usou em uma nota online
publicada na manhã desta terça-feira uma foto de 2016, de um ato na avenida
Paulista, em São Paulo, para mostrar que "milhares de brasileiros lotam
Brasília para o 7 de setembro".
A constatação é do Sleeping Giants Brasil, que mostrou que a
foto original foi feita em um ato contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em
março de 2016.
"São pessoas de todos os lugares do Brasil" afirma
o texto do Terça Livre, que disse ter enviado uma equipe para a Esplanada para acompanhar
a movimentação.
📢Terça Livre usa foto de 6 anos atrás em matéria dizendo que as ruas estão cheias no 7 de setembro pic.twitter.com/rrbPzehFb6
O site bolsonarista Terça Livre usou em uma nota online
publicada na manhã desta terça-feira uma foto de 2016, de um ato na avenida
Paulista, em São Paulo, para mostrar que "milhares de brasileiros lotam
Brasília para o 7 de setembro".
Bots são usados para disseminar notícias e fake news nas
redes sociais
Os “Robôs de Bolsonaro” voltam ao centro das atenções na
véspera dos atos antidemocráticos de 7 de
setembro a favor do presidente. As manifestações em defesa de Jair Bolsonaro foram
impulsionadas por perfis com alta chance de serem “bots”.
Para afirmar a possibilidade dos bots estarem auxiliando
Bolsonaro, dois relatórios produzidos pelo Pegabot, projeto desenvolvido pelo
ITS Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio), indicam o uso contínuo
dessa ferramenta para impulsionar os protestos antidemocráticos, o que vai
contra as regras do Twitter.
Há também informações que revelam o número de bots
publicando hashtags em apoio às manifestações com crescimento exponencial de
14% conforme a data dos protestos se aproximava.
Perfis automatizados defenderam as manifestações do dia 7
publicando 81 mil posts sobre esse tema, o que representa 23% de todo o
conteúdo analisado pelo Pegabot nesse período. Isso dá cerca de um a cada
quatro tweets. Foi identificado também que, em 78,3% dos casos, o tuíte era um
compartilhamento, conhecido como RT no Twitter, feito por outra pessoa ou bot.
Os bots estão compartilhando tanto notícias quanto fake
news, instigando os bolsonaristas a darem RT sem distinção do que é realidade e
do que falso.
“A existência de contas automatizadas não significa que não exista um movimento orgânico de apoio a essa hashtag. Mas as contas automatizadas, pelo movimento coordenado de postar repetidamente milhares de mensagens, fazem com que a rede seja mergulhada nesse tema, incentivando o movimento orgânico”, explica Thayane Guimarães, pesquisadora em Democracia e Tecnologia do ITS Rio.
“Os bots dão a fagulha e mantêm a energia para a roda girar.”
Assuntos mais comentados no Twiter na véspera do atos de 7 de setembro
Estão entre os assuntos mais comentados no Twitter cinco temas em prol do bolsonarismo neste momento:
•Em quarto lugar está #quemmandoumatarbolsonaro com número total de tweets oculto
•Em nono está #CarecaFDP em referência ao ministro do STF, Alexandre de Moraes com mais de 21 mil tweets
•Em 10° está #Dia07vaiserGIGANTESCO, em convocação aos atos antidemocráticos, com mais de 38 mil tweets
•Em 15° está Alexandre de Moraes com mais de 60 mil tweets, sendo os mais recentes com críticas e xingamentos ao ministro
•24° está Gestapo, comparando o STF a polícia secreta do nazismo
Metodologia de estudo
Os relatórios do Pegabot analisaram mais de 508 mil posts publicados no Twitter que mencionaram ao menos uma das seguintes hashtags:
•#Dia07VaiSerGigante
•#Dia7VaiSerGigante
•#Dia07VaiSerMaior
•#Dia7VaiSerMaior
Foram verificados 29 mil perfis no primeiro levantamento e 48,5 mil, no segundo.
Essas informações servem como base para que o Pegabot classifique as contas usando quatro critérios:
Temporal, usuário, rede e sentimento. Tais elementos indicam a probabilidade de comportamento automatizado de uma conta, dentro de uma pontuação de 0 a 100.
Em nota, o Twitter fez um pronunciamento sobre o tema: “não teve acesso ao levantamento e tampouco teve tempo de investigar o assunto de forma apropriada”, e, portanto, não iria comentar. “Ainda assim, nosso time está analisando as conversas em torno das hashtags e, caso encontremos alguma conta em violação às regras, tomaremos as medidas cabíveis”.
Acho que o eleitor bolsonarista está diante de uma escolha difícil. Como são misóginos e homofóbicos parecem não saber o que fazer. Os robôs, idem. #Bolsonaropic.twitter.com/JSFPPeuOl5
O cerco vai se fechando aos poucos sobre a família Bolsonaro. Alguns desconfiam que a ameaça de golpe e a busca por reeleição seria um subterfúgio do capitão para não ser preso ao sair do Planalto - Ueslei Marcelino
Brasil de Fato
Olá! Às vésperas do 7 de setembro e da hora de colocarem as
cartas e algemas na mesa, a história de amor entre o capitão e o mercado vive
um momento de turbulências.
.Filhos da contravenção. O cerco vai se fechando
aos poucos sobre a família Bolsonaro. Alguns desconfiam que a ameaça de golpe e
a busca por reeleição seria um subterfúgio do capitão para não ser preso assim que
deixar o Planalto. Especialmente porque ele segue produzindo provas
contra si mesmo. A PGR investiga reuniões preparatórias para o dia 7 de
setembro em que participaram membros do governo e lideranças que
reivindicaram o fechamento do STF em atos anteriores. Mas se a hipótese de
Bolsonaro ir fazer companhia para Roberto Jefferson ainda parece distante, o
mesmo não vale para seus filhos. Carluxo está na mira do Ministério Público do
Rio de Janeiro por seus rolos na Câmara de Vereadores e teve o sigilo bancário quebrado, juntamente com o de sete
empresas ligadas a ele e da ex-esposa de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira
Valle, que na época tinha seis parentes empregados no gabinete do enteado. Além
disso, nesta quinta (02), um ex-empregado de Ana Cristina denunciou que
entregou para a família 80% de tudo o que recebeu como assessor de Flávio na
Assembleia do Rio por quase quatro anos, cerca de R$ 340 mil. Já o mais novo dos metralhas,
Jair Renan, aparece envolvido com Marconny Faria, o lobista foragido ligado à Precisa Medicamentos
e que está sendo investigado pela CPI da Covid. Na mesma rede de contatos encontra-se a advogada da família Bolsonaro, Karina Kufa,
que teria organizado um jantar para apresentar Marconny a Ricardo Santana, uma
espécie de consultor informal do Ministério da Saúde. Ou seja, a Comissão
começou a desenrolar um fio que pode implicar diretamente a família Bolsonaro
no esquema de superfaturamento e compra ilegal de vacinas da Precisa
Medicamentos. E os gordos rendimentos do deputado governista Ricardo Barros também
levantaram suspeitas do Coaf e foram parar na CPI. Com tudo isso e mais a incrível história de um motoboy vinculado à VTCLog,
que fazia saques milionários no banco e visitava com frequência o Ministério da
Saúde, a CPI, que já se encaminhava para o fim, ganhou sobrevida e deve durar
até meados de outubro.
.Sofrência. Em 2018, não foi uma escolha difícil
para o mercado embarcar, ainda no primeiro turno, na candidatura Bolsonaro. E,
ano passado, enquanto Jair passeava a cavalo na frente do Planalto ou tratava a
pandemia como gripezinha, não se ouvia nada na Faria Lima. Ao contrário. Abílio
Diniz, os donos do Madeiro, SmartFit e outros se somaram à ideia de derrubar
logo as restrições sanitárias. Nunca foi a democracia, nem a pandemia. Mas algo
se quebrou em 2021 entre Bolsonaro e o topo do PIB. Como resume Vinicius Torres Freire, o descontentamento
que gerou o polêmico manifesto empresarial tem a ver com a administração
incompetente, o risco do “fura teto” e a incapacidade de entregar as reformas
liberais. E, acrescenta Thomas Traumann, há um fastio do setor
empresarial com a instabilidade política provocada por Bolsonaro e a impressão
de que este governo “não tem mais nada a entregar” e só se concentra na própria
reeleição. A operação capitaneada por Arthur Lira para fazer água no manifesto foi bem sucedida,
entre outras coisas, porque não há unidade entre os empresários, nem desejo
real de desembarcar do governo, como alerta o economista Guilherme Mello. É o que se
vê no caso do agronegócio, em que uma associação lançou seu manifesto solo, enquanto
as outras financiam os atos bolsonaristas de 7 de setembro.
Mas há fissuras e descontentamento, em especial nos setores mais financeirizados e internacionalizados que veem
o investimento externo fugindo de Bolsonaro e do Brasil. O movimento anima João
Dória, já que o manifesto é sinal de que o mercado prefere uma “terceira via”
ao capitão, mas o recuo também significa que se a alternativa não for
competitiva, o mercado prefere ficar onde está do que apostar
em Lula.
.Terra Brasilis. O acampamento dos povos
indígenas em Brasília já dura mais de uma semana e não tem data para acabar.
Mais uma vez a decisão do STF sobre o marco temporal foi adiada e deve ser
retomada na próxima quarta-feira (8). O cenário aumenta os riscos de um embate no dia 7 de setembro, quando
grupos bolsonaristas farão manifestação em Brasília. Bolsonaro tem utilizado o tema para inflar seus seguidores,
inclusive os militares, a exemplo do general Augusto Heleno, para quem as
reservas indígenas ameaçam a integridade do território nacional. A atitude dos
militares justifica o desabafo de Valdelice Veron, liderança Guarani Kaiowá que
está acampada em frente ao STF: “Somos vistos como estrangeiros no nosso próprio país”.
Mas mais do que preocupação com a integridade territorial, os militares agem
como força de sustentação dos interesses da mineração e do agronegócio. De 1985
até 2020, a área de exploração de minérios no Brasil cresceu seis vezes e a
atividade ilegal ganhou maior impulso depois da crise mundial de 2008, quando
se intensificou a busca por recursos estratégicos nos países periféricos.
Assim, na última década, o garimpo em terras indígenas aumentou
quase cinco vezes. O agronegócio é outro interessado no tema. Mesmo que
o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) diga em tv aberta
que o setor “não precisa invadir terra indígena para crescer”,
os representantes Sociedade Rural Brasileira (SRB) e da Associação Brasileira
dos Produtores de Soja (Aprosoja) desmentem seu colega ao posicionaram-se contra a revisão do marco temporal.
A discussão é fundamental para a sobrevivência dos povos indígenas, mas os
interesses e pressões são enormes. Bolsonaro já escolheu seu lado. Aguardemos
para ver qual será o lado do STF.
.Ponto Final: nossas recomendações.
.Faltam só 66. A Piauí foi até
Manaus, um dos cenários da tragédia da pandemia, para acompanhar a volta às
aulas presenciais na Escola Paulo Freire.
.A nova década perdida. O PIB brasileiro hoje é menor
do que era em 2014. Na Jacobin, Edemilson Paraná explica porque
tivemos mais uma década sem crescimento econômico no país.
Obrigado por nos acompanhar. O Ponto é uma das iniciativas
do Brasil de Fato para compreendermos melhor a conjuntura.
Acompanhe também os debates políticos no Tempero da Notícia, no podcast 3 x 4 e diariamente na Central do Brasil. Você pode assinar o Ponto e os
outros boletins do Brasil de Fatoneste link aqui.
Ponto é editado por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile.
El portal @metropoles revela audio de un exempleado de la familia Bolsonaro que confiesa haber sido obligado a devolver 80% de su salario en el gabinete legislativo de uno de los hijos del presidente. La exesposa de Bolsonaro comandaba el esquema. pic.twitter.com/Dxe2pdlzfI
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viralizaram ao errar o nome do chefe do executivo em uma tag levantada no Twitter nesta sexta-feira (27). A #TôContigoBoldonado tornou-se meme e alvo de críticas de internautas, que citam robôs, fakenews e disparo de correntes virtuais em grupos.
O erro no nome de Jair foi ironizado por muitos internautas.
“Os eleitores do Bolsonaro são tão idiotas que nem conferem uma tag”, escreveu
um usuário do Twitter. Uma segunda pessoa aproveitou a ocasião para cutucar o
segundo filho do presidente, Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro. “O
Carluxo programou o boot errado?”, questionou.
As críticas sobre o possível uso de robôs são baseadas na
hipótese de que o governo Bolsonaro utilizaria esse mecanismo para disparo de
notícias falsas contra opositores e de valorização da atual gestão.
Confira algumas reações:
Cara, eleitores do Bolsonaro são tão idiotas que nem conferem uma tag. #ToContigoBoldonaro
Mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar afirmou que
"o 01, o Jair, não vai deixar", ao comentar sobre um possível retorno
do marido para um cargo de assessor de Flávio Bolsonaro. Filha do ex-assessor,
Nathália Queiroz disse que o "01" iria cobrá-lo por continuar fazendo
supostas articulações políticas mesmo escondido em Atibaia (SP)
247- A mulher e a filha de Fabrício Queiroz,
Márcia Aguiar e Nathália Queiroz, fizeram referência a Jair Bolsonaro como
"01", durante uma troca de mensagens. Márcia afirmou que "o 01,
o Jair, não vai deixar", ao comentar sobre um possível retorno de Queiroz
para seu antigo cargo de assessor de Flávio Bolsonaro, conforme apontaram
áudios de outubro de 2019, período em que o policial militar reformado ficou
escondido na casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, em
Atibaia (SP).
Essa é uma das revelações de uma sequência de reportagens da
jornalista Juliana Dal Piva, do Uol, que obteve vários áudios: na primeira,
aparece a gravação da ex-cunhada; na segunda, mostra-se que
um coronel do Exército, Guilherme dos Santos Hudson, ao lado do ex-PM Fabrício
Queiroz, recolhia os salários dos servidores; na terceira, a mulher
de Queiroz, Márcia Aguiar, chama Jair Bolsonaro de "01", indicando-o como
chefe do esquema de roubo do dinheiros dos funcionários dos gabinetes do clã.
A conversa entre Márcia Aguiar e Nathália Queiroz aconteceu
após uma reportagem do jornal O Globo apontar que Queiroz seguia fazendo
articulações políticas apesar das investigações no Ministério Público do Rio
(MP-RJ), que denunciou tanto ele como Flávio Bolsonaro no ano
passado. Em áudio para a madrasta, Nathália reclamou de Queiroz e o chamou de
"burro" por continuar fazendo as articulações. Márcia desabafou sobre
a situação e citou Jair Bolsonaro.
"É chato também, concordo. É que ainda não caiu a ficha
dele que agora voltar para a política, voltar para o que ele fazia, esquece.
Bota anos para ele voltar. Até porque o 01, o Jair, não vai deixar. Tá
entendendo? Não pelo Flávio, mas enfim não caiu essa ficha não. Fazer o quê? Eu
tenho que estar do lado dele", afirmou Márcia, em trecho exclusivo.
A mulher de Queiroz comparou a situação do ex-assessor de Flávio, escondido em
Atibaia, com a de um preso. "Essa vida, a gente não tem que confiar em
ninguém. Se bobear, nem na própria família. Ainda mais num caso desse daí. Ele
[Queiroz] fala da política como se tivesse lá dentro trabalhando e resolvendo.
Um exemplo que eu tenho, que parece. Parece aquele bandido que tá preso dando
ordens aqui fora. Resolvendo tudo."
Ao ouvir a mensagem, Nathália Queiroz disse ainda que o
"01" iria cobrar Queiroz pela situação. "Ai Márcia, é foda. é
foda. Quando tá tudo quietinho para piorar as coisas, vem a bomba vindo do meu
pai. O advogado, o 01, todo mundo vai comer o cu dele. E ele ainda vai achar
normal. Você conhece meu pai. Vai falar: 'não falei nada demais'. Sempre acha
que não é nada demais".
Ouça o áudio:
Gravações inéditas, reveladas pela jornalista Juliana Dal Piva, apontam envolvimento direto de Jair Bolsonaro no esquema de entrega de salários de assessores. Jair é o verdadeiro 01. Ouça: pic.twitter.com/GWWdGx9ZK8
Documentos de quebra de sigilo obtidos pelo UOL mostram 12
anos de movimentações suspeitas e indícios de devolução ilegal de salários nos
gabinetes de Jair Bolsonaro (enquanto deputado federal), Flávio Bolsonaro e
Carlos Bolsonaro. Ex-funcionários - como Natália Queiroz, Jaci dos Santos e
Mariana Mota - que tiveram sigilo quebrado sacaram a maior parte do salário das
contas. As investigações sobre Flávio e Carlos continuam. O presidente não pode
ser investigado enquanto estiver no cargo
Dados reunidos pela Folha de S.Paulo mostraram
o valor recebido por diversos apresentadores para falarem bem do
presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) e das decisões de seu governo.
Governo Bolsonaro paga R$ 268 mil a apresentadores para
falar bem do presidente (Crédito: Divulgação)
A lista começa pela apresentadora Luciana Gimenez.
Admiradora do chefe do executivo, a comandante do SuperPop e Luciana By Night recebeu
o montante de R$ 51 mil por meio do Magic Lu Produções.
Na continuação dos pagamentos aparece o jornalista Luís Ernesto Lacombe,
que recebeu R$ 20 mil por meio da empresa Lala Produções.
Nelson
Rubensé outro a figurar na lista dos recebedores. Em 2019, o
ex-apresentador do TV Fama recebeu
R$ 3.474 para fazer propaganda do governo.
Apresentador do Balanço Geral RJ, Tino Júnior recebeu
a quantia de R$ 45, 7 mil em repasses para a empresa “Que isso Fera!!!”
Serviços de Produções Artísticas e Eventos.
O último envolvido nos pagamentos é Sikêra Jr. Envolvido
em polêmicas contra pessoas LGBTQIA+,
o apresentador recebeu R$ 120 mil para fazer propaganda de pautas de Jair
Bolsonaro.
Nomes como o de Luciana Gimenez, Luís Ernesto Lacombe, Nelson Rubens e Sikêra Jr. figuram na lista de pagamentos do governo federal https://t.co/XKvX5r3OGV
Além da falta de máscara, inclusive pelo presidente Jair
Bolsonaro (sem partido), na motociata em apoio ao mandatário houve um acidente
envolvendo duas motos, que acabou derrubando outras pessoas. O acidente
aconteceu por volta das 11h na rodovia dos Bandeirantes.
Uma pessoa ficou deitada no asfalto aguardando atendimento
enquanto a motociata era retomada. O acidente foi flagrado ao vivo pelo BandNews TV, que
mostrou uma das motos perdendo o equilíbrio. Por consequência da queda de
um, outros motociclistas que estavam próximos acabaram atingidos também.
Segundo informações da concessionária CCR AutoBan, o
acidente aconteceu na altura do quilômetro 30 da rodovia. Cerca de 3 pessoas ficaram
feridas, mas duas vítimas assinaram termo recusa de atendimento. A terceira tem
ferimentos e passa por atendimento, segundo a concessionária.
Neste sábado, por volta das 10h, motoqueiros e ciclistas com
bandeiras do Brasil amarradas aos veículos, além de manifestantes a pé, se
aglomeraram na avenida Santos Dumont para recepcionar Bolsonaro. Iniciado na
região do Sambódromo, na zona norte, o encerramento está previsto para
acontecer no parque do Ibirapuera, na zona sul, após percorrer 129km pela capital
paulista.
Uma moto perdeu o equilíbrio durante a motociata em apoio ao
presidente Jair Bolsonaro e derrubou outras pessoas. O acidente aconteceu por
volta das 11h na rodovia dos Bandeirantes.
Uma pessoa ficou deitada no asfalto aguardando atendimento
enquanto os outros motoqueiros retomaram a motociata.
Motociclista perde o equilíbrio e cai durante a Motociata em apoio ao Bolsonaro
O acidente aconteceu por volta das 11h na rodovia dos Bandeirantes. Uma pessoa ficou deitada no asfalto aguardando atendimento. O acidente foi flagrado ao vivo pelo BandNews TV. pic.twitter.com/gPzVcYJfdk
A Secretaria da Segurança Pública de São
Paulo informou que foram gastos mais de R$ 1,2 milhão com o
reforço no policiamento para a motociata com o presidente Jair Bolsonaro realizada
neste sábado, 12, na capital paulista e região de Jundiaí.
Policiais das três forças de segurança estaduais foram convocados para garantir
a segurança do presidente e a fluidez no trânsito.
Dos mais de 6,3 mil policiais escalados, 1.433 atuaram
exclusivamente nas medidas relacionadas ao deslocamento dos manifestantes ao
longo dos 129 km do trajeto. Foram empregados policiais de batalhões territoriais
e especializados, como Baep, Choque, Trânsito, Rodoviária e Comando de Aviação
da PM, Canil, além de equipes do Corpo de Bombeiros e do Resgate.
A operação contou ainda com dedicação exclusiva de 5 aeronaves, 10 drones e aproximadamente 600 viaturas, entre motos, carros, bases comunitárias móveis e unidades especiais. Todo ato foi monitorado pelo sistema Olho de Águia, por meio de câmeras fixas, móveis, motolink e bodycams.
A manifestação custou ainda R$ 75,2 mil à Prefeitura de São Paulo, que contratou a empresa SPTuris para arcar com custos de organização do evento. O recurso foi desembolsado a pedido do secretário de Esportes, Thiago Milhim, que ocupa cota do Podemos no governo montado no começo do ano pela gestão Covas. Planilha de custos obtida pelo Estadão mostra que os recursos públicos pagaram a instalação de banheiros químicos, gradis para separação de público, geradores elétricos e som, além de seguranças.
O governo paulista autuou o presidente Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o deputado Coronel Tadeu e o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, por não terem usado máscara na manifestação.
A multa de R$ 552,71 que, acertadamente, o Centro de
Vigilância Sanitária de São Paulo deu a Jair Bolsonaro, neste sábado (12), por
ignorar o uso de máscara, foi um ato civilizatório. Mas o arrecadado com a
infração não faz nem cócegas considerando os R$ 1,2 milhão que os contribuintes
do estado tiveram que desembolsar para garantir policiamento extra para que o
presidente da República pudesse fazer seu passeio de moto com milhares de
apoiadores.
Telejornal da Globo desmentiu Bolsonaro, dizendo que as
manifestações “não foram pequenas e reuniram milhares de pessoas em todos os 26
estados e no Distrito Federal”
A matéria começou dizendo que Bolsonaro se pronunciou
publicamente, nesta segunda, pela primeira vez, sobre as manifestações contra
ele, que tomaram as ruas brasileiras no sábado.
“Vocês sabem por que teve pouca gente nessa manifestação da
esquerda no fim de semana? Porque a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária
Federal estão apreendendo muita maconha pelo Brasil. Faltou erva e dinheiro
para o movimento aí”, disse o presidente.
O JN desmentiu Bolsonaro, dizendo que as manifestações “não
foram pequenas e reuniram milhares de pessoa em todos os 26 estados e no
Distrito Federal”. Mostrou imagens aéreas dos atos pelo impeachment e por
vacina para todos em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Violência
Em seguida, o telejornal mostrou a violência policial
praticada durante a manifestação em Recife e destacou: “O governo de Pernambuco
ainda não sabe de quem partiu a ordem para a PM usar balas de borracha contra manifestantes.
Dois homens que passavam pelo local foram atingidos nos olhos”.
Na sequência, relatou o caso de Jonas Correia de França, de
29 anos, que tinha ido comprar carne e acabou como vítima da ação policial. O
JN entrevistou o rapaz e, também, sua esposa, Daniella Barreto.
A reportagem contou que ele foi atingido no olho direito e
será submetido a uma cirurgia nesta quarta (2). Mas, segundo a família, perdeu
a visão. “Eles não são dignos de usar uma farda dessa, porque policial é para
proteger cidadão, não para espancar”, declarou Jonas.
O JN apresentou, ainda, imagens de Daniel Campello, de 51
anos, atingido no olho esquerdo. Ele passou, nesta segunda, por uma cirurgia e
está internado no mesmo quarto de Jonas.
Na sequência, a reportagem disse que o governo de Pernambuco
vai indenizar as famílias e que, até agora, cinco policiais foram afastados,
incluindo o comandante da operação. Ao final do destaque, o telejornal
entrevistou a vereadora por Recife, Liana Cirne Lins (PT), alvo de spray de
pimenta por parte de um policial.
Clima quente
O JN ressaltou, ainda, que a semana começou com clima quente
em Brasília, com as repercussões das manifestações. A matéria ouviu senadores
governistas, que tentaram desqualificar os atos, e da oposição, que destacaram
o peso do ato que levou milhares de pessoas às ruas.
Bolsonaro Debochou das Manifestações de sábado dia 29 de
maio e o Jornal Nacional debochou do Bolsonaro mostrando as manifestações
contra Bolsonaro, pedindo Impeachment dele. A Maior manifestação Contra
Bolsonaro.
Sobre as manifestações de sábado no Jornal Nacional, muito mais fiel à realidade do que a capa de alguns jornalões de domingo. pic.twitter.com/P6PuvuYzja
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) June 1, 2021