Apoiadora convicta de Jair
Bolsonaro (sem partido), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP)
decidiu apagar cinco tweets em que mencionava a vacina Covaxin, cujo processo
de importação é investigado pela CPI da Covid por suspeitas de irregularidades
e superfaturamento.
Quem trouxe à tona a informação foi o projeto 7c0, que
monitora mensagens apagadas de políticos com cargos públicos. Em uma publicação
do dia 3 de março, Zambelli anunciava que o governo Bolsonaro havia comprado
“20 milhões de doses da Covaxin”.
“URGENTE: Vacina indiana Covaxin tem 81% de eficácia, afirma
a fabricante @BharatBiotech. O Governo Bolsonaro comprou 20 milhões de doses da
Covaxin, além de ter garantido 42 milhões via consórcio…”, dizia o tweet.
URGENTE: Vacina indiana Covaxin tem 81% de eficácia, afirma a fabricante @BharatBiotech!🇮🇳🤝🇧🇷
O Governo Bolsonaro comprou 20 milhões de doses da Covaxin, além de ter garantido 42 milhões via consórci...
Em outra postagem, a deputada bolsonarista destacava a
autorização da Anvisa dada para importação excepcional da Covaxin, além da
russa Sputnik V. Ou seja, Carla Zambelli tinha informações de todos os trâmites
que envolveram a compra da vacina indiana.
Em depoimento à CPI da Covid na sexta-feira, o deputado
federal Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde
Luis Ricardo Miranda, afirmaram que denunciaram pessoalmente a Bolsonaro
suspeitas de irregularidades na compra da Covaxin.
Caso isso seja confirmado, Bolsonaro pode ter cometido crime
de prevaricação. Saiba o que é.
Cena ridícula
Na última segunda-feira, 21, Bolsonaro esteve em
Guaratinguetá, São Paulo, e uma cena fez com que Carla Zambelli passasse a
maior vergonha na web.
Ao ver Bolsonaro retirar a máscara e mandar uma repórter
“calar a boca”, a deputada seguiu o presidente e também retirou o equipamento
de proteção contra a covid-19, em claro sinal de subserviência a ele. Zambelli
virou meme nas redes sociais. Assista aqui.
A Secretaria da Segurança Pública de São
Paulo informou que foram gastos mais de R$ 1,2 milhão com o
reforço no policiamento para a motociata com o presidente Jair Bolsonaro realizada
neste sábado, 12, na capital paulista e região de Jundiaí.
Policiais das três forças de segurança estaduais foram convocados para garantir
a segurança do presidente e a fluidez no trânsito.
Dos mais de 6,3 mil policiais escalados, 1.433 atuaram
exclusivamente nas medidas relacionadas ao deslocamento dos manifestantes ao
longo dos 129 km do trajeto. Foram empregados policiais de batalhões territoriais
e especializados, como Baep, Choque, Trânsito, Rodoviária e Comando de Aviação
da PM, Canil, além de equipes do Corpo de Bombeiros e do Resgate.
A operação contou ainda com dedicação exclusiva de 5 aeronaves, 10 drones e aproximadamente 600 viaturas, entre motos, carros, bases comunitárias móveis e unidades especiais. Todo ato foi monitorado pelo sistema Olho de Águia, por meio de câmeras fixas, móveis, motolink e bodycams.
A manifestação custou ainda R$ 75,2 mil à Prefeitura de São Paulo, que contratou a empresa SPTuris para arcar com custos de organização do evento. O recurso foi desembolsado a pedido do secretário de Esportes, Thiago Milhim, que ocupa cota do Podemos no governo montado no começo do ano pela gestão Covas. Planilha de custos obtida pelo Estadão mostra que os recursos públicos pagaram a instalação de banheiros químicos, gradis para separação de público, geradores elétricos e som, além de seguranças.
O governo paulista autuou o presidente Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o deputado Coronel Tadeu e o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, por não terem usado máscara na manifestação.
A multa de R$ 552,71 que, acertadamente, o Centro de
Vigilância Sanitária de São Paulo deu a Jair Bolsonaro, neste sábado (12), por
ignorar o uso de máscara, foi um ato civilizatório. Mas o arrecadado com a
infração não faz nem cócegas considerando os R$ 1,2 milhão que os contribuintes
do estado tiveram que desembolsar para garantir policiamento extra para que o
presidente da República pudesse fazer seu passeio de moto com milhares de
apoiadores.
Fato se deu em virtude de disputa judicial pela interrupção
de ações de exploração de madeira dentro de terras indígenas
Madeireiros invadem sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Santarém, no oeste do Pará. - Ascom/STTR
A sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
de Santarém (STTR), localizada no oeste do estado do Pará, foi invadida por madeireiros da região na manhã
desta segunda-feira (3).
Segundo informações de uma fonte ouvida pelo Brasil de Fato,
a invasão ocorreu em virtude de uma decisão do Tribunal Regional Federal
da 1ª Região (TRF-1) de 30 de abril, que suspendeu a decisão liminar da
Justiça Federal de Santarém que autorizava a retomada dos processos de Plano de Manejo dentro da Reserva
Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns, localizada entre os municípios
de Santarém e Aveiro, no Pará.
A decisão faz parte de uma Ação Civil Pública (ACP) movida
pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares
de Santarém (STTR) e pelo Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA), com
assessoria jurídica da Terra de Direitos.
As entidades pediram a suspensão dos procedimentos de
aprovação dos planos de manejo florestal dentro da Resex até que fosse
realizada a consulta prévia, livre e informada das 78 comunidades tradicionais
e aldeias que vivem na Reserva.
Observem o desespero da tropa bolsonarista para me impedir de denunciar os crimes ambientais do ministro do desmatamento Ricardo Salles. Não nos silenciarão! Esse governo ecocida e genocida precisa cair! pic.twitter.com/Kg3J8mINZO
Para o MPF,
objetivo é anistiar crimes de grilagem, invasões de terras públicas e
desmatamentos
FPA retoma
campanha para aprovar projeto prioritário do governo
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA),
nome oficial da bancada ruralista, retomou neste mês uma campanha em redes
sociais com informações falsas para defender o projeto de “regularização”
fundiária do governo Bolsonaro.
O Projeto de Lei
2633/2020 foi apontado como prioritário em uma lista apresentada em fevereiro aos novos presidentes
da Câmara e do Senado.
Para o Ministério
Público Federal, o objetivo do governo – inicialmente com a MP 910, barrada
em 2020 – é anistiar crimes de grilagem, invasões de terras públicas e
desmatamentos, favorecendo organizações criminosas.
Estudo da pesquisadora Brenda Brito, do Imazon, estima
que a proposta de mudança nas regras fundiárias ameaça pelo menos 19,6 milhões
de hectares de áreas federais não destinadas na Amazônia, que podem ser
ocupados e desmatados na expectativa de regularização.
Reprodução
Twitter @fpagropecuaria
Em postagem no
dia 11/03, a FPA afirma que “sem regularização fundiária não há responsáveis
por crimes ambientais”, o que é falso. Cerca de dois terços das áreas
desmatadas têm ocupante reconhecido ou declarado. Ou seja, ao contrário do que
afirma a FPA, em grande parte dos casos o governo sabe quem é o dono ou quem
está reivindicando a posse de uma área.
Segundo dados do Mapbiomas, 77% da área desmatada no Brasil em 2019
– 83% do desmatamento está na Amazônia – ocorre em áreas que se sobrepõem a
pelo menos um Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Bastaria aplicar
as punições. No entanto, isso não tem ocorrido. As multas do Ibama por
infrações contra a flora na Amazônia caíram pela metade (50,2%) em 2020 na
comparação com 2018, último ano do governo Temer, apesar da alta recorde do
desmatamento no período. Isso ocorreu mesmo com a informação disponível de quem
são os responsáveis pelas áreas onde foi registrada a maior parte do
desmatamento.
Além disso, a
legislação atual já permite titular terra pública ocupada até 2011.
No dia 13/03, a
FPA voltou a afirmar que é “impossível” responsabilizar infratores por crimes
ambientais em terra não regularizada, sob o argumento de que “terra sem destinação
gera grilagem”. Em resposta ao
post, o professor da UFMG Raoni Rajão alertou que “mudar a lei para legalizar
invasões até então criminosas só piora o problema”. Ele lembrou que o CAR já
possui nome e CPF de 7 milhões de imóveis, inclusive os sem título, mas governo
não usa esse dado.
Ao contrário do
que afirma a FPA, não é preciso saber quem é o proprietário da terra para
conter o dano ambiental. Sem alterar a legislação fundiária, o Brasil reduziu o desmatamento na Amazônia em 73% entre 2004 e
2009.
Em post no dia
10/03, a FPA afirma que “queimadas ilegais acontecem com muito mais frequência
em terras sem regularização fundiária”. “Uma área pública ocupada, mas não
regularizada, não tem ninguém para ser legalmente responsabilizado”, alega a
entidade, atribuindo as informações ao Incra: “134% mais queimadas em áreas sem
regularização fundiária”.
No entanto, estudo
de Benedict Probst (Universidade de Cambridge) e outros pesquisadores publicado
em 2020 na Nature aponta que proprietários de áreas tituladas
tendem a continuar desmatando. O estudo analisou 10 mil imóveis titulados na
Amazônia entre 2011 e 2016 e mostrou que pequenos e médios proprietários tendem
a desmatar mais as suas áreas nos anos seguintes à titulação, em comparação a
imóveis ainda não titulados.
De modo
similar, Gerd Sparovek, da USP, e colaboradores mostraram que,
enquanto as áreas não destinadas apresentavam uma cobertura florestal de 77% em
2018, as áreas tituladas como imóveis particulares sofreram um rápido processo
de desmatamento, reduzindo a área florestal de 68% para 55%, entre 1999 e 2018.
“Auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União em 2020 sugerem que
esse resultado é consequência das falhas na fiscalização do Incra”, aponta
Rajão, da UFMG. Segundo ele, “pode-se inferir que a ênfase do atual governo na
titulação de terras, sem os devidos controles ambientais, juntamente com a
paralisação do processo de criação de unidades de conservação e demarcação de
terras indígenas, têm agido como importantes vetores do desmatamento na
Amazônia”.
Em outra Nota Técnica, pesquisadores da USP e da UFMG mostram que as
áreas não destinadas e as áreas públicas destinadas (como Unidades de
Conservação e Terras Indígenas) possuem taxas de desmatamento mais baixas,
mantendo mais de 80% da cobertura vegetal. “Por outro lado, nos imóveis rurais
autodeclarados (inscritos no CAR) e áreas privadas destinadas (beneficiadas
pela regularização) observam-se taxas de desmatamento altas, chegando a perder
até 3% da área de vegetação nativa em um ano. Além disso, essas áreas possuem
menos de 60% de sua área como vegetação nativa, valor bem inferior à reserva
legal, que deve ser de 80% nos imóveis rurais no bioma Amazônia.”
O estudo aponta
que, entre os imóveis que são alvo da proposta de regularização fundiária
apresentada pelo governo Bolsonaro, predomina entre os pequenos o padrão de
nenhum déficit de Área de Preservação Permanente e/ou Reserva Legal, o que
ocorre em 63% dos 107.466 imóveis em glebas federais.
Já nos médios e
grandes imóveis o padrão se inverte, e a existência de algum déficit, isso é, o
não cumprimento do Código Florestal, passa a ser o padrão predominante,
atingindo 74% dos imóveis, mostram os pesquisadores. “Esses resultados,
juntamente com a análise da taxa de desmatamento, indicam que o processo de
regularização fundiária não garante o cumprimento da legislação florestal,
principalmente entre os médios e grandes proprietários.”
Em outro post, no
dia 12/03, a FPA afirma que “com o sensoriamento remoto será possível comprovar
se há desmatamento ilegal, queimadas e até a confirmação do cultivo efetivo por
parte do proprietário da terra”.
O monitoramento
já é feito hoje, seja por órgãos do governo, como o Inpe, seja por iniciativas
da sociedade civil, como o projeto MapBiomas, que já produziu mapas de toda a
mudança de cobertura do solo no Brasil de 1985 até 2019.
A campanha da FPA
repete desinformação difundida pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina,
em vídeo de outubro de 2020, que desmentimos aqui.
Amazônia na mira
dos desmatadores! Querem legalizar o roubo de terras públicas - 29 de abr. de
2020
Lembra, no ano
passado, quando o dia virou noite na cidade de São Paulo? Este acontecimento
tem uma ligação direta com a grilagem de terras e as queimadas em toda a
Amazônia Legal. A qualquer momento, deputados e senadores podem aprovar a MP
910. A atriz @dirapaes ajuda a lembrar os riscos que essa medida representa.
Conhecida como MP
da Grilagem, a proposta do governo Bolsonaro vai premiar grileiros (ladrões de
terras públicas) que desmatam e tocam fogo na Amazônia e no Cerrado. Segundo
organizações ambientalistas e especialistas na área, a proposta vai contra os
interesse da sociedade brasileira e beneficia criminosos que invadiram e
desmataram terras públicas, deixando de fora o trabalhador honesto que há anos
produz sem destruir a Amazônia.
‘Mas é óbvio que eu apaguei o post na qual digo q fui curada
da COVID! Mas fiquem tranquilos, jornalistas de fofoca, se e qdo eu pegar
COVID, me tratarei NOVAMENTE de forma PRECOCE e com Cloroquina. E em
sobrevivendo (sei q muitos torcem contra), postarei novamente a mesma foto!’,
escreveu Zambelli.
A deputada, que está com Covid-19, se esqueceu de trocar o
perfil e mandou recado de solidariedade para ela mesma
A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) se esqueceu
de sair de sua conta e mandou recado solidário para ela mesma, nesta
sexta-feira (21), pelo Twitter.
Zambelli, que está com a Covid-19, escreveu para Zambelli:
‘Força e muita força! Você é nossa representante’.
Um levantamento feito pela empresa de análise de dados
Novelo Data constatou que 2.015 vídeos publicados por canais bolsonaristas no
Youtube desapareceram da plataforma desde o início de junho. Dos 81 produtores
de conteúdos observados pela equipe da Novelo, pelo menos 37 tiveram vídeos
apagados este mês. O recordista em exclusões foi o canal Gigante Patriota, com
menos 1.300 vídeos disponíveis para os usuários da rede — 94% deles foram
removidos no último fim de semana. Há motivos diversos que podem ter levado ao
sumiço das publicações.
Desde o fim de maio, o ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), vem autorizando diligências contra blogueiros,
empresários e parlamentares que compõem a base de apoio do presidente Jair
Bolsonaro na internet. Há uma suspeita de que ataques à Corte tenham tido
alcance turbinado com a ajuda dessas pessoas. O mesmo pode ter acontecido com a
realização de manifestações antidemocráticas. A exclusão de vídeos pode estar
relacionada com uma tentativa dos canais de não serem enquadrados nas apurações
que tramitam no tribunal, no caso dos ataques virtuais, e na Procuradoria-Geral
da República (PGR), no caso dos protestos.
Um dos personagens mais conhecidos entre os alvosdas decisões
de Moraes, o blogueiro Allan dos Santos, do canal Terça Livre, teve 272 vídeos
apagados neste mês, até o último sábado. Santos foi alvo de buscas e apreensões
duas vezes.
Outros canais também tiveram números expressivos de vídeos
apagados até o último sábado. Foram os casos, por exemplo, do Foco do Brasil
(66 vídeos a menos); Notícias News N. N. (45 vídeos a menos); Notícias
Políticas (43 vídeos a menos); Ficha Social (40 vídeos a menos); Seu Tube (33
vídeos a menos) e Folha Política (24 vídeos a menos).
Os motivos para que os vídeos desapareçam do Youtube são
diversos. Eles podem ser apagados por quem os publicou; retirados da listagem
pública (e, portanto, seguem disponíveis para determinados usuários) e apagados
pela própria plataforma por violarem condições de uso — neste último caso, um
aviso sobre ocorrências deste tipo é exibido no lugar do conteúdo. Essas
possibilidades foram esclarecidas pela Google, administradora da plataforma, ao
Sonar (leia a nota na íntegra no fim da reportagem). A empresa, no
entanto, não comenta casos específicos.
Comportamento expressivo no intervalo de um ano
O programador Guilherme Felitti, fundador da Novelo, explica
que o levantamento não encontrou avisos de violação das normas do Youtube. Essa
é uma das evidências que o leva a crer que são os próprios youtubers que estão
efetuando as retiradas de seus vídeos do site. O monitoramento em questão é
feito há um ano, mas só agora as exclusões de conteúdos foram tão expressivas.
Em março, por exemplo, os canais deletaram 695 vídeos. Em abril, 247. Em maio,
foram 1.112 — número já ultrapassado antes do fim de junho.
— A maioria dos vídeos foram deletados uma semana após
a operação de busca e apreensão dentro do inquérito de fake news. Existe
um comportamento parecido desses youtubers entre maio e junho — explica
Felitti, complementando: — Não é possível identificar uma estratégia clara, no
entanto. Em alguns desses canais que deletaram vídeos ou esconderam vídeos,
ainda há vídeos que atacam o STF. Não é como se eles tivessem apagado todos os
vídeos mencionando a Corte. Não encontramos um fio condutor dessa
estratégia.
Para Felitti, o Youtube deveria ser objeto de mais atenção
no Brasil. Ele classifica a plataforma como um "mamute", dada a sua
relevância. No entanto, ainda de acordo com o programador, há poucas
iniciativas que compilem dados e façam o trabalho de registro da memória desta
rede. No caso da Novelo, esse processo acontece por meio da aplicação de uma
Application Programming Interface (API) (ou Interface de Programação de
Aplicativos, em português).
— O Brasil sempre tem uma cultura muito calcada em
televisão. O brasileiro sempre adorou a TV e não é à toa que o Youtube faz um
sucesso tremendo por aqui. Há uma força cultural na plataforma: a gente usa
muito, vê muito, estamos sempre lá. E é inevitável que essa cultura
derrame na política —justifica Felitti, que afirma: — A gente precisa
se organizar para entender como esses movimentos sociais se estruturaram no
Youtube. Quem são as pessoas, as práticas e o que elas fazem.
A Novelo já havia feito levantamento sobre o Youtube
observando os conteúdos que a plataforma selecionou aqueles que estavam mais
"em alta" para os usuários brasileiros nas eleições de 2018. A
empresa de análise de dados constatou que a maior parte dos conteúdos exibidos
como os mais populares eram desfavoráveis ao Partido dos Trabalhadores (PT),
adversário de Bolsonaro no segundo turno do pleito naquele ano.
Nos próximos dias, canais de Youtube posicionados à esquerda
do espectro político também estarão em foco a partir de novos estudos
divulgados pela Novelo.
Em nota sobre o caso, o Youtube informou: "Não
comentamos casos específicos. O YouTube é uma plataforma de vídeo aberta e qualquer
pessoa pode compartilhar conteúdo, que está sujeito a revisão de acordo com as
nossas diretrizes da comunidade. Além disso, o próprio responsável pelo canal
pode escolher não compartilhar mais determinado conteúdo ou deixá-lo em modo
privado. Em casos assim, a plataforma costuma exibir a mensagem ‘Vídeo
indisponível’."
A primeira versão desta reportagem, publicada às 20h do
dia 22 de junho de 2020, afirmava que 2.100 vídeos foram apagados em junho. A
segunda, às 20h45m, atualizou esse número para 2.015, a pedido da Novelo Data.
ódio
na mira da justiça, movimentos antirracistas e antifascistas, em Washington DC,
Estados Unidos tentam derrubar estátua
de ex-presidente genocida e escravagista, Alexandre Moraes derruba sigilo em
operação da PF, Wassef planejava sequestro de jornalista, Bolsonaro se aproxima
de seu favorito para o Ministério da Educação, batalhão de choque faz operação
na casa de familiares de Queiroz em Minas Gerais.
'Não tenho culpa. Ele foi querer mexer com assuntos que não
lhe cabem', afirmou Zambelli
O deputado Rogério
Correia, do PT de Minas Gerais, recebeu nesta sexta-feira ameaças de morte
horas após a deputada Carla
Zambelli, do PSL de São Paulo, prometer um "tsunami bolsonarista em
suas redes".
O deputado afirmou que levará as ameaças à polícia e ao
Supremo Tribunal Federal.
Tudo começou após Correia divulgar, na sexta 19, que enviara
a Alexandre de Moraes um pedido de retenção do passaporte de Abraham Weintraub,
investigado no inquérito das fake news, por ameaças à democracia e crime de
racismo, dizendo haver indícios de que Weintraub queira deixar o país.
Na tarde desta sexta-feira, Carla Zambelli respondeu a uma
publicação de Correia nas redes sociais falando sobre o “tsunami”:
"Hoje vc vai sentir o tsunami Bolsonarista em suas
redes. Seu ato é uma afronta ao povo brasileiro que votou em Bolsonaro e Vc não
respeita o PROCESSO DEMOCRÁTICO! DITADORZINHO!".
Correia começou então a receber uma série de ameaças.
A que considerou mais grave teve 40 mensagens de um mesmo
usuário do Facebook. O usuário tentou ligar, pelo chat, várias vezes para o
deputado.
Nas mensagens, o responsável pelo ataque cita uma bomba no
carro do deputado, tiros e tortura, além de palavrões.
"Não é possível. A deputada faz uma ameaça dessas e
depois chegam até ameaças de morte. Recebi ameaças de morte horas depois. Vou
pedir uma investigação à polícia e ao STF, para o gabinete do ministro
Alexandre de Moraes. Percebi muitos robôs, muitas mensagens, com muitos
xingamentos e ódios. Isso só comprova como os bolsonaristas agem de fato",
criticou o petista.
Zambelli é investigada pelo STF no inquérito das fake news e
em outro que apura atos antidemocráticos, no qual teve seu sigilo bancário
quebrado. No inquérito das fake news, a parlamentar ficou em silêncio ao depor
à PF, no começo do mês.
Procurada, a deputada minimizou o fato e disse também ser
alvo. Disse que o deputado “quis mexer com assuntos que não lhe cabem”.
"Eu também recebo todo dia um monte de ameaças de
petistas. Ninguém mandou ele... Não vou responder isso a essa hora. Mas todos
nós estamos sujeitos a isso na profissão que a gente exerce. Não tenho culpa se
uma pessoa isoladamente vem ameaçá-lo por uma atitude dele, não minha. Ele que
originou. Ele foi querer mexer com assuntos que não lhe cabem. Não cabe a um
deputado o que a polícia vai fazer com um passaporte de um ministro".
Deputada Carla zambelli ameaça deputado Rogério Correia hoje
você vai sentir o tsunami bolsonarista.
deputada federal Carla Zambelli
PSL-SP uma das defensoras mais ferrenhas de Jair Bolsonaro, ameaçou o
deputado Rogério Correia (PT-MG) com um ataque virtual da rede bolsonarista.
No Twitter:
A deputada Carla Zambelli disse que o deputado Rogério Correia ia sentir o "tsunami Bolsonarista em suas redes" por ter pedido a apreensão do passaporte de Weintraub. Pouco depois, o deputado começa a receber ameaças de morte pelas redes. Você será investigada, @CarlaZambelli38 .
A deputada Carla Zambelli revela toda sua intimidade com o Gabinete do Ódio, ao ordenar um tsunami de ataques contra deputado @RogerioCorreia_, por ele ter pedido a retenção do passaporte de Weintraub. Ela deve ter muito a revelar sobre esses métodos.
Bolsonaristas terão que sentir o tsunami da democracia e da justiça. Ataques e ameaças devem ser investigados e os responsáveis punidos, sejam eles parlamentares ou cidadãos comuns. #Democraciahttps://t.co/g0ZfIzxWGe
PT denuncia Zambelli ao STF, PF e Conselho de Ética por ameaças contra deputado @RogerioCorreia_ .Líder @enioverri disse q a bolsonarista não pode ficar impune, pois é recorrente na prática de ameaças e ilícitos. CPMI Fake News tb vai tratar do caso.
O blogueiro bolsonarista Beto Louco disse que a deputada
federal Carla Zambelli foi a fonte de uma informação sobre o Doria, que
posteriormente foi desmentida. O apoiador afirmou que ela ‘mentiu’.
Alberto Junio Silva é acusado de operar uma rede de fake
news conhecida como Pensa Brasil, ele foi alvo da operação da Polícia Federal
que investiga os atos antidemocráticos, na última terça (16).
DELAÇÃO CONTRA ZAMBELLI?
"Divulguei uma matéria em que eu falei que a fonte minha, que foi a deputada Carla Zambelli, mentiu, e eu acreditei no que ela falou e divulguei uma mentira", acusa youtuber bolsonarista Beto Louco, um dos alvos da operação de ontem da PF. pic.twitter.com/ZPO0GwfwlM
Este vídeo tem apenas pouco mais de 1min, mas sua
importância é enorme. Ele demonstra para quem insiste em negar o enorme mal que
as fake news trazem para a democracia e para o Brasil. A deputada federal Carla
Zambelli (PSL-SP) “denuncia” que as Lojas Havan pertencem à “Paulinha, filha da
Dilma”. Dez entre dez pessoas inteligentes sabem que a Havan é do empresário
sonegador Luciano Hang, também conhecido como o maior bolsonarista do mundo.
Sem um pingo de vergonha na cara, a deputada do PSL gravou o vídeo,
compartilhou em suas redes e fez estrago. Depois, a receita de sempre: deleta,
culpa um assessor e diz que “foi sem querer”...