No chamado manifesto pela vida", mais de 2 mil médicos defendem uso de hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, zinco, entre outros medicamentos cuja eficácia contra Covid não está provada
Jornal GGN – Os principais jornais impressos do
Brasil despertaram críticas nas redes sociais, nesta terça (23), por terem
cedido espaço de publicidade para médicos que promovem “tratamento precoce”
para o novo coronavírus, sendo que, até agora, a ciência não indicou nenhum
medicamento com eficácia comprovada contra o novo coronavírus.
Em anúncio de meia página em cerca de 11 jornais – incluindo
O Globo, Folha e Estadão – mais de 2 mil médicos anunciantes defendem o uso de
um coquetel de remédios que, combinados, poderiam reduzir os efeitos graves do
vírus.
“Destacamos que a abordagem precoce não se trata apenas do
uso de uma ou outra droga, mas da correta combinação de medicações como a
hidroxicloroquina, a ivermectina, a bromexina, a azitromicina , o zinco, a
vitamina D, anti-coagulantes entre outras, além dos corticoides que têm um
momento certo para sua utilização nas fases inflamatórias da doença, sempre
observando-se a adequação das combinações ao estado e evolução de cada
paciente, que será acompanhado extensivamente inclusive com a realização de
exames conforme necessários, e a recomendação de intervenções não
farmacológicas, como a fisioterapia”, cita um trecho da publicação.
A cineasta Petra Costa, seguida no Twitter por mais de 221
mil pessoas, criticou a decisão editorial dos jornais da grande mídia. Parte
deles, inclusive, se reúne no consórcio que diariamente apura e divulga os
dados da pandemia.
“Os jornais mais lidos do país publicam anúncios de
negacionistas da ciência promovendo falsos ‘tratamentos’ para a COVID19. Por
dinheiro, atentam contra a saúde pública!! Não é por acaso que o Brasil já tem
(oficialmente) 247.276 mortos. Um genocídio com muitos cúmplices…”, sustentou
Petra.
O jornalista George Marques também atacou o anúncio. “Então
quer dizer que a autoproclamada “imprensa profissional” está distribuindo em
suas caras páginas (200 mil só na Folha de S. Paulo) para divulgação de fake
news sobre o uso precoce com cloroquina, já cientificamente ineficaz contra a
Covid? Quem diria.”
O grupo Sleeping Giants Brasil, que faz no Twitter um
trabalho de fiscalização de empresas privadas e públicas que anunciam em
veículos que promovem discurso de ódio, cobrou um pedido de desculpas dos
jornais.
“Gostaríamos que Folha, O Globo, Jornal do Commercio (PE),
Estado de Minas, Correio Brasiliense, Jornal Correio, O Povo e Gazeta Gaúcha
publiquem amanhã no mesmo tamanho um pedido de desculpas e a verdade: NÃO
EXISTE TRATAMENTO PRECOCE” para Covid-19, tuitaram.
DCM TV
Jornais se vendem a lobby da cloroquina. Moro montou dossiê
contra ministro do STJ
No Twitter
Em respeito ao jornalismo e aos 247 mil brasileiros mortos.
— Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) February 23, 2021
Gostaríamos que @folha; @JornalOGlobo; @jc_pe; @em_com; @correio; @correio24horas; @opovoonline e @gzhdigital publiquem amanhã no mesmo tamanho um pedido de desculpas e a verdade que: NÃO EXISTE TRATAMENTO PRECOCE!✊🏽 pic.twitter.com/bHURVETRFe