View of Brazil's state-controlled oil company Petrobras headquarters in Rio de Janeiro, Brazil, on March 9, 2020. - Petrobras' shares droped more than 24 percent after global oil prices fell more than 30 percent, the biggest drop since the 1991 Gulf War. (Photo by MAURO PIMENTEL / AFP) (Photo by MAURO PIMENTEL/AFP via Getty Images)
Via: Yahoo Notícias
Canais no YouTube investigados pela PF (Polícia Federal) por
ataques e ameaças ao STF (Supremo Tribunal Federal) recebem verba publicitária
de estatais. Os veículos defendem o fechamento do Congresso Nacional e pedem
uma intervenção militar no Brasil.
Segundo reportagem do jornal O Globo, com base em dados
obtidos pela Lei de Acesso à Informação, 28.845 anúncios da Petrobras e da
Eletrobras foram veiculados nestes canais entre janeiro de 2017 e julho de
2019, antes e durante o governo Bolsonaro. A Secom (Secretaria Especial de
Comunicação Social) aponta que 390.714 anúncios tiveram como destino 11
veículos com o mesmo perfil entre junho e agosto do ano passado. A verba foi
destinada para a campanha sobre a Reforma da Previdência.
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No sistema de publicidade digital utilizado por Petrobras e
Eletrobras, as empresas definem um público-alvo e contratam agências para
executar as campanhas. Estas repassam a verba das ações para intermediárias,
conhecidas no mercado publicitário como “redes de conteúdo”. No caso das
estatais, a empresa contratada foi a multinacional Reachlocal, responsável por
pagar o YouTube, que pertence ao Google e distribui anúncios de acordo com seu
algoritmo, mesclando o perfil desejado pelo cliente e os canais com mais
audiência dentro deste espectro.
Entre os blogueiros que receberam verba publicitária da
Petrobras e que são investigados pelo STF, estão Allan dos Santos, do canal
Terça Livre, Enzo Leonardo Suzi Momenti, do canal Enzuh, e Bernardo Pires
Kuster. O Terça Livre veiculou 3.490 anúncios pagos pela Petrobras. O canal de
Kuster no YouTube, 3.602 anúncios. O canal de Momenti, 1.192. A Eletrobras teve
divulgados 536 anúncios no canal de Kuster, 398 no Terça Livre e 273 no de
Momenti.
Leia também
Canal que mais veiculou anúncios da Petrobras, com 10.027, O
Giro de Notícias é conhecido por criticar o STF e por defender a intervenção
militar. Em sua descrição, o veículo afirma que é “independente” e que “não
recebe dinheiro de empresas públicas”. O administrador, Alberto Silva, veiculou
2.355 anúncios da Eletrobras no canal de notícias e 1.950 em seu pessoal.
“O STF brinca com a nossa população. Acha que nós somos
trouxas, que nós somos idiotas, um bando de paspalhos. Fazem o que quiser,
fazem banquetes, festas, arruaça com o nosso dinheiro, mas está chegando a um
ponto que o Brasil não aguenta mais. Está chegando a um ponto em que teremos
que falar, sim, numa possível intervenção, num possível estado de sítio
defendendo o nosso povo, defendendo a nossa lei”, disse o youtuber em um vídeo.
O site Jornal da Cidade On Line, que publicou notícias
falsas durante as eleições de 2018 e, na última semana, foi alvo da medida do
TCU (Tribunal de Contas da União) para o bloqueio de comerciais do Banco do
Brasil, recebeu por 36 anúncios da Petrobras.
As estatais e a Secom alegam que não direcionaram as verbas
para os veículos, embora, segundo o Google (dono do YouTube) seja possível
impedir que um determinado canal receba publicidade.
Canais no YouTube que atacam STF e pedem intervenção militar receberam verbas estatais (Recursos públicos) https://t.co/tv7p7Dx1rq— Rafael Moia Filho (@rafamfilho) May 31, 2020
Canal Questionamentos
Canais no YouTube de bolsonaristas que atacam o STF e a
democracia receberam verbas públicas. 72% dos brasileiros rejeitam plano
bolsonarista de armar a população. Eaas e outras notícias no vídeo.
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