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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

MAIOR DEFENSOR DA CLOROQUINA, MÉDICO FRANCÊS ADMITE PELA PRIMEIRA VEZ QUE MEDICAMENTO NÃO REDUZ MORTES


Estudo do francês Didier Raoult colocou a cloroquina no centro das pesquisas contra o tratamento da Covid-19 Foto: GERARD JULIEN / AFP

Didier Raoult também assumiu que substância não diminui necessidade de UTI e do paciente precisar de oxigênio


Principal promotor da hidroxicloroquina como tratamento para a Covid-19, o médico e microbiologista francês Didier Raoult admitiu pela primeira vez que a substância não reduz a mortalidade ou agravamento da doença. O pesquisador fez a afirmação em uma carta publicada em 4 de janeiro no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França.

"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão", escreveu Raoult em nota assinada por toda sua equipe, de acordo com o jornal Le Figaro.

Raoult divulgou em março do ano passado um estudo feito com apenas 42 pessoas no qual, de acordo com o pesquisador, ficava comprovada a eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que administrados no início dos sintomas.

No entanto, cientistas de todo o mundo e a Organização Mundial da Saúde criticaram a pesquisa, dizendo que os estudos foram conduzidos fora dos protocolos científicos padrão. O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos, da França, abriu em dezembro do ano passado um processo de investigação contra Raoult e outros seis colegas que participaram dos estudos.

Apesar de assumir que o tratamento não traz grandes vantagens em relação às mortes por Covid-19, Raoult insiste na carta que o tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina foi menor.

"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", escreveu Raoult.

"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão", escreveu Raoult em nota assinada por toda sua equipe, de acordo com o jornal Le Figaro.

Raoult divulgou em março do ano passado um estudo feito com apenas 42 pessoas no qual, de acordo com o pesquisador, ficava comprovada a eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que administrados no início dos sintomas.

No entanto, cientistas de todo o mundo e a Organização Mundial da Saúde criticaram a pesquisa, dizendo que os estudos foram conduzidos fora dos protocolos científicos padrão. O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos, da França, abriu em dezembro do ano passado um processo de investigação contra Raoult e outros seis colegas que participaram dos estudos.

Apesar de assumir que o tratamento não traz grandes vantagens em relação às mortes por Covid-19, Raoult insiste na carta que o tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina foi menor.

"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", escreveu Raoult.

Um ensaio clínico realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, chegou à conclusão de que a hidroxicloroquina "não tem nenhum efeito benéfico" em termos de Covid-19. O Le Figaro também menciona um outro estudo, feito pelo Angers University Hospital em uma amostra de 250 pacientes e a conclusão foi a mesma.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governo brasileiro vêm incentivando o uso da hidroxicloroquina e da azitromicina como "tratamento precoce" contra a Covid-19. Na semana passada, o Ministério da Saúde lançou um aplicativo no qual incentiva o uso das medicações que não têm eficácia comprovada.

No último sábado, o Twitter chegou a indicar que uma publicação da pasta possui "informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à covid-19”. O conteúdo foi ocultado pela plataforma. No domingo, os pareceres e votos pela aprovação das vacinas Coronavac e de Oxford também refutaram o uso das substâncias e a existência de um "tratamento precoce" baseado em medicamentos comprovadamente ineficazes, como a hidroxicloroquina.

Fonte: Época


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