Didier Raoult também assumiu que substância não diminui necessidade de UTI e do paciente precisar de oxigênio
Principal promotor da hidroxicloroquina como tratamento para
a Covid-19, o médico e microbiologista francês Didier Raoult admitiu pela
primeira vez que a substância não reduz a mortalidade ou agravamento da doença.
O pesquisador fez a afirmação em uma carta publicada em 4 de janeiro no site do
Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França.
"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência
para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que
receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos
apenas com tratamento padrão", escreveu Raoult em nota assinada por toda
sua equipe, de acordo com o jornal Le Figaro.
Raoult divulgou em março do ano passado um estudo feito com
apenas 42 pessoas no qual, de acordo com o pesquisador, ficava comprovada a
eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que
administrados no início dos sintomas.
No entanto, cientistas de todo o mundo e a Organização
Mundial da Saúde criticaram a pesquisa, dizendo que os estudos foram conduzidos
fora dos protocolos científicos padrão. O Conselho Nacional da Ordem dos
Médicos, da França, abriu em dezembro do ano passado um processo de
investigação contra Raoult e outros seis colegas que participaram dos estudos.
Apesar de assumir que o tratamento não traz grandes
vantagens em relação às mortes por Covid-19, Raoult insiste na carta que o
tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina
foi menor.
"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu
ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina
ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", escreveu
Raoult.
"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência
para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que
receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos
apenas com tratamento padrão", escreveu Raoult em nota assinada por toda
sua equipe, de acordo com o jornal Le Figaro.
Raoult divulgou em março do ano passado um estudo feito com
apenas 42 pessoas no qual, de acordo com o pesquisador, ficava comprovada a
eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que
administrados no início dos sintomas.
No entanto, cientistas de todo o mundo e a Organização
Mundial da Saúde criticaram a pesquisa, dizendo que os estudos foram conduzidos
fora dos protocolos científicos padrão. O Conselho Nacional da Ordem dos
Médicos, da França, abriu em dezembro do ano passado um processo de
investigação contra Raoult e outros seis colegas que participaram dos estudos.
Apesar de assumir que o tratamento não traz grandes
vantagens em relação às mortes por Covid-19, Raoult insiste na carta que o
tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina
foi menor.
"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu
ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina
ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", escreveu
Raoult.
Um ensaio clínico realizado pela Universidade de Oxford, na
Inglaterra, chegou à conclusão de que a hidroxicloroquina "não tem nenhum
efeito benéfico" em termos de Covid-19. O Le Figaro também menciona um
outro estudo, feito pelo Angers University Hospital em uma amostra de 250 pacientes
e a conclusão foi a mesma.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governo
brasileiro vêm incentivando o uso da hidroxicloroquina e da azitromicina como
"tratamento precoce" contra a Covid-19. Na semana passada, o
Ministério da Saúde lançou um aplicativo no qual incentiva o uso das medicações
que não têm eficácia comprovada.
No último sábado, o Twitter chegou a indicar que uma
publicação da pasta possui "informações enganosas e potencialmente
prejudiciais relacionadas à covid-19”. O conteúdo foi ocultado pela plataforma.
No domingo, os pareceres e votos pela aprovação das vacinas Coronavac e de
Oxford também refutaram o uso das substâncias e a existência de um
"tratamento precoce" baseado em medicamentos comprovadamente
ineficazes, como a hidroxicloroquina.
Fonte: Época
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