A Euro-Med Monitor afirmou que “o exército de ocupação
transformou o Complexo de Al-Shifa em um matadouro público em meio a operações
de execução em campo”
Complexo de Al-Shifa
A Euro-Mediterranean Human Rights Monitor, organização que
está acompanhando a situação na Palestina de perto, divulgou um relatório sobre
a invasão nazista do hospital al-Shifa. Ele afirma: “o exército de ocupação
israelense está detendo equipes médicas no Complexo Médico Al-Shifa, que está
passando por uma operação militar pelo quarto dia consecutivo, enquanto
pacientes estão morrendo lentamente sem cuidados”.
E continua: “recebemos declarações horríveis sobre a morte
de 3 pacientes nas últimas horas, além da morte lenta que ameaça a vida de
dezenas de pacientes e feridos, seja negando-lhes qualquer atendimento médico e
medicamentos ou por meio de fome e desidratação”.
Sobre os sequestros eles afirmam: “as declarações mostraram
que as forças de ocupação detiveram todos os médicos e enfermeiros em um local
desconhecido dentro do complexo de Al-Shifa e os impediram de realizar seu
trabalho, deixando os pacientes e feridos sem qualquer atendimento médico ou
medicamento”.
E afirmam com todas as letras: “alertamos que o exército de
ocupação transformou o Complexo de Al-Shifa em um matadouro público em meio a
operações de execução em campo”.
O número de assassinados já está estimado em 200: “os
contínuos crimes israelenses dentro do Complexo Médico Al-Shifa levaram ao
martírio de pelo menos 200 palestinos até o momento da divulgação do
comunicado, muitos dos quais foram submetidos a assassinato deliberado e
execução extrajudicial após sua prisão”.
🚨The Israeli army is detaining medical staff, including doctors & nurses, inside Shifa Medical Complex in #Gaza City, preventing them from providing essential care
Patients are languishing without medical attention. Euro-Med Monitor documented the deaths of 3 patients already! pic.twitter.com/sq7KVQaazY
Autoridades de Gaza relatam aumento de vítimas; Militares
israelenses reivindicam que o Hamas use complexo médico para planejar ataques
O Ministério da Saúde de Gaza disse que cerca de 30 mil
pessoas estão presas no hospital al-Shifa, na cidade de Gaza [Arquivo: Abed
Sabah/Reuters]
As forças militares de Israel invadiram o Hospital al-Shifa,
na cidade de Gaza, com tanques e tiros pesados, resultando em mortes e feridos,
disseram autoridades palestinas.
Os militares israelenses disseram em comunicado na
segunda-feira que estão conduzindo uma “operação precisa” nas instalações
médicas. O Ministério da Saúde de Gaza disse que cerca de 30 mil pessoas,
incluindo civis deslocados, pacientes feridos e pessoal médico, estão presas
dentro do complexo.
Israel, que encerrou muitas das suas operações no norte de
Gaza há algumas semanas alegando ter destruído a infra-estrutura militar do
Hamas, disse no comunicado que o Hamas – que governa o enclave – “se reagrupou”
dentro de al-Shifa e está “a usá-lo para comandar ataques contra Israel”.
Numa mensagem em inglês no Telegram, o Ministério da Saúde
de Gaza disse que qualquer pessoa “que tente mover-se é alvo de balas de
franco-atiradores e de quadricópteros”. Acrescentou que o ataque, que
começou às 2h00 (00h00 GMT), resultou num “número de mártires e feridos”.
A Al Jazeera Árabe informou que o prédio cirúrgico do
hospital estava em chamas após o bombardeio israelense.
De acordo com o escritor e jornalista palestino Imad Zaqqout
e outras testemunhas, as forças israelenses prenderam o correspondente da Al
Jazeera árabe, Ismail al-Ghoul, dentro do hospital.
As testemunhas disseram que al-Ghoul foi espancado
severamente por soldados israelenses antes de ser preso com dezenas de homens e
mulheres no hospital.
Abdel-Hady Sayed, que está abrigado no centro médico há mais
de três meses, disse à Associated Press que as pessoas estão “presas lá
dentro”.
“Eles atiram em qualquer coisa que se mova... Os médicos e
as ambulâncias não conseguem se mover”, disse ele.
Mais tarde na segunda-feira, os militares israelenses
anunciaram que um de seus soldados morreu na invasão ao hospital, onde trocaram
tiros com combatentes do Hamas.
A morte do soldado, o sargento Matan Vinogradov, de 20 anos,
eleva para 250 o número total de soldados israelenses mortos na guerra de Gaza.
O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, disse em um
vídeo postado anteriormente no X que os militares israelenses conduziriam um
“esforço humanitário” durante o ataque, fornecendo comida e água. Ele
também insistiu que “não há obrigação” de os pacientes e a equipe médica
evacuarem o hospital.
No entanto, correspondentes árabes da Al Jazeera no local
relataram que as forças israelenses usaram alto-falantes para ordenar a evacuação
de centenas de pessoas abrigadas no hospital.
Imagens verificadas pela unidade de verificação Sanad da Al
Jazeera mostram dezenas de palestinos fugindo do hospital enquanto as forças
israelenses lançavam operações na área.
Tradução: O exército israelense força centenas de
famílias a fugir do Hospital al-Shifa, a oeste da cidade de Gaza.
Mais tarde na segunda-feira, os militares de Israel emitiram
um apelo a todos os civis perto de Al-Shifa ou no bairro mais amplo de Remal,
na Cidade de Gaza, para fugirem para o sul.
Folhetos lançados pelo exército israelense instruíam as
pessoas a evacuarem para a zona de evacuação de al-Mawasi localizada no oeste
de Khan Younis, contradizendo as declarações anteriores de Hagari, deixando uma
“narrativa enganosa”, disse Hani Mahmoud da Al Jazeera, reportando de Rafah.
O jornalista palestino Wadea Abu Alsoud, preso dentro do
complexo médico, descreveu a situação nas instalações como “catastrófica” e
relatou “confrontos intensos”, num vídeo publicado no Instagram.
“Este pode ser meu último vídeo”, disse ele. “Agora
estamos sitiados dentro do Hospital al-Shifa. Estamos sendo fortemente
alvejados. A ocupação subitamente invadiu o hospital e seus
arredores. Como vocês podem ouvir agora, há confrontos intensos nas
proximidades do Hospital al-Shifa. Estamos ouvindo sons vindos do
portão. Há estilhaços caindo no pátio do hospital.”
Willem Marx, da Al Jazeera, na Jerusalém Oriental ocupada,
citou uma declaração israelita dizendo que as suas forças “encontraram fogo
dentro do hospital, responderam com fogo real e indivíduos foram atingidos”.
Marx observou que este é o quarto ataque israelita a
al-Shifa desde 7 de Outubro. Um longo cerco às instalações em Novembro rendeu a
Israel protestos internacionais.
O Gabinete de Comunicação Social do Governo em Gaza condenou
a operação, qualificando o ataque de “crime de guerra”.
“A ocupação israelita ainda usa as suas narrativas
fabricadas para enganar o mundo e justificar o ataque a al-Shifa”, afirmou num
comunicado.
Israel acusou repetidamente o Hamas de conduzir operações
militares a partir de hospitais e outros centros médicos, afirma o grupo nega.
O Ministério da Saúde disse ter recebido ligações de pessoas
na área ao redor do hospital alegando que havia dezenas de vítimas.
“Ninguém pôde transportá-los para o hospital devido à
intensidade dos tiros e dos bombardeios de artilharia”, disse o ministério.
Segundo a ONU, 155 instalações de saúde na Faixa de Gaza
foram danificadas desde o início da guerra.
Vídeo mostra primeiros caminhões deixando fábrica estatal
venezuelana rumo ao Brasil
O governo da Venezuela anunciou na tarde deste domingo (17)
que enviou os primeiros caminhões com oxigênio para auxiliar Manaus no
tratamento de pacientes com Covid-19. Ao todo, o país vizinho enviou oito
caminhões carregados com aproximadamente 130 mil litros de oxigênio para
abastecer os hospitais da capital amazonense.
O anúncio foi feito pelo presidente da Venezuela, Nicolás
Maduro, em transmissão ao vivo nas redes sociais. Segundo o governo vizinho, a
previsão era de que o comboio cruze a fronteira com o Brasil na manhã desta
segunda-feira (18).
Ainda segundo o presidente venezuelano, a entrega efetiva do
material a Manaus, no entanto, deve ocorrer 14 horas depois da chegada dos
caminhões no Brasil.
“Estamos enviando apoio humanitário à população de Manaus, o
oxigênio necessário para combater o Covid-19. E o Brasil deve saber que a
solidariedade bolivariana não tem fronteiras”, escreveu Maduro nas redes
sociais.
Estamos enviando un apoyo humanitario al pueblo de Manaos, el oxígeno necesario para combatir el Covid-19. Y debe saber Brasil que la solidaridad bolivariana no tiene fronteras. ==> https://t.co/1qg7mniLWL
Em vídeo compartilhado pela Siderúrgica del Orinoco Alfredo
Maneiro (Sidor), estatal localizada em Puerto Ordaz, na Venezuela, é possível
ver o comboio de caminhões carregados com oxigênio deixando a fábrica rumo ao
país vizinho.
Desde @Sidor_oficial saliendo las gandolas con 80 mil L de oxígeno rumbo a Brasil, gracias a los acuerdos de asistencia humanitaria dada por el Gobierno Nacional y los hermanos del Brasil , Manaos. @jaarreaza@ConsVEManaus
Além disso, segundo o ministro das Relações Exteriores da
Venezuela, Jorge Arreaza, 107 médicos brasileiros e venezuelanos que se
graduaram na Escola Latino-americana de Medicina, em Caracas, ofereceram
serviços ao estado do Amazonas. A ajuda foi declarada em nome da Associação dos
Médicos Formados no Exterior (AMFEX).
“Hoje contamos com a Brigada Simon Bolivar, conformada por
107 médicos residentes no Brasil, que estão a inteira disposição para prestar o
apoio que seja necessário nessa luta contra o novo coronavírus”, escreveu
Kelvisson da Gama e Silva, vice-presidente da AMFEX.
Médicos formados na Venezuela, reunidos agora na fronteira com o Brasil oficializam convênio com o Amazonas. Mais de 100 profissionais da #BrigadaSimonBolivar vão oferecer assistência gratuita ao estado na situação de emergência. Viva a integração latino-americana! 🇧🇷❤🇻🇪 pic.twitter.com/09uhsANYK5
— Comitê General Abreu e Lima (@ComiteAbreuLima) January 18, 2021
CAMINHÕES COM OXIGÊNIO ENVIADOS PELA VENEZUELA SÃO RECEBIDOS COM APLAUSOS NA FRONTEIRA
Quem narra é a Joicy, uma médica brasileira formada na Venezuela que vai compor a equipe de voluntários em Manaus. pic.twitter.com/zosvWEVC7m
TRABALHADORES QUE PRODUZIRAM OXIGÊNIO NA VENEZUELA MANDAM MENSAGEM AO BRASIL
"Como classe trabalhadora temos o orgulho de saber que, com o fruto do nosso esforço, vamos contribuir para salvar vidas dos irmãos que apresentam Covid-19 em Manaus" disse a @Sidor_oficial pelo Twitter pic.twitter.com/LMg1A5KZJP
Estudo do francês Didier Raoult colocou a cloroquina no
centro das pesquisas contra o tratamento da Covid-19 Foto: GERARD JULIEN / AFP
Didier Raoult também assumiu que substância não diminui
necessidade de UTI e do paciente precisar de oxigênio
Principal promotor da hidroxicloroquina como tratamento para
a Covid-19, o médico e microbiologista francês Didier Raoult admitiu pela
primeira vez que a substância não reduz a mortalidade ou agravamento da doença.
O pesquisador fez a afirmação em uma carta publicada em 4 de janeiro no site do
Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França.
"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência
para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que
receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos
apenas com tratamento padrão", escreveu Raoult em nota assinada por toda
sua equipe, de acordo com o jornal Le Figaro.
Raoult divulgou em março do ano passado um estudo feito com
apenas 42 pessoas no qual, de acordo com o pesquisador, ficava comprovada a
eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que
administrados no início dos sintomas.
No entanto, cientistas de todo o mundo e a Organização
Mundial da Saúde criticaram a pesquisa, dizendo que os estudos foram conduzidos
fora dos protocolos científicos padrão. O Conselho Nacional da Ordem dos
Médicos, da França, abriu em dezembro do ano passado um processo de
investigação contra Raoult e outros seis colegas que participaram dos estudos.
Apesar de assumir que o tratamento não traz grandes
vantagens em relação às mortes por Covid-19, Raoult insiste na carta que o
tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina
foi menor.
"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu
ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina
ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", escreveu
Raoult.
"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência
para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que
receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos
apenas com tratamento padrão", escreveu Raoult em nota assinada por toda
sua equipe, de acordo com o jornal Le Figaro.
Raoult divulgou em março do ano passado um estudo feito com
apenas 42 pessoas no qual, de acordo com o pesquisador, ficava comprovada a
eficácia da hidroxicloroquina associada com a azitromicina, desde que
administrados no início dos sintomas.
No entanto, cientistas de todo o mundo e a Organização
Mundial da Saúde criticaram a pesquisa, dizendo que os estudos foram conduzidos
fora dos protocolos científicos padrão. O Conselho Nacional da Ordem dos
Médicos, da França, abriu em dezembro do ano passado um processo de
investigação contra Raoult e outros seis colegas que participaram dos estudos.
Apesar de assumir que o tratamento não traz grandes
vantagens em relação às mortes por Covid-19, Raoult insiste na carta que o
tempo de internação dos pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina
foi menor.
"Também calculamos o tempo de internação, que pareceu
ser significativamente menor em pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina
ou com hidroxicloroquina e azitromicina, do que nos controles", escreveu
Raoult.
Um ensaio clínico realizado pela Universidade de Oxford, na
Inglaterra, chegou à conclusão de que a hidroxicloroquina "não tem nenhum
efeito benéfico" em termos de Covid-19. O Le Figaro também menciona um
outro estudo, feito pelo Angers University Hospital em uma amostra de 250 pacientes
e a conclusão foi a mesma.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governo
brasileiro vêm incentivando o uso da hidroxicloroquina e da azitromicina como
"tratamento precoce" contra a Covid-19. Na semana passada, o
Ministério da Saúde lançou um aplicativo no qual incentiva o uso das medicações
que não têm eficácia comprovada.
No último sábado, o Twitter chegou a indicar que uma
publicação da pasta possui "informações enganosas e potencialmente
prejudiciais relacionadas à covid-19”. O conteúdo foi ocultado pela plataforma.
No domingo, os pareceres e votos pela aprovação das vacinas Coronavac e de
Oxford também refutaram o uso das substâncias e a existência de um
"tratamento precoce" baseado em medicamentos comprovadamente
ineficazes, como a hidroxicloroquina.