Pedido da Procuradoria-Geral da República foi enviado ao
Supremo Tribunal Federal a partir de notícia-crime de senadores. Pazuello, é
denunciado pelo MPF por improbidade administrativa na gestão da pandemia
O presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do
Planalto em 29 de junho.ADRIANO MACHADO / REUTERS
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou nesta
sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a instauração de
inquérito para apurar o suposto crime de prevaricação cometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no caso da compra
da vacina indiana Covaxin. Na semana passada, o deputado Luis Miranda (DEM-DF)
afirmou em depoimento à CPI da Pandemia que Bolsonaro foi informado sobre
irregularidades na compra do imunizante. A investigação busca apurar se o
presidente de fato soube do ocorrido e se não agiu, cometendo assim o crime de
prevaricação.
O pedido da PGR foi protocolado nesta sexta-feira, depois
que a ministra do Supremo, Rosa Weber, cobrou uma posição da Procuradoria sobre
a notícia-crime apresentada ao STF pelos senadores Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO).
No documento, os autores atribuem a Bolsonaro a prática de prevaricação.
Previsto no código penal, o crime pune o servidor público acusado de “retardar
ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”.
Ao ser cobrada pela ministra, a PGR pediu para esperar pelo desfecho da CPI, que deve ser
prorrogada por mais 90 dias. Rosa Weber, no entanto, afirmou que a apuração da
CPI da Pandemia não impede a atuação da Procuradoria.
Segundo o deputado Luis Miranda, ele e seu irmão, o servidor
do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, foram pessoalmente informar
Bolsonaro sobre as irregularidades na compra da vacina indiana. O servidor Luis
Ricardo disse que sofreu “pressão” para fechar contrato com a Precisa
Medicamentos, intermediadora dos negócios entre o Brasil e a Índia. Segundo os
irmãos, o presidente chegou a afirmar que acionaria a Polícia Federal para
apurar o caso, o que não ocorreu.
No pedido da PGR, assinado pelo vice-procurador-geral da
República, Humberto Jacques de Medeiros, pede que “se esclareça o que foi feito
após o referido encontro em termos de adoção de providências”. Ele também
solicita informações à Controladoria-Geral da União, ao Tribunal de Contas da
União, à Procuradoria da República no Distrito Federal, e em especial à CPI da
Pandemia com o compartilhamento de provas. E sugere o prazo de 90 dias para as
providências solicitadas.
Sobre as acusações, Bolsonaro diz apenas que não desembolsou
“nem um centavo” para a compra do imunizante indiano. Mas nesta semana, o
Ministério da Saúde e a Controladoria-Geral da União anunciaram a suspensão do
contrato a Precisa Medicamentos até que os fatos sejam apurados.
Pazuello é alvo do MPF
O Ministério Público Federal (MPF) enviou à Justiça uma ação
contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, que responderá por danos ao patrimônio público e violação aos
princípios da Administração na gestão da pandemia. De acordo com reportagem
publicada pelo portal UOL, a ação, que tramita provisoriamente em segredo de
justiça por conter documentos protegidos por sigilo legal, aponta quase 122
milhões de reais de dano aos órgãos de administração pública. O MPF pede o
ressarcimento integral do prejuízo mais pagamento de multa de até duas vezes o
valor do dano.
Além da devolução dos valores e da multa, o MPF pede que
Pazuello perca a função pública, os direitos políticos por até oito anos e a
proibição de contratar com o Poder Público. Embora tenha deixado o comando do
Ministério da Saúde, Pazuello ocupa atualmente o cargo de Estudos Estratégicos
da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu hoje ao STF
(Supremo Tribunal Federal) a instauração de um inquérito para apurar se o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prevaricou no processo de compra da
vacina Covaxin. O presidente foi alvo de uma notícia-crime apresentada por
senadores. Leonardo Sakamoto, colunista de política do UOL, e Wallace Corbo,
professor de Direito da FGV-Rio, explicaram os impactos do pedido no governo
federal e na conjuntura econômica.
A cloroquina foi peça fundamental na propaganda negacionista
de Bolsonaro e um dos motivos de ele trocar médicos por um general no comando
do Ministério da Saúde
A CPI da Covid, no Senado, começa nesta semana a colher os
primeiros depoimentos, ouvindo os ex-ministros da Saúde de Bolsonaro — Luiz
Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello —, além do atual ocupante da
pasta, Marcelo Queiroga, e do presidente da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.
As audiências serão uma oportunidade de, entre outras
coisas, explicar ao país por que Jair Bolsonaro defendeu tanto o uso da
hidroxicloroquina e outras drogas sem eficácia, o famigerado Kit Covid. Hoje,
já ficou claro que o atual presidente nunca se importou com o fato de os
remédios funcionarem ou não contra o novo coronavírus. A principal função
desses medicamentos sempre foi dar aos brasileiros uma falsa sensação de
segurança.
Como já mostrado aqui na série Réu Confesso,
Bolsonaro implementou a assassina estratégia de “imunização de rebanho”. Por
isso precisava que a população acreditasse no engodo da cloroquina e não se
protegesse em casa, ajudando-o a alcançar logo a meta de infectar “60% ou 70%
das pessoas”, como não se cansou de repetir. Em outras palavras, a cloroquina
era uma peça chave da propaganda
negacionista posta em prática pelo atual presidente.
Dessa maneira, Bolsonaro passou a pressionar o Ministério da
Saúde para recomendar oficialmente o uso da cloroquina. O problema é que nem
mesmo Luiz Henrique Mandetta nem Nelson Teich, médicos que aceitaram participar
de um governo cuja política de saúde passava pelo desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) e pela extinção de programas como o Mais Médicos, quiseram sujar
suas reputações recomendando um remédio sem eficácia e que, ainda por cima,
representa riscos à saúde.
Assim, tanto Mandetta quanto Teich deixaram o cargo quando a
pressão pela recomendação oficial da cloroquina ficou muito grande. E a
exposição desse motivo preocupa o governo, tanto que a Casa Civil da
Presidência da República, ao elaborar a lista de crimes pelos quais Bolsonaro poderia ser acusado na
CPI da Covid, anotou, no item 21: “O Presidente Bolsonaro pressionou
Mandetta e Teich para obrigá-los a defender o uso da Hidroxicloroquina”.
Quatro meses mais tarde, em setembro de 2020, Mandetta
lançou o livro Um paciente chamado Brasil, no qual expôs todo o
plano de Bolsonaro para usar a cloroquina como armas da imunização de rebanho:
“Nunca na cabeça dele houve a preocupação de propor a
cloroquina como um caminho de saúde. A preocupação dele era sempre ‘Vamos dar
esse remédio porque, com essa caixinha de cloroquina na mão, os trabalhadores
voltarão à ativa. (…) O projeto dele para combate à pandemia é dizer que o
governo tem o remédio e quem tomar o remédio vai ficar bem. Só vai morrer quem
ia morrer de qualquer maneira”.
Bolsonaro troca médico por general
Teich e Mandetta aceitaram conviver com os absurdos de
Bolsonaro até chegar ao ponto em que precisaram escolher entre manter-se em um
governo assassino e preservar a reputação como médicos. Percebendo isso, o
presidente decidiu colocar à frente do Ministério da Saúde Eduardo Pazuello,
que não é médico, mas um general que se mostrou disposto a ajudá-lo em sua
política de morte.
Bolsonaro questiona CPI da Covid: “Vai investigar o quê?”
O presidente Jair Bolsonaro criticou a CPI da covid: “Vai investigar o quê? Eu dei dinheiro para os caras”, disse o presidente, que ainda voltou a defender o uso da cloroquina contra a covid-19 pic.twitter.com/R65u5dx5dQ
Todo dia de manhã, diante da pia do hospital, a pediatra
intensivista Cinara Carneiro respira fundo, para por um minuto, tenta meditar
enquanto lava as mãos e começa a colocar máscara, touca, luvas e as camadas da
roupa de proteção que não pesam só no corpo.
Diante da proibição de visitas na UTI infantis de covid-19,
médicos e enfermeiros do Hospital Albert Sabin, em Fortaleza, fizaram vaquinha
e compraram tablets para fazer chamadas em vídeo entre pais e crianças
Ela vai começar um plantão de 12 horas na UTI de covid-19 do
Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza, no Ceará. Lá estão internados
bebês, crianças e adolescentes que lutam pela vida sem poder segurar nas mãos
das mães, dos pais.
Cinara tenta acolher esses meninos e meninas, mas não pode sequer sorrir para eles por causa da máscara de proteção. Precisa passar acolhimento pelo toque, os olhos, a voz.
A visita de parentes em UTIs de covid-19 foi proibida em grande parte dos hospitais lotados do país por causa do cenário de descontrole de infecções. Mesmo quando a epidemia não havia atingido o pico de mortes, as visitas foram restritas porque faltam, nos hospitais públicos, roupas de proteção para que os pais possam visitar os filhos.
"A interação com a criança estando de máscara e
paramentada é algo que gera sofrimento na gente. Na nossa unidade, a gente não
tem permitido a presença dos familiares, como se permitia antes, pelo risco de
contaminação, porque a gente não tem EPI (equipamento de proteção individual)
suficiente para disponibilizar para os pais", contou Cinara Carneiro à BBCNews Brasil.
Ela relata que, às vezes, o paciente chega consciente à UTI,
mas piora, é intubado e acaba morrendo sem que os pais possam acompanhar de
perto esse processo.
Casos graves de covid-19 em crianças são raros e, segundo a
pediatra, a maioria das que acabam precisando de internação na UTI se recupera.
Mas pacientes com problemas crônicos de saúde e comorbidades correm mais risco.
E, ainda que seja minoria, há casos de morte por covid-19 de crianças que não
se enquadram nesse perfil.
"Dói ver uma criança morrendo sem ver os pais. Fica
muita coisa não trabalhada no luto desses familiares, de não ter visto, de não
ter acompanhado de perto fisicamente a piora. Por mais que a gente tente
explicar por telefone, muita coisa não está sendo vista e vivida", diz.
"Quanta fantasia não fica? Quanta coisa imaginada e não
vivida fica? Só o tempo é que vai, depois, trazer essas feridas".
'Não quero que minha mãe sofra'
Jessica Lira diz que o momento mais desgastante é o de dar
notícias sobre a gravidade dos pacientes por telefone, num contexto em que os
pais não podem ver os filhos pessoalmente
Na ausência dos familiares, fica para os profissionais de
saúde a responsabilidade de acalmar e acolher os pequenos pacientes diante do
medo e das dores físicas.
"Os meninos que estão conscientes enxergam o que está
acontecendo com os pacientes mais graves, porque é uma unidade aberta. Então,
deve ser muito chocante e dar uma confusão na cabeça deles ver isso. A gente
tenta acolher, suprir na medida do possível a falta dos pais", diz a
pediatra Jessica Lira, que também trabalha na UTI do Hospital Infantil Albert
Sabin.
Um dos momentos mais sensíveis da internação de um paciente
de covid é a intubação. Uma conversa com um adolescente de 14 anos, momentos
antes de ele ser sedado, ficou gravada na memória de Cinara Carneiro.
Enquanto o nível de saturação caia, ele não parava de
repetir: "Não quero que minha mãe sofra, não quero que minha mãe
sofra".
"Eu falei: 'você está precisando de ajuda para
respirar. Eu vou tentar te ajudar nesse momento, mas você vai receber medicação
para dormir, para não sentir dor. E a gente vai estar aqui conversando quando
você acordar'", relata a pediatra.
Mas o menino, que não tinha nenhuma comorbidade quando se
infectou pelo coronavírus, nunca mais acordou.
"Eu tenho muito medo de fazer promessas que eu não
possa cumprir. Nesse dia, eu senti muito medo de ele não ficar bem. E ele não
ficou bem. E perder uma criança que tinha tudo para ficar bem em outros
contextos é muito difícil."
Depois de ver o paciente morrer, Cinara Carneiro tinha outra
missão difícil pela frente: dar a notícia para aquela mãe que o menino tanto
temia fazer sofrer.
"Eu consegui conversar com essa mãe pessoalmente, numa
sala apropriada aqui no hospital. É muito sofrimento porque a covid traz muita
culpa. Os pais se perguntam: 'Será que foi eu quem trouxe o vírus para a casa?'
Nessa família existia muito esse questionamento: 'Como ele pegou?'",
conta.
Fresca na memória da pediatra intensivista Jessica Lira está
a conversa com os pais de outra criança que, assim como o adolescente de 14
anos, não tinha doença prévia alguma e morreu após contrair covid-19.
A menina tinha 2 anos e desenvolveu encefalite, uma
inflamação no cérebro que parece ter sido impulsionada pela contaminação pelo
coronavírus.
"Ela teve morte encefálica. A conversa foi difícil, os
pais estavam com muito sentimento de revolta, tinham muita dificuldade em
entender como que evoluiu para isso. Não sabiam que a covid podia levar a um
quadro como esse", relata Jessica.
Uma das consequências raras, porém possíveis da covid-19 em
crianças, é o desenvolvimento da chamada síndrome inflamatória multissistêmica,
que pode comprometer o cérebro, causando encefalite, ou órgãos importantes como
coração e rins.
No Reino Unido, 1 a cada 5 mil crianças que se infectaram
com coronavírus desenvolveram essa reação do sistema imunológico, segundo dados
do governo britânico.
Os sintomas, que incluem febre alta, pressão sanguínea baixa
e dores abdominais, costumam aparecer cerca de um mês depois do contato com o
coronavírus.
A grande maioria das crianças que se infectam pelo
coronavírus não desenvolve esse processo inflamatório ou se recupera com
tratamento. Mas em alguns casos, a síndrome pode evoluir para um quadro grave.
"O que me emociona mais no dia a dia de trabalho é
falar com os pais dos pacientes, você sente o sofrimento na voz deles. Eles não
estão vendo os filhos, e a gente tendo que explicar, à distância, que a criança
corre risco de morrer. Isso é muito sofrido", completa a médica.
Sem poder tocar no corpo
Somado ao sofrimento de não poder acompanhar o filho no
hospital, os pais não podem tocar no corpo da criança que morreu por covid-19.
Isso porque, como medida importante de controle da infecção,
os corpos de pessoas que morrem após contrair o vírus precisam passar por todo
um tratamento e são entregues embalados, para impedir a propagação do vírus.
"O corpo tem que ser entregue num saquinho, por causa
do risco de contaminação. Então, essa mãe não pega mais nessa pele",
descreve Cinara Carneiro.
A pediatra diz que, desde o início da pandemia, passou a
sofrer ainda mais com a morte dos pacientes, porque, além do luto pela perda,
ela presencia diariamente as limitações que impedem que pais e crianças se
despeçam em vida e até depois da morte.
"Não bastasse você perder um ente querido, você não
pode tocar nele da forma como tocaria antes. A quantidade de sofrimento que
existe ao redor disso tudo é difícil. A gente é treinado para cuidar, além de
curar. E a gente não está podendo cuidar como antes", diz.
"Se eu não posso entregar o corpo da criança a uma
família, para ela tocar e se despedir, eu não estou conseguindo cuidar 100%.
Então, a gente tem sofrido muito com isso."
Vaquinha para tablets para chamada em vídeo
Num esforço para minimizar o sofrimento de pais e crianças,
médicos e enfermeiros do Hospital Albert Sabin fizeram uma vaquinha entre eles
para comprar tablets.
Conseguiram equipar todas as unidades de internação com um
aparelho, e os pequenos pacientes ganharam de presente poder ver os pais por
meio de chamadas em vídeo.
Cinara Carneiro usa o momento de lavar as mãos e colocar a
roupa de proteção para meditar, deixar preocupações pessoais de lado e se
entregar para o plantão numa UTI de covid-19 lotada
Segundo Cinara Carneiro, isso trouxe alegria a pais e
crianças, em meio a todas as dificuldades. "A gente fez mais de cem
video-chamadas entre familiares e pacientes. Esse contato da criança com os
pais por vídeo diminuiu bastante o estresse."
O equipamento também ajuda a trazer acolhimento para as
crianças num dos momentos mais sensíveis, mas também felizes do processo de
recuperação da doença: a hora da retirada da intubação e dos sedativos.
"Muitas vezes a criança pergunta pelos pais quando
acorda. A gente tenta levar o tablet e fazer vídeo-chamada com o familiar e
explicar para a criança porque ela está sozinha naquele momento na UTI",
diz Cinara Carneiro.
A pediatra diz que, nesse momento, a presença de psicólogos
que atuam na UTI também tem sido fundamental.
"Eles nos ajudam muito nesse trabalho de levar outras
ferramentas de cuidado além do olhar de médico. Quando a criança acorda, além
de usar o tablet, a gente tenta levar um lápis de cor, um papel, algo para
colorir."
Alta virou momento de festa
Se a perda de uma paciente gera enorme sofrimento, a alegria
de ver a recuperação de uma criança que já esteve em estado grave é o principal
combustível para continuar trabalhando, diz Cinara.
"O momento da alta já era festejado antes, mas agora a
gente tem festejado dez vezes mais. A gente coloca balão na beira do berço
quando está dando alta, porque a gente está entregando finalmente a criança ao
familiar. É um momento muito feliz para o profissional de saúde."
Equipe de UTI infantil para covid-19 tenta passar
acolhimento às crianças pela voz e o toque, já que não podem mostrar o rosto
por causa das máscaras e outros equipamentos de proteção
Jessica Lira conta do bate-papo que teve com um adolescente
que se recuperou da covid-19 depois de ficar dias intubados.
"Eu perguntei: 'Você andou saindo de casa, né?' Ele
respondeu: 'Doutora, você acredita que eu fui o único que não saí da família e
eu que fiquei doente? Eles trouxeram a doença para casa'", conta.
Realmente, em muitos casos quem acaba transmitindo o vírus
para as crianças são os familiares, já que as escolas permaneceram fechadas
durante quase todo esse período de pandemia.
Cinara Carneiro diz que observou aumentos de internações nos
períodos que se seguiram ao Ano Novo e ao Carnaval. E faz um apelo:
"A gente não sabe o impacto que a covid poderá ter
sobre uma criança. Sabemos que existe a síndrome inflamatória sistêmica,
condição grave associada à covid. Quem vai ter? A gente não sabe. Como prevenir
isso? Diminuir a chance de contágio, evitar aglomerações, esperar a vacina.
Temos que cuidar dos nossos pequenos."
A aprovação do presidente Jair
Bolsonaro entrou em viés de queda, segundo levantamento da revista
Exame/Ideia. De acordo com a sondagem, a popularidade cai de 37% para 26% com o
avanço da pandemia
de covid e o fim do auxílio
emergencial.
Contribuiu para o despencar da aprovação de Bolsonaro a a
crise de saúde pública em Manaus e
desencontros sobre o cronograma de vacinação.
O tombo do presidente Jair Bolsonaro, de 37% para 26%, foi
captada em um monitoramento semanal.
A Paraná
Pesquisas, grosso modo, também mostrou a popularidade de Bolsonaro no chão
ao revelar que os brasileiros culpam o presidente da República pelo atraso na
vacina enquanto os entrevistados isentam o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
É a maior queda semanal desde o início de seu governo, diz a
Exame, em parceria com o Ideia –instituto de pesquisa especializado em opinião
pública.
A pesquisa mostrando a popularidade do presidente desabar
ocorre ao mesmo tempo em que aumenta a pressão pelo impeachment
de Bolsonaro.
A desaprovação do presidente é maior nos estratos de maior
renda e de maior escolaridade: entre os que ganham mais de cinco salários
mínimos, 58% não aprovam a gestão do presidente. No grupo dos que têm ensino
superior, 64% desaprovam o governo federal.
Os evangélicos e os moradores da região Centro-Oeste são os
que mais aprovam Bolsonaro.
O levantamento foi realizado por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 18 e 21 de janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
País chegou a 8.697.368 de casos desde o início da pandemia
do novo coronavírus
O Brasil contabilizou 1.316 novas mortes por covid-19 nas
últimas 24 horas, segundo dados atualizados nesta quinta-feira (21) pelo
Ministério da Saúde. O total de óbitos pela doença no país chega a 214.147.
No mesmo intervalo, foram registrados 59.119 casos de novo
coronavírus. Agora são 8.697.368 no Brasil desde o início da pandemia.
Recuperaram-se da doença 7.580.741 pessoas e estão em acompanhamento 902.480.
O Amazonas, que vive uma crise no sistema de saúde em razão
do aumento de casos e mortes pela covid-19 e da falta de oxigênio em hospitais,
registrou nas últimas 24 horas 159 mortes e 2.202 novos casos da doença.
Covid-19: Brasil registra 1.335 óbitos em 24h, e média móvel volta a superar mil
O Brasil chegou a marca de 214 mil vidas perdidas para a Covid-19. Foram registradas 1.335 mortes totalizando 214.228 mortes. A média móvel foi de 1.010 óbitos, 16% maior se comparado com 14 dias atrás. O cálculo voltou a ultrapassar mil mortes após seis dias. Foram contabilizados também 59.946 casos, elevando para 8.699.814 o total de infectados pelo vírus. A média móvel foi de 53.386 casos, 18% maior se comparado com 14 dias atrás. Também foram divulgados dados preliminares da vacinação no Brasil. Foram aplicadas 109.097 doses no Distrito Federal e em cinco estados: Bahia, Espítiro Santo, Maranhão, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Jair Bolsonaro e soldados do exército (Foto: Marcos Corrêa/PR)
"É cada vez mais detestável a imagem dos militares
brasileiros no país e no mundo. Eles atuam como um exército de ocupação do
próprio país", escreve o colunista Jeferson Miola. "Um exército que
subjuga e extermina seu próprio povo para atender a interesses estrangeiros de
pilhagem do Brasil"
Manaus é o laboratório mais avançado do descalabro produzido
de modo intencional e deliberado pelo governo Bolsonaro.
O morticínio humano em condições cruéis por asfixia não foi
acidental, mas sim decorrência da ação errática, por desprezo dos protocolos
sanitários pelas autoridades e, também, da omissão deliberada de Bolsonaro e
seu general-ministro da morte, Eduardo Pazuello.
Pazuello tinha pleno e total conhecimento da situação. Ele
recebeu relatórios detalhados, esteve pessoalmente em Manaus alguns dias antes,
e foi alertado a respeito da iminência da tragédia, mas agiu como um autêntico
carcereiro de Auschwitz.
Quanto ao essencial para salvar vidas – o oxigênio medicinal
– Pazzuelo nada fez. Ao contrário, ele estimulou técnicas e práticas
mortíferas, como o chamado “tratamento precoce” com drogas ineficazes, e a
flexibilidade de aglomeração das pessoas.
A mortandade de seres humanos por privação de atendimento
adequado em tempo e forma, neste contexto, não pode ser considerada como
acidente ou desastre involuntário; porque é, antes disso, consequência direta
das políticas irresponsáveis e criminosas do governo federal.
De acordo com Convenção da ONU de 1948, que tem valor de lei
no Brasil [Decreto 30.822/1952], é considerado crime de genocídio “matar
membros do grupo; causar lesão grave à integridade física ou mental de membros
do grupo; ou submeter intencionalmente o grupo a condições de existência
capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial”.
O crime de genocídio é imprescritível, e deve ser julgado
tanto por tribunais do Brasil, como pelo Tribunal Penal Internacional.
Em algum momento – é urgente que seja já, se a oligarquia
dominante conseguir dar algum sinal da decência, da ética e da dignidade que
nunca teve; ou no contexto duma justiça de transição – Bolsonaro e Pazuello
serão julgados, condenados e presos.
A notória incompetência técnica e gerencial; mas, sobretudo,
o morticínio decorrente da ação de Pazuello, que se caracteriza como crime de
genocídio, arruína a imagem do Exército brasileiro e do conjunto das Forças
Armadas do país.
É importante lembrar que Pazuello é um general da ativa, e,
como tal, ainda se subordina hierarquicamente ao Comandante do Exército, que
não emite absolutamente nenhum sinal de reprovação do desempenho desastroso e
da hecatombe causada pelo subordinado, que é parte da engrenagem militar que
está devastando o país.
É cada vez mais detestável a imagem dos militares
brasileiros no país e no mundo. Eles atuam como um exército de ocupação do
próprio país. Um exército que subjuga e extermina seu próprio povo para atender
a interesses estrangeiros de pilhagem e saqueio do Brasil.
Parece piada, piada assassina! Em à falta de oxigênio em Manaus, Bozo manda o maior avião de carga da FAB para treinamento militar nos EUA. Ou cai Bolsonaro ou cai nosso país. Impeachment, já! Bota na pauta, Rodrigo Maia!https://t.co/HeNGn93jVF
O Brasil atingiu nesta quinta-feira (7) a marca de 200
mil mortos pela COVID-19. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país soma,
desde o início da pandemia, 200.498 óbitos e 7,9 milhões de casos registrados
de infecção pelo novo coronavírus.
Seguindo os números divulgados pelo
Ministério da Saúde, esta quinta-feira (7) é o segundo dia com o maior número
de mortes desde o início da pandemia no Brasil, com 1.524 óbitos. O único dia
com mais mortes foi 29 de julho, quando 1.595 pessoas tiveram morte registrada.
No entanto, segundo levantamento do Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (Conass), foram 1.841 mortes nesta quinta-feira (7) –
número que supera por muito o recorde do dia 29 de julho.
Seguindo os dados do Conass, a média móvel de mortes por
COVID-19 no Brasil chegou a 792 e cresceu 11,2% em comparação com 14 dias
atrás.
Família visita túmulo de ente querido falecido em
decorrência da COVID-19, no cemitério da Penitência, no Rio de Janeiro, Brasil,
20 de setembro de 2020
Embora ainda não tenha definido uma data para o início da
vacinação no Brasil, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que a
imunização nacional terá início ainda em janeiro.
Algumas horas depois, Pazuello anunciou a assinatura de um
contrato com o Instituto Butantan para a compra de 100 milhões de doses da vacina CoronaVac.
O Brasil atinge a marca das 200 mil mortes pela covid-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa - parceria entre o UOL, Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo, Extra e G1. A doença dizimaria cidades caso as vítimas morassem no mesmo município. O coronavírus, também, supera drasticamente o número de óbitos em grandes tragédias como o acidente com o time da Chapecoense, o do avião da TAM em Congonhas, o incêndio na Boate Kiss e o rompimento da barragem em Brumadinho.
200 mil mortes por Covid-19 no Brasil, eficácia da Coronavac e mais notícias desta quinta-feira (7). Assista ao 5 Fatos Noite: pic.twitter.com/Jf08pixabX