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domingo, 7 de fevereiro de 2021

Lançado como pré-candidato por Lula, Haddad posta meme de Bolsonaro fugindo de debate


Petista confirma que aceitou pedido do ex-presidente para "colocar o bloco na rua" e já relembra a fuga de Bolsonaro nos debates da eleição de 2018



Enquanto parte esquerda elogia e outra parte critica o fato do ex-presidente Lula já ter lançado Fernando Haddad como pré-candidato do PT à presidência na eleição de 2022, o ex-prefeito de São Paulo volta a lembrar da fuga de debates que marcou a campanha de Jair Bolsonaro em 2018.

Em seu Facebook, o petista ironizou Bolsonaro, sem escrever nada, com um meme que tem circulado e que mostra o presidente fugindo de um debate eleitoral.



Bloco na rua

Candidato do PT nas eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad confirmou ao jornalista Leonardo Attuch, do Brasil 247, que, a pedido do ex-presidente Lula, está colocando “o bloco na rua”.

“Ele me chamou para uma conversa no último sábado e disse que não temos mais tempo para esperar. Me pediu para colocar o bloco na rua e eu aceitei”, afirmou Haddad. Com a decisão, Lula confirma que o ex-prefeito de São Paulo continua sendo a primeira opção, caso ele siga impedido de entrar na disputa.

Ainda neste mês, Haddad deve ir à Minas Gerais e, em breve, fará incursões pelo Brasil. Lula também já planeja agenda pelo país – em princípio mais restrita devido à pandemia do coronavírus. Os dois petistas também devem viajar juntos para alguns destinos.


Unidade

O ex-candidato à presidência e líder do MTST, Guilherme Boulos (PSOL-SP), criticou sem citar nomes, através de sua conta do Twitter, nesta sexta-feira (5), o fato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter lançado o nome do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para as eleições de 2022.

Boulos disse que defende que a esquerda busque unidade pra enfrentar Bolsonaro. “Para isso, antes de lançar nomes, devemos discutir projeto”, ponderou.

Fonte: Revista Fórum


No Instagram


 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Quem controla o discurso também controla o poder



 "O golpe de Trump fracassou, o Império americano ainda não caiu, mas as grandes empresas de tecnologia conseguiram reforçar o controle que exercem sobre as sociedades", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247

O banimento de Donald Trump por praticamente todas as redes sociais revela que somos hoje governados por bilionários do Vale do Silício. Nomes como Jack Dorsey, do Twitter, Mark Zuckerberg, do Facebook, Larry Page, do Google, Tim Cook, da Apple, e Jeff Bezos, da Amazon. São poucos indivíduos, com suas empresas conectadas a grandes fundos financeiros globais, estes também comandados por pouquíssimos gestores de capitais, que controlam o discurso político global. E quem controla o discurso, evidentemente, tem a capacidade de determinar o poder.

O mais paradoxal é que Trump, resultado do vale-tudo dessa "era das redes", tenha sido o primeiro grande alvo de um bloqueio tecnológico em escala global. Foi ele quem melhor soube manipular os medos e emoções humanas com suas fake news – uma delas a de que Barack Obama não era nascido nos Estados Unidos –  e seu discurso de ódio, voltado primeiramente para Hillary Clinton mas depois para todos aqueles que ele nomeou como "inimigos". Enquanto pôde usar e abusar da sua "liberdade de expressão", Trump foi capaz de desafiar o sistema político nos Estados Unidos, eleger-se presidente e montar uma ampla base popular de natureza protofascista, frustrada com a decadência da América e as derrotas sofridas ao longo do processo de globalização. Foi assim que o discurso "Make America Great Again" seduziu milhões de americanos.

Durante anos inflamando sua turba, Trump teve seu pirulito retirado da boca por Mark Zuckerberg, do Facebook, e Jack Dorsey, do Twitter. Depois de silenciado, tentou mover seus seguidores para a rede social Parler, que concorre com o Twitter, mas a mesma está sendo suspensa das duas grandes lojas de aplicativos, a da Apple e a do Google, ficando de fora dos celulares iOs e Android, ou seja, de praticamente todos os aparelhos do mundo. E nem mesmo poderá ser usada em computadores, uma vez que a Amazon não irá mais fornecer servidores para a hospedagem dos seus serviços. Ou seja: o Parler, assim como Trump, também será silenciado.

Deve-se comemorar tais decisões tomadas pelas "big techs"? O precedente, a meu ver, é extremamente perigoso. Mesmo que sejam empresas privadas, e que tenham políticas de uso que preveem o banimento em casos de promoção de fake news e discurso de ódio, tais empresas formam monopólios privados que operam numa seara essencial para as democracias, que é a da informação. E não faz sentido permitir que o discurso político seja controlado por magnatas do Vale do Silício. Afinal, quem controla o discurso também controla o poder. E se há algo que não pode ser privatizado é a informação, um direito humano essencial.

O que fazer então? Dado o poder alcançado por essas plataformas, o caminho natural é a regulação social das redes sociais. A velha regulação social dos meios de comunicação, mas agora mirando um problema muito maior que é o das grandes plataformas de tecnologia, que não são neutras. O que isso significa? Que seus algoritmos não são transparentes e não refletem objetivamente a diversidade de interesses e visões políticas numa sociedade. As plataformas podem sim fragmentar sociedades e orientar o consumo de informação para causas antidemocráticas, como se viu em várias "revoluções coloridas" em vários países do mundo, incluindo o Brasil. O resultado disso foi destruição econômica, divisão social e alinhamento de vários países aos interesses geoestratégicos dos Estados Unidos. O bloqueio de Trump só aconteceu agora porque o mesmo processo ameaçava implodir a própria "democracia" americana.

Depois do dia 6 de janeiro, quando houve a invasão do Capitólio, ainda não assistimos ao fim do Império americano, não houve golpe nos Estados Unidos, mas as grandes empresas de tecnologia, que se tornaram ainda mais poderosas em 2020, ano da covid-19, reforçaram seu poder de controle sobre as sociedades. Isso é bom? A ver.


TV 247

Altman condena decisão do Twitter sobre Trump

Editor do Opera Mundi, Breno Altman explica por que considera uma censura o que o Twitter fez com Donald Trump.

Assista ao VÍDEO




No Twitter


 

 

 

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Lewandowski determina que Lava Jato compartilhe com defesa de Lula seus acordos com Suíça e Estados Unidos



Decisão do ministro do STF Ricardo Lewandowski obriga a 13ª Vara Federal de Curitiba a conceder amplo acesso à defesa de Lula a documentos, perícias, comunicações, depoimentos e valores pagos pela Odebrecht no acordo de leniência firmado com os dois países

247 - O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a operação Lava Jato conceda à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso irrestrito aos acordos de leniência firmados pela Odebrecht com autoridades da Suíça e dos Estados Unidos. 

Lewandowski atendeu a pedido da defesa de Lula e determinou à 13ª Vara Federal de Curitiba que a defesa de Lula deve ter total acesso às seguintes informações sobre o acordo de leniência:

(i) ao seu conteúdo e respectivos anexos; (ii) à troca de correspondência entre a “Força Tarefa da Lava Jato” e outros países que participaram, direta ou indiretamente, da avença, como, por exemplo, autoridades dos Estados Unidos da América e da Suíça; (iii) aos documentos e depoimentos relacionados aos sistemas da Odebrecht; (iv) às perícias da Odebrecht, da Polícia Federal, do MPF e realizadas por outros países que, de qualquer modo, participaram do ajuste; e (v) aos valores pagos pela Odebrecht em razão do acordo, bem assim à alocação destes pelo MPF e por outros países, como também por outros órgãos, entidades e pessoas que nele tomaram parte.

A decisão do ministro do STF fornecerá mais elementos para a defesa de Lula demonstrar que o ex-presidente foi vítima de perseguição política.

Em dezembo de 2016, a Odebrecht fechou acordo de leniência com os Estados Unidos e a Suíça. De acordo com as cláusulas, a empresa se comprometeu a pagar multa de R$ 8,5 bilhões para que sejam suspensas todas ações que envolvem a empreiteira e a Braskem, uma das empresas do grupo.

Ao fechar o acordo, a empreiteira se comprometeu a revelar todos os fatos ilícitos praticados na Petrobras e em outros órgãos do Poder Público envolvendo os governos federal, estadual e municipal. Em troca das informações, a Odebrecht poderá continuar a exercer suas atividades.

Confira na íntegra a decisão do ministro Ricardo Lewandowski:




No Twitter


 

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Dilma: “Eu também quero saber por que Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da Michelle”


Dilma Rousseff, Fabrício Queiroz, Jair e Michelle Bolsonaro (Foto: Ederson Casartelli | Divulgação | Alan Santos/PR)


247 - A ex-presidente Dilma Rousseff, deposta pelo golpe de 2016 mesmo sem crime de responsabilidade, cobrou investigações do Poder Judiciário sobre o R$ 89 mil repassados à primeira-dama Michelle Bolsonaro por Fabrício Queiroz e a esposa dele, Marcia Aguiar. "Eu também quero saber sobre os R$ 89 mil que o Queiroz depositou na conta da Michelle. É uma pergunta que todos nós queremos (fazer)", disse durante entrevista exclusiva no Bom Dia 247 desta quarta-feira (26).

De acordo com extratos bancários de Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), depositou 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 a 2016, totalizando R$ 72 mil. Márcia Aguiar depositou outros seis, totalizando R$ 17 mil.



No Twitter





sexta-feira, 24 de julho de 2020

Caso Banestado: o que é fato e o que é ficção


(Foto: Reprodução da internet)

O jornalista Leonardo Attuch comenta a polêmica com Pepe Escobar, durante transmissão na TV 247

Quem assistiu à análise geopolítica do correspondente Pepe Escobar, transmitida nesta quinta-feira 23 pela TV 247, pode ter se surpreendido com uma incomum exaltação nos trinta minutos finais. O motivo: a polêmica sobre o caso Banestado, escândalo ocorrido no início deste século, sobre um esquema de evasão de divisas que envolvia doleiros e uma instituição financeira que pertenceu ao governo do Paraná e foi posteriormente vendida para o banco Itaú.

A pedido de alguns leitores, Pepe comentou sua coluna publicada no dia de hoje, no site Asia Times, que trata do caso e termina com uma pergunta: "O que nos leva à questão-chave final: o que Lula fará sobre isso?". A indagação leva a crer que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria abraçar e repercutir artigos que vêm sendo publicados por um site sensacionalista, sediado na Suíça.

A discussão teve início quando o questionei sobre o que caberia ao ex-presidente fazer. Por coincidência, há exatos 17 anos, eu mesmo publiquei, como reportagem de capa da revista Istoé Dinheiro, uma matéria sobre os mapas da evasão de divisas e lavagem de dinheiro do caso Banestado. A reportagem citava a chamada "Conta Tucano", que supostamente teria sido usada pelo PSDB em suas campanhas eleitorais. Um dia depois, o portal Conjur repercutiu esta reportagem e logo em seguida foi instalada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso Nacional. O relatório final foi apresentado em dezembro de 2014 e pediu o indiciamento de 91 pessoas, incluindo um ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, que havia liberado as chamadas contas CC-5.

Paralelamente à CPMI, a Polícia Federal desencadeou a Operação Farol da Colina, que prendeu dezenas de doleiros, incluindo o protagonista da Lava Jato, Alberto Yousseff. Como o responsável pelo caso foi o ex-juiz Sergio Moro, tudo indica que a Farol da Colina foi uma espécie de laboratório para a Lava Jato, onde foram testados os métodos posteriormente utilizados, como as delações premiadas. 

Quase duas décadas depois disso, o site suíço passou a alegar ter tido acesso a uma suposta "lista vip" do caso Banestado, com nomes de personagens que teriam sido poupados pela CPMI, em troca de proteção ou de vantagens indevidas. A tática é alardear aos quatro ventos há a suposta "lista vip", sem, no entanto, publicá-la. Quem, por curiosidade, visita a fonte do suposto escândalo ali encontra apenas três PDFs antigos, que em nada se assemelham a uma "lista vip". No entanto, aqueles jornalistas que não repercutem a não-denúncia são acusados de engavetá-la para proteger o sistema. Esta é a armadilha. Todos são podres, exceto o site que implora por uma repercussão que nunca chega. E se até alguns aliados do ex-presidente Lula não compram a tese, logo são rotulados como traidores da causa, que teria apenas um verdadeiro defensor: o sensacionalista suíço.

Sendo então uma armadilha, significa que tropecei e caí nela? Talvez sim, talvez não. Por respeito aos telespectadores, pedi que Pepe Escobar comentasse sua coluna. Se não o fizesse, seria acusado de esconder o caso. E se não o questionasse, estaria dando vazão a uma tese sensacionalista. Na live desta quinta-feira, minha exasperação se deveu única e exclusivamente ao fato de ver um amigo embarcar num trem que não vai sair da estação porque não há carvão nem maquinista. 

Ainda assim, admito a hipótese de eventualmente estar errado e reforço o desafio público lançado ao vivo. Caso algum jornalista sério publique uma reportagem com começo, meio e fim, indicando os nomes que integram a tal "lista vip", e abrindo espaço para o outro lado, terão todo o espaço para publicá-la no 247. Só não me cobrem repercussão de algo que não foi publicado nem pelos pretensos apuradores dessa história. Reitero: o que há nos três PDFs é apenas uma relação aleatória de nomes, sem grande relevância jornalística. Café requentado à procura de cliques e de falsas polêmicas.

Quem tiver interesse em saber mais, pode conferir nos trinta minutos finais deste vídeo:



No Twitter



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domingo, 12 de julho de 2020

Pepe Escobar: prioridade do 'deep state' é descartar Trump e, por tabela, Bolsonaro




247 - O jornalista Pepe Escobar conversou com a TV 247 sobre o ato do Facebook de banir de seu território virtual contas ligadas a Jair Bolsonaro e ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump que disseminavam fake news.

Segundo apuração própria, o jornalista afirmou que tal decisão foi uma ordem do deep state, que luta contra Trump e, consequentemente, contra Bolsonaro. “É uma ordem que veio direto do deep state porque vai em cima justamente dos oponentes do deep state, ou seja, todo o esquema Trump, todo o esquema Bolsonaro. O Zuckerberg e o Facebook fazem parte do deep state, e eles estavam começando a ficar extremamente irritados com a proeminência dessas redes de fake news. Então veio uma ordem direta para o Facebook, e quando eu digo direta vem basicamente a CIA e facções do deep state, e isso vai acelerar cada vez mais. O Facebook é uma arma do deep state”.

Pepe Escobar ainda descartou um movimento do Facebook na mesma intensidade contra sites e contas de esquerda. “Na linha de prioridades do deep state só existe uma prioridade: descartar o Trump. Ou seja, tudo o que está ligado em redes sociais a difusão Trump eles vão cair em cima, acho que isso foi até o aperitivo, vai vir mais depois”.





No Twitter


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terça-feira, 7 de julho de 2020

'Gripezinha' testa 'histórico de atleta': Bolsonaro irá recuar após infecção pela COVID-19?




Por: Sputnik Brasil

O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira (7) que foi infectado pelo novo coronavírus, tema classificado por ele anteriormente como uma "gripezinha". Para especialistas, há uma pergunta: o mandatário mudará as suas ações após pegar a doença que já infectou mais de 1,6 milhão de brasileiros?

Após ter realizado três testes em março, depois de uma viagem oficial aos Estados Unidos na qual vários integrantes acabaram testando positivo para a COVID-19, Bolsonaro voltou a se sentir mal no fim de semana, e o quadro de febre na segunda-feira (6) o fez ir ao hospital para exames e para um novo teste.

Dentre as repercussões, uma chamou a atenção: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro por discordar frontalmente das pressões contrárias ao distanciamento social, declarou que o presidente deveria refletir neste momento.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o cientista político e professor da Universidade Veiga de Almeida, Guilherme Carvalhido, avaliou que é provável que Bolsonaro perceba que vive hoje uma contradição, considerando que está com a COVID-19 e o seu discurso que rejeitava o isolamento social e o uso de máscaras. Ele acha que um recuo já pode ser visto.

  • "Como ele foi contaminado há pouco tempo, a gente tem que saber quais serão as consequências para a saúde do presidente [...] acredito que isso fará com o discurso dele se torne o quê? Muito mais ameno e contraponha aquilo que ele dizia lá no início [...] mesmo que a saúde dele não seja tão afetada de forma significativa, ele terá que contrapor no seu discurso inicial de que ele estava ali equivocado, que o discurso inicial dele de que a pandemia não era grave não era correto, como nós já sabíamos", afirmou.

Contudo, nem todos acreditam que Bolsonaro voltará atrás. Em suas declarações também nesta terça-feira (7), o presidente não indicou recuos. Pregou que idosos e pessoas com comorbidade tomem mais cuidado. Sobre os jovens, garantiu que "possibilidade de algo mais grave é próximo de zero", algo que as estatísticas não dão sustentação.

Jair Bolsonaro come cachorro quente em Brasília durante pandemia de coronavírus. Foto de 23 de maio de 2020.


O mandatário brasileiro ainda reforçou que está tomando hidroxicloroquina, medicamento eficaz para doenças como malária, lúpus e artrite, mas que já foi descartado pela comunidade científica dentro e fora do Brasil como útil para tratar a COVID-19. A insistência de Bolsonaro é uma mostra de como ele pensa, segundo o cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando.

  • "Acredito que o presidente sempre está ideologicamente muito convicto da sua visão de mundo e nem mesmo a doença o fará mudar. Até porque ele deu uma entrevista não faz muito tempo e nela já deixou claro que se tratou com a hidroxicloroquina, e disse que usando no início da doença é 100% comprovado que não há o desenvolvimento de sintomas piores, o que cientificamente não é correto. Se ele segue receitando um remédio que não tem a sua eficácia comprovada, é pouco provável que ele vá mudar a sua postura em relação à doença", ponderou.


Negacionismo em xeque

Depois de ver muitos assessores e ministros próximos contraírem a COVID-19, muito se debateu sobre Bolsonaro ter sido ou não infectado pela doença. Após os exames feitos em março darem negativo, o presidente manteve o seu discurso favorável à flexibilização do distanciamento em prol da economia, mesmo com a doença em aceleração no país.

Tal negacionismo do que vinha sendo indicado pela comunidade médica e científica para lidar com o novo coronavírus colocou Bolsonaro em rota de colisão com governadores e prefeitos. A dúvida é se, diante da sua infecção, o presidente irá também recuar no negacionismo de raízes contrárias ao que defende a ciência.

Para Guilherme Carvalhido, a perspectiva é que Bolsonaro dê um passo atrás, sobretudo pela impressão dada à sociedade civil de que o presidente se sentia imune à COVID-19, já que tentava não usar máscaras sempre que possível e não fugia de aglomerações – às vezes, ele acabava provocando-as em suas saídas do Palácio do Planalto.

  • "Ora bolas, ele estava ali mesmo sem saber que estava com a COVID-19, sem a proteção necessária, então ele estava sendo o quê? Infelizmente, foi irresponsável do ponto de vista social das suas atitudes, visto que até mesmo ele poderia [ser infectado]. Isso não há dúvida que reduzirá fortemente a questão negacionista", arriscou ele.

O cientista político e professor da Universidade Veiga de Almeida ainda argumentou que o mandatário brasileiro tem hoje duas saídas políticas: o silêncio ou a retratação. E pelo que ele chama de "lógica do bolsonarismo", há um bom palpite do que deverá acontecer em Brasília.

"O silêncio eu acho que será o que mais ele vai adotar, pela posição dele é mais fácil isso. Ou ele vai admitir o equívoco em relação à sua posição inicial. Pelo meu entender, pela lógica política do que a gente chama de bolsonarismo e pela própria figura do presidente, ele tenderá a ficar em silêncio, mas não seria negativo ou ruim ele admitir a posição inicial como equivocada", destacou.

Presidente Jair Bolsonaro acena para apoiadores durante visita ao hospital de campanha em obras em Águas Lindas, em Goiás


Por sua vez, Rodrigo Prando buscou em um dos grandes teóricos da sociologia, o alemão Max Weber, para explicar que Bolsonaro possivelmente não está preocupado em mudar o seu discurso sobre o novo coronavírus, mesmo diante da sua infecção. As convicções ideológicas seriam mais importantes para o presidente, de acordo com ele.

  • "Tem um autor na sociologia que eu sempre uso para os meus alunos nas aulas que é o Max Weber. Ele diz que todo aquele que atua dentro da ética da convicção não está preocupado com o resultado das suas ações, mas em apenas reafirmar as convicções dos seus valores e não se preocupa com o resultado prático disso. O presidente Bolsonaro é aquele que se enquadra exatamente dentro dessa visão weberiana de uma ética da convicção", sentenciou.

O cientista político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie assinalou ainda que não vê o fim do negacionismo no governo Bolsonaro, sendo uma prova disso o fato do próprio político estar ingerindo a hidroxicloroquina, droga que pode gerar arritmia cardíaca em pacientes portadores da COVID-19.

"Não acredito que seja o fim do negacionismo. Ele vai dizer provavelmente que não sentiu muita coisa, que os sintomas foram brandos e certamente fará isso associado à ideia do uso da hidroxicloroquina, até porque já se sabe que o Exército já produziu uma quantidade enorme em seus laboratórios", destacou.

Em um ponto os dois especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil concordam fielmente. "Se ele continuar a insistir [em negar], a realidade baterá à porta", finalizou Guilherme Carvalhido.



O jornalista Leonardo Attuch comenta o diagnóstico de Jair Bolsonaro, que mais se parece com uma operação de propaganda em defesa da cloroquina



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