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sábado, 21 de agosto de 2021

Biografia de Moro encalha e é vendida por R$ 3,98


Parece que a audiência dada para o ex-juiz, declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal, Sérgio Moro, vai de mal a pior.



Sua biografia vendida no site da Amazon “Sérgio Moro – A história do homem por trás da operação que mudou o Brasil” está sendo vendida por R$ 3,98.

Esse preço é referente ao Ebook para Kindle, podendo chegar até R$ 0,00 com Kindle Unlimited.

A autora do livro é Joice Hasselmann. Engraçado, não?

Leia também

1- Guedes diz que Bolsonaro tem ‘defeitos como uma pessoa qualquer’

2- Celso de Mello chama Bolsonaro de ‘inconsequente’ após pedido de impeachment de Moraes


Leia a sinopse e divirta-se

Afinal, quem é Sérgio Moro? Teria ele motivações para agir com justiça diante de políticos? Como ele consegue manter a serenidade diante dos ataques sofridos? Ele pensou em desistir? Como será o Brasil depois de sua atuação? Será que ele pretende limpar toda a corrupção do Brasil?

Sérgio Moro – A história do homem por trás da operação que mudou o Brasil é um mergulho no caso conhecido como o maior escândalo de corrupção do país.

Aqui, a autora imerge no passado e na trajetória do juiz de primeira instância que atuou contra famosos casos de corrupção até liderar a investigação da Operação Lava Jato com o Ministério Público e a Polícia Federal.

O leitor conhecerá também o caso do Banestado, remetente ao final da era Fernando Henrique Cardoso, e do Mensalão, duas investigações de grande importância que contaram com o trabalho de Moro.

A ideia deste livro é entender o “fenômeno Moro” e, por meio de conexões, será possível conhecer a carreira do magistrado que está mudando o país. Para além do espírito verde-e-amarelo dos protestos, mostraremos quem é o homem por trás do mito.

Percorra essas páginas e compreenda a grande personalidade na busca pela verdade sobre a Operação Lava Jato. Descubra o que a República do Paraná fez pelo restante do país. E viva o combate à corrupção!

Fonte: DCM


Rede TVT

Moro: mais que suspeito - Documentário desmascara crimes do ex-juiz Sérgio Moro - 10 de dez. de 2020

Assista ao VÍDEO


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

‘Doleiro dos doleiros’ mudou delação para inocentar procurador da Lava Jato a quem dizia pagar propina


Uma enorme coleção de materiais nunca revelados fornece um olhar sem precedentes sobre as operações da força-tarefa anticorrupção que transformou a política brasileira e conquistou a atenção do mundo.


'JANUÁRIO. VOCÊ SABE ALGUMA COISA SOBRE ISSO?'

O doleiro Dario Messer mudou sua versão sobre o alegado pagamento de propina ao procurador Januário Paludo, ex-integrante da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, após conseguir uma delação premiada que o livrou temporariamente da cadeia e lhe garantiu ao menos R$ 10 milhões em bens, segundo conta do próprio Ministério Público Federal.

A suspeita de que Paludo recebeu propina para proteger Messer a partir de 2005, no caso Banestado, está na primeira proposta de delação premiada do doleiro. A colaboração dele foi assinada pela Lava Jato e homologada pela justiça – mas sem o trecho que levanta suspeitas contra um dos principais integrantes da força-tarefa paranaense.

O caso Banestado investigou o envio de dinheiro do Brasil para contas no exterior usando contas no hoje extinto banco estatal paranaense. Como na Lava Jato, uma força-tarefa foi criada no MPF do Paraná para apurar e processar envolvidos. Paludo fez parte do grupo, assim como Deltan Dallagnol.

Messer foi um dos investigados, mas nunca foi punido. Na primeira versão de sua delação, ele disse que escapou dos investigadores graças a propinas. Depois, com os benefícios do acordo de delação garantidos, disse ter se enganado a respeito de Paludo.

Graças à delação, Messer manteve R$ 3,5 milhões que tinha numa conta nas Bahamas, um apartamento avaliado em R$ 3 milhões no Rio, desbloqueou a herança da mãe e ainda deixou a prisão. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar em Copacabana, bairro nobre da capital fluminense.

Já a suspeita contra Paludo jamais foi investigada pelos colegas dele no MPF. Para a cúpula do órgão, bastou a explicação do procurador. Mas ela contradiz o que o próprio Paludo disse à justiça, anos antes, e em conversas mantidas com colegas pelo Telegram, a respeito do doleiro.

A equipe da Lava Jato na Procuradoria Geral da República, a PGR, arquivou o relato de Messer sobre os alegados pagamentos a Paludo sem investigá-lo, por considerá-lo inconsistente. Já a segunda versão contada pelo doleiro sobre o caso, tomada como verdade pelos procuradores, baseou uma denúncia encaminhada pela força-tarefa da Lava Jato do Rio à justiça em dezembro passado.

Em vez de pagador de propinas, a denúncia transformou Messer em vítima de um esquema de extorsão criado por seu ex-advogado e seu ex-sócio, que vendiam ao doleiro uma “proteção” que jamais existiu quando disseram pagar propina a Paludo. O advogado é Antonio Figueiredo Basto, negociador de várias delações com Curitiba – entre elas, a do também doleiro Alberto Youssef, crucial para o desenrolar da Lava Jato.

Dario Messer (de boné), o ‘doleiro dos doleiros’, no dia em que foi preso pela Polícia Federal nos Jardins, região nobre de São Paulo. Foto: Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Folhapress

Na mira desde os anos 1980, Messer só foi preso em 2019

Messer atualmente é conhecido como o “doleiro dos doleiros”, graças à Lava Jato do Rio. Ele é acusado pela força-tarefa de liderar uma rede ilegal de câmbio que movimentou mais de 1,6 bilhão de dólares entre 2011 e 2017 – R$ 8,5 bilhões, na cotação atual. Trata-se, segundo a força-tarefa, de uma quantia inédita.

Mas a atuação dele é mapeada pelas autoridades desde 1980, quando já era investigado pela suspeita de atuar em esquemas de lavagem de dinheiro. Primeiro, para bicheiros ligados a escolas de samba. Depois, no caso Banestado, que teve como personagens o então juiz Sergio Moro, Paludo e outros procuradores da Lava Jato. Mais tarde, ele apareceu no mensalão petista e foi citado até em documentos do Swissleaks, que revelou uma rede de evasão fiscal existente numa agência do HSBC na Suíça em 2006 e 2007.

Messer, no entanto, jamais havia sido preso até julho de 2019. Não que as autoridades não tenham tentado. Ao menos duas vezes, a justiça brasileira decretou sua prisão. Mas o “doleiro dos doleiros” sempre arrumou um jeito de escapar antes que a polícia tivesse tempo de encontrá-lo.

Na cadeia – e tentando sair dela o quanto antes –, Messer resolveu confessar crimes. Na proposta de delação, ele assumiu a investigadores da Lava Jato que só não foi detido por ordem da operação, em 2018, porque soube com antecedência da ação policial para pegá-lo. Também confessou ter cometido os crimes investigados no caso Banestado, pelos quais não havia sido punido. E, num relato específico, explicou como acredita ter se livrado de suspeitas que pairavam sobre ele desde 2005.

É justamente nesse relato que Messer conta que nada disso foi por acaso. “Dario sempre acreditou na efetividade da compra da ‘proteção’”, resumiram seus defensores na primeira proposta de delação. Em outras palavras, ele afirmou ter comprado proteção do Ministério Público Federal do Paraná, e que parte dos pagamentos eram feitos a Paludo, um dos procuradores do caso Banestado.

Messer relatou que, de 2005 a 2013, pagou 50 mil dólares todo mês para que fosse blindado em investigações. Disse que entregava o dinheiro ao ex-sócio Enrico Machado e a Figueiredo Basto, na época seu advogado.

Segundo o relato redigido pela defesa de Messer, Machado e Basto diziam que parte desse dinheiro era entregue a Paludo. Messer admitiu que nunca esteve com o procurador, mas afirmou acreditar que contava com a ajuda dele. E apontou dois fatos que o fizeram acreditar em tal proteção.


DÊ UMA FORÇA



Em 2005, Paludo trabalhou no acordo de delação premiada do doleiro Clark Setton, conhecido como Kiko, sócio de Messer investigado no caso Banestado. Kiko também era defendido por Figueiredo Basto. Confessou crimes, mas não envolveu Messer em nenhum deles. O relato seletivo, ainda assim, lhe garantiu benefícios penais.

Já em 2011, Paludo testemunhou a pedido de Figueiredo Basto em um processo criminal contra Messer, relacionado ao caso Banestado. O procurador disse à justiça que investigou Messer, mas não encontrou nenhuma prova que o ligasse às irregularidades que, anos mais tarde, o próprio doleiro viria a confessar.

Messer já havia dito que pagava propina a Paludo. Foi em agosto de 2018, em mensagens trocadas por celular com a namorada – um ambiente mais privativo e confortável que a cadeira de candidato a delator premiado. “Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês”, ele escreveu, em conversa interceptada pela Polícia Federal.

Por citar Paludo, que tem direito a foro privilegiado por ser procurador, esse trecho do depoimento do candidato a delator foi remetido a Brasília, para ser avaliado pela equipe da Lava Jato da PGR. E a PGR descartou investigar um colega. O órgão entendeu que o relato de Messer não tinha provas para que fosse incluído em seu acordo de colaboração e baseasse uma apuração.

Enquanto isso, a delação de Messer – sem a parte que complicava Paludo – andava. Foi homologada, em agosto de 2020, por duas varas judiciais de primeira instância do Rio. Uma delas, a sétima, a do juiz Marcelo Bretas.

O acordo garantiu que Messer cumprirá pena máxima de 18 anos e nove meses de prisão, não importa quantas vezes seja condenado em processos da Lava Jato. Em troca, os procuradores afirmam que o doleiro abriu mão de cerca de 99% de seu patrimônio, que estimam – sem explicar como chegaram ao valor – em R$ 1 bilhão. O que significa que, se o cálculo da Lava Jato estiver correto, Messer manteve R$ 10 milhões no bolso. Nada mau.

Foi nesse ponto que a Lava Jato do Rio chamou Messer para depor novamente sobre a alegada taxa de proteção paga a Paludo. Aí, o doleiro – que já tivera a delação aprovada e seguia milionário – contou uma outra história.

Ao contrário do que havia afirmado antes, Messer dessa vez falou não acreditar que fosse protegido. Disse mais: que acreditava ter sido enganado por Figueiredo Basto e o ex-sócio Machado, que embolsavam, nessa nova versão, os 50 mil dólares mensais que ele enviava para comprar autoridades.

“[Messer afirmou] Que Enrico falava em proteção junto à Procuradoria da República e à Polícia Federal; que Enrico [Machado] falava no nome do Dr. (sic) Januário Paludo e pessoas na Polícia Federal; que hoje tem a percepção de que Figueiredo [Basto] e Enrico ficavam com esse dinheiro”, lê-se no novo depoimento.

Foi essa nova versão a usada pela Lava Jato do Rio de Janeiro para denunciar Figueiredo Basto, Enrico Machado e um outro advogado pelos crimes de exploração de prestígio qualificada, tráfico de influência qualificado e associação criminosa.

O novo depoimento de Messer fundamenta a tese segundo a qual os três réus venderam um falso esquema de proteção ao doleiro. Sobre Paludo, tudo que a Lava Jato do Rio diz é que ele teve o nome indevidamente usado na falsa venda de proteção.

Januário Paludo, o “pai” dos grupos de Telegram da força-tarefa da Lava Jato: um veterano da operação Banestado.

As versões conflitantes de Paludo

A decisão da PGR de arquivar o trecho da delação de Messer que citava Paludo, no segundo semestre de 2020, não foi a primeira. Antes, em novembro de 2019, a cúpula do Ministério Público Federal em Brasília já havia sido provocada a investigar a alegada proteção ao doleiro.

Meses após a prisão de Messer, a Polícia Federal encontrou no celular dele a mensagem na qual ele conversava com a namorada sobre o “esquema com Januário Paludo e Figueiredo”.

Essa mensagem foi encaminhada à PGR, que chegou a convocar Messer a dar explicações. Na época, ele ainda não era delator premiado. Assim, se calou sobre o caso.

A PGR, então, pediu informações a Paludo. O procurador da República enviou um documento ao órgão informando que era inocente e que não fazia sentido pensar que teria protegido Messer.

Primeiro, argumentou Paludo, porque ele deixou a força-tarefa do caso Banestado em 2005. Àquela época de 2019, as investigações apontavam que os pagamentos da suposta proteção teriam começado em 2006 – ainda que Messer tenha dito que que começaram em 2005.

Segundo, porque as investigações contra Messer corriam no Rio. Paludo, a partir de 2014, trabalhava na Lava Jato do Paraná. Antes, havia atuado no Rio Grande do Sul.

Por último, o procurador argumentou que relatou indícios de que Messer usou contas de titulares ocultos no exterior (conhecidas como contas offshore) quando foi chamado a testemunhar a favor do doleiro pela defesa dele, em 2011. Ou seja, Paludo nega tê-lo protegido.

Foi o bastante para a PGR, que arquivou o caso sem aprofundar a investigação.

Acontece que, quando testemunhou para a defesa de Messer, em 2011, Paludo disse outra coisa à justiça. Na ocasião, o procurador afirmou que não encontrou nenhuma ligação de Messer ou de membro da família dele com contas offshore. “Até a parte onde eu fui, nós não identificamos, em princípio, nenhuma ligação da família Messer”, disse, em documento que é público.

Paludo foi além. Afirmou que as investigações apontaram que Clark Setton, o Kiko, aparecia como o responsável por contas investigadas. E que a apuração não revelou nenhuma relação da família Messer com ele. “Na parte que eu investiguei, a conclusão que eu tive, na época, é que haveria apenas [indícios] em relação ao Clark Setton [sobre] a administração dessas contas”, falou.

Já nos diálogos que manteve com colegas procuradores pelo Telegram, Paludo dá mostras de estar bem informado sobre Messer e sua relação com Setton. A outros procuradores, Paludo chega a dizer que Setton era uma espécie de laranja, de “boi de piranha” dos Messer.



Paludo fez o comentário quando surgiram as primeiras notícias de que Messer poderia ter sido protegido graças ao pagamento de propina. Um dia antes, ele já falava da relação antiga entre o doleiro e Figueiredo Basto.



Nos chats, também fica claro que Paludo é tido por colegas de Lava Jato no Paraná como alguém bem informado sobre o que envolve Messer. Em 2017, quando o doleiro ainda não era um alvo oficial da força-tarefa do Rio de Janeiro, um repórter procurou o então procurador Carlos Fernando dos Santos Lima para tratar de suspeitas envolvendo o doleiro. Lima encaminhou as mensagens e buscou informações com Paludo.

Ouviu, do colega, que a Lava Jato havia acessado uma investigação sobre Messer que estava a cargo do procurador da República Alexandre Nardes, do Paraná. Mas, curiosamente, a força-tarefa paranaense resolveu mandar o caso para o Rio de Janeiro. Segundo o chat, a remessa da investigação aos colegas fluminenses se deu em 2014, logo no início da operação no Paraná. No Rio, uma força-tarefa da Lava Jato só seria criada em junho de 2016.



Paludo respondeu horas depois:



Membros da Lava Jato, aliás, assumiram nos diálogos privados que nunca priorizaram investigações sobre doleiros envolvidos em casos de corrupção apurados na operação. Procuradores do Rio chegaram a perguntar por que eles nunca “deram bola” para isso.



Deltan Dallagnol, à época o coordenador da força-tarefa, entrou na conversa pouco depois:



Procurado, Januário Paludo respondeu que não reconhece a autenticidade das mensagens e não quis comentá-las. Em nota, o procurador afirmou apenas que a força-tarefa da Lava Jato do Paraná sempre investigou crimes relacionados à Petrobras, “estando as conexões de doleiros sendo investigadas em outros órgãos e unidades”.

“Investigações que não tem conexão com os fatos investigados na Lava Jato são declinadas para outras unidades do MP por decisão própria ou judicial, como ocorreram em inúmeros casos”, complementou, quando questionado por que enviou a investigação sobre Messer ao Rio, em 2014.

Paludo disse que não teve acesso às duas versões do doleiro Dario Messer a respeito do pagamento da taxa de proteção e, por isso, não tem como falar a respeito delas. Ressaltou que “se a PGR arquivou uma notícia de fato que não tinha qualquer fundamento para abrir uma investigação, o fez por livre convicção”.

“Investigações para serem instauradas têm que ter elementos indiciários mínimos, não bastando a mera opinião, achismos, suspeitas ou conjecturas. A instauração de uma ação penal para ser viável exige, além da competência do juízo, prova da materialidade do delito e elementos suficientes de autoria (acima de qualquer dúvida razoável), sob pena de ser temerária e sujeitar indevidamente alguém a processo penal”, declarou.


Cobertura Completa

As mensagens secretas da Lava Jato



Sobre o depoimento prestado em 2011 em processo contra Messer, Paludo disse que “testemunhar em processos é uma obrigação de todos, o que não quer dizer que seja contra ou a favor da defesa, pois são relatados fatos”.

Ele não respondeu a questionamentos sobre a ligação de Messer com Clark Setton.

Dario Messer também foi perguntado sobre as duas versões a respeito da taxa de proteção apresentadas às autoridades. O advogado Átila Machado, que hoje representa o doleiro, disse que o procedimento de colaboração premiada é sigiloso. Por isso, “Dario Messer está impedido de falar sobre o conteúdo da matéria”.

O advogado Antonio Figueiredo Basto não quis se pronunciar. Em entrevistas concedidas a outros veículos de imprensa, ele sempre negou ter recebido qualquer pagamento para garantir a Messer ou a outros clientes proteção em investigações.

A força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro, que usou a segunda versão de Messer sobre a taxa de proteção em denúncia contra Figueiredo Basto, disse que o doleiro não alterou seu relato sobre os fatos. Segundo ela, Messer soube do arquivamento das investigações contra Paludo na PGR e de transações financeiras que Basto teria realizado para embolsar ele próprio a tal taxa. Isso mudou sua percepção.

A PGR disse que a apuração preliminar sobre as suspeitas contra Paludo e a negociação do acordo de delação premiada de Dario Messer são sigilosos.

Fonte: The Intercept Brasil


DCM TV

Doleiro dos doleiros muda delação para inocentar procurador da Lava Jato e Lula com sangue nozóio

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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Caso Banestado: o que é fato e o que é ficção


(Foto: Reprodução da internet)

O jornalista Leonardo Attuch comenta a polêmica com Pepe Escobar, durante transmissão na TV 247

Quem assistiu à análise geopolítica do correspondente Pepe Escobar, transmitida nesta quinta-feira 23 pela TV 247, pode ter se surpreendido com uma incomum exaltação nos trinta minutos finais. O motivo: a polêmica sobre o caso Banestado, escândalo ocorrido no início deste século, sobre um esquema de evasão de divisas que envolvia doleiros e uma instituição financeira que pertenceu ao governo do Paraná e foi posteriormente vendida para o banco Itaú.

A pedido de alguns leitores, Pepe comentou sua coluna publicada no dia de hoje, no site Asia Times, que trata do caso e termina com uma pergunta: "O que nos leva à questão-chave final: o que Lula fará sobre isso?". A indagação leva a crer que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria abraçar e repercutir artigos que vêm sendo publicados por um site sensacionalista, sediado na Suíça.

A discussão teve início quando o questionei sobre o que caberia ao ex-presidente fazer. Por coincidência, há exatos 17 anos, eu mesmo publiquei, como reportagem de capa da revista Istoé Dinheiro, uma matéria sobre os mapas da evasão de divisas e lavagem de dinheiro do caso Banestado. A reportagem citava a chamada "Conta Tucano", que supostamente teria sido usada pelo PSDB em suas campanhas eleitorais. Um dia depois, o portal Conjur repercutiu esta reportagem e logo em seguida foi instalada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso Nacional. O relatório final foi apresentado em dezembro de 2014 e pediu o indiciamento de 91 pessoas, incluindo um ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, que havia liberado as chamadas contas CC-5.

Paralelamente à CPMI, a Polícia Federal desencadeou a Operação Farol da Colina, que prendeu dezenas de doleiros, incluindo o protagonista da Lava Jato, Alberto Yousseff. Como o responsável pelo caso foi o ex-juiz Sergio Moro, tudo indica que a Farol da Colina foi uma espécie de laboratório para a Lava Jato, onde foram testados os métodos posteriormente utilizados, como as delações premiadas. 

Quase duas décadas depois disso, o site suíço passou a alegar ter tido acesso a uma suposta "lista vip" do caso Banestado, com nomes de personagens que teriam sido poupados pela CPMI, em troca de proteção ou de vantagens indevidas. A tática é alardear aos quatro ventos há a suposta "lista vip", sem, no entanto, publicá-la. Quem, por curiosidade, visita a fonte do suposto escândalo ali encontra apenas três PDFs antigos, que em nada se assemelham a uma "lista vip". No entanto, aqueles jornalistas que não repercutem a não-denúncia são acusados de engavetá-la para proteger o sistema. Esta é a armadilha. Todos são podres, exceto o site que implora por uma repercussão que nunca chega. E se até alguns aliados do ex-presidente Lula não compram a tese, logo são rotulados como traidores da causa, que teria apenas um verdadeiro defensor: o sensacionalista suíço.

Sendo então uma armadilha, significa que tropecei e caí nela? Talvez sim, talvez não. Por respeito aos telespectadores, pedi que Pepe Escobar comentasse sua coluna. Se não o fizesse, seria acusado de esconder o caso. E se não o questionasse, estaria dando vazão a uma tese sensacionalista. Na live desta quinta-feira, minha exasperação se deveu única e exclusivamente ao fato de ver um amigo embarcar num trem que não vai sair da estação porque não há carvão nem maquinista. 

Ainda assim, admito a hipótese de eventualmente estar errado e reforço o desafio público lançado ao vivo. Caso algum jornalista sério publique uma reportagem com começo, meio e fim, indicando os nomes que integram a tal "lista vip", e abrindo espaço para o outro lado, terão todo o espaço para publicá-la no 247. Só não me cobrem repercussão de algo que não foi publicado nem pelos pretensos apuradores dessa história. Reitero: o que há nos três PDFs é apenas uma relação aleatória de nomes, sem grande relevância jornalística. Café requentado à procura de cliques e de falsas polêmicas.

Quem tiver interesse em saber mais, pode conferir nos trinta minutos finais deste vídeo:



No Twitter



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sábado, 2 de março de 2019

A Swat polícia americana escolta Lula na despedida do seu neto Arthur




247 - O policial que escoltou Lula na ida e na volta do cemitério com uma metralhadora neste sábado 2, quando o ex-presidente se despediu do neto Arthur, que morreu vítima de meningite, usava o símbolo da polícia dos Estados Unidos em seu uniforme. "Miami Police - S.W.A.T.", diz o escudo em seu peito, conforme mostram as imagens captadas pelo fotógrafo Ricardo Stuckert.

O brasão pode significar que o policial fora treinado ou tenha feito algum curso nos Estados Unidos. São em casos como esses que o agente ganha o símbolo para inserir em seu uniforme.

A foto que mostra Lula, preso sem provas e com o sofrimento no olhar após se despedir do neto, escoltado por homens fortemente armados, já revelou o Brasil que hoje envergonha a civilização. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) também comentou o fato nas redes sociais:



 POLICIA AMERICANA ESCOLTA LULA NA DESPEDIDA AO SEU NETO




Quem a CIA acompanha desde a investigação do Banestado, que não encanou nenhum tucano gordo?




Quem está por trás do Moro ?




sábado, 23 de fevereiro de 2019

CPI para investigar o ministro Sérgio Moro no Congresso Já!





O deputado Wadih Damous (PT-RJ), em vídeo distribuído nas redes sociais, informou a CPI para investigar o juiz Sérgio Moro no Congresso.

O fato concreto para pedir a instalação da comissão de investigação é a entrevista do advogado Rodrigo Tacla Duran, que, na Folha, revelou que o advogado trabalhista Carlos Zucolotto Junior, padrinho de casamento de Moro, intermediou negociações paralelas dele com a força-tarefa lava jato.

“Tem que investigar Sérgio Moro, a mulher do Sérgio Moro, os procuradores e Zucolotto”, disse o parlamentar ao destacar que Rosângela Moro, mulher do juiz, era sócia no escritório de Zucolotto.

“Essas delações viraram um mercado financeiro, mercando em que há coação, mercado que há extorsões. A operação lava jato é um verdadeiro mercado persa” denunciou o deputado.

Ex-presidente da OAB-RJ, Damous ainda bradou no vídeo: “Vamos abrir essa CPI e vamos apurar como se dá esse processo de delação.”

Assista a íntegra do vídeo:

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Banestado ignorado pela "grande mídia," enterrado pelo MP e, mais sujo que a lava jato.




O juiz Sergio Moro arbitra uma operação que investiga um extenso esquema de corrupção e evasão de divisas intermediadas por doleiros que atuam especialmente no Paraná. Uma força-tarefa é montada e procuradores da República propõem ações penais contra 631 acusados. Surgem provas contra grandes construtoras e grupos empresariais, além de políticos.

Delações premiadas e acordos de cooperação internacional são celebrados em série. Lava Jato? Não! Trata-se do escândalo do Banestado, um esquema de evasão de divisas descoberto no fim dos anos 90 e enterrado de forma acintosa na transição do governo Fernando Henrique Cardoso para o de Lula.

Ao contrário de agora, os malfeitos no banco paranaense não resultaram em longas prisões preventivas. Muitos envolvidos beneficiaram-se das prescrições e apenas personagens menores chegaram a cumprir pena.

Essas constatações tornam-se mais assustadoras quando se relembram as cifras envolvidas. As remessas ilegais para o exterior via Banestado aproximaram-se dos 134 bilhões de dólares. Ou mais de meio trilhão de reais em valor presente. Para ser exato, 520 bilhões.

De acordo com os peritos que analisaram as provas, 90% dessas remessas foram ilegais e parte tinha origem em ações criminosas. A cifra astronômica foi mapeada graças ao incansável e inicialmente solitário trabalho do procurador Celso Três, posteriormente aprofundado pelo delegado federal José Castilho. Alguém se lembra deles? Tornaram-se heróis do noticiário? Leia na íntegra: ( Carta Capital ).


Justiça anula punição a réus do escândalo do Banestado





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