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terça-feira, 23 de março de 2021

PM estrangula dona de padaria por 38 segundos em SC (vídeo)


A comerciante Beatriz de Moura Silva de Oliveira chegou por volta das 13h com a filha na padaria que administra em Itajaí, no interior de Santa Catarina


The Intercept Brasil

The Intercept Brasil - A comerciante Beatriz de Moura Silva de Oliveira chegou por volta das 13h com a filha na padaria que administra em Itajaí, no interior de Santa Catarina. Encontrou um homem estirado no chão e algemado na porta da panificadora. Era Jadson José da Silva, preso em flagrante com cinco petecas de cocaína pelos policiais Adair de Oliveira e Khaique Ferreira da Silva.

O Intercept teve acesso com exclusividade à gravação da ocorrência, feita em 3 de dezembro de 2019 por uma câmera presa ao uniforme do soldado Adair. Quando o vídeo começa, os PMs Adair e Khaique conversam tranquilamente com Jadson, já imobilizado. Adair demonstra satisfação com o sucesso da abordagem: “Tu já tem mais passagens por tráfico, né?”, pergunta a Jadson. “Agora tu vai ficar [preso], coruja!”, comemora.

Fazia quatro meses que as câmeras acopladas à roupa haviam sido incorporadas à rotina dos policiais que atuam na linha de frente em Santa Catarina. O projeto, que contou com tecnologia do Instituto Igarapé e da Universidade de Warwick, do Reino Unido, tem entre seus objetivos melhorar a investigação de crimes e a fiscalização do trabalho policial.

Os agentes mantiveram Jadson na frente da padaria por alguns minutos enquanto encerravam a ocorrência. Beatriz então abordou os PMs, lembrando que estavam atrapalhando a entrada de clientes. A conversa ainda era normal até Beatriz tentar explicar seu ponto de vista. Antes de ela conseguir falar, o soldado Adair sobe o tom de voz e indaga: “acha ruim o trabalho da polícia, senhora?”. “Eu não estou achando que está ruim. Não coloque palavras na minha boca”, ela responde, com calma. “Só um minutinho, deixa eu falar”, o policial retruca com rispidez e voz alta algumas vezes. Com a câmera no uniforme, não conseguimos ver o rosto de Adair.

[...] Leia a íntegra no The Intercept.

Fonte: Brasil 247


ATENÇÃO: IMAGENS FORTES 

Câmeras acopladas ao uniforme de policiais deveriam reprimir abusos. Em Santa Catarina, captaram o momento em que uma mulher quase morreu asfixiada após questionar uma ação dos soldados. Para a corporação, tratou-se apenas de um caso de “uso progressivo da força”.

Assista ao VÍDEO


No Twitter


 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Flávio Gomes, sobre PM que agrediu gestante: “É o Brasil sob forte emoção cultuado por Bolsonaro”



Neste domingo (22), o jornalista Flávio Gomes foi às redes sociais comentar sobre o vídeo em que uma mulher é agredida por um PM mesmo estando algemada e rendida em quartel. 

“Este é o Brasil do “agiu sob forte emoção” cultuado por Jair Bolsonaro e seus seguidores”, escreveu Gomes.


 

 

Fonte: DCM 


terça-feira, 16 de junho de 2020

Damares omite dados de violência policial para blindar governo de protestos, diz analista




Por: Sputnik Brasil

A pasta liderada pela ministra Damares Alves excluiu informações sobre violência policial de relatório de 2019 sobre denúncias enviadas ao governo federal. A Sputnik Brasil ouviu um sociólogo e um especialista no tema, que apontam que esconder dados se tornou uma tendência do governo.

Em 2017 e 2018, o relatório apresentava os dados sobre violações de direitos humanos cometidas por policiais, denúncias acumuladas através do Disque 100. O canal foi criado em 1997 e a partir de 2003 tornou-se responsabilidade do governo federal. Atualmente, o canal é administrado pelo Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos, liderado pela ministra Damares Alves.

Nos anos anteriores, os dados apontaram aumento da violência policial no Brasil. Em 2016, foram 1.009 denúncias registradas, o que aumentou para 1.319 no ano seguinte e 1.637 em 2018. Em nota enviada a uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, o Ministério afirmou que e exclusão dos dados foi técnica e falou em divulgação posterior após "estudo aprofundado", alegando inconsistências nas informações.

Para José Ricardo Rocha Bandeira, especialista em segurança pública e presidente do Conselho Nacional de Peritos Judiciais (CONPEJ), a alegação de inconsistência do governo não é verdadeira, uma vez que as informações já haviam sido divulgadas no mesmo formato em anos anteriores.

  • "A supressão desses dados a respeito da violência policial é algo muito grave. Muito grave porque, primeiro a justificativa do governo federal alegando inconsistência nos dados não procede, porque esse é um modelo que já vinha sido adotado, é um modelo utilizado, e nunca tivemos problemas com esse tipo de análise e inserção de dados", afirma o especialista em entrevista à Sputnik Brasil.




O presidente do CONPEJ também vincula a omissão dos dados com a onda de protestos contra o racismo e a violência policial, que se espalhou pelo mundo após o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos.

  • "Infelizmente o governo federal decide omitir esses dados em um momento em que nós estamos vivendo diversas manifestações ao redor do mundo justamente devido à violência policial. E o governo federal, sem dúvida alguma, ao omitir esses dados pretende de alguma forma se resguardar para que esses movimentos em defesa dos direitos humanos e contra a violência policial não cresçam no Brasil", afirma.

Manifestantes durante cerimônia em memória de 
George Floyd, assassinado pela polícia em Minneapolis, 
Minnesota (EUA), 4 de junho de 2020

Sonegação de dados é típica de governos autoritários, diz sociólogo

A exclusão ou questionamento de dados pelo governo federal comandado pelo presidente Jair Bolsonaro não é novidade. Em 2019, dados do INPE sobre desmatamento no Brasil foram amplamente questionados pelo governo. Já neste ano, o episódio da exclusão de dados sobre os mortos durante a pandemia da COVID-19 em relatório do Ministério da Saúde, tornou-se episódio notório.

  • "Mais uma vez o governo federal opta pela estratégia de omissão de dados. Assim como feito recentemente no que diz respeito aos dados da COVID-19, da pandemia, onde o governo decidiu também alterar o modelo de exibição desses dados", afirma o especialista em segurança pública.

Policiais de UPPs durante operação na Cidade de Deus e na 
Comunidade do Karatê, no Rio de Janeiro (arquivo)

Para o sociólogo Alexandre Magalhães, professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o caso da omissão de dados de violência policial também se relaciona com o da COVID-19.

  • "Quando as informações sobre determinadas questões expõe alguma tragédia social ou ambiental em curso, o governo atual busca maneiras de impedi-las de vir a público", afirma o sociólogo em entrevista à Sputnik Brasil.




O pesquisador acrescenta que considera essa medida parte de um "esforço contínuo" do governo federal de esconder informações sensíveis.

  • "Há um esforço contínuo de sonegação de informações importantes em domínios dos mais distintos, desde aqueles relacionados ao combate à corrupção, como aconteceu com o extinto COAF [o Conselho de Controle de Atividades Financeiras foi renomeado em 2019 e agora se chama Unidade de Inteligência Financeira], como lembramos bem, passando pela destruição ambiental até a omissão de dados sobre a violência policial. Tal política de sonegação de dados e informações é típica de governos autoritários que buscam esconder as mazelas e problemas de suas sociedades - já que não têm interesse algum em resolvê-las - e impossibilitar qualquer tipo de controle social e democrático", aponta.


Omissão de dados retarda políticas públicas e silencia movimentos

O especialista em segurança pública, José Ricardo Rocha Bandeira, ressalta que a falta dos dados prejudica a elaboração de políticas públicas no setor e pode influenciar a atuação das polícias. Para ele, chama a atenção o fato de que a omissão de dados vem em um momento em que parte da política institucional defende o aumento da letalidade e do enfrentamento policial no combate ao crime.

  • "Porque eles acreditam que uma polícia mais letal, uma polícia que enfrenta mais, é uma polícia capaz de reduzir os índices de violência e de criminalidade, coisa que nós já sabemos que não é verdade. Há mais de 30 anos que nós temos uma política de enfrentamento no Brasil e nós não conseguimos reduzir nenhum número de violência ou de criminalidade nas principais regiões do país", afirma o especialista.


O sociólogo Alexandre Magalhães avalia que a estrutura policial brasileira é um resquício da Ditadura Militar e que a atuação da sociedade civil tem sido fundamental para melhorar os dados sobre a violência da polícia no Brasil.

  • "Apenas para se ter uma ideia, somente as polícias do Rio de Janeiro mataram mais de 1,8 mil pessoas em 2019. E, ao que tudo indica, mesmo com a pandemia, [em 2020] esse número deve ficar muito próximo ou mesmo ultrapassar o recorde macabro", diz.


Ao longo do mês de abril deste ano, a polícia do Rio de Janeiro bateu recordes de letalidade, tendo sido responsável pela morte de 177 pessoas, apesar das restrições impostas pela pandemia no estado. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, esse foi o mês de abril mais violento da história fluminense.

No Rio de Janeiro, manifestantes protestam contra a
 violência policial nas favelas e contra o racismo,
 em 7 de junho de 2020.


Sem dados, situação pode piorar ainda mais

Bandeira lamenta a situação atual e aponta que mesmo a divulgação dos dados com atraso pode ser um problema, tendo em vista a atual política de segurança pública. O atraso nos dados, segundo ele, impede a sociedade civil de se organizar propriamente e demandar melhoras.

  • "Nós, infelizmente, temos uma verdadeira política de extermínio nas periferias dos grandes centros do Brasil. Jovens, negros e pobres têm morrido indiscriminadamente nas periferias. Nós temos uma política de encarceramento que é extremamente preconceituosa. Então o jovem que não é morto devido à violência nas periferias, ele será encarcerado, 70% da nossa população carcerária é composta por jovens, negros e pobres", ressalta o especialista.

Neilton Pinto chora durante o funeral de seu filho, 
João Pedro Pinto, de 14 anos. De acordo com testemunhas, 
o adolescente foi baleado durante operação policial contra 
traficantes em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Na mesma linha, o sociólogo Alexandre Magalhães ressalta que movimentos sociais denunciam a violência policial como parte da gênese da instituição.

  • "Considerando o surgimento e o desenvolvimento dessas instituições ao longo da nossa história, vemos de forma cabal que elas não foram criadas para garantir a segurança da população. Ou melhor dizendo, elas foram criadas para garantir a segurança de uns e suas propriedades em detrimento de outros. Isto é, alguns precisam ser sacrificados para que outros possam continuar vivendo e consumindo. Não à toa, uma das reivindicações coletivas de movimentos sociais negros e periféricos é a desativação dessa máquina de guerra racista e violenta", conclui Magalhães.
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quinta-feira, 4 de junho de 2020

ONU cobra explicações do governo Bolsonaro sobre violência policial, milícias e ditadura




247 - O Comitê da ONU sobre Desaparecimentos Forçados pediu explicações ao governo Jair Bolsonaro sobre o desmonte que vem sendo feito nos sistemas de prevenção e monitoramento da tortura no Brasil, além de cobrar sobre as providências tomadas para investigar os autores de crimes cometidos durante a ditadura militar. Segundo reportagem o jornalista Jamil Chade, no UOL, o comitê também pediu informações sobre o andamento das investigações de crimes cometidos pelas milícias no país.

De acordo com a reportagem, o documento da ONU cobrando explicações foi enviado ao Itamaraty no dia 19 de maio, e “como o Brasil integra os mecanismos da ONU, o Brasil será obrigado a dar respostas”. “O governo está sendo avaliado pelo Comitê e, há poucos meses, submeteu um informe ao organismo para explicar o que vinha sendo feito no país. O Comitê da ONU, porém, deixou claro que não ficou satisfeito com as explicações do governo e agora quer novas informações”, diz Chade.

“No novo documento, portanto, o organismo quer saber explicitamente se o estado está investigando milícias e grupos paramilitares. A entidade deixa claro que, na resposta, vai querer "números" de quantos casos existem e quantos foram condenados. Outro ponto destacado pelo comitê se refere à independência dos processos de investigação”, ressalta.


Rede TVT


Movimento Negro denúncia mortes e violência policial na ONU e OEA

Conversamos com as advogadas Sheila de Carvalho e Allyne Andrade e Silva sobre os dois anos da morte de Marielle e as políticas de segurança pública no Rio e São Paulo.



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segunda-feira, 3 de junho de 2019

Policiais militares e milicianos do Paraná denunciados por plantar arma após morte de motociclista na BR-277


Imagens são usadas como provas na investigação
Foto: Reprodução/RPC

G1 - Segundo o MP, um dos policiais matou rapaz de 18 anos com um tiro nas costas na Região de Curitiba, no mês de abril.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou dois policiais militares envolvidos na morte de um motociclista na BR-277, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. De acordo com o MP-PR, os PMs plantaram uma arma na cena do crime, após um deles matar o rapaz.

O caso aconteceu em 21 de abril deste ano. No dia, a primeira informação dada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre a ocorrência foi que o motociclista estava armado e entrou em confronto com os policiais militares.

A denúncia do MP-PR, feita pelo promotor João Milton Salles, foi apresentada à Justiça na quinta-feira (30).


Além de ter acesso à denúncia, a RPC obteve com exclusividade imagens que são usadas como provas da investigação feita pela Polícia Civil, com o apoio do MP-PR.


As imagens mostram o que aconteceu no dia que Leandro Pires morreu depois de ser atingido nas costas por um tiro disparado pelo policial militar Wanderson Teixeira Rigotti.


A denúncia


Rigotti foi denunciado por homicídio e fraude processual. O policial militar Jeferson de França dos Santos, que estava com Rigotti no momento da morte da vítima, foi denunciado por fraude processual.

Na denúncia, o MP-PR apontou que "Rigotti ciente da ilicitude e reprovabilidade de sua conduta, com a inequívoca intenção de matar, efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima Leandro Pires Cordeiro".

O promotor afirmou que a Leandro não teve nenhuma possibilidade de defesa.

De acordo com o MP-PR, a motivação de Rigotti foi torpe, pois o PM atirou com a intenção de matar como repreensão porque o jovem não obedeceu a ordem de parada.



As imagens


As imagens da câmera de segurança da concessionária que administra o trecho da BR-277 onde Leandro morreu mostraram como foi a perseguição, que aconteceu por depois das 14h.

Às 14h07, Leandro – de moto – olha para trás e ergue a mão esquerda na altura do capacete. Olha de novo e, então, some da imagem.

  • "Vendo aqui pela imagem já dá para perceber que não havia arma, mas, mesmo assim, a perícia fez a análise e foi categórica em afirmar que ele fazia um movimento em direção ao capacete. Possivelmente, fechando o capacete porque entrou na rodovia", afirmou o promotor.


No momento em que Leandro foi baleado, a câmera monitorava o trânsito e não fez o registro da morte. Às 14h20, as imagens mostram Rigotti e Santos próximos ao corpo do jovem. Um carro da PRF já estava no local.

Outro veículo policial aparece logo depois, e os PMs ficam conversando.

Com a imagem aproximada, dá para ver quando Rigotti chega perto do corpo, se agacha e levanta rapidamente. Nesse momento, segundo a perícia, o PM segura um objeto na mão direita que fica visível quando ele se abaixa. Logo depois, Rigotti se levanta e, de acordo com a perícia, é possível ver os dedos das duas mãos do policial.

  • "A partir daí é que nós começamos a perceber e ficou muito claro para a gente o ato deles em adulterar o local do crime inserindo a arma de fogo sob esse rapaz para justificar a tese deles de que estavam sendo vítimas de uma agressão", disse o promotor.

Rigotti dá três pequenos chutes no corpo, e se vira para conversar com um colega. Um carro com outros PMs chega. Rigotti volta a chutar o corpo na região da cintura e vai cumprimentar os colegas.

Na sequência das imagens, Rigotti volta em direção ao corpo, dá mais um chute no corpo e vai ao encontro de outro PM que tinha acabado de chegar.


O que acontece agora


Agora, cabe a Justiça decidir se aceita a denúncia do MP-PR tornando os policiais réus. Se isso acontecer, os PMs podem ir a júri popular.

"A Polícia Militar lembra que à época dos fatos, tão logo o Comando da unidade (a qual os policiais pertencem) foi informado a respeito, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado, o qual está em fase de conclusão e será encaminhado à Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual (VAJME) para apreciação.

Institucionalmente, a PM respeita as conclusões as quais chegou o Ministério Público.

A Corporação lembra que para qualquer situação denunciada, busca-se a elucidação de todos os fatos, e, se ficar comprovada responsabilidade para qualquer um dos policiais militares, as medidas são tomadas, conforme a legislação, sendo respeitados os direitos ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório".


Protesto


No dia da morte, amigos de Leandro fizeram um protesto na rodovia, queimaram pneus e fecharam o trecho da BR-277.

Um dos amigos afirmou que nunca viu Leandro com uma arma, nem o ouviu dizendo que mataria alguém.

"Falaram que ele estava armado, trocou tiro com a polícia. E ele estava com a gente antes de a polícia abordar. Ele estava junto com a gente. Não tinha arma, não tinha nada", disse o amigo.

Grupo queimou pneus e fechou um dos sentidos da BR-277, 
no dia 21 de abril, em protesto contra a morte de Leandro
Foto: Divulgação/PRF

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