Elementos pagos pelo PSDB para sabotar o ato provocaram os
manifestantes e foram escorraçados
Manifestante rasga bandeira do PSDB – Foto: DCO
Os infiltrados do PSDB no ato na Avenida Paulista, em São
Paulo, tentaram provocar os manifestantes de vermelho e foram escorraçados.
Quando a passeata começou a andar, no sentido da Rua da
Consolação, os manifestantes trabalhadores, estudantes e militantes se
depararam com os agentes fascistas do PSDB, que entraram na manifestação para
sabotá-la.
No entanto, os bate-paus do PSDB, achando que poderiam se
dar bem, iniciaram uma briga com os manifestantes. Se deram mal. Foram
escorraçados sem piedade pelos manifestantes, que não aceitam os elementos
fascistas de João Doria e da PM nos atos da esquerda.
Como noticiado
mais cedo em primeiro mão pelo DCO, elementos pagos pelo PSDB haviam se
concentrado próximo do cruzamento da Avenida Paulista com a Consolação, junto
com outros mercenários do Cidadania, PSB e PV.
No final desta semana, o diretório municipal do partido de
FHC e Aécio Neves havia anunciado que participaria do ato na Avenida Paulista,
levando “2 mil pessoas” de verde e amarelo. Mas levou apenas meia dúzia de
fascistas, que apanharam dos trabalhadores. E apanharão muito mais caso voltem
a provocar e a atacar os trabalhadores nos atos dos trabalhadores.
A comerciante Beatriz de Moura Silva de Oliveira chegou por
volta das 13h com a filha na padaria que administra em Itajaí, no interior de
Santa Catarina
The Intercept Brasil
The Intercept Brasil - A comerciante Beatriz de Moura Silva de Oliveira chegou por
volta das 13h com a filha na padaria que administra em Itajaí, no interior de
Santa Catarina. Encontrou um homem estirado no chão e algemado na porta da
panificadora. Era Jadson José da Silva, preso em flagrante com cinco petecas de
cocaína pelos policiais Adair de Oliveira e Khaique Ferreira da Silva.
O Intercept teve acesso com exclusividade à gravação da
ocorrência, feita em 3 de dezembro de 2019 por uma câmera presa ao uniforme do
soldado Adair. Quando o vídeo começa, os PMs Adair e Khaique conversam
tranquilamente com Jadson, já imobilizado. Adair demonstra satisfação com o
sucesso da abordagem: “Tu já tem mais passagens por tráfico, né?”, pergunta a
Jadson. “Agora tu vai ficar [preso], coruja!”, comemora.
Fazia quatro meses que as câmeras acopladas à roupa haviam
sido incorporadas à rotina dos policiais que atuam na linha de frente em Santa
Catarina. O projeto, que contou com tecnologia do Instituto Igarapé e da
Universidade de Warwick, do Reino Unido, tem entre seus objetivos melhorar a
investigação de crimes e a fiscalização do trabalho policial.
Os agentes mantiveram Jadson na frente da padaria por alguns
minutos enquanto encerravam a ocorrência. Beatriz então abordou os PMs, lembrando
que estavam atrapalhando a entrada de clientes. A conversa ainda era normal até
Beatriz tentar explicar seu ponto de vista. Antes de ela conseguir falar, o
soldado Adair sobe o tom de voz e indaga: “acha ruim o trabalho da polícia,
senhora?”. “Eu não estou achando que está ruim. Não coloque palavras na minha
boca”, ela responde, com calma. “Só um minutinho, deixa eu falar”, o policial
retruca com rispidez e voz alta algumas vezes. Com a câmera no uniforme, não
conseguimos ver o rosto de Adair.
Câmeras acopladas ao uniforme de
policiais deveriam reprimir abusos. Em Santa Catarina, captaram o momento em
que uma mulher quase morreu asfixiada após questionar uma ação dos soldados.
Para a corporação, tratou-se apenas de um caso de “uso progressivo da força”.
Um PM estrangulou por 38s uma trabalhadora, jogou spray de pimenta em seu rosto e, sem provas, a acusou de tráfico. Tudo foi filmado. Mesmo assim, a @pmscoficial classificou o caso como "uso progressivo da força" e o @mpscnoticias denunciou... A VÍTIMA! https://t.co/vTRFrHSDuc
Mãe de menina autista de 3 anos se revoltou com dona de restaurante que destratou sua filha e acabou presa por desacato. Na delegacia, mesmo algemada, foi agredida por um Tenente da Polícia Militar. A covardia se passou no Batalhão de Bonito (MS) em 26 de setembro mas só vazou hj pic.twitter.com/aF0HQYi1NE
Confusão começou após blitz de fiscalização sobre vendedores
ambulantes da região
A Polícia Militar de São Paulo agrediu a pontapés uma mulher
no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, nesta quarta-feira (8).
A confusão começou com uma discussão entre fiscais da
prefeitura e vendedores ambulantes do local.
Os ambulantes teriam reagido à fiscalização e a PM partiu
para o ataque.
Policiais militares agridem mulher após confusão entre vendedores ambulantes e fiscais da prefeitura, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo. pic.twitter.com/RaR2uOHEY7
Outro caso de violência
policial veio à tona esta semana e, desta vez, a agressão ocorreu em
Manaus (AM), na terça-feira (6). A vítima foi Rhyvia Araújo, de 18 anos, que é
estudante de jornalismo e trabalha na redação do site Rap Forte, uma página
voltada ao rap e ao hip-hop.
Rhyvia estava sentada em um banco na unidade habitacional do
Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamin) quando foi
abordada por dois policiais militares. Segundo ela, os agentes estavam
abordando outro grupo pouco antes e a agrediram física e verbalmente por desconfiarem
que ela estivesse filmando a outra abordagem. Ela teria entregado o celular
desbloqueado a um dos policiais para provar que não estava os gravando.
Mateus Abreu Almeida Prado Couto é contabilista e teria
apenas o ensino médio completo. Ele foi indiciado criminalmente por injúria
A Guarda Civil de Valinhos, no interior de São Paulo,
afirmou nesta sexta-feira (7) que deteve por injúria o homem que humilhou um motoboy dentro de um condomínio de luxo da
cidade.
Mateus Abreu Almeida Prado Couto, morador do condomínio,
insultou o entregador de 19 anos chamando-o de lixo e semianalfabeto. O
contabilista também afirmou que o trabalhador tinha inveja do condomínio em que
ele mora e da sua cor.
De acordo com nota da GCM, o caso aconteceu no dia 31 de
julho, por volta das 16h35, no bairro Chácara Silvânia, em Valinhos.
“Diante das ofensas de maior relevância proferida pelo
contabilista de 31 anos contra o motoboy de 19 anos fizeram com que os GCMs
encaminhasse o contabilista até a delegacia de polícia civil onde foi indiciado
criminalmente por injúria”, afirma a nota da GCM.
Segundo o comandante da GCM da cidade, Aureliano, as
agressões começaram após o motoboy comentar que outros entregadores estavam
reclamando da maneira “hostil” que são tratados pelo contabilista toda vez que
vão até o condomínio. O fato foi confirmado em nota pela Guarda Civil.
“Fato este constatado pelos GCMs no local dos fatos e ainda
pela delegacia onde o contabilista continuava ofendendo o motoboy com palavras
as quais o constrangiam e ainda transmitia ao motoboy um sentimento de
minusvalía”, diz a nota.
De acordo com o repórter do jornal Metrópoles, Tacio Lorran,
que teve acesso ao boletim de ocorrência, Mateus Abreu teve apenas o ensino
médio completo.
Confira a nota completa da GCM:
O caso aconteceu no dia 31/07/2020 por volta das 16h35 pelo
bairro Chácara Silvânia, de acordo com o comandante da GCM de Valinhos Sidnei
Aureliano a ROMU foi acionada através do 153 onde segundo informações uma
discussão entre um morador e um motoboy se encontravam muito tensa, pelo local
os componentes vieram a intervir evitando o confronto entre os dois, porém
diante das ofensas de maior relevância proferida pelo contabilista de 31 anos
contra o motoboy de 19 anos fizeram com que os GCMs encaminhasse o contabilista
até a delegacia de polícia civil onde foi indiciado criminalmente por injúria,
caso este que nesta data do dia 07/08/2020 veio á público e esta ganhando
repercussão nas redes sociais.
Segundo ainda o comandante da GCM de Valinhos, a motivação
de todo desentendimento começou após o motoboy comentar que alguns motoboys
estavam reclamando da maneira hostil que são tratados pelo contabilista toda
vez que vão até sua residência para fazer qualquer tipo de entregas, fato este
constatado pelos GCMs no local dos fatos e ainda pela delegacia onde o
contabilista continuava ofendendo o motoboy com palavras as quais o
constrangiam e ainda transmitia ao motoboy um sentimento de minusvalía, frisou
o comandante Aureliano.
Matheus, o motoboy que foi humilhado e vítima de ofensas
racistas dentro de um condomínio de luxo na cidade de Valinhos, no interior de
São Paulo, deu uma entrevista exclusiva ao Melhor da Tarde desta sexta-feira e
contou a Catia Fonseca detalhes do ocorrido. Confira a entrevista na íntegra.
No Twitter
Quero falar da consciência racial do Mateus, do letramento do Mateus, da dignidade do Mateus, da serenidade do Mateus.✊🏾 https://t.co/BpFw7CZjiZ
247 - A Justiça do Estado de São Paulo identificou os haters
de textos na internet que celebraram a morte do menino Arthur, neto do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que faleceu em março de 2019 aos sete
anos.
Segundo o jornalista Rogério Gentile, em reportagem
públicada nesta terça-feira (4), no portal UOL, “Alessandra Strutzel, que se
dizia blogueira e escreveu ‘pelo menos uma boa notícia’, ao compartilhar uma
reportagem sobre o falecimento do garoto, era um falso perfil no Facebook”.
“Seu administrador, de acordo com documentos anexados em um
processo que tramita na 7ª Vara Cível de São Bernardo é morador de Campo Grande
(RJ). ‘Se nem ele [Lula] está triste, porque eu estaria’, afirmou L.A.S., à
época. Lula cobra uma indenização de R$ 50,3 mil. Como ele ainda não se
manifestou no processo, a reportagem publica apenas as suas iniciais.”,
acrescentou o jornalista.
Gentile também informou que “um segundo ataque por ocasião
do falecimento do menino foi feito por Hudson Du Mato, apelido de H.L.C.M. ‘A
Justiça de Deus não falha’, escreveu o internauta, de Belo Horizonte. ‘Lula tá
só começando a pagar pelo tanto de vida que ele matou ao roubar dinheiro
público da saúde.’ O ex-presidente pede uma indenização de um salário mínimo
(R$ 1.045) e que o responsável seja obrigado a publicar eventual decisão
condenatória em suas redes sociais”.
Relembre o caso
Neto do ex-presidente Lula, Arthur Araújo Lula da Silva, de
7 anos, faleceu no Hospital Bartira, do grupo D'Or, em Santo André, no dia primeiro de março de 2019. A criança foi
diagnosticada com quadro infeccioso de meningite meningocócica e não resistiu.
Os pais de Arthur são Marlene Araujo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva,
filho do ex-presidente e da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Naquela data, Lula
encontrava-se preso político e travou uma batalha jurídica para ter acesso ao
velório do neto.
A pasta liderada pela ministra Damares Alves excluiu
informações sobre violência policial de relatório de 2019 sobre denúncias
enviadas ao governo federal. A Sputnik Brasil ouviu um sociólogo e um
especialista no tema, que apontam que esconder dados se tornou uma tendência do
governo.
Em 2017 e 2018, o relatório apresentava os dados sobre
violações de direitos humanos cometidas por policiais, denúncias acumuladas
através do Disque 100. O canal foi criado em 1997 e a partir de 2003 tornou-se
responsabilidade do governo federal. Atualmente, o canal é administrado pelo
Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos, liderado pela ministra
Damares Alves.
Nos anos anteriores, os dados apontaram aumento da violência
policial no Brasil. Em 2016, foram 1.009 denúncias registradas, o que aumentou
para 1.319 no ano seguinte e 1.637 em 2018. Em nota enviada a uma
reportagem publicada pelo jornal O Globo, o Ministério afirmou
que e exclusão dos dados foi técnica e falou em divulgação posterior após
"estudo aprofundado", alegando inconsistências nas informações.
Para José Ricardo Rocha Bandeira, especialista em segurança
pública e presidente do Conselho Nacional de Peritos Judiciais (CONPEJ), a alegação
de inconsistência do governo não é verdadeira, uma vez que as informações já
haviam sido divulgadas no mesmo formato em anos anteriores.
"A supressão desses dados a respeito da violência
policial é algo muito grave. Muito grave porque, primeiro a justificativa do
governo federal alegando inconsistência nos dados não procede, porque esse é um
modelo que já vinha sido adotado, é um modelo utilizado, e nunca tivemos
problemas com esse tipo de análise e inserção de dados", afirma o
especialista em entrevista à Sputnik Brasil.
O presidente do CONPEJ também vincula a omissão dos dados
com a onda de protestos contra o racismo e a violência policial, que se
espalhou pelo mundo após o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos.
"Infelizmente o governo federal decide omitir
esses dados em um momento em que nós estamos vivendo diversas manifestações ao
redor do mundo justamente devido à violência policial. E o governo federal, sem
dúvida alguma, ao omitir esses dados pretende de alguma forma se resguardar
para que esses movimentos em defesa dos direitos humanos e contra a violência
policial não cresçam no Brasil", afirma.
Manifestantes durante cerimônia em memória de
George Floyd,
assassinado pela polícia em Minneapolis,
Minnesota (EUA), 4 de junho de 2020
Sonegação de dados é típica de governos autoritários, diz
sociólogo
A exclusão ou questionamento de dados pelo governo federal
comandado pelo presidente Jair Bolsonaro não é novidade. Em 2019, dados do INPE
sobre desmatamento no Brasil foram amplamente questionados pelo governo. Já
neste ano, o episódio da exclusão de dados sobre os mortos durante a pandemia
da COVID-19 em relatório do Ministério da Saúde, tornou-se episódio notório.
"Mais uma vez o governo federal opta pela
estratégia de omissão de dados. Assim como feito recentemente no que diz
respeito aos dados da COVID-19, da pandemia, onde o governo decidiu também alterar
o modelo de exibição desses dados", afirma o especialista em segurança
pública.
Policiais de UPPs durante operação na Cidade de Deus e na
Comunidade do Karatê, no Rio de Janeiro (arquivo)
Para o sociólogo Alexandre Magalhães, professor do
Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o caso da omissão de dados de violência
policial também se relaciona com o da COVID-19.
"Quando as informações sobre determinadas questões
expõe alguma tragédia social ou ambiental em curso, o governo atual busca
maneiras de impedi-las de vir a público", afirma o sociólogo em entrevista
à Sputnik Brasil.
O pesquisador acrescenta que considera essa medida parte de
um "esforço contínuo" do governo federal de esconder informações
sensíveis.
"Há um esforço contínuo de sonegação de
informações importantes em domínios dos mais distintos, desde aqueles
relacionados ao combate à corrupção, como aconteceu com o extinto COAF [o
Conselho de Controle de Atividades Financeiras foi renomeado em 2019 e agora se
chama Unidade de Inteligência Financeira], como lembramos bem, passando pela
destruição ambiental até a omissão de dados sobre a violência policial. Tal
política de sonegação de dados e informações é típica de governos autoritários
que buscam esconder as mazelas e problemas de suas sociedades - já que não têm
interesse algum em resolvê-las - e impossibilitar qualquer tipo de controle
social e democrático", aponta.
Omissão de dados retarda políticas públicas e silencia
movimentos
O especialista em segurança pública, José Ricardo Rocha
Bandeira, ressalta que a falta dos dados prejudica a elaboração de políticas
públicas no setor e pode influenciar a atuação das polícias. Para
ele, chama a atenção o fato de que a omissão de dados vem em um momento em
que parte da política institucional defende o aumento da letalidade e do
enfrentamento policial no combate ao crime.
"Porque eles acreditam que uma polícia mais
letal, uma polícia que enfrenta mais, é uma polícia capaz de reduzir os índices
de violência e de criminalidade, coisa que nós já sabemos que não é verdade. Há
mais de 30 anos que nós temos uma política de enfrentamento no Brasil e nós não
conseguimos reduzir nenhum número de violência ou de criminalidade nas
principais regiões do país", afirma o especialista.
O sociólogo Alexandre Magalhães avalia que a estrutura
policial brasileira é um resquício da Ditadura Militar e que a atuação da
sociedade civil tem sido fundamental para melhorar os dados sobre a violência
da polícia no Brasil.
"Apenas para se ter uma ideia, somente as
polícias do Rio de Janeiro mataram mais de 1,8 mil pessoas em 2019. E, ao que
tudo indica, mesmo com a pandemia, [em 2020] esse número deve ficar muito
próximo ou mesmo ultrapassar o recorde macabro", diz.
Ao longo do mês de abril deste ano, a polícia do Rio de
Janeiro bateu recordes de letalidade, tendo sido responsável pela morte de 177
pessoas, apesar das restrições impostas pela pandemia no estado. Segundo dados do
Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, esse foi o mês de abril mais
violento da história fluminense.
No Rio de Janeiro, manifestantes protestam contra a
violência policial nas favelas e contra o racismo,
em 7 de junho de 2020.
Sem dados, situação pode piorar ainda mais
Bandeira lamenta a situação atual e aponta que mesmo a
divulgação dos dados com atraso pode ser um problema, tendo em vista a atual
política de segurança pública. O atraso nos dados, segundo ele, impede a
sociedade civil de se organizar propriamente e demandar melhoras.
"Nós, infelizmente, temos uma verdadeira política
de extermínio nas periferias dos grandes centros do Brasil. Jovens, negros e
pobres têm morrido indiscriminadamente nas periferias. Nós temos uma política
de encarceramento que é extremamente preconceituosa. Então o jovem que não é
morto devido à violência nas periferias, ele será encarcerado, 70% da nossa
população carcerária é composta por jovens, negros e pobres", ressalta o
especialista.
Neilton Pinto chora durante o funeral de seu filho,
João
Pedro Pinto, de 14 anos. De acordo com testemunhas,
o adolescente foi baleado
durante operação policial contra
traficantes em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
Na mesma linha, o sociólogo Alexandre Magalhães ressalta que
movimentos sociais denunciam a violência policial como parte da gênese da
instituição.
"Considerando o surgimento e o desenvolvimento
dessas instituições ao longo da nossa história, vemos de forma cabal que elas
não foram criadas para garantir a segurança da população. Ou melhor dizendo,
elas foram criadas para garantir a segurança de uns e suas propriedades em
detrimento de outros. Isto é, alguns precisam ser sacrificados para que outros
possam continuar vivendo e consumindo. Não à toa, uma das reivindicações
coletivas de movimentos sociais negros e periféricos é a desativação dessa
máquina de guerra racista e violenta", conclui Magalhães.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, autorizou o uso da Força
Nacional de Segurança na praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios,
em Brasília, por 33 dias, que contam a partir de hoje.
A medida foi solicitada pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional),
comandado pelo general Augusto Heleno. Segundo Heleno, a medida é para
"desencorajar violência em atos".
(...) por conta de manifestações previstas nas próximas
semanas, o GSI pediu para que a Força Nacional ficasse de prontidão. Há a
expectativa de uma marcha de indígenas e atos de movimentos sociais para os
próximos dias. Ocorrências de distúrbio em ocasiões anteriores teriam motivado
a solicitação.
(...) O acampamento de indígenas em Brasília foi alvo de
críticas do presidente Jair Bolsonaro (PSL), na semana passada. Durante uma
transmissão ao vivo via Facebook, o presidente se referiu ao evento como
"encontrão" e disse que quem iria pagar a conta seria o
"contribuinte".
A responsável pela organização do evento, Sônia Guajajara,
rebateu o presidente dizendo que o acampamento será realizado com recursos de
doações e sem dinheiro público.
O PSOL, partido que teve Guajajara como sua candidata a vice
na chapa presidencial em 2018-- vai apresentar um projeto de decreto
legislativo para sustar portaria de Moro. (...)UOL / CONVERSA AFIADA.
247 - Uma mulher que participava dos atos que pedia a
libertação do ex-presidente Lula, preso há exatamente um ano, foi agredida por
vários homens na Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste domingo (7). Os
homens participavam de outro ato, contra Lula e em defesa do presidente Jair
Bolsonaro (PSL), e a agrediram sob aplausos e gritos de incentivo do carro de
som.
A agressão foi assistida de forma completamente passiva pela
Polícia Militar, que só interveio quando a mulher, ainda não identificada,
recebeu um mata-leão de um dos agressores.
Olha quem estava na Av. Paulista defendendo Bolsonaro e
Sérgio Moro: os covardes, os vermes, os selvagens, os mal-amados, os doentes,
os que se juntam pra bater numa mulher que não concorda com eles. O mais
interessante: nota-se que a polícia algema quem? A mulher que foi agredida
pelos fascistas.
247 - Decisão da juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara da
Justiça Federal em Brasília, proibiu que o Jair Bolsonaro e
seus auxiliares comemorem o aniversário de 55 anos do golpe de 1964 no próximo
domingo (31).
A magistrada atendeu a pedido de liminar da Defensoria
Pública da União, que argumentou risco de afronta à memória e à verdade, além
do emprego irregular de recursos públicos nos eventos.
"Defiro o pedido de tutela de urgência para determinar
à União que se abstenha da ordem do dia alusiva ao 31 de março de 1964,
prevista pelo ministro da Defesa e comandantes do Exército, Marinha e
Aeronáutica", decidiu a magistrada, de acordo com a reportagem da Folha deS. Paulo.
Leia também reportagem da Agência Reuters sobre o assunto:
Comando Militar do Planalto rememora golpe de 1964 como
"momento cívico-militar"
Depois de quase uma década sem comemorações, o golpe de
Estado de 1964 voltou a ser relembrado em Brasília nesta sexta-feira, em uma
cerimônia de meia hora, no Comando Militar do Planalto, com a presença do
comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, e outras autoridades
militares.
Apesar da recomendação do Ministério Público Federal para
que o golpe de 1964 não fosse comemorado, o Exército decidiu seguir a
determinação do presidente Jair Bolsonaro, e “rememorou” os 55 anos do golpe,
tratado na cerimônia como um “momento cívico-militar”.
Em meio a reações até mesmo judiciais contra a comemoração
ao golpe, a ordem do dia preparada pelo Ministério da Defesa, lida na
cerimônia, fala em lições aprendidas, transição para a democracia e atribuiu o
golpe de Estado a uma resposta das Forças Armadas aos anseios da população à
época, mas evita glorificar o período militar.
“O 31 de março de 1964 estava inserido no ambiente da Guerra
Fria, que se refletia pelo mundo e penetrava no país. As famílias no Brasil
estavam alarmadas e colocaram-se em marcha. Diante de um cenário de graves
convulsões, foi interrompida a escalada em direção ao totalitarismo. As Forças Armadas,
atendendo ao clamor da ampla maioria da população e da imprensa brasileira,
assumiram o papel de estabilização daquele processo” diz o texto assinado pelo
ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
O texto inicia com a mesma defesa que Bolsonaro faz do
golpe, a versão de que, na verdade, os militares estariam defendendo a
democracia. Lembra que o Congresso declarou vaga a Presidência da República em
2 de abril —dois dias depois, portanto, da data usada pelos militares para
comemorar o que chamam de revolução— e que o general Castelo Branco foi eleito
presidente em escolha indireta pelo Congresso no dia 11 do mesmo mês.
Entre 31 de março e 2 de abril, a movimentação dos militares
levou à derrubada do presidente João Goulart, que se viu forçado a deixar o
país. Mas o Congresso declarou vaga a Presidência quando Jango, como era
conhecido o então presidente, ainda estava no Brasil.
O texto preparado pelo Ministério da Defesa, indiretamente,
reconhece a existência de um período de exceção durante os 21 anos em que os
militares estiveram no poder —algo sempre negado por Bolsonaro— ao reconhecer
que em 1979 iniciou-se uma transição para a democracia e que os anos anteriores
foram “tempos difíceis”.
“Em 1979, um pacto de pacificação foi configurado na Lei da
Anistia e viabilizou a transição para uma democracia que se estabeleceu
definitiva e enriquecida com os aprendizados daqueles tempos difíceis. As
lições aprendidas com a história foram transformadas em ensinamentos para as
novas gerações. Como todo processo histórico, o período que se seguiu
experimentou avanços”, diz a ordem do dia.
A opção por uma ordem do dia única, assinada pelo ministro
da Defesa, teria sido para evitar arroubos em textos preparados por comandantes
locais que poderia agravar ainda mais a reação à determinação de Bolsonaro.
Desde 2011, quando a então presidente Dilma Rousseff — presa
e torturada pela ditadura militar — determinou que o golpe de 1964 não fosse
citado nas ordens do dia em 31 de março, as Forças Armadas deixaram de lado a
citação. Este ano, no entanto, Bolsonaro determinou a comemoração. Depois,
frente às reações, mesmo entre os militares, trocou o comemorar por rememorar
1964.
Bolsonaro, defensor da ditadura militar, fez sua própria
comemoração do período, ao participar da cerimônia de troca da bandeira em
frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. O presidente
não deu declarações.
Da RFI - A ONU Direitos Humanos divulgou um comunicado nesta
sexta-feira (29) no qual pede para que o presidente Jair Bolsonaro “reconsidere”
os planos de comemoração do aniversário do golpe militar no Brasil, ocorrido em
31 de março de 1964. Em entrevista à RFI, o relator especial sobre a promoção
da verdade, justiça, reparação e garantias de não-repetição, Fabián Salvioli,
que assinou o comunicado, disse que os comentários do líder brasileiro a
respeito da ditadura são “de uma gravidade inaceitável”.
Nesta semana, Bolsonaro solicitou que o Ministério da Defesa
promovesse neste fim de semana “as comemorações devidas” dos 55 anos do golpe, que
resultou em uma ditadura de 1964 a 1985. Depois, Bolsonaro recuou e falou em
“rememorar” a data, mas até o momento não fez qualquer menção de condenação aos
anos de chumbo em vigor no país, durante os quais os partidos políticos foram
extintos e as eleições diretas, suspensas.
“Mais de 8.000 indígenas e pelo menos 434 suspeitos de serem
dissidentes políticos foram mortos ou desapareceram forçadamente. Estima-se
também que dezenas de milhares de pessoas foram arbitrariamente detidas e/ou
torturadas”, afirma o texto divulgado nesta tarde. “No entanto, uma lei de
anistia promulgada pela ditadura militar impediu a responsabilização pelos
abusos”, lembra o comunicado. Leia na íntegra ( AQUI ).
Ouve muitos protestos nas redes sociais contra a postura do presidente fascista Bolsonaro. Confiram abaixo: TAG: #TorturaNuncaMais
La jueza Ivani Silva da Luz, de Brasília, prohibió hoy que el gobierno de Jair Bolsonaro conmemore el aniversario de 55 años del golpe militar de 1964 el próximo domingo 31 de marzo. pic.twitter.com/a14Tgx5Qyn
DCM-Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, um dos assassinos que atacaram a Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, era fã de Walking Dead, a série sobre zumbis, de pistolas, de facas, de Bolsonaro — e da morte.
Pouco antes do atentado, “Guilherme Alan”, como se identificava no Facebook, publicou trinta fotos em que vestia roupas negras e a máscara de caveira com as quais se suicidou após o massacre.
Ele curtia páginas como “Um amor: Armas”, “Eu Amo Armas” e “Portal Armas de Fogo”.
Compartilhava fotos também de facas, arsenais, bombas e vídeos de atiradores.
Estava num grupo de 13 mil membros dedicado a adeptos da cutelaria. Morreu com os objetos de desejo.
Em 2018, fez campanha para Jair Bolsonaro.
Republicou uma imagem de Bolsonaro abraçado a policiais e a legenda “O meu candidato é apoiado pela polícia, o seu é procurado por ela”.
Entusiasta da página oficial de JB, deu like em várias postagens indigentes e odientas envolvendo Lula.
Compartilhou uma postagem de Eduardo Bolsonaro com um retrato de um cabo morto e, embaixo, homens na cadeia.
“Para quem tem pena de bandido assassino”, escreveu Eduardo.
Numa foto de que Guilherme gostou, Eduardo aparece com o que parece ser um fuzil e os dizeres: “Às vezes me pego pensando, por que o MST nunca invadiu minha propriedade?”.
Seguia contas fascistoides como Bolsonaro Opressor 2.0, especializada em difamação, calúnia e papagaiada raivosa contra “esquerdopatas”.
Marielle Franco também não era poupada por Guilherme.
Junto com seu comparsa Luiz Henrique de Castro, de 26 anos, frequentou comunidades extremistas para juntar dicas para executar seu plano.
Num fórum chamado Dogolochan, trocaram informações com outras pessoas.
O Dogolochan foi criado em 2013 por um hacker chamado Marcelo Valle Silveira Mello.
Conhecido como Psy ou Batoré, Mello foi a primeira pessoa condenada na Justiça brasileira por crime de racismo na internet em 2009.
Pegou um ano e dois meses de prisão. É criador de uma criptomoeda em homenagem a Bolsonaro.
O fórum de extrema direita é um esgoto aberto para racismo, xenofobia, misoginia e toda espécie de sociopatia.
O administrador deu detalhes de como ajudou os dois a conseguir armas e descreve Guilherme como “um bom garoto que acabou descobrindo da pior forma possível que brincadeiras podem se tornar pesadelos reais”.
O Brasil é um país doente, governado por um adorador da violência, amigo das milícias, que acha normal o filho visitá-lo com uma Glock no hospital, dividir com os brasileiros um vídeo de golden shower, ameaçar levar seus adversários para “a ponta da praia” — noves fora tudo.
OLHAR DIGITAL: Justiça determina suspensão do jogo 'Bolsomito 2k18' após pedido de MP
Lançado no dia 5 de outubro, dois dias antes do primeiro turno, o “Bolsomito 2K18” coloca o agora presidente eleito Jair Bolsonaro em luta corporal contra grupos opositores. Entre os alvos, estão pessoas negras, população LGBT, eleitores do Partido dos Trabalhadores (PT), integrantes do MST e outros. No trailer, há inclusive uma cena que insinua que o protagonista atropela e mata seus adversários com um caminhão.
Depois dessa apreensão na casa ao lado, alguém ainda acredita que esse vídeo foi feito nos USA! Tenha dó! Bolsonaro um Governo de Milícias!Retuitem. pic.twitter.com/pPDwIj1YUg
O facebook tirou do ar as páginas dos assassinos de Suzano, pois os dois eram fervorosos bolsonaristas. Se fossem lulistas, a Globo estaria interrompendo novela para anunciar.
Hoje,antes da tragédia em Suzano,Bolsonaro novamente dá mau exemplo aos brasileiros ao dizer que dorme com arma do lado da cama no Palácio do Alvorada. Sempre incentivando a violência. Lamentável a atitude do vizinho do assassino de Marielle! #ArmasNãohttps://t.co/IensizyzFi
Em Suzano, população cai na real e vaia Doria, governador de São Paulo Doria banalizou a violência na campanha eleitoral, quando defendeu armas, ao lado de Bolsonaro. A população acordouhttps://t.co/Q4qaeUYcJ6
Filho de um presidente que só foi eleito porque Lula foi preso sem provas pelo ex-juiz Sérgio Moro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) revelou sua face monstruosa e desprovida de humanidade no dia de hoje ao agredir Lula no dia da morte de seu neto.
Em meio a mais um drama vivido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez a morte do neto Arthur Lula da Silva, ocorrida nesta segunda-feira (1), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), se mostrou indignado com o pedido da defesa de Lula para que ele compareça ao velório do neto, e disparou: “Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado”. Continue lendo aqui.
Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum. Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado.
Alessandra Strutzel, que se diz blogueira e youtuber, classificou a morte do neto de Lula, de apenas 7 anos, como uma "boa notícia"; dezenas de pessoas têm feito o mesmo. Saiba como denunciar
O ódio contra Lula e o PT de tempos e tempos se manifesta nas redes sociais. Assim foi com a morte da ex-primeira dama Dona Marisa Letícia, assim foi quando o petista Fernando Haddad foi para o segundo turno das eleições do ano passado, quando centenas de mensagens de ódio começaram a se espalhar nas redes contra os nordestinos, e assim está sendo com a morte doneto do ex-presidente Lula, falecido na manhã desta sexta-feira (1) aos 7 anos de idade.
Alessandra Strutzel, por exemplo, comemorou. “Pelo menos uma notícia boa”, postou em seu Facebook com um emoji de coração e um rosto feliz. Strutzel se diz “blogueira” e “youtuber”. Como muitos dos seus seguidores questionaram a publicação, ela removeu a postagem, não antes de prints de espalharem pelas redes.
Dezenas de outras pessoas fizeram comentários maldosos com a notícia. Boa parte deles ironiza o fato de o ex-presidente Lula querer “se aproveitar” da morte do neto para sair da prisão.
Fórum reuniu prints de algumas dessas postagens. É possível denunciar cada uma delas através da plataforma em que foram postadas, como Facebook e Twitter, e também através do site SaferNet, que recebe denúncias anônimas e dá assessoria jurídica para os mais diferentes tipos de violações nas redes. Confira aqui
O procurador-geral de Israel recomendou acusar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de suborno e quebra de confiança em uma série de casos de corrupção, um movimento significativo que abalou a campanha eleitoral de Israel e poderia significar o fim da ilustre carreira política do premiê.
O procurador-geral Avichai Mandelblit anunciou sua decisão nesta quinta-feira, após mais de dois anos de intensas investigações e deliberações.
A polícia recomendou a Netanyahu indiciar suborno, fraude e quebra de confiança em três casos diferentes, desde a aceitação de doações caras de aliados ricos a influências supostamente comerciais para uma cobertura da imprensa mais favorável.
"O procurador-geral chegou a sua decisão depois de examinar exaustivamente as evidências", informou o comunicado.
A decisão final sobre a acusação só ocorrerá após uma audiência, na qual Netanyahu terá a oportunidade de se defender. Espera-se que esse processo leve muitos meses e seja concluído muito depois das eleições de 9 de abril.
Mas as recomendações imediatamente lançam uma nuvem sobre a campanha e o futuro de Netanyahu.
Uma acusação marcaria a primeira vez na história de Israel que um primeiro-ministro sentado foi acusado de um crime. O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert cumpriu pena por corrupção, mas já havia renunciado quando foi acusado.
Netanyahu não olha para isso tranquilamente. Ele nega qualquer irregularidade e chama as diversas alegações de que uma caça às bruxas orquestrada pela mídia visava removê-lo do cargo. Ele prometeu continuar e está em impasse nas pesquisas, 40 dias antes de os israelenses votarem.
Netanyahu agendou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira para responder à decisão do procurador-geral.
Em um último esforço para impedir a divulgação pública de uma acusação, o partido Likud de Netanyahu pediu à Suprema Corte que a adiasse até depois das eleições. Mas o tribunal rejeitou o pedido na tarde de quinta-feira, potencialmente abrindo caminho para um anúncio do procurador-geral.
Apesar dos pedidos da oposição para que Netanyahu renuncie, o Likud e seus outros parceiros de coalizão nacionalistas alinharam-se com ele até agora, mas descartaram-se sentados em um governo liderado por seu principal oponente, o chefe militar aposentado Benny Gantz.
Enquanto os primeiros-ministros israelenses não são obrigados por lei a demitir-se se forem acusados, a perspectiva de um primeiro-ministro em julgamento enquanto dirige simultaneamente o país seria território não mapeado.
A decisão de Mandelblit pode galvanizar os partidários linha-dura de Netanyahu, que o veem como vítima de uma acusação excessivamente zelosa, ou transformar defensores mais moderados contra ele, que se cansou de seu longo domínio manchado por acusações de corrupção e hedonismo de longa data.
De qualquer forma, as próximas eleições parecem estar se transformando em um referendo sobre Netanyahu, enquanto ele procura se tornar o mais antigo premiê servindo na história de Israel. Netanyahu foi primeiro ministro desde 2009 e cumpriu um mandato anterior entre 1996 e 1999.
O presidente estadunidense Donald Trump, com quem Netanyahu forjou uma conexão próxima, ofereceu ao líder israelense um impulso antes do anúncio esperado.
"Eu só acho que ele tem sido um excelente primeiro-ministro e eu não sei sobre sua dificuldade, mas você me diz algo que as pessoas têm ouvido falar, mas eu não sei sobre isso", declarou em resposta a uma pergunta em Hanói, onde ele estava para uma segunda cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
"Eu posso dizer isso: ele fez um ótimo trabalho como primeiro-ministro. Ele é forte, esperto, forte", acrescentou Trump.
Netanyahu voltou correndo de uma missão diplomática a Moscou, e uma reunião com o presidente Vladimir Putin, para preparar a refutação esperada para as acusações na quinta-feira.
As mais sérias alegações contra Netanyahu envolvem seu relacionamento com Shaul Elovitch, o acionista controlador da gigante de telecomunicações de Israel, Bezeq.
Mandelblit recomendou uma acusação de suborno no caso com base em evidências coletadas de que os confidentes de Netanyahu promoveram mudanças de regulamentação no valor de centenas de milhões de dólares para a Bezeq.
Em troca, eles acreditam que Netanyahu usou suas conexões com Elovitch para receber uma cobertura positiva da imprensa sobre o popular site de notícias Walla, da Bezeq. A polícia disse que a investigação concluiu que Netanyahu e Elovitch se envolveram em um "relacionamento baseado em suborno". Uma acusação relacionada contra a esposa de Netanyahu, Sara, foi descartada.
A declaração de Mandelblit disse que havia uma opinião unânime entre os investigadores de que a relação entre Netanyahu e os Elovitches constituía suborno.
"Todos concordaram que havia provas suficientes para provar que os benefícios foram dados a Netanyahu por Elovitch e sua esposa, Iris Elovitch, e foram levados por Netanyahu em troca de ações que ele tomou como parte de seu trabalho", pontuou.
Mandelblit também entrou com violação de encargos de confiança em dois outros casos. Uma envolve aceitar presentes de amigos bilionários, e a segunda gira em torno de alegadas ofertas de legislação vantajosa para um grande jornal em troca de uma cobertura favorável.
O escritório de Mandelblit disse que o momento da audiência de Netanyahu seria definido em um futuro próximo, em coordenação com os advogados do primeiro-ministro.