Um bolsominion típico.
DCM-Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, um dos assassinos que atacaram a Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, era fã de Walking Dead, a série sobre zumbis, de pistolas, de facas, de Bolsonaro — e da morte.
Pouco antes do atentado, “Guilherme Alan”, como se identificava no Facebook, publicou trinta fotos em que vestia roupas negras e a máscara de caveira com as quais se suicidou após o massacre.
Ele curtia páginas como “Um amor: Armas”, “Eu Amo Armas” e “Portal Armas de Fogo”.
Compartilhava fotos também de facas, arsenais, bombas e vídeos de atiradores.
Estava num grupo de 13 mil membros dedicado a adeptos da cutelaria. Morreu com os objetos de desejo.
Em 2018, fez campanha para Jair Bolsonaro.
Republicou uma imagem de Bolsonaro abraçado a policiais e a legenda “O meu candidato é apoiado pela polícia, o seu é procurado por ela”.
Entusiasta da página oficial de JB, deu like em várias postagens indigentes e odientas envolvendo Lula.
Compartilhou uma postagem de Eduardo Bolsonaro com um retrato de um cabo morto e, embaixo, homens na cadeia.
“Para quem tem pena de bandido assassino”, escreveu Eduardo.
Numa foto de que Guilherme gostou, Eduardo aparece com o que parece ser um fuzil e os dizeres: “Às vezes me pego pensando, por que o MST nunca invadiu minha propriedade?”.
Seguia contas fascistoides como Bolsonaro Opressor 2.0, especializada em difamação, calúnia e papagaiada raivosa contra “esquerdopatas”.
Mensagem de Guilherme no fórum extremista Dogolachan |
Marielle Franco também não era poupada por Guilherme.
Junto com seu comparsa Luiz Henrique de Castro, de 26 anos, frequentou comunidades extremistas para juntar dicas para executar seu plano.
Num fórum chamado Dogolochan, trocaram informações com outras pessoas.
O Dogolochan foi criado em 2013 por um hacker chamado Marcelo Valle Silveira Mello.
Conhecido como Psy ou Batoré, Mello foi a primeira pessoa condenada na Justiça brasileira por crime de racismo na internet em 2009.
Pegou um ano e dois meses de prisão. É criador de uma criptomoeda em homenagem a Bolsonaro.
O fórum de extrema direita é um esgoto aberto para racismo, xenofobia, misoginia e toda espécie de sociopatia.
O administrador deu detalhes de como ajudou os dois a conseguir armas e descreve Guilherme como “um bom garoto que acabou descobrindo da pior forma possível que brincadeiras podem se tornar pesadelos reais”.
O Brasil é um país doente, governado por um adorador da violência, amigo das milícias, que acha normal o filho visitá-lo com uma Glock no hospital, dividir com os brasileiros um vídeo de golden shower, ameaçar levar seus adversários para “a ponta da praia” — noves fora tudo.
Guilherme é sintoma.
Outros Guilhermes estão por aí.
Bem vindo a uma sucursal vagabunda dos EUA — ou ao inferno, dependendo de sua perspectiva.
Armas, violência e Bolsonaro: o culto dos atiradores deSuzano
OLHAR DIGITAL: Justiça determina suspensão do jogo 'Bolsomito 2k18' após pedido de MP
Lançado no dia 5 de outubro, dois dias antes do primeiro turno, o “Bolsomito 2K18” coloca o agora presidente eleito Jair Bolsonaro em luta corporal contra grupos opositores. Entre os alvos, estão pessoas negras, população LGBT, eleitores do Partido dos Trabalhadores (PT), integrantes do MST e outros. No trailer, há inclusive uma cena que insinua que o protagonista atropela e mata seus adversários com um caminhão.
REPERCUSSÃO DO CASO NAS REDES SOCIAIS:
Absurdamente, Bolsonaro quando candidato pergunta a uma criança: “você sabe atirar, sabe dar tiro?”#ChegaDeArmas #BastaDeViolencia pic.twitter.com/CZRa0BPRpJ— 🌹Āηgєℓ Jσηєѕ (@AngelJones_1330) 14 de março de 2019
Depois dessa apreensão na casa ao lado, alguém ainda acredita que esse vídeo foi feito nos USA! Tenha dó! Bolsonaro um Governo de Milícias!Retuitem. pic.twitter.com/pPDwIj1YUg— A facada foi no pobre! (@facadanopobre) 13 de março de 2019
O facebook tirou do ar as páginas dos assassinos de Suzano, pois os dois eram fervorosos bolsonaristas. Se fossem lulistas, a Globo estaria interrompendo novela para anunciar.— Jota Camelo Lula da Silva (@ojotacamelo) 13 de março de 2019
JORNAIS:
Hoje,antes da tragédia em Suzano,Bolsonaro novamente dá mau exemplo aos brasileiros ao dizer que dorme com arma do lado da cama no Palácio do Alvorada.— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) 13 de março de 2019
Sempre incentivando a violência.
Lamentável a atitude do vizinho do assassino de Marielle! #ArmasNão https://t.co/IensizyzFi
Em Suzano, população cai na real e vaia Doria, governador de São Paulo— Jornalistas Livres (@J_LIVRES) 13 de março de 2019
Doria banalizou a violência na campanha eleitoral, quando defendeu armas, ao lado de Bolsonaro. A população acordouhttps://t.co/Q4qaeUYcJ6
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