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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Lula indica para presidente do Banco Central diretor que defende a atual política de juros


A AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA é uma associação sem fins lucrativos que estuda e divulga fatos sobre o endividamento público e seus desdobramentos


Auditoria Cidadã da Dívida
 

Os jornais noticiaram que o Presidente Lula indicou, para ser o próximo Presidente do Banco Central, o economista Gabriel Galípolo, que, conforme temos divulgado em posts anteriores, tem votado junto com o atual Presidente Roberto Campos Neto na manutenção da altíssima Taxa Selic, usada como base para os ganhos dos rentistas da dívida pública.

Tais decisões têm sido tomadas sempre sob o equivocado argumento de controle inflacionário, mesmo que a inflação no Brasil esteja dentro da meta, e não esteja relacionada a uma suposta demanda aquecida, mas a preços administrados pelo próprio governo e outros preços que também não caem com a alta de juros.

Se, por um lado, apoiadores do governo poderiam argumentar que o Senado reprovaria um nome comprometido com uma forte queda nos juros, por outro lado, tal argumento mostra a importância de se alterar a estratégia do governo, já que desta forma nunca se conseguirá alterar de fato a política de juros do Banco Central, tão criticada pelo Presidente Lula.

Já passou da hora de o governo decretar a auditoria da dívida pública, que tem relação direta com as insanas taxas de juros praticadas no Brasil.

Para surtir os efeitos necessários, a auditoria deve ser integral, com participação social (como no Equador e Grécia), e deve denunciar os mecanismos que geram dívida sem contrapartida; mostrar quem se beneficia desse Sistema da Dívida que atua no Brasil, além de demonstrar para toda a população que essa dívida não tem servido para investimentos sociais, mas para pagar os próprios juros e mantê-los elevados, amarrando toda a economia do país.


#InteressePúblico #AuditoriadaDívidaJá#AuditoriaCidadãdaDívida #AuditoriaJá #ACD



Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Carta Aberta a Candidatos(as) nas Eleições Municipais 2024

 

A AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA é uma associação sem fins lucrativos que estuda e divulga fatos sobre o endividamento público e seus desdobramentos


Auditoria Cidadã da Dívida

Às vésperas das eleições municipais de 2024, a Auditoria Cidadã da Dívida lança uma Carta Aberta a candidatos(as), pedindo seu compromisso com a auditoria da dívida pública, conforme previsto na Constituição Federal. O documento (Leia e baixe a carta na íntegra) destaca como os municípios enfrentam graves desafios sociais e econômicos, enquanto grande parte dos recursos federais é destinada ao pagamento de juros e amortizações da dívida, em detrimento de investimentos essenciais em áreas como saúde, educação e segurança.

A Carta propõe seis perguntas objetivas a candidatos(as), buscando esclarecer suas posições sobre a auditoria da dívida, a securitização de créditos e o arcabouço fiscal. As respostas, que podem ser SIM ou NÃO, serão amplamente divulgadas nas redes sociais da Auditoria Cidadã da Dívida, oferecendo a eleitores(as) uma visão clara do compromisso de candidatos(as) com a transparência e a justiça fiscal.
Essa iniciativa é uma oportunidade para candidatos(as) mostrarem seu compromisso com uma gestão pública responsável, que priorize os interesses da população e a justiça social. A Auditoria Cidadã da Dívida convida todos os candidatos e candidatas a aderirem a essa causa e a integrarem esses temas em seus programas de governo e plataformas de campanha.


Orientação aos Núcleos


A Carta deverá ser enviada a TODOS OS PARTIDOS POLÍTICOS.
Só poderemos divulgar a resposta de candidatos se o respectivo Núcleo da ACD tiver comprovação do envio da carta por email (do email institucional do Núcleo), para todos os partidos no município, e, adicionalmente, comprovar que todos os partidos receberam (pedir que confirmem o recebimento por email ou carta por AR, comprovando o recebimento por todos).
Essas exigências fazem parte da legislação eleitoral e a entidade da sociedade civil que não cumprir fica sujeita a elevadas multas, por isso pedimos a observância por parte de todos os Núcleos da ACD e desde já agradecemos.

Acesse a carta aqui ou logo abaixo:








Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


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terça-feira, 16 de julho de 2024

DÍVIDA PÚBLICA: AUSÊNCIA DE INVESTIMENTOS, PRIVILÉGIOS PARA O SETOR FINANCEIRO E MENOS DIREITOS SOCIAIS


A coordenadora nacional da ACD publica artigo essencial que revela como a chamada dívida pública no Brasil tem servido mais aos interesses de bancos e grandes corporações do que ao desenvolvimento socioeconômico do país.


Auditoria Cidadã da Dívida
 

Maria Lucia Fattorelli, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD), publica um artigo essencial que revela como a chamada dívida pública no Brasil tem servido mais aos interesses de bancos e grandes corporações do que ao desenvolvimento socioeconômico do país.

Ela mostra que, enquanto mantém privilégios de recursos destinados ao setor financeiro, a dívida não tem qualquer contrapartida em investimentos e gera impacto negativo sobre os direitos sociais da população.

Para entender profundamente como o endividamento público impede o nosso desenvolvimento, leia o artigo completo no site da Auditoria Cidadã da Dívida.


👉  Acesse e informe-se! 👈




Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


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sábado, 25 de maio de 2024

RS: TRAGÉDIA AMBIENTAL, PARASITISMO PRIVADO E DÍVIDA PÚBLICA


O artigo discute a complexa situação econômica do estado do Rio Grande do Sul (RS), destacando a interação entre a dívida pública, a gestão fiscal e os impactos da recente tragédia ambiental.


 Auditoria Cidadã da Dívida

José Menezes Gomes[1] e Osvaldo Coggiola[2]


O governo federal anunciou a suspensão do pagamento do serviço da dívida do Rio Grande do Sul com a União por um período de três anos. De acordo com o governo, os fundos não usados para o pagamento deverão compor um fundo a ser utilizado para a reconstrução pós-enchentes. A suspensão seguiu para análise do Congresso. O Rio Grande do Sul já faz parte do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), criado em 2017 para ajudar os estados com níveis altos de endividamento em relação às receitas. A adesão ao RRF dependia de manifestação de interesse do estado e de homologação pelo governo federal. Em troca, os governos estaduais devem aprovar um plano de recuperação, adotando algumas medidas para o equilíbrio fiscal, como a implementação de um teto de gastos. Segundo o Ministério da Fazenda, a dívida do RS com a União somava R$ 95,7 bilhões. Segundo o governo estadual, a dívida cresceu por conta da fórmula adotada pela União para corrigir os valores devidos, um pleito óbvio em sua legitimidade. Em 2024, até o momento, foram pagos aproximadamente R$ 1,2 bilhões pelo RS. A estimativa era de um pagamento total de R$ 3 bilhões neste ano – pagamento suspenso pela medida anunciada.

A dívida interna do Rio Grande do Sul remonta à década de 1990, quando o débito somava R$ 7,7 bilhões (ou seja, houve um incremento da dívida de quase R$ 90 bilhões em duas décadas, em valores nominais – sem atualização). Também foram liberadas linhas de crédito de R$ 2,5 bilhões no âmbito do Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (Proes), criado em 1996. A iniciativa do governo federal visa evitar gastos de R$ 11 bilhões (correspondentes ao somatório de 36 parcelas da dívida) e mais R$ 12 bilhões com os juros da dívida, durante um período de três anos. Se trata de suspensão do pagamento por esse período, já que esse valor não pago terá de ser desembolsado: a medida apenas suspende temporariamente os pagamentos. Com isso, apenas se prolonga o drama, pois RS terá que pagar o atrasado, o que poderá levar ao seu colapso fiscal, considerando que o estado terá uma grande redução de sua atividade econômica, como fruto da atual tragédia, que resultará na redução de suas receitas, já que não pode elevar a carga tributária.

Se trata de um problema geral, agravado pela enchente. No Brasil, mesmo com a criação Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, de 4 de maio de 2000, que estabelecia limite de gastos sociais da União, estados, Distrito Federal e municípios, a dívida pública continuou a crescer. Conforme Arildo B. Oliveira, presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), 90% do PIB industrial do RS está alagado, embaixo da água. Haverá, portanto, uma queda da atividade econômica que levará a uma queda da arrecadação ainda maior. Todavia, o quadro fiscal do RS se torna mais delicado quando constatamos que o estado já se encontrava sob o RRF, regime aplicado para “ajudar” os estados com elevados níveis de endividamento em relação às suas receitas, sem tocar nas causas da crise fiscal. Os estados que aderiram ao RRF são: Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás. De acordo com o governo, os estados devem cerca de R$ 740 bilhões. A maior parte está concentrada em SP, RJ, RS e MG. O RRF é um plano de recuperação financeira, com medidas de austeridade visando o equilíbrio fiscal, introduzindo um teto de gastos, previdência complementar e privatizações. Com o programa, a dívida contraída pelos estados junto à União é parcelada e paga de forma escalonada. O plano do RS prevê parcelamento até 2030, quando o estado deveria, segundo se diz, ter condições de quitar os débitos. Na essência temos uma nova dimensão de teto de gastos, já que o limite dos gastos foi exigência nas várias etapas de renegociação, seja em 1997, quando a dívida foi federalizada pela Lei 9496/97 e rolada por 30 anos, ou pela Lei Complementar 156, que em 2016 rolou essa dívida por mais 20 anos.

A dívida pública do Rio Grande do Sul segue a mesma trajetória daquela dos demais estados brasileiros. Replicou a política do Banco Mundial de combate à pobreza, justamente depois de tê-la incentivado através de medidas que geraram amplificação das desigualdades regionais e sociais. A dívida atual teve sua origem no endividamento externo, especialmente depois do golpe cívico militar de 1964. Esse endividamento, conforme o Banco Central, teve início em 1952; se encerrou em 2000 (consideramos o período de 1948 a 2003) e teve várias fases. No primeiro momento foi baseado, como dito, em empréstimos externos; só no final dos anos 1980 teve início o processo de internalização da dívida estadual. A partir de 1997, com a Lei 9496/97, a dívida foi federalizada. Seus empréstimos ocorreram na área de eletrificação, usinas térmicas, telecomunicações, portos, contenção de enchentes, sistema rodoviário, companhia estatal de energia, refinanciamento da dívida externa, constituição do SIVAM, combate à pobreza e ao êxodo rural. Essa dívida foi marcada por profunda ilegitimidade, como demonstrou a CPI da dívida pública de 2009 a 2010. Em boa parte, esses empréstimos serviram para a implantação de infraestrutura necessária para a acumulação de capital, processo que tentava legitimar governos apoiadores da ditadura militar.

Como se tratava de empréstimos, principalmente, junto ao “euromercado” de moedas, que praticavam juros flutuantes, essas dívidas explodiram quando os EUA elevaram a taxa de juros de 5% para 20%, em 1979, em momentos em que se tentava estabilizar a moeda estadunidense e revalorizar o dólar. Tal iniciativa exigiu, naquele momento, ajuste fiscal para pagar um volume maior de juros, o que acabou contribuindo para a crise financeira dos estados no Brasil, o que acabou levando ao surgimento da Lei 9496/97 que federalizou as dívidas dos estados. No gráfico abaixo podemos ver a trajetória da dívida do Rio Grande do Sul:


Auditoria Cidadã da Dívida

O crescimento da dívida dos países tomadores tornou-se ainda mais acelerado a partir de 1994, com a política de juros altos usada para garantir a estabilidade do Plano Real. A crise mexicana de 1995, a asiática de 1997 e a russa de 1998, acabaram levando a uma elevação da taxa básica de juros no Brasil.  O elemento mais marcante da elevação da dívida dos estados brasileiros foram as regras impostas a cada um para rolar essa dívida por 30 anos. No caso do RS (e da maioria dos estados) a União cobrou uma taxa de 7,5% ao ano mais IGP – DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) e a obrigação de pagar 13% da receita corrente líquida todo ano. A União adotou a prática de cobrança de juros sobre juros entre entes estatais, chamada de anatocismo. Esse mecanismo acabou por acelerar ainda mais o crescimento da dívida. Depois de vinte anos, já tendo pago três vezes o volume inicial de empréstimos, o RS ainda devia quase quatro vezes esse volume.  Parte considerável dessa dívida pública tem sua origem na dívida do Banrisul, via Proes, assumida pelo governo estadual quando este converteu dívidas privadas do empresariado gaúcho junto a esse banco em dívida pública. Em 2016, quando ocorreu nova renegociação da dívida via Lei Complementar 156, a dívida vinda do Proes – Banrisul era de R$ 11 bilhões. Dívida pública originada na conversão de dívida privada contraída pelas empresas, não honrada por estas, é mecanismo ilegal.

Vale lembrar que os estados tiveram a possibilidade de redução do saldo devedor junto à União: a Súmula 121 do STF declarava ilegal a dívida ou saldo devedor que resultasse da pratica de anatocismo.  Onze estados ganharam liminar junto ao STF com base na súmula, o que poderia reduzir drasticamente a dívida ou, em alguns casos, até transformar o estado em credor junto à União, se fosse retirada a forma ilegal de cobrança de juros do cálculo do saldo devedor. Entretanto, os governadores preferiram renegociar como o governo federal uma nova rolagem da dívida e redução de índices. Com isso, surgiu a Lei Complementar 148, seguida da Lei Complementar 156, que rolou a dívida por mais 20 anos, ao mesmo tempo que permitiu uma nova etapa de endividamento, externo ou interno, dos estados, desde que privatizassem as empresas estatais que restavam e se implementassem políticas de teto de gastos. Em outras palavras, o governo federal rolou a dívida dos estados por 30 anos; 20 anos depois os estados se declaravam em calamidade fiscal e abriram mão de fazer cumprir a Súmula 121, o que levou o Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal, que antecedeu à tragédia; antes dela, o estado já estava hiper endividado.

Outro fator de grande repercussão sobre a situação dos estados resultou das crescentes renúncias fiscais dentro da guerra entre os estados para atrair empresas. Essas renúncias, mais a Lei Kandir, originaram uma grande perda de arrecadação, que comprometeu as despesas de cada ente estatal. A Lei, de 1996, que dispõe sobre o imposto dos estados nas operações relativas à circulação de mercadorias e serviços (ICMS), isenta do ICMS os produtos primários e semielaborados destinados à exportação. No Rio Grande do Sul em particular, a Lei teve um efeito devastador, já que os estados exportadores foram penalizados pela desoneração não compensada pela União. As perdas do RS por ação dessa Lei chegaram a R$ 38 bilhões em 2023, valor que representa quase um terço da dívida atual. Os estados querem flexibilizar algumas determinações do RRF, como o teto de gastos, devido à perda de arrecadação em 2022, por conta da limitação das alíquotas de ICMS sobre alguns produtos, como energia elétrica e combustíveis. A outra demanda dos estados é a mudança nos contratos da dívida, uma redução dos juros do patamar atual — inflação + 4% — para um valor fixo de 3%.

Em outras palavras, o modelo de desenvolvimento em vigor no país, em grande destaque no RS, priorizando a exportação, é a base fundamental de perdas dos estados e compromete suas receitas, o que acaba levando ao um cenário que conduz ao Regime de Recuperação Fiscal. Nos 28 anos de vigência da Lei Kandir temos um dos principais motivos da crise fiscal. Por outro lado, o agronegócio, que recebe todas atenções das três esferas do poder público, é o grande responsável pela queda na arrecadação do Estado e o principal responsável pelas mudanças climáticas que estão no centro da atual tragédia das enchentes, que foi antecedida por uma grande seca na região.


Auditoria Cidadã da Dívida

O gráfico acima evidencia que o quadro se servidores do RS teve uma grande redução entre 1991 e 2017 e não pode ser responsabilizado pelo aumento das despesas do Estado. A redução de servidores é um obstáculo para o bom funcionamento dos serviços públicos, fundamentais num momento de calamidade. Os problemas do RS, em síntese, são: elevada dívida pública junto ao União, grande renúncia fiscal, produto da guerra fiscal ou da Lei Kandir, desmonte da máquina pública com intenso processo de privatização. O RS foi um grande laboratório de políticas neoliberais e antissociais, com uma bancada parlamentar na sua maioria alinhada no bloco BBBB (boi, bíblia, bala e bancos), sempre atuante nas pautas políticas mais conservadoras. A realização de uma auditoria cidadã da dívida do RS é tarefa fundamental para revelar o caráter ilegal e de classe dessas dividas, demonstrando que foram contraídas para impulsionar a acumulação privada de capital, inviabilizando políticas sociais, prevenção dos desastres ambientais e atenção à população danificada quando eles acontecem. O vínculo entre a dinâmica predadora e espoliadora do capital, as mudanças climáticas e os desastres ambientais foi e continua sendo analisado e demonstrado por muitos pesquisadores. Falta evidenciar o efeito das catástrofes climáticas na crise e decomposição do capitalismo, das quais o “sistema da dívida” é prova mor, que conduzem a tragédias sociais e humanitárias, como no RS, fazendo dessa evidência programa e bandeira de luta do movimento dos trabalhadores. Suspensão dos pagamentos e auditoria das dívidas: essa é a bandeira.

 

[1]      Professor de Economia na Universidade Federal de Alagoas; coordenador do núcleo alagoano pela auditoria da dívida e membro do Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais da UFAL e membro da Rede de Cátedras – RICDP.

[2]      Professor Titular do Departamento de História (FFLCH) da Universidade de São Paulo.


#DividaPublica #AuditoriaJá #AuditoriaCidadã



Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


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sábado, 11 de maio de 2024

GOVERNO AFIRMA QUE QUER DESVINCULAR O SALÁRIO MÍNIMO DA PREVIDÊNCIA E ACABAR COM O ATUAL PISO DE RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO


Nem FHC, nem Temer, nem Bolsonaro tiveram coragem de fazer essa desvinculação, que pode provocar graves perdas para aposentados


Auditoria Cidadã da Dívida

Conforme mostrou o Portal Uol, “Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira, a ministra da Planejamento, Simone Tebet, disse que já discute com sua equipe um cardápio de propostas que inclui a desvinculação de aposentadorias e benefícios sociais da política de ganhos reais do salário mínimo, avaliando também alternativa para o piso de despesas com Educação.” (Saiba mais )

Nem FHC, nem Temer nem Bolsonaro tiveram coragem de fazer essa desvinculação, que pode provocar graves perdas para aposentados . O argumento é sempre o mesmo: o de que o governo não teria recursos para estes aumentos reais (das aposentadorias e do piso de recursos para a Educação), aumentos estes que já têm sido bastante limitados.

Enquanto isso, o gasto com juros e amortizações da dívida pública federal – a verdadeira vilã do orçamento – continua sem limite algum: quase R$ 1 TRILHÃO (R$ 904 bilhões) somente até 2 de maio, ou 53% de todos os recursos pagos pelo governo federal até essa data.


 

#DireitosSociais #AuditoriaCidadãdaDívida #AuditoriaJá #ACD

 Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


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sexta-feira, 19 de abril de 2024

DIREITO À SAÚDE FAZ PARTE DA CAMPANHA NACIONAL PELOS DIREITOS SOCIAIS


Programar 4,06% do orçamento federal para a saúde, ao mesmo tempo em que se programa 45,98% do orçamento federal anual para juros e amortizações da dívida pública, não é seguir na direção da garantia do direito à saúde.


Auditoria Cidadã da Dívida

Conforme a pesquisa “Conta-Satélite de Saúde: Brasil 2010-2021”, realizada pelo IBGE, o Brasil é um dos países que menos investe recursos públicos na área da saúde, em comparação a países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Em 2021, os governos brasileiros (União, estados e municípios) investiam 4,0% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto os governos de países da OCDE como a Alemanha investiam 11,1% do PIB. Isto desconsiderando o fato de que o PIB per capita de países desenvolvidos é muito maior que o nosso.

Confiram a pesquisa completa aqui, página 3.

Certamente, programar 4,06% do orçamento federal para a saúde, ao mesmo tempo em que se programa 45,98% do orçamento federal anual para juros e amortizações da dívida pública, ainda não auditada, não é seguir na direção da garantia do direito à saúde.

Essa luta é nossa! Conheça a Campanha Nacional por Direitos Sociais! Acesse a página.

Entre em contato com a Coordenação (campanhapordireitossociais@gmail.com) e faça parte desta Campanha.

#DireitosSociaisJá



Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


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sábado, 17 de fevereiro de 2024

Sistema da Dívida suga recursos que poderiam ir para o Transporte Público


Veja como o Sistema da Dívida está no centro dos problemas brasileiros, incluindo a questão da deficiência no transporte público


Auditoria Cidadã da Dívida

A área do transporte público engloba desde os meios de transporte, como ônibus, trem e metrô, até a mobilidade urbana como um todo, incluindo a infraestrutura e planejamento urbano. Porém, você já percebeu que utilizar o transporte público geralmente é um momento de transtorno? Veículos lotados e em péssimas condições, além da demora na espera. E para piorar, caríssimo! Dentre as tarifas de ônibus mais caras do Brasil, estão Belo Horizonte (MG), Porto Velho (RO) e Curitiba (PR), pelo valor aproximado de R$ 6,00.

Na Constituição Federal, além de um direito social, o transporte possui caráter essencial, então, como é possível que um serviço ESSENCIAL esteja tão defasado? A resposta é simples: o Sistema da Dívida tem consumido a maior parcela do orçamento federal, como resta evidenciado pelos gráficos fornecidos pela ACD. (confira aqui), enquanto a área do transporte deve receber APENAS 0,50% dos recursos federais em 2024.

É preciso avançarmos em pesados investimentos em infraestrutura urbana e transportes coletivos, inclusive para conseguirmos a tão sonhada tarifa zero para a população, com serviços de transporte públicos e gratuitos. Aqueles que costumam alegar a impossibilidade desta medida omitem que o orçamento federal aprovado para 2024 prevê 45,98% dos recursos para o pagamento dos juros e amortizações da dívida pública.

Essa situação pode ser modificada. Através da Campanha Nacional por Direitos Sociais, buscamos a garantia do direito ao transporte e demais direitos sociais, afinal, se é a população que mantém a engrenagem do país girando, é imprescindível que desfrute dos benefícios.

Acesse aqui.



Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida

 

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

O gráfico elaborado pela Auditoria Cidadã da Dívida está correto


Em 2023, o orçamento para cobrir os juros e amortizações da dívida pública consumiu mais de 43% do orçamento da União, enquanto à educação foram destinados apenas 2,97%.


Jornal Extra Classe

Todo ano a Auditoria Cidadã da Dívida (ACD) elabora o gráfico que retrata a destinação de recursos do orçamento público federal, o qual revela o imenso privilégio dos gastos com o Sistema da Dívida.

Cabe ressaltar, inicialmente, que o gráfico é elaborado com dados oficiais, divulgados pelo governo federal, conforme fontes que sempre indicamos em nossas publicações.


No ano de 2023, R$ 1,89 trilhão foi destinado ao gasto com juros e amortizações da dívida pública, correspondente a 43,23% de todos os gastos

 

Enquanto isso, a Educação recebeu apenas 2,97%, a Saúde 3,69%, Ciência e Tecnologia 0,29 %, Gestão Ambiental 0,0895%, Organização Agrária 0,0596%, e assim por diante, evidenciando a péssima distribuição dos recursos públicos que privilegia o Sistema da Dívida, que além de absorver toda a receita obtida com a venda de novos títulos públicos, ainda abocanha vultosos recursos de outras fontes de receitas federais:

Invariavelmente, surgem críticas a esse gráfico elaborado pela ACD, sob o falacioso argumento de que o gasto com a dívida pública estaria exagerado; alguns chegam a dizer que estaria errado, e que a dívida interna federal não significaria um problema para o país, pois estaria sendo meramente “refinanciada” ou “rolada”…

Mostro a seguir as mentiras que estão por trás desses ataques à ACD.

Em primeiro lugar, é preciso evidenciar a centralidade do Sistema da Dívida para a economia brasileira, configurando, de fato, “o problema mais grave das finanças nacionais”, como dizia o nosso saudoso Leonel Brizola.

Ora, se a dívida pública não fosse um problema, por que estamos sendo penalizados com as graves restrições do arcabouço fiscal (Lei Complementar 200/2023), que limita todos os investimentos em áreas essenciais, até o ponto de colocar em risco o cumprimento do piso constitucional da saúde e educação?

Gráfico: ACD/ Divulgação

O próprio governo declarou que as limitações de gastos sociais impostas pelo arcabouço têm o objetivo de “guardar recursos importantes para abatimento do endividamento público”. Portanto, é inegável que essa chamada dívida representa um grande problema.

Em segundo lugar, a dívida tem sido a justificativa para todas as privatizações insanas de patrimônio público que vêm acontecendo desde o governo Collor, passando por todos os demais governos, assim como a desculpa para a retirada de direitos da classe trabalhadora nas sucessivas contrarreformas da Previdência, afetando negativamente a vida da maioria da população.

Dessa forma, o problema da dívida atinge toda a sociedade!

Em terceiro lugar, os gastos com a chamada dívida pública federal absorvem a maior parte do orçamento federal anualmente, como temos demonstrado. As alegações infundadas de que haveria erro no gráfico divulgado pela ACD configuram clara tentativa de esconder a centralidade do Sistema da Dívida e confundir a sociedade que está pagando essa alta conta.


A mentira da mera “rolagem”


A mentira mais divulgada por quem ataca o gráfico da ACD é no sentido de que a dívida interna federal estaria simplesmente sendo “rolada”, isto é, o pagamento de “amortizações” (pagamento de parte do estoque da dívida) estaria sendo feito com recursos obtidos por meio da emissão de novos títulos públicos, e não deveria ser computada no gráfico do orçamento federal.

Na prática, apenas uma parte dos títulos públicos que vencem estão sendo pagos com receita da venda de novos títulos, e essa receita e a correspondente despesa obrigatoriamente têm que constar do orçamento, conforme a legislação vigente e orientação do Tribunal de Contas da União. Ademais, a receita obtida com a venda de novos títulos que é abocanhada pelo Sistema da Dívida deixa de alimentar as demais rubricas orçamentárias, como se vê claramente no gráfico da ACD.

Assim, quem fica dizendo que as receitas financeiras decorrentes da venda de títulos públicos destinada para pagar parte da dívida não deveria constar do orçamento desconhece as normas legais, e omite o fato de que essas receitas poderiam e deveriam estar sendo destinadas para investimentos em nosso desenvolvimento socioeconômico, como fazem os países ricos.

A mentira sobre a “rolagem” já foi desmontada pela ACD com dados oficiais e rebatida em várias publicações, mas torna-se necessário resumir aqui novamente, pois à medida em que aumentam as evidências que escancaram a centralidade do Sistema da Dívida e mais e mais pessoas se conscientizam de que esse sistema deve ser enfrentado por meio de auditoria integral, como consta da Constituição Federal, as infames críticas se repetem.

Caso a dívida estivesse sendo simplesmente “rolada”, como dizem, devido a uma mera troca de títulos antigos por novos, o estoque da dívida se manteria constante, porém, não é isso que está acontecendo: o seu estoque tem crescido ano a ano e já supera R$ 8 trilhões. Além disso, se o pagamento se resumisse a uma “rolagem”, não estaríamos precisando fazer sacrifícios, como os impostos pelo arcabouço fiscal, privatizações, contrarreformas etc. para fazer sobrar mais dinheiro para pagar essa dívida. Então, essa alegação de “simples rolagem” sequer tem lógica.

Mas vamos aos dados, que comprovam a importância do trabalho desempenhado pela ACD e a necessidade de avançarmos na realização da auditoria integral do Sistema da Dívida, com participação social, como luta a Frente Parlamentar instalada recentemente.


Gasto com juros informado a menor pelo governo no SIOP


Em todos os anos, o valor do gasto com juros informado no sistema de contabilidade governamental (Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento – SIOP – rubrica “Juros e Encargos da Dívida”) é muito inferior ao valor efetivamente gasto com juros. Em 2022, por exemplo, o valor do gasto com os juros da dívida informado pelo governo no SIOP foi de R$ 247 bilhões, descaradamente inferior ao que efetivamente foi gasto, estimado, por baixo, em R$ 780 bilhões, conforme cálculo feito da forma mais conservadora possível, apontando uma diferença de mais de 200% entre o informado pelo governo e o estimado com base em dados oficiais.

Em publicação recente, o próprio Tesouro Nacional admitiu que o gasto com “Transações da Dívida Pública”, cuja maior parte corresponde ao gasto com juros da dívida pública federal foi de R$ 772 bilhões em 2022, “o maior do grupo de 53 países analisados”. Essa publicação demonstra que o gasto com juros é de fato muito superior ao que constou no SIOP, e que a estimativa do gasto com juros feita pela ACD estava coerente.

Em 2023, o valor do gasto com juros informado pelo governo foi de R$ 241 bilhões, mais uma vez muito inferior ao efetivamente gasto no ano, estimado em, no mínimo, R$ 863 bilhões. Essa estimativa é feita com base no estoque da dívida pública federal no início de 2023 (R$ 8,106 trilhões) e sequer considera o seu crescimento durante o ano, portanto, trata-se de cálculo conservador, feito com base em dados oficiais e obtido pela multiplicação do citado estoque inicial da dívida no início de 2023 pelo custo médio dessa dívida, informado pelo Tesouro Nacional.

Essa relevante diferença, que mostra a necessidade de somarmos os gastos com juros e amortizações no gráfico elaborado pela ACD, tendo em vista que dentro da rubrica “amortizações”, comprovadamente está a maior parte dos juros pagos, foi objeto de estudo por parte da CPI da Dívida Pública realizada na Câmara dos Deputados Federais em 2009/2010.

Naquela ocasião, restou comprovado que grande parte dos juros pagos tem sido contabilizada como se fosse amortização ou “refinanciamento” (“rolagem”) de seu estoque. Essa prática tem viabilizado o pagamento dos juros (despesa corrente) disfarçados de amortização (despesa de capital), mediante a emissão de mais títulos da dívida que aumentam o seu estoque.

Essa prática burla a Constituição Federal (Art. 167, III) e privilegia o pagamento efetivo de juros, maquiados de “rolagem”. É por causa dessa burla que todo ano temos, nos dados divulgados pelo Tesouro Nacional, um montante de “juros” bem inferior ao efetivamente pago, pois grande parte não é contabilizada como juros, mas como “amortização” ou “refinanciamento” (“rolagem”). Ao mesmo tempo, as “amortizações” aparecem elevadíssimas, porém, o estoque da dívida não se reduz, mas segue crescendo de forma absurda.

Os novos títulos da dívida pública emitidos para pagar a maior parte dos juros passam a fazer parte do estoque da dívida, e sobre esse estoque aumentado incidirão novos juros.

Isso faz com que a dívida interna brasileira cresça exponencialmente e seja uma dívida formada pelo acúmulo de juros sobre juros, sem contrapartida alguma em investimentos públicos, como já comprovado e declarado pelo Tribunal de Contas da União ao Senado.

Adicionalmente, grande parte das amortizações da dívida são pagas em dinheiro advindo de outras fontes de receitas federais, que deveriam financiar investimentos sociais, mas estão sendo destinadas aos gastos com o Sistema da Dívida. Portanto, essa parte das amortizações paga com receitas de outras fontes que não têm nada a ver com a emissão de títulos públicos também não poderiam ser caracterizados como “rolagem”.

Nos últimos três anos, por exemplo, os pagamentos de juros da dívida pública, somados às amortizações feitas com recursos de outras fontes distintas de receitas de títulos públicos chegaram a quase R$ 1 trilhão em cada ano.

Dessa forma, o privilegiado Sistema da Dívida tem consumido todas as receitas auferidas com a venda de novos títulos públicos, as quais são destinadas ao pagamento de juros, mecanismos que geram dívida (como a Bolsa-Banqueiro[1] por exemplo), e dívida anterior, e essa despesa – a maior de todas – deve, necessariamente ser computada no gráfico que retrata o orçamento federal executado. Portanto, o gráfico elaborado pela ACD está correto.

O privilégio do Sistema da Dívida é uma opção política. É dinheiro que deveria ir para investimentos sociais, como corretamente chegou a declarar o presidente Lula no final do ano passado, mas, na prática, continua sendo integralmente consumido no pagamento de juros e mecanismos da própria dívida pública nunca auditada. Seguiremos lutando, até que tenham coragem para enfrentar o Sistema da Dívida e cumprir a Constituição.


Maria Lucia Fattorelli é coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), organismo da CNBB; e coordenadora do Observatório de Finanças e Economia de Francisco e Clara da CBJP. Escreve mensalmente para o Extra Classe

Fonte: Jornal Extra Classe


 

sábado, 20 de janeiro de 2024

ENFRENTAR O SISTEMA DA DÍVIDA PARA ALCANÇARMOS O DIREITO AO DESENVOLVIMENTO

 

Os juros exorbitantes praticados no país inviabilizam o necessário investimento de longo prazo que o processo industrial exige


Auditório Cidadã da Dívida

O orçamento federal aprovado pelo Congresso Nacional para 2024 reserva R$ 2,5 TRILHÕES para juros e amortizações da dívida pública (que não tem servido para investimentos), enquanto a área de “Ciência Tecnologia” deve receber uma quantia 142 vezes menor, e a área da “Indústria”, recursos 1.096 vezes menores.

Além disso, os juros exorbitantes praticados no país inviabilizam o necessário investimento de longo prazo que o processo industrial exige.

Desta forma, o país permanece atrasado em relação aos países desenvolvidos, que sempre estimularam e protegeram a sua indústria com investimentos públicos e juros baixos, oneraram as importações com elevado imposto de importação para proteger a fabricação nacional contra competição desleal, entre outras medidas.

O Brasil falha feio na priorização da Ciência e Tecnologia, e desde 1994, quando foi criada a isenção para compras internacionais de até US$ 50 (R$ 247), a indústria nacional vem derretendo. Quem não se lembra das lojas de produtos a R$1,99 por todo lado?
O tema entrou em evidência nestes últimos dias no Supremo Tribunal Federal em uma ação judicial de iniciativa de entidades representativas da indústria e comércio (CNI e CNC). Porém, é preciso muito mais, para que a indústria nacional volte a crescer, gerando emprego, renda, desenvolvimento tecnológico etc.: é necessário enfrentar o problema da dívida pública, com uma auditoria integral, com participação da sociedade, e limitar os juros. Acesse aqui e saiba mais!


 

Fonte: Auditório Cidadã da Dívida

 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Jornal valor econômico repercute denúncia da ONU: 1/4 das receitas governamentais no Brasil é destinado para pagar juros da dívida pública


Segundo o Jornal Valor Econômico do último sábado (6/1/2024), a “ONU mostra que os pagamentos de juros aumentaram significativamente nos países em desenvolvimento”


Auditoria Cidadã da Dívida


Analisando-se o gráfico disponível na publicação original da ONU (leia aqui), disponível abaixo, verifica-se que, considerando dados de 2022, o Brasil destina um quarto da receita governamental para o pagamento de juros.



Importante ressaltar que este percentual de 25% (das receitas governamentais destinadas para pagamento de juros da dívida pública) difere dos 46,30% constantes no gráfico de pizza da Auditoria Cidadã da Dívida, que considera todas as receitas (inclusive as provenientes de novos empréstimos) e todos os gastos com o serviço da dívida pública, incluindo as amortizações (ou seja, o pagamento do principal da dívida), que também poderiam estar sendo destinados para investimentos sociais.

Ainda segundo o Relatório da ONU, em sua página 35, “os custos dos empréstimos são acompanhados por uma diminuição nas perspectivas de crescimento e pela mobilização de recursos internos abaixo da média. O aumento contínuo do pagamento de juros está desviando cada vez mais recursos para longe dos gastos com saúde, educação, proteção social e outras áreas do desenvolvimento sustentável”.

Em suma: não é somente a Auditoria Cidadã da Dívida que está mostrando que essa “dívida pública” tem impedido o desenvolvimento nacional, mas também a ONU e até mesmo o jornal Valor Econômico.


 

domingo, 7 de janeiro de 2024

Vilões do clima pregam sustentabilidade na COP28, mas deixam rastro de devastação no Brasil


A Braskem, envolvida na maior tragédia ambiental urbana do mundo, em Maceió, desistiu de participar após críticas pela tragédia que protagonizou em Alagoas


Auditoria Cidadã da Dívida

Braskem, Vale, JBS, Cargill, Marfrig, Norsk Hydro, todas estas organizações são amplamente conhecidas como poluentes e causadoras de danos ambientais. O que elas têm em comum? Todas elas estavam na programação da COP28, a conferência do… CLIMA! Isso mesmo, enquanto deixam um rastro de devastação no Brasil, tentam posar de bonzinhos para o mundo por meio de seu poderio econômico, o chamado greenwashing, como mostra conteúdo do portal do MST.

A Braskem, envolvida na maior tragédia ambiental urbana do mundo, em Maceió, desistiu de participar após críticas pela tragédia que protagonizou em Alagoas. Leia texto na íntegra, na Página do MST.

As empresas do setor primário exportador pregam “sustentabilidade”, mas na prática ajudam a destruir o meio ambiente. Para que? Para exportar nossas riquezas e garantir a entrada de dólares no país, reforçando as reservas internacionais, que têm servido para comprar a confiança dos rentistas da dívida pública, estrangeiros e nacionais. Desta forma, mantendo grande quantidade de dólares, o Banco Central garante que qualquer rentista da dívida pública “interna”, estrangeiro ou brasileiro, possa trazer seus recursos para o país, ganhar rios de dinheiro com nossos juros altíssimos, e depois trocar por dólares e enviar de volta para o exterior, sem limite algum, quando quiser.

Veja aqui como esse processo acontece no brilhante artigo escrito pelos pesquisadores Yamila Goldfarb e Marco Antonio Mitidiero, que participou recentemente da audiência pública sobre política de juros na Câmara Federal e também de uma live promovida pela ACD.


 

sábado, 30 de dezembro de 2023

Live sobre Arcabouço Fiscal é a mais assistida do ano


Com mais de 5 mil visualizações, a Live “Projeto de lei do Arcabouço Fiscal contradiz Lula” foi a mais assistida do ano. No vídeo, explicamos que o novo Arcabouço Fiscal (PLP 93/2023, já transformado na Lei Complementar 200/2023) deixa o gasto com juros da dívida e seus mecanismos fora de qualquer teto ou controle.



O Sistema da Dívida é e pode ser enfrentado mediante a realização da auditoria e o controle dos gastos com juros da dívida pública.

Durante o ano de 2023, dedicamos esforços significativos para abordar esse tema a fim de disseminar o conhecimento entre a população, pois essa é a nossa maior arma contra aqueles que acreditam ter carta branca para agir como desejam em nosso país.

Veja essa live e entenda o Novo Arcabouço Fiscal. Assista:




 

Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Fattorelli comenta fala do presidente Lula sobre dívida para investimento


A coordenadora nacional da ACD entende como correta a fala do presidente, pois o papel correto da dívida pública é servir para investimentos de interesse da sociedade, como fazem os países ricos, e não para especulação. Assista ao vídeo:




O presidente Lula levantou uma questão crucial durante seu discurso no Conselhão, que tem tido grande repercussão na grande mídia. Ele provocou os interesses do mercado, acostumado a ter toda a dívida a seu serviço ao questionar “Qual é o problema de endividar o país para empregar em investimentos?”

A coordenadora nacional da ACD, Maria Lucia Fattorellli, entende como correta a fala do presidente, pois o papel correto da dívida pública é servir para investimentos de interesse da sociedade, como fazem os países ricos, e não para especulação, conforme explica no vídeo curto disponível em nosso canal no Youtube


 

Fonte:  Auditoria Cidadã da Dívida


quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Precisaremos esperar a dívida tomar todo o orçamento para realizar a auditoria?


A grande imprensa continua propagandeando que a dívida tem crescido por causa dos gastos sociais, e não por causa dos juros abusivos e demais mecanismos financeiros ilegítimos que combatemos e denunciamos diariamente.



A preocupação do mercado com o aumento da dívida e a responsabilidade fiscal do país pode até parecer nobre para alguns, mas lá no fundo, todos sabemos bem que o real motivo de todo este alarde em torno do tema da dívida está no medo de que se alterem os privilégios que marcam a maneira ERRADA como a política econômica brasileira tem atuado, beneficiando principalmente banqueiros, rentistas e o setor financeiro de modo geral.

A grande imprensa continua propagandeando que a dívida tem crescido por causa dos gastos sociais, e não por causa dos juros abusivos e demais mecanismos financeiros ilegítimos que combatemos e denunciamos diariamente, como a remuneração da sobra de caixa, os escandalosos contratos de swap, os prejuízos do Banco Central e toda a gastança financeira obscura que só será revelada por meio da auditoria integral com participação social.
 
Lutar pela realização da auditoria significa garantir transparência a essa dívida que todos os brasileiros e brasileiras pagamos à custa de muito sacrifício. Isso nos motiva a seguir trabalhando diariamente. Afinal, esse dinheiro sai do nosso bolso e temos o direito de saber quanto e a quem estamos pagando, já que toda essa dívida é a principal responsável pelo sucateamento do Estado, pelas privatizações insanas, pelas contrarreformas e todos os cortes na saúde, educação e demais áreas vitais para a nossa população. AUDITORIA JÁ!



"Não falta dinheiro no Brasil, mas ele está sendo usado para pagar juros abusivos", diz Fattorelli




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terça-feira, 24 de agosto de 2021

Grande mídia elogia Bolsa Banqueiro e se recusa a publicar contraponto da ACD


O jornal “Valor Econômico” publicou artigo de ex-chefe de Departamento do Banco Central com o título “Depósitos voluntários e dívida pública: PL resgata a competência do BC para emitir títulos próprios, proibida pela LRF”.


Auditoria Cidadã da Dívida

O referido artigo elogia o fato de a Lei ordinária 14.185/2021 ter revogado parte da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei complementar 101/2000) para viabilizar o pagamento da Bolsa-Banqueiro. O autor explica que para operacionalizar esse pagamento, o Banco Central terá que voltar a emitir títulos públicos, o que é proibido pela LRF.

Visando contribuir para o necessário debate de ideias e mostrar o outro lado da questão, a coordenadora da ACD Maria Lucia Fattorelli enviou ao Valor Econômico o artigo “Vale até revogar a chamada ‘LRF’ para garantir o overnight aos bancos?” O texto expressa outro ângulo de visão e mostra a forma sorrateira como a chamada “Lei de Responsabilidade Fiscal” foi revogada para garantir mais lucros para bancos.

Em seu próprio manual de Princípios Editoriais, o Grupo Globo, ao qual pertence o Valor Econômico, afirma ter compromisso com o contraditório. Apesar disso, o Valor recusou a publicação do nosso artigo na coluna “Opinião”, afirmando que estes princípios são aplicados para reportagens e que “não é orientação do jornal dar o mesmo espaço de artigo para quem tiver uma opinião contrária, pura e simplesmente…”. Nos foi oferecido apenas um espaço na seção de “Cartas”, de até 400 caracteres, ou seja, apenas 5 linhas!

A ACD irá buscar um novo veículo que de fato cumpra o papel de levar informações à sociedade, principalmente porque essa injustificada BOLSA-BANQUEIRO está sendo paga aos bancos com dinheiro da sociedade.

Esse fato comprova, mais uma vez, que quando os interesses do poder financeiro estão envolvidos, a grande mídia só ouve um lado da história e não há espaço para que “os diversos ângulos que cercam acontecimentos” sejam mostrados. A grande mídia tem lado! Por isso é tão importante que compartilhem, comentem e fortaleçam nossas redes sociais. Seguiremos fazendo a nossa parte e contamos com vocês!

Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


Auditoria Cidadã da Dívida

O Banco Central é independente só para atender aos interesses dos bancos

Assista ao Vídeo


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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

O MODELO ECONÔMICO ERRADO PRODUZ ESCASSEZ (Semana 8 – “É HORA DE VIRAR O JOGO”)


 Lembra do que falamos antes? O Brasil é riquíssimo e o cenário de escassez é fabricado!


Auditoria Cidadã da Dívida

O cenário de escassez é produzido pelo modelo econômico aplicado no Brasil e os principais eixos que sustentam esse equivocado modelo são os seguintes:

– Sistema da Dívida, que usa o instrumento de endividamento público como um mecanismo de transferência de recursos públicos para bancos;

– Política monetária suicida praticada pelo Banco Central, que amarra a economia brasileira com a prática de juros altíssimos e falsa escassez de moeda provocada pelas operações compromissadas, que remuneram a sobra de caixa dos bancos;

– Modelo tributário regressivo, que faz com que os mais pobres paguem muitos tributos embutidos em tudo que consomem, enquanto os elevados lucros, fortunas, remessas ao exterior e produtos de luxo fiquem isentos e, em muitos casos, grandes corporações ainda recebem incentivos fiscais;

– Exploração mineral predatória e agronegócio voltado para exportação, garantindo os lucros de grandes corporações e deixando aqui somente o dano ambiental e a exploração da classe trabalhadora.

Entendeu? O cenário de escassez é fabricado por esse modelo econômico errado.

Sendo assim, a tarefa dos movimentos sociais é identificar o que é que está produzindo o cenário de escassez e modificar isso. Temos que nos unir e organizar para isso!

É HORA DE VIRAR O JOGO para alavancar o nosso desenvolvimento socioeconômico com respeito ao ambiente e garantia de vida digna para todas as pessoas! Vamos nos unir!

#ÉHORAdeVIRARoJOGO


Saiba mais:

O SISTEMA DA DÍVIDA PÚBLICA, A CONTRARREFORMA DA PREVIDÊNCIA E O RISCO PARA A SEGURIDADE SOCIAL, POR ANTÔNIO GONÇALVES FILHO, JOSÉ MENEZES GOMES, MARIA LUCIA FATTORELLI, OSMAR GOMES DE ALENCAR JÚNIOR


Auditoria Cidadã da Dívida

Desde o governo de FHC (1994-2002) até os governos de Lula-Dilma (2003-2015), a Previdência com maior ou menor grau é apresentada para a sociedade como deficitária e o Estado como incapaz de mantê-la. Inúmeros estudos demonstraram que este não passa de um discurso ideológico, cujo objetivo central trata de uma aberta privatização da previdência social. O governo Bolsonaro, com bases em falsas notícias, apresenta uma proposta de “reforma” da previdência que coloca em risco o Sistema de Seguridade Social. Além de dificultar o acesso aos benefícios previdenciários dos mais pobres, mantendo os privilégios dos mais ricos, a proposta desestrutura e asfixia financeiramente a seguridade social para alimentar o sistema da dívida pública, que remunera cada vez mais os banqueiros e rentistas nacionais e internacionais. É necessária uma ampla discussão na sociedade, para que se desvelem as verdadeiras intenções por trás da contrarreforma privatista.

Leia conteúdo completo AQUI


Auditoria Cidadã da Dívida

OS QUATRO EIXOS QUE TRAVAM NOSSA ECONOMIA - Vídeo 15#EHORAdeVIRARoJOGO

O modelo econômico errado vem sendo o responsável pela por sucessivas crises econômicas e imenso sacrifício social. Esse modelo é sustentado por quatro eixos. Saiba mais.

Assista ao VÍDEO



Auditoria Cidadã da Dívida

PEC 32 É REFORMA IDEOLÓGICA A MANDO DO BIS - Vídeo 16 #EHORAdeVIRARoJOGO

Você já percebeu a relação entre a CRISE FABRICADA pela política monetária suicida do Banco Central e a Reforma Administrativa? Vamos ver como isso acontece.

Assista ao VÍDEO



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Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


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