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quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Precisaremos esperar a dívida tomar todo o orçamento para realizar a auditoria?


A grande imprensa continua propagandeando que a dívida tem crescido por causa dos gastos sociais, e não por causa dos juros abusivos e demais mecanismos financeiros ilegítimos que combatemos e denunciamos diariamente.



A preocupação do mercado com o aumento da dívida e a responsabilidade fiscal do país pode até parecer nobre para alguns, mas lá no fundo, todos sabemos bem que o real motivo de todo este alarde em torno do tema da dívida está no medo de que se alterem os privilégios que marcam a maneira ERRADA como a política econômica brasileira tem atuado, beneficiando principalmente banqueiros, rentistas e o setor financeiro de modo geral.

A grande imprensa continua propagandeando que a dívida tem crescido por causa dos gastos sociais, e não por causa dos juros abusivos e demais mecanismos financeiros ilegítimos que combatemos e denunciamos diariamente, como a remuneração da sobra de caixa, os escandalosos contratos de swap, os prejuízos do Banco Central e toda a gastança financeira obscura que só será revelada por meio da auditoria integral com participação social.
 
Lutar pela realização da auditoria significa garantir transparência a essa dívida que todos os brasileiros e brasileiras pagamos à custa de muito sacrifício. Isso nos motiva a seguir trabalhando diariamente. Afinal, esse dinheiro sai do nosso bolso e temos o direito de saber quanto e a quem estamos pagando, já que toda essa dívida é a principal responsável pelo sucateamento do Estado, pelas privatizações insanas, pelas contrarreformas e todos os cortes na saúde, educação e demais áreas vitais para a nossa população. AUDITORIA JÁ!



"Não falta dinheiro no Brasil, mas ele está sendo usado para pagar juros abusivos", diz Fattorelli




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domingo, 25 de abril de 2021

Governo corta R$ 1,5 bi de política habitacional de faixa mais pobre e paralisa obras


'Impacto disso é um filme de terror', diz militante sobre 200 mil unidades que terão obras paradas a partir de maio


Área de habitação sofre cortes frequentes nos últimos anos; em 2020, gestão Bolsonaro sinalizou que não contrataria novas construções, canalizando verbas para projetos já em execução - Bruno Peres/ Min. Cidades


A política habitacional sofreu mais uma desidratação orçamentária nesta semana. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cortou R$ 1,5 bilhão em verbas da área. A tesoura atinge especificamente a chamada “faixa 1” do programa Casa Verde e Amarela, uma tentativa de reedição do Minha Casa, Minha Vida. A política agora terá apenas R$ 27 milhões para as ações deste ano.

A faixa 1 abrange as pessoas mais vulneráveis e com renda familiar de até R$ 1,8 mil, grupo que não consegue acessar políticas de crédito no mercado para financiamento de casa própria. É nesse segmento que estão concentrados cerca de 80% do déficit habitacional do Brasil.

Como consequência do corte do governo, mais de 200 mil unidades habitacionais ainda em construção devem ter os canteiros paralisados a partir de maio, quando não haverá mais verbas para as obras.

“O impacto disso é um filme de terror”, diz a militante Evaniza Lopes, da União dos Movimentos por Moradia (UMM), ao mencionar que o país tem em andamento projetos de construção contratados entre 2016 e 2018.

“Quando se contrata uma obra, você contrata o valor inteiro dela. A liberação [das verbas] é que se dá em parcelas. O governo não pode descumprir um contrato e simplesmente dizer ‘olha, contratei você pra receber R$ 30 milhões, mas este ano você vai receber só R$ 5 milhões e no resto do ano vai ficar sem nada’. É uma situação caótica”.

:: Leia também: Triste fim do Minha Casa Minha Vida: como Bolsonaro extinguiu o programa sem alarde ::

A área de política habitacional vem sofrendo, nos últimos anos, uma crescente asfixia orçamentária. Entre 2019 e 2020, por exemplo, a área sofreu cortes de mais de 40%. Em agosto do ano passado, a gestão Bolsonaro sinalizou que o programa não iria receber recursos para novos contratos de moradia direcionados aos mais pobres, restringindo-se aos processos já em andamento.

“A política do Guedes é esta: tirar o pobre do orçamento. Não tem nada mais explícito do que cortar em políticas sociais que atendem famílias de baixíssima renda. Essa é a política neoliberal de cortar o direito à moradia. As pessoas não têm mais direitos e o Estado lava suas mãos em relação a isso”, critica Evaniza, ao destacar que a agenda de redução de investimentos amplia o contingente de pessoas em situação de risco.

 “Em paralelo a isso, tem gente sendo despejada, seja por falta de pagamento de aluguel por causa do desemprego ou seja porque, sendo despejadas e não podendo bancar aluguel, as pessoas vão ocupar áreas e sofrem reintegração de posse. Um caos, justamente na pandemia. E o slogan da pandemia, qual era? ‘Fique em casa’. E agora vem o governo e sinaliza que as pessoas não vão ter casa’”.

:: Leia também: PSOL entra com ação no STF para impedir que despejos sejam feitos durante pandemia :: 

O presidente da Associação Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), José Carlos Martins, disse, na última sexta-feira (23), que o corte orçamentário nas verbas das obras compromete 250 mil empregos diretos no setor.

Edição: Poliana Dallabrida

Fonte: Brasil de Fato


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