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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Bolsonaro 'sabotou' esforços contra COVID-19, diz ONG Human Rights Watch



A ONG afirma que, fora da resposta à pandemia, Bolsonaro também minou os direitos das mulheres, atacou repórteres e grupos da sociedade civil, e estigmatizou e intimidou a mídia brasileira independente.


O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem sabotado os esforços para mitigar a disseminação do novo coronavírus no país e adotou políticas que prejudicam os direitos dos brasileiros, afirmou a organização não governamental (ONG) de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) em relatório divulgado nesta quarta-feira (13).

Bolsonaro minimizou consistentemente a gravidade da COVID-19, chamando-a de "gripezinha" e criticando os confinamentos e as medidas de distanciamento social. A entidade diz ainda que o presidente do Brasil disseminou informações enganosas sobre o vírus.

Logotipo da Human Rights Watch

Fora a resposta à pandemia, Bolsonaro também minou os direitos das mulheres, atacou repórteres e grupos da sociedade civil, e estigmatizou e intimidou a mídia brasileira independente, afirma a ONG.

"O Supremo Tribunal Federal e outras instituições ajudaram a proteger os brasileiros e a bloquear muitas, embora não todas, as políticas anti-direitos de Bolsonaro. [Essas instituições] precisam permanecer vigilantes", comentou Anna Livia Arida, diretora adjunta HRW no Brasil, citada pela agência Reuters.

Meio ambiente

O enfraquecimento da aplicação da lei ambiental também permitiu que o uso ilegal de fogos para limpar terras aumentasse novamente na Amazônia. Além disso, o desmatamento em 2020 foi o maior desde 2008.

"As políticas do presidente Bolsonaro foram um desastre para a floresta amazônica e para as pessoas que a defendem […]. Ele culpa os povos indígenas, organizações não governamentais e moradores da região pela destruição ambiental, em vez de agir contra as redes criminosas que são a força motriz da ilegalidade na Amazônia", afirma Arida.

Fonte: Sputnik Brasil


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Após rejeição geral, Bolsonaro revoga decreto que abria caminho para privatizar SUS


Já se tornou rotina no governo de Jair Bolsonaro voltar atrás de medidas horas depois de editá-las. Desta vez, revogou o decreto que colocava o SUS nos planos privatistas de Guedes - Marcos Corrêa/PR

Da direita à esquerda, foi geral a rejeição à media que incluía unidades básicas de saúde em programa de privatização

Após intensas críticas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recuou e revogou, na noite desta quarta (28), o Decreto 10.530, que inseria a rede de atenção primária à saúde entre as parcerias com a iniciativa privada. Editado na terça (27), o texto vinha sofrendo uma ampla rejeição que atingiu diferentes espectros políticos, da esquerda à extrema direita. Na prática, o decreto sedimentava o caminho para que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) pudessem ser privatizadas. Ex-ministros da Saúde estão entre os que rechaçaram a medida do presidente durante esta quarta-feira (28). 

“Sem explicar do que se trata, é um tiro no escuro”, disse o ex-ministro de Bolsonaro Luiz Henrique Mandetta (DEM), ao apontar que o decreto não esclarecia como se daria a inserção da iniciativa privada no ramo.  

Não vamos permitir que Bolsonaro levante este tipo de debate. Vamos defender o SUS. Bolsonaro não sabe o que é o SUS, nem ministro da Saúde o Brasil tem. Proteger o SUS é dever de todo cidadão deste país”, disse o senador e ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT-PE), pelo Twitter. 

Já o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc havia ironizado o tema, em uma postagem pela mesma rede social. “Pandemia continua: SUS deve ser fortalecido. BolsoVirus enfraquece SUS – Decreto abre privatização de Unidades Básicas de Saúde. O $ desviado do orçamento da Saúde foi para submarino nuclear. Hospital de Bonsucesso incendiou por falta de $ para prevenção”, disse o ex-mandatário, em referência aos recursos investidos pelo governo na anunciada construção do primeiro submarino nacional com propulsão nuclear. 

Integrante do PSL, partido de extrema direita que elegeu Bolsonaro, o deputado federal Junior Bozzella (SP) destacou a conjuntura em que a medida veio à tona. "Publicar na surdina, em meio à pandemia, um decreto que faça qualquer tipo de aceno à privatização do Sistema Único de Saúde é apunhalar mais de 150 milhões de brasileiros pelas costas na hora em que mais precisam. É atentar contra a Constituição, que garante o acesso universal à saúde a toda população".

Bozzella disse ainda que, “depois do meio ambiente, o governo Bolsonaro vai dando sinais de que agora é a vez de tentar ‘passar a boiada’ na Saúde”. 

Já o senador oposicionista Paulo Paim (PT-RS) disse ser “inacreditável que o governo queira privatizar o SUS” e qualificou a medida como “uma irresponsabilidade”. “O Brasil precisa fortalecer o serviço público de saúde. Cerca de 150 milhões de pessoas dependem dele, principalmente os pobres. Privatizar o SUS é um ataque frontal à dignidade humana”. 

O deputado Boh Gass (PT-RS) associou as políticas de privatização à má prestação de serviços e a problemas de gestão. “Essas "parcerias" com o setor privado que Bolsonaro quer fazer nas Unidades Básicas de Saúde do SUS me remetem ao que acontece no Rio de Janeiro. Lá, muita coisa da saúde foi para a administração privada e, bem, é um escândalo atrás do outro e o sistema de saúde é um caos”.  

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) também havia reagido à novidade do governo. Em diferentes postagens nas redes, ela disse que, “com esse decreto, Bolsonaro e Guedes cometem um atentado contra a população e contra a Constituição, que diz que 'saúde é direito de todos e dever do Estado'”. 

O Congresso não pode aceitar esta violação constitucional e ameaça à vida de milhões de brasileiras e brasileiros".  

Lembrando o contexto da agenda ultraliberal de Bolsonaro, o líder psolista e candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos assinalou que o decreto faz parte de um projeto político-ideológico. “Em 2019, o Teto de Gastos tirou 20 bilhões de reais do SUS. Em 2020, querem privatizar e transformar a Saúde da Família em um ‘modelo de negócio’. Não é crise, é projeto”, frisou.   

Sociedade civil

Entidades da sociedade civil também haviam se pronunciado mais cedo contra a proposta do presidente. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) ressaltou que “o SUS salva vidas” e que privatizar os serviços “é deixar a população mais pobre entregue à própria sorte”.

Não podemos deixar isso acontecer. Um sistema privado nunca iria se preocupar em criar políticas públicas de saúde, só pensaria no lucro. A privatização do SUS é um projeto desejado por diversas correntes da sociedade, como os planos de saúde. A saúde pública brasileira garante atendimento de saúde para milhões e é, segundo Dráuzio Varella, o maior programa de distribuição de renda do mundo”, completou a entidade.   

Já a União Nacional dos Estudantes (UNE) lembrou que “todo brasileiro usa o SUS porque o SUS é responsável por vacinas, saneamento básico, transplante de órgãos, Samu, hemocentros, entre outros inúmeros serviços”.  

A líder Sônia Guajarara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), somou-se aos protestos e lembrou a gravidade da pandemia. “No pior momento sanitário que enfrentamos nas últimas décadas, Bolsonaro, incompetente que só, ainda quer privatizar o SUS, autorizando a equipe econômica a preparar modelo de privatizações para unidades básicas de saúde. Um crime atrás do outro contra o povo brasileiro”. 

Governo

Em nota divulgada nesta quarta-feira (28) à imprensa após as reações que surgiram ao decreto, o Ministério da Economia havia dito que a medida não representava "qualquer decisão prévia" e que estudos técnicos iriam "oferecer opções variadas de tratamento da questão", que depois seriam avaliadas pela gestão. 

Fonte: Brasil de Fato


TV 247

Boletim 247 - Bolsonaro revoga decreto que facilitava privatização do SUS.

Assista ao vídeo



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sábado, 6 de junho de 2020

Em manifesto, policiais apoiam movimento antifascista contra Bolsonaro



POLICIAIS CONTRA O FASCISMO. ARTE DE LATUFF/ DIVULGAÇÃO POLICIAS ANTIFASCISTAS

Documento, assinado por mais de 500 policiais, defende a democracia popular e a saída de Bolsonaro da presidência



Por: Carta Capital

Policias de todo o Brasil se reuniram para manifestarem apoio aos movimentos antifascistas contra o presidente Jair Bolsonaro. O documento, divulgado nesta sexta-feira 06, reúne mais de 500 assinaturas de delegados, agentes de polícia, policiais e bombeiros militares, guardas municipais, policiais penais, agentes de trânsito, policiais rodoviários federais e policiais federais.

O texto denuncia perseguições a policiais que integram grupos antifascistas e urge pela criação de uma Frente Única Antifascismo com partidos, artistas e movimentos de classe e da sociedade civil.

“Nós, policiais antifascismo, acreditamos que o trabalhador policial deve se colocar ao lado dos demais trabalhadores no enfrentamento ao fascismo. Afinal, o projeto fascista em nosso país é um projeto de avanço no ataque aos direitos conquistados pelos trabalhadores”, diz o documento.


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O grupo também alerta para o perigo de uma ruptura democrática no país com as recentes movimentações do presidente Jair Bolsonaro.  “A estratégia de avanço do projeto fascista no país é ampla. Mobilizam a intolerância e o ódio aos movimentos de esquerda nas ruas e nas instituições da República. Os esforços visando o aparelhamento e o comando da polícia federal e da Procuradoria Geral da República confirmam isso”, alertam os policiais.


O movimento dos Policiais Antifascismo foi criado em 2017, inicialmente por policiais do Rio e da Bahia, depois prolongado para outros estados. O bombeiro militar de Natal, Dalchem Viana do Nascimento Ferreira, é um dos cofundadores do movimento e auxiliou na criação do manifesto. Ele afirma que o grupo defende não só o impeachment de Jair Bolsonaro, como a cassação da chapa, processo que aguarda julgamento no Tribunal Superior Eleitoral.

“A eleição foi fraudada pela indústria das fake news, que inclusive contaminou nossos colegas na segurança pública. Bolsonaro não é nacionalista é entreguista. Trai a nação quando coloca seus interesse pessoais acima dos interesses nacionais”, afirma o bombeiro.

Ferreira diz que o presidente não representa os policias e denuncia a falta de um projeto de segurança para o país. “Bolsonaro não mostrou até agora nenhuma proposta ou plano de segurança pública, não se tem nada, nem estrutural nem paliativo . Além do discurso medíocre do bandido bom é bandido morto – desde que não seja ligado aos seus familiares e amigos”, diz.

“O Movimento nasce da necessidade de contraponto para evidenciar que o sistema que permite a morte de mais de 63 mil pessoas por ano deve ser repensado. Todo esse deve ser feito longe do ambiente corporativista das instituições. Por isso defendemos que Segurança Pública não deve ser assunto só de polícia. Defendemos que esse debate deve ser ampliado para toda sociedade, para além dos muros dos quartéis”, explica Ferreira.

Na última semana, Bolsonaro atacou manifestantes do movimento antifascistas. Além de chamar de vagabundos, drogados e terroristas, o presidente compartilhou uma postagem de Donald Trump dizendo que, assim como o americano, pretendo criminalizar o movimento no país. Neste domingo 07 está marcado manifestações em todo o Brasil contrário ao capitão. Ferreira garante que os policiais antifascistas estarão ao lado do povo.

“Além desse aspecto institucional temos agora o agravamento e ameaças de cunho anti-democrático do atual presidente. O que nos impulsiona ainda mais para a necessidade de se colocar ao lado de uma democracia popular”, concluiu o bombeiro.

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