Mostrando postagens com marcador Gleisi Hoffmann. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Gleisi Hoffmann. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Ainda há tempo para evitar o caos sanitário e social em 2021


Carteira de trabalho, Bolsonaro com Paulo Guedes e fila por emprego (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Publicas | Reuters)


"É fundamental que o Congresso Nacional discuta novo arcabouço fiscal, em linha com a experiência internacional", defende a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, que alerta que o cenário econômico e social no País "tende a se tornar ainda mais grave" no próximo ano


O negacionismo e o fanatismo fiscal que marcam o governo Bolsonaro são os maiores responsáveis pela situação social e sanitária do país, aproximando o Brasil das 200 mil mortes decorrentes da Covid-19.

O cenário tende a se tornar ainda mais grave em 2021, com a retomada do teto de gastos, que reduzirá a despesa do governo federal em 8% do PIB, na contramão do que fazem diversos países, que estão aprovando pacotes de estímulos à economia, transferência de renda e investimentos em saúde. Diante da crise, o aumento da dívida pública é um fenômeno mundial.

No atual contexto, o programa austericidade Guedes não encontra justificativa na situação fiscal do pais, sendo ainda mais nocivo do ponto de vista social. Com a volta do teto de gasto, o auxílio emergencial será extinto, retirando renda de 40% dos domicílios brasileiros, que recebem auxílio emergencial, segundo a Pnad COVID19 (no Nordeste, este percentual é superior a 50%). Cerca de 10 milhões de pessoas saíram da força de trabalho entre 2019 e 2020, segundo os dados da Pnadc para o terceiro trimestre. Com o fim do auxílio, o aumento da procura por trabalho elevará ainda mais o desemprego, que já afeta mais de 14 milhões de brasileiros.

A retirada da renda do auxílio sem recuperação dos rendimentos do trabalho implicará aumento da desigualdade e da pobreza. Os mais vulneráveis, sem a renda garantida pelo Estado, buscarão sua sobrevivência material e ampliarão o risco de contágio pelo vírus, pressionando ainda mais a rede pública de saúde, que também sofrerá o impacto da austeridade em 2021.

Há diversas fontes de pressão sobre o SUS para o ano que vem. Entre elas, vale citar: o crescente patamar de casos de Covid; a necessidade de aquisição de produtos de saúde (equipamentos de proteção individual aos trabalhadores, medicamentos de UTI, vacina, entre outros) e de manutenção de leitos; as demandas represadas em 2020; e a redução da clientela dos planos de saúde, diante do elevado desemprego, fazendo com que cerca de 80% da população só tenha acesso à saúde por meio do SUS. Mesmo assim, o SUS perderá cerca de R$ 40 bilhões entre 2020 e 2021 se o orçamento ficar no piso congelado da EC 95, conforme proposta do governo.

No caso brasileiro, a dívida é emitida na moeda que o país emite, não havendo risco de inadimplência, e os juros estão extraordinariamente baixos, reduzindo o custo da dívida. Por fim, as reservas internacionais acumuladas nos governos do PT constituem ativos do setor público que funcionam como um colchão de proteção da economia e reduzem nossa dívida líquida.

A combinação de ampliação da demanda e redução abrupta de orçamento pode levar ao colapso do sistema em 2021, em função das restrições de oferta de serviços e do “desfinanciamento” da saúde, com impactos, por exemplo, sobre a disponibilidade de leitos de UTI, que já estão sendo desativados. Convém lembrar que, em meio à crise, é reduzida a capacidade de estados e municípios ampliarem suas despesas, pois, diferente da União, não emitem dívida soberana.

A Medida Provisória recentemente editada, com R$ 20 bilhões para a vacina, demonstra como, para o atual governo, a crença no fiscalismo está acima da defesa da vida. O crédito extraordinário, não contabilizado no teto, foi editado com o propósito de ser reaberto em 2021. No entanto, créditos extraordinários só podem ser abertos se, entre outros requisitos, houver imprevisibilidade, o que não é o caso, diante da expectativa de registro de vacinas contra a Covid. Inclusive, o governo ajustou a meta de resultado primário em 2021, prevendo a execução dos recursos da vacina e explicitando que não se trata de gasto imprevisível.

Como o orçamento de 2021 ainda não foi aprovado, seria suficiente incluir os valores na programação do Ministério da Saúde. No entanto, o teto de gasto não permite ampliação dos recursos. Deste modo, o governo se vale de um truque fiscal, autorizando crédito extraordinário dentro do estado de calamidade para acomodar o gasto com vacina no orçamento e manter/burlar o teto de gasto. No entanto, não há qualquer demonstração que os R$ 20 bilhões sejam suficientes para vacinar toda a população. Nesta hipótese, manifestando a cruel hierarquia entre controle de gasto e defesa da vida, restará escolher quem poderá se vacinar e quem ficará à espera de nova brecha fiscal.

Conforme lembrou Marcos Nobre, Bolsonaro e Guedes estão unidos na tarefa de desconstrução das instituições erigidas na Constituição de 1988. A austeridade não é apenas um equívoco econômico. O liberalismo primitivo do governo vislumbra uma sociedade regida pelo individualismo selvagem em que cada um é responsável por si e não há instituições de garantia de direitos.

É contra esta visão que precisamos lutar, em defesa da adoção de medidas emergenciais que atendam ao interesse da população, especialmente os trabalhadores e os mais vulneráveis. Ainda há tempo de evitar o caos sanitário e social em 2021. Basta a prorrogação do estado de calamidade, o que suspenderá as regras fiscais e viabilizará gastos emergenciais para combate à pandemia.

Estruturalmente, é fundamental que o Congresso Nacional discuta novo arcabouço fiscal, em linha com a experiência internacional. O congelamento de despesas com elevado efeito multiplicador e redistributivo, combinado a um sistema tributário regressivo, implica um regime fiscal duplamente concentrador de renda. Para o Brasil reencontrar o caminho do crescimento com inclusão social, é preciso tributar a renda e o patrimônio dos mais ricos e revogar o teto de gastos, permitindo canalizar os ganhos de arrecadação, especialmente, para o financiamento de políticas sociais que garantam direitos universais. 

NOBRE, Marcos. Ponto final  - a guerra de Bolsonaro conta a democracia. São Paulo: Todavia, 2020.

Gleisi Hoffmann, deputada federal (PR) e presidenta nacional do PT; Bruno Moretti, assessor no Senado Federal; Francisco Funcia, Consultor do CNS e Carlos Ocké, pesquisador do Ipea.


UOL

Fim do auxílio emergencial: Mães que sustentam o lar relatam preocupação

Chefes de família de diversas regiões do país contam como usaram o auxílio para sustentar os filhos durante o isolamento social e a crise econômica, e o que farão sem a ajuda do governo.

Em abril de 2020, com a crise do coronavírus, o governo começou a pagar um auxílio de R$ 600 a pessoas de baixa renda sem emprego formal. Mulheres que sustentam o lar sozinhas e têm algum dependente menor de idade receberam o pagamento em dobro --foram cinco parcelas de R$ 1.200.

O governo prorrogou o auxílio até o final do ano, com no máximo quatro parcelas extras. Mas o valor caiu pela metade, e as chefes de família passaram a receber R$ 600. Agora, com o final do auxílio e a economia ainda em crise, as mães-solo temem passar por dificuldades ainda maiores.

Assista ao VÍDEO



No Twitter


 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Gleisi sobre Obama: “Tem de explicar a sua participação no golpe e na Lava Jato”


Gleisi Hoffmann e Barack Obama. Foto: Reprodução/Twitter

Barack Obama recentemente participou do Conversa com Bial na Globo – e fez críticas a Lula, dizendo ter sido informado sobre escândalos de corrupção em seu governo.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, respondeu ao ex-presidente dos Estados Unidos.

Ela usou sua rede social.

No Twitter:

“Obama passou 8 anos fazendo guerras e espionagem, a serviço da indústria de armas e do establishment de seu país. Acobertou um vice investigado por corrupção e quer dar conselhos ao Brasil. Tem de explicar a sua participação no golpe e na Lava Jato”.



Fonte: DCM 


 Cibele Laura: 13 de mar. de 2015

"Para ganhar o segundo turno das eleições contra o candidato apoiado pelos Estados Unidos, Aécio Neves, em 26 outubro de 2014, a presidenta recém-reeleita do Brasil, Dilma Rousseff, sobreviveu a uma campanha maciça de desinformação do Departamento de Estado estadunidense. Não obstante, já está claro que Washington abriu uma nova ofensiva contra um dos líderes chave dos BRICS, o grupo não alinhado de economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com a campanha de guerra financeira total dos Estados Unidos para enfraquecer a Rússia de Putin e uma série de desestabilizações visando a China, inclusive, mais recentemente, a “Revolução dos Guarda-Chuvas” financiada pelos Estados Unidos em Hong Kong, livrar-se da presidente “socialmente propensa” do Brasil é uma prioridade máxima para deter o polo emergente que se opõe ao bloco da Nova (des)Ordem Mundial de Washington."

Assista ao VÍDEO


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Vitória de Lula: STF diz que Moro influenciou resultado das eleições de 2018 e “violou o sistema acusatório”



"É oficial: Moro atuou para eleger Bolsonaro", comentou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, sobre a decisão da Corte


A 2ª turma do Supremo Tribunal Federal decidiu nesta terça-feira (4), por 2 votos a 1, pela retirada de delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci da ação contra o ex-presidente Lula. Segundo a Corte, o ex-juiz Sérgio Moro, que instruía o processo, incluiu a colaboração de Palocci com o objetivo de afetar o primeiro turno das eleições de 2018. A corte reconheceu “quebra de imparcialidade” de Moro.

Com os votos de Ricardo Lewandoski e Gilmar Mendes, a turma deu provimento parcial ao Habeas Corpus (HC) 163.943. Lewandowski apontou em seu voto – que foi referendado por Mendes – que Sergio Moro, “além de influenciar, de forma direta e relevante, o resultado da disputa eleitoral, conforme asseveram inúmeros analistas políticos”, “violou o sistema acusatório, bem como as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa”.

“O aludido juiz assentou, de modo completamente extravagante, que levaria em consideração, quanto aos coacusados, ‘apenas o depoimento prestado por Antônio Palocci Filho sob contraditório na presente ação penal. Ora, se o referido acordo de colaboração não poderia ser utilizado quando da prolação da sentença naquele feito, por que o magistrado determinou, de ofício, e após o encerramento da instrução processual, seu encarte nos autos da ação penal e o levantamento do sigilo, precisamente na semana que antecedeu o primeiro turno da disputa eleitoral?”, questionou ainda Lewandowski em seu voto.

Ao concordar com o colega, Mendes apontou que “não deixam dúvidas de que o ato judicial encontra-se acoimado de grave e irreparável ilicitude”. ” Essa demora parece ter sido cuidadosamente planejada pelo magistrado para gerar verdadeiro fato político na semana que antecedia o primeiro turno da eleições presidenciais de 2018″, disse ainda.

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, celebrou a decisão: “O STF acaba de reconhecer, em julgamento de HC da defesa de Lula, q Sergio Moro atuou politicamente em 2018 ao vazar ilegalmente delação de Palocci às vésperas da eleição. É oficial: Moro atuou para eleger Bolsonaro”

Confira aqui o voto de Lewandoski na íntegra, obtido pela ConJur

Odebrecht

A segunda turma garantiu também uma outra vitória ao ex-presidente nesta terça-feira ao autorizar o acesso da defesa aos autos do acordo de leniência da Odebrecht que tratem sobre Lula. A decisão também foi em 2×1.

“É preciso, e o Supremo já assentou na Súmula 14, conceder aos investigados amplo acesso às informações coletadas em seu favor. Essa é uma imposição do regime democrático, sob pena de estarmos em ditadura judicial ou ministerial”, disse Lewandowski durante o voto, que também foi acompanhado por Mendes.

Com informações do Migalhas e da Conjur




 Notícias relacionadas








STF reconhece que Moro atuou politicamente contra Lula em 2018


***

Comentários Facebook