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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

'É inaceitável que 10% da população vivam à custa da miséria de 90% do povo', diz Lula (VÍDEO)




O ex-presidente Lula (PT) compartilhou nesta segunda-feira (7) uma mensagem em que critica o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fala sobre a pandemia de COVID-19 e a situação do Brasil.


COVID-19

O ex-presidente destaca que "a esmagadora maioria dos mortos pelo coronavírus é de pobres, pretos, pessoas vulneráveis que o Estado abandonou" e que as vítimas fatais da pandemia são tratadas com "desdém" pelo governo federal. 

Na mensagem de mais de 20 minutos, Lula diz que o Sistema Único de Saúde (SUS) passa por um processo de sucateamento e que recursos que poderiam estar "sendo usados para salvar vidas" estão sendo destinados ao sistema financeiro. 

  • "A substituição da direção do Ministério da Saúde por militares sem experiência médica ou sanitária é apenas a ponta de um iceberg. Em uma escalada autoritária, o governo transferiu centenas de militares da ativa e da reserva para a administração federal, inclusive em muitos postos-chave, fazendo lembrar os tempos sombrios da ditadura", diz Lula.


Bolsonaro

Bolsonaro, afirma Lula, coloca o Brasil à serviço dos interesses dos Estados Unidos "de maneira humilhante". Em uma provável referência à Venezuela, o ex-presidente também afirma que Bolsonaro "ameaça envolver o país em aventuras militares contra nossos vizinhos, contrariando a própria Constituição, para atender os interesses econômicos e estratégico-militares norte-americanos".

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e sua esposa, Michelle, participam da celebração do Dia da Independência

"Depois de colocar à venda por valores ridículos as reservas do Pré-Sal, o governo desmantela a Petrobrás. Venderam a distribuidora e os gasodutos foram alienados. As refinarias estão sendo esquartejadas. Quando só restarem os cacos, chegarão as grandes multinacionais para arrematar o que tiver sobrado de uma empresa estratégica para a soberania do Brasil", afirma Lula.

  • "Com ascensão de Bolsonaro, milicianos, atravessadores de negócios e matadores de aluguel saíram das páginas policiais e apareceram nas colunas políticas. Como nos filmes de terror, as oligarquias brasileiras pariram um monstrengo que agora não conseguem controlar, mas que continuarão a sustentar enquanto seus interesses estiverem sendo atendidos", analisa o ex-presidente.



 Racismo e classe trabalhadora

O líder do PT também destaca o caso de George Floyd, homem negro morto por um policial branco nos Estados Unidos. O incidente gerou protestos de grandes proporções no país governado por Donald Trump.

"Desde que vi, naquele terrível vídeo, os 8 minutos e 43 segundos de agonia de George Floyd, não paro de me perguntar: quantos George Floyd nós tivemos no Brasil? Quantos brasileiros perderam a vida por não serem brancos? Vidas negras importam, sim. Mas isso vale para o mundo, para os Estados Unidos e vale para o Brasil", diz Lula. 

Manifestantes em rua de Nova York devido à morte do afro-americano George Floyd pela polícia em Minneapolis

O ex-presidente defende o fim do teto de gastos, afirma ser necessário aumentar os impostos dos mais ricos e cita uma frase do escritor francês Victor Hugo: "É do inferno dos pobres que é feito o paraíso dos ricos".

"É inaceitável que 10% da população vivam à custa da miséria de 90% do povo. Jamais haverá crescimento e paz social em nosso país enquanto a riqueza produzida por todos for parar nas contas bancárias de meia dúzia de privilegiados", pontua Lula. "O povo não quer comprar revólveres nem cartuchos de carabina. O povo quer comprar comida."

"Até os profetas de Wall Street e da City de Londres já decretaram que o capitalismo, tal como o mundo o conhece, está com os dias contados. Levaram séculos para descobrir uma verdade inquestionável que os pobres conhecem desde que nasceram: o que sustenta o capitalismo não é o capital. Somos nós, os trabalhadores", diz o ex-presidente.

Lula afirma querer "reconstruir com vocês" o Brasil, "uma nação comprometida com a libertação do nosso povo, dos trabalhadores e dos excluídos."




No Jornal da Fórum, ex-ministros Gilberto Carvalho e Ricardo Berzoini comentam fala de Lula e desfile de 7 de Setembro com Bolsonaro sem máscara


terça-feira, 8 de março de 2016

Amigo conta como família de FHC desfrutou benesses do poder


30 deputados pedem a Janot que investigue relação deoffshores com Globo e FHC



Um antigo amigo da família de FHC mandou a mensagem abaixo ao DCM:

Dona Ruth soube desfrutar bem do poder ao lado do marido presidente. A família Cardoso nadou de braçada nas benesses da presidência.

Uma das filhas, a Luciana Cardoso, bióloga desempregada, foi contratada pelo Palácio do Planalto para ser secretária pessoal do pai presidente com salário pago pelo governo. Parecia uma sombra perdida dentro do seu gabinete.

Depois dos oito anos ganhando sem fazer nada, foi contratada pelo senador Heráclito Fortes, do DEM. Nunca apareceu no gabinete, o caso se tornou publico recentemente e ela desapareceu.

FHC fez o mesmo com a irmã da Mirian Dutra. Acho que é uma especialidade dele arrumar a vida dos amigos e parentes com dinheiro público. Beatriz, pedagoga da USP, teve alguns de seus livros adotados pelo ministério da Educação e distribuídos pelo governo. O então marido de Beatriz, David Zilberstein, foi nomeado para presidir a Agência Nacional do Petróleo. O filho Paulo virou playboy. Nos anos 90 ele foi contratado pela Manchete para não fazer nada. Uma vez perguntei a um diretor da Manchete como estava o Paulo e ele respondeu: tem uma bela Mercedes.

O Paulo foi casado com a filha do Magalhães Pinto, o civil mineiro que comandou o golpe militar em Minas Gerais que resultou na cassação do próprio FHC. Consta que o Paulo fez vários negócios com o governo FHC. Um deles teria sido a montagem de um estante do Brasil 500 anos na Alemanha que custou aos cofres públicos 10 milhões de dólares. Detalhe, o estande não teria sido entregue.

O chefe de gabinete do Gilberto Carvalho me contou que o Paulo, no começo do governo Lula, ligava bastante para o Palácio como lobista de grandes empresas. A ordem do Gilberto era atender gentilmente a ligação e não dar prosseguimento aos pedidos.

Já dona Ruth recebeu do marido no final do segundo mandato a permissão para usar uma mansão do governo federal onde instalou sua ONG privada, Comunidade Solidária. FHC ainda destinou para a ONG uma verba de 400 mil reais por ano para manutenção do prédio.

O imóvel fica na Avenida Angélica bem perto do apartamento onde o casal morava em Higienópolis. Um bairro de grã-finos para atender pobres que vivem nas periferias.

Ela usou esse imóvel até morrer, era uma espécie de escritório pessoal. Nunca foi incomodada pelo governo Lula. Imagina se a família do Lula tivesse feito o mesmo que a do FHC?

No início dos anos 60 o casal Cardoso morou com os pais de FHC na Rua Nebraska no Brooklin Novo. Na época eles já tinham os três filhos.

No início dos anos 60, FHC comprou um lote pequeno no Morumbi onde, muitos anos depois, construiu sua primeira casa. Uma construção rústica, mas a casa era confortável. Foi ali que a família viveu quando voltaram do “exílio” de FHC. Por causa dos assaltos no bairro, o casal vendeu a casa e comprou um apartamento de classe média alta na Alameda Joaquim Eugênio de Lima no lado da Bela Vista, bem perto da maternidade Pro Mater Paulista.

Ali eles moraram por uns 10 anos. Já no fim dos anos 80 a família muda em definitivo para Higienópolis. FHC tinha também uma casa de campo em Ibiúna. Era uma espécie de condomínio entre amigos.





Cada um construiu sua própria casa e desfrutavam de uma mesma piscina. Tudo muito compatível com os rendimentos do casal Cardoso. Não consigo entender o crescimento do patrimônio em tão pouco tempo. Dona Ruth era filha de um contador muito simples em Araraquara. FHC filho de um militar com poucas posses.

Via DCM em 2/3/2016

Acho que Moro não tem estas informações.
Já imaginou quando estas chegar aos ouvidos de Moro?
Na verdade acredito que Moro não sabe quem é FHC muito menos quem foi FHC.


*** 

É o petróleo, coxinha estúpido! Wall Street agradece sua colaboração a favor dos interesses do Império do Caos.




O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da 24ª fase da operação Lava Jato, foi conduzido coercitivamente a prestar depoimento na Polícia Federal, em São Paulo, na manhã da última sexta-feira (4).


Confira o artigo do colunista Pepe Escobar para a agênciaSputnik International sobre a operação Lava Jato e o envolvimento do ex-presidente Lula no caso: 

Imagine um dos mais admirados líderes políticos globais na história moderna sendo tirado de seu apartamento às 6 da manhã por agentes da Polícia Federal do Brasil e forçado a ser levado em um carro sem identificação para ser interrogado no aeroporto de São Paulo por quase 4 horas em conexão com um escândalo de corrupção bilionário envolvendo a gigante petroleira estatal Petrobras.

Parece algo produzido por Hollywood. E esta foi exatamente a lógica por trás da elaborada produção.




Os promotores públicos da Operação Lava Jato, que já dura dois anos, mantêm os “elementos de prova” implicando o recebimento de fundos por Lula – no mínimo 1,1 milhão de euros – do esquema de duvidosas propinas envolvendo grandes empresas de construção do Brasil ligadas à Petrobras. Lula pode ter – e a palavra de ordem é ‘pode’ – ter pessoalmente lucrado com o esquema principalmente através de uma fazenda (que ele não possui), um apartamento à beira-mar relativamente modesto, taxas no circuito global de palestras e doações para o seu instituto.

Lula é o último animal político – no nível de Bill Clinton. Ele já telegrafou que estava esperando por tal jogada, enquanto a Lava Jato já tinha prendido dezenas de pessoas suspeitas de desvio de contratos entre as suas empresas e a Petrobras – na ordem de mais de 2 bilhões de dólares – para pagar os políticos do Partido dos Trabalhadores (PT), do qual Lula era o líder.

O nome de Lula veio à tona através de um informante ansioso para chegar a um acordo de delação premiada. A hipótese trabalhada – não há nenhuma prova cabal – é de que Lula, quando presidiu o Barsil entre 2003 e 2010, foi pessoalmente beneficiado pelo esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, obtendo favores para ele mesmo, o PT e o Governo. Enquanto isso, a ineficiente Presidenta Dilma Rousseff também está sob um ataque elaborado por um esquema de barganha do líder do Senado.
Lula foi questionado em relação a lavagem de dinheiro, corrupção e suspeita de dissimulação de bens. A blitz hollywoodiana foi ordenada pelo Juiz Federal Sérgio Moro – que sempre insiste ter sido inspirado pelo juiz italiano Antonio di Pietro e a notória operação “Mani Pulite” (Mãos Limpas) dos anos 1990.
E aqui, inevitavelmente, a coisa se complica.


Cercando os suspeitos usuais da mídia



Moro e a os promotores da Lava Jato justificaram a blitz hollywoodiana insistindo que Lula havia se recusado a ser interrogado. Lula e o PT insistiram veementemente no contrário.

E, no entanto, os investigadores da Lava Jato tinham consistentemente vazado para a mídia tradicional as palavras de efeito: "Nós não podemos apenas morder Lula. Quando chegarmos a ele, vamos engoli-lo." Isto implicaria, no mínimo, uma politização da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público. E também implicaria que a blitz hollywoodiana pode ter sido apoiada num barril de pólvora. Como a percepção vira realidade no ciclo de notícias frenéticas que não param, a "notícia" – instantaneamente mundial – foi que Lula foi preso porque é corrupto.

No entanto, tudo fica mais curioso quando nós sabemos que o Juiz Moro escreveu um artigo numa revista obscura em 2004 (somente em português, intitulado “Considerações sobre a Operação Mãos Limpas”, revista CEJ, número 26, julho / setembro de 2004), no qual ele claramente exalta a "subversão autoritária da ordem jurídica para atingir alvos específicos" e usando a mídia para intoxicar a atmosfera política.

Tudo isso serve a uma agenda muito específica, é claro. Na Itália, direitistas viram toda a saga da Operação Mãos Limpas como um alcance superjudicial desagradável; a esquerda, por outro lado, foi ao êxtase. O Partido Comunista Italiano surgiu com as mãos limpas. No Brasil, o alvo é a esquerda – enquanto a direita, pelo menos no momento, parece ser composta por anjos cantores de hinos.

O mimado perdedor das eleições presidenciais do Brasil em 2014, Aécio Neves, foi apontado em esquemas de corrupção por três acusadores diferentes – e tudo deu em nada, sem uma investigação mais aprofundada. Mesmo com um outro esquema complexo envolvendo o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso – o notório e vanglorioso ex-desenvolvimentista que virou um executor neoliberal.

O que a Lava Jato já imprimiu com força pelo Brasil foi a percepção de que a corrupção só paga quando o acusado é um nacionalista progressista. Enquanto vassalos do consenso de Washington são sempre anjos – misericordiosamente imunes a processos.

Isso está acontecendo porque Moro e sua equipe estão magistralmente jogando para o uso autodescrito por Moro dos meios de comunicação para intoxicar a atmosfera política – com a opinião pública manipulada em série antes mesmo de alguém ser formalmente acusado de qualquer crime. E, no entanto, Moro e as fontes de seus promotores são em grande parte farsa, trapaceiros astutos e mentirosos em série. Por que confiar em sua palavra? Pois não existem provas cabais, algo que até Moro admite.


E isso nos conduz para um cenário desagradável de um possível sequestro de uma das democracias mais saudáveis do mundo, produzido no Brasil pela mídia, Judiciário e polícia. E que é apoiado por um fato gritante: todo o "projeto" da oposição da direita brasileira se resume a arruinar a economia da 7.ª maior potência econômica global para justificar a destruição de Lula como candidato presidencial em 2018.


Elite saqueando regras


Nenhuma das opções acima pode ser entendida por uma audiência global sem alguma familiaridade com um clássico brasileiro. A lenda diz que o Brasil não é para principiantes. De fato, esta é uma sociedade extraordinariamente complexa – que essencialmente desce do Jardim do Éden (antes de os portugueses o "descobrirem” em 1500) até a escravidão (que ainda permeia todas as relações sociais), passando por um evento crucial em 1808: a chegada de Dom João VI de Portugal (e imperador do Brasil pelo resto da vida), que fugiu da invasão de Napoleão, levando com ele 20 mil pessoas que planejaram o Estado brasileiro "moderno". "Moderno" é um eufemismo: a história mostra os descendentes destes 20 mil, na verdade, estuprando o cego país ao longo de 208 anos. E alguns nunca foram responsabilizados.


As tradicionais elites brasileiras compõem uma das misturas arrogantes-ignorantes mais nocivas do planeta. “Justiça” e controle policial são usados como arma quando as pesquisas não favorecem suas agendas.

Proprietários da grande mídia brasileira são uma parte intrínseca dessas elites. Muito parecido com o modelo de concentração dos Estados Unidos, apenas quatro famílias controlam o panorama da mídia, acima de tudo o império de mídia Globo, da família Marinho. Eu experienciei de dentro, em detalhes, como eles operam.

O Brasil é corrupto até a medula – desde as elites compradoras até uma grande quantidade de “novas” elites, que incluem o PT. A ganância e a incompetência apresentada por uma série de partidários do PT são aterradoras – um reflexo da falta de quadros de qualidade. A corrupção e o tráfico de influência envolvendo a Petrobras, empresas de construção e os políticos é inegável, mesmo se isso empalidece em comparação com as peripécias do Goldman Sachs ou da Big Oil e/ou da compra/suborno de políticos dos EUA por Koch Brothers / Sheldon Adelson-style.

Se fosse uma cruzada sem obstáculos contra a corrupção – como os promotores da Lava Jato afirmam que é – a oposição da direita/vassalos das velhas elites deveriam ser igualmente expostos na grande mídia. E não teria nada remotamente parecido com a blitz hollywoodiana, com Lula – pintado como um simples delinquente – humilhado na frente de todo o planeta.


Os promotores da Lava Jato estão certos; percepção é realidade. Mas e se tudo dá errado?

Sem consumo, sem investimento, sem crédito


O Brasil não poderia estar em uma situação mais sombria. O PIB caiu 3,8% no ano passado; provavelmente ficará abaixo de 3,5% este ano. O setor industrial caiu 6,2% no ano passado, e o setor de mineração caiu 6,6% no último trimestre. A nação está a caminho de sua pior recessão desde… 1901.


A (incompetente) administração de Rousseff não criou um plano B para a desaceleração chinesa na compra da riqueza mineral/agrícola do Brasil e para a recessão global geral nos preços das commodities.

O Banco Central ainda mantém a sua taxa de juros de referência na gritante marca de 14,25%. O "ajuste fiscal" neoliberal desastroso de Rousseff na verdade aumentou a crise econômica. Hoje, Rousseff "governa" – isto é uma figura de linguagem – para o cartel bancário e os rentistas da dívida pública brasileira. Mais de US$ 120 bilhões em orçamento do Governo evaporam para pagar juros da dívida pública.

A inflação está alta – agora na marca de dois dígitos. O desemprego está em 7,6% – ainda não é tão ruim como em muitos lugares da União Europeia – mas está em crescimento.

Os usuais suspeitos, claro, estão girando sem parar, deleitando-se em como o Brasil se tornou "tóxico" para os investidores globais.


Sim, é desolador. Não há consumo. Nenhum investimento. Nenhum crédito. A única saída seria desbloquear a crise política. Os parasitas da oposição têm apenas uma obsessão; o impeachment da Presidenta Rousseff. Tons de uma boa e velha mudança de regime: para estes vassalos de Wall Street / Império do Caos, uma crise econômica, alimentada por uma crise política, deve por todos os meios derrubar o Governo eleito de um ator-chave dos BRICS.

E então, de repente, fora do campo da esquerda, surge… Lula. O movimento contra ele pela investigação da Lava Jato ainda pode sair pela culatra – para pior. Ele já está no modo de campanha para 2018 – embora não seja um candidato oficial, ainda. Nunca subestime um animal político da estatura dele.

O Brasil não está nas cordas. Se reeleito, e assumindo que ele poderia limpar o PT de uma legião de criminosos, Lula poderia criar uma nova dinâmica. Antes da crise, o capital do Brasil estava se globalizando – via Petrobras, Embraer, BNDES (o banco modelo que inspirou o banco dos BRICS), as empreiteiras. Ao mesmo tempo, podem existir benefícios em quebrar, pelo menos parcialmente, este cartel oligárquico que controla toda a infraestrutura de construção no Brasil; pensem nas empresas chinesas construindo ferrovias de alta velocidade, barragens e portos que o país mal tem.




O próprio Juiz Moro teorizou que a corrupção contamina porque a economia brasileira é muito fechada para o mundo exterior, como a Índia era até recentemente. Mas há uma diferença gritante entre abrir alguns setores da economia brasileira e deixar que interesses estrangeiros vinculados às elites saqueiem a riqueza da nação.
Então, mais uma vez, temos de voltar ao tema recorrente em todos os principais conflitos globais.

É o petróleo, estúpido        


Para o Império do Caos, o Brasil tem sido uma grande dor de cabeça desde que Lula foi eleito pela primeira vez, em 2002. (Para uma apreciação das complexas relações entre EUA e Brasil, verificar o trabalho indispensável de Moniz Bandeira.)

A prioridade do Império do Caos é evitar o surgimento de potências regionais alimentadas por abundantes recursos naturais, desde o óleo até minerais estratégicos. Brasil se encaixa amplamente na conta. Washington, naturalmente, se sente no direito de "defender" esses recursos. Assim, a necessidade de reprimir não apenas as associações de integração regional, como o Mercosul e a Unasul, mas acima de tudo o alcance global dos BRICS.


A Petrobras costumava ser uma empresa estatal muito eficiente, que virou a única operadora das maiores reservas de petróleo descobertas no século XXI até agora: os depósitos do pré-sal. Antes de se tornar o alvo de um enorme ataque especulativo, judicial e dos meios de comunicação, a Petrobras costumava contabilizar 10% do investimento e 18% do PIB brasileiro.

A Petrobras encontrou os depósitos do pré-sal com base na sua própria investigação e inovação tecnológica aplicada à exploração de petróleo em águas profundas – sem nenhuma interferência externa que seja. A beleza é que não há risco: se você perfurar nesta camada do pré-sal, você é obrigado a encontrar petróleo. Nenhuma empresa no planeta iria abrir mão disso em uma competição.


Mas, ainda assim, um notório parasita direitista da oposição prometeu que a Chevron em 2014 entregaria a maior parte da exploração do pré-sal para a Big Oil. A oposição da direita está ocupada alterando o regime jurídico do pré-sal; ele já foi aprovado no Senado. E Rousseff está mansamente indo nesta direção. Alinhe isto com o fato de que o Governo Dilma não fez absolutamente nada para comprar de volta o estoque da Petrobras – cuja queda vertiginosa foi habilmente projetada pelos usuais suspeitos.

Desmantelando meticulosamente a Petrobras, a Big Oil, eventualmente, lucrando com os depósitos do pré-sal, colocando em xeque a projeção de poder global do Brasil, tudo isso joga muito bem a favor dos interesses do Império do Caos. Geopoliticamente, isso vai muito além da blitz hollywoodiana e a Operação Lava Jato.

Não é coincidência que as três maiores nações BRICS estão simultaneamente sob ataque, em diversos níveis: Rússia, China e Brasil. A estratégia criada pelos mestres do universo que ditam as regras no eixo Wall Street/Beltway é de minar por todos os meios o esforço coletivo dos BRICS em produzir uma alternativa viável para o sistema econômico/financeiro global, que por enquanto é submetido ao capitalismo de cassino. É improvável que Lula, por si só, seja capaz de detê-los.

Via: Sputnik



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