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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Estadão confirma (sem querer) que procuradores da Lava Jato mantêm relação ilegal com agentes dos EUA



Via: Lula


Enquanto procuradores federais servem de intermediários para acertos entre delatores e autoridades dos EUA, juiz Sérgio Moro ignora a lei brasileira para satisfazer acordo com órgãos norte-americanos


Agentes federais norte-americanos contam
 com a ajuda irregular de procuradores
da Lava Jato para darem andamento
 a investigações relacionadas à Petrobras
 que correm nos EUA
Os procuradores do Paraná responsáveis pela Operação Lava Jato estabeleceram contato e troca de informações de maneira ilegal com autoridades do Departamento de Justiça dos EUA, firmando com eles acordos não oficiais e intermediando contratos de delação premiada de investigados no Brasil com entidades judiciais norte-americanas.

Além disso, o juiz de primeira instância Sérgio Moro, no processo que conduz contra Luiz Inácio Lula da Silva, permitiu que pessoas investigadas aqui e nos EUA, quando no papel de testemunhas do processo contra o ex-presidente, fizessem uso de seus acordos sigilosos assinados com autoridades norte-americanas como justificativa para atropelar as leis brasileiras, recusando-se a responder perguntas que lhes foram feitas na condição de testemunhas-delatoras.

No início da semana passada, o jornal Estado de S.Paulopublicou uma reportagem sobre o assunto, no blog do jornalista Fausto Macedo, na qual, citando fontes em off do periódico, afirma que os procuradores, de maneira não oficial, articularam para que fossem assinados nos EUA acordos sigilosos de delação de pelo menos cinco investigados da Lava Jato que serviram de testemunhas de acusação dos procuradores paranaenses contra Lula: “As colaborações são feitas individualmente com os delatores, via defesas, sem a participação oficial dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato ou de órgãos do Ministério da Justiça”, diz o jornal.

De fato, a colaboração dos procuradores não poderia ser feita de maneira diferente da, ou seja, à margem da lei, ou de "maneira não oficial". É o que explica, em artigo publicado na última quinta-feira (8) no Portal UOL, o jurista Anderson Bezerra Lopes. Ele diz: “Não se pode negar a importância dos mecanismos legais de cooperação jurídica Internacional em matéria penal. Todavia, em nenhuma hipótese tal cooperação pode ocorrer às margens da lei ou com ofensa à soberania política dos Estados.”

E por que teria sido ilegal a cooperação? Porque o conteúdo do que é oferecido a agentes estrangeiros em acordos de cooperação precisa ser de conhecimento do Estado brasileiro, para evitar riscos à soberania e  à economia nacional. Mas não é o que ocorre com a Lava Jato, cuja colaboração é feita pelos próprios procuradores, de maneira “informal”.

Ao site de notícias GGN, na última sexta-feira (9), a secretaria do Ministério Público Federal responsável por intermediar acordos de cooperação internacional entre estrangeiros e o Estado brasileiro admitiu que a força-tarefa de Curitiba negocia sozinha com o Estados Unidos. Ou seja, os procuradores agem à revelia do próprio comando do MPF.

Esta não é a única ilegalidade cometida por Sérgio Moro e pelos procuradores da Lava Jato. Durante as oitivas das testemunhas de acusação do processo contra Lula, cinco delas - todas delatoras premiadas da Lava Jato - simplesmente se recusaram a falar sobre os acordos que fizeram nos Estados Unidos, alegando que foram feitos sob sigilo e não poderiam comentar a respeito.

Contrariando as leis do país, Sérgio Moro permitiu que testemunhas se calassem durante depoimento

Acontece que tal postura é incompatível com a lei brasileira. O jurista Anderson Bezerra Lopes, em seu artigo no portal UOL, explica:

“Nesse sentido, o silêncio que algumas testemunhas têm oposto às perguntas sobre as negociações com autoridades dos EUA e o conteúdo das informações eventualmente transmitidas àquelas autoridades, a um só tempo, revelam grave ofensa tanto à legislação nacional quanto à soberania política do Estado brasileiro, prevista no art. 1°, inciso I, da Constituição Federal.”

“O sigilo previsto na Lei n° 12.850/13, que trata da colaboração premiada, vale para os acordos negociados ou celebrados no Brasil, cessando tal sigilo tão logo seja recebida a denúncia. Assim, não cabe invocar uma restrição imposta por autoridade estrangeira para impedir a plena vigência da lei brasileira em seu território. Do contrário, temos a esdrúxula situação de um juiz brasileiro afastar a soberania política do Brasil em seu território para, em seu lugar, admitir aqui a vigência da legislação estrangeira.”Assim, deveria Sérgio Moro ter instado as testemunhas a responder tudo que lhes foi perguntado, sob o risco de perderem os benefícios obtidos por meio de seus acordos de delação premiada já celebrados no Brasil. Mas o juiz paranaense de 1ª instância não fez isso, ele simplesmente permitiu que as testemunhas se calassem, ao arrepio da legislação vigente no país.

 Quer dizer: Moro colocou a negociação entre acusados e autoridades dos EUA acima da lei brasileira, conforme explica André Lozano Andrade, advogado especialista em Direito Processual Penal:

“É verdade que a lei faculta a uma testemunha que ela permaneça em silêncio se não quiser produzir provas contra si mesmo. Mas, no caso do delator premiado, caso ele faça essa opção, ele perde este direito assim que assina a delação, uma vez que faz parte das obrigações assumidas pelo delator falar toda a verdade sempre que lhe for perguntado, ainda que isso possa lhe incriminar. Ao não observar este aspecto legal elementar, o juiz Sérgio Moro mais uma vez passou por cima da Lei em sua atuação como magistrado nos processos da Lava Jato”.

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Renan Calheiros é denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro pela PGR


A denúncia resultou na abertura do 11º inquérito contra Renan Calheiros no STF


Lava Jato


Senador é acusado de receber 800 mil reais em propina para favorecer empresa em licitações da Petrobras. Confira a denúncia de Janot


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta segunda-feira 12 ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia de envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em crimes investigados pela Operação Lava Jato.

Na denúncia, que também inclui o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), Renan é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro pelo recebimento, segundo o Ministério Público Federal (MPF), de 800 mil reais em propina do diretor comercial da empreiteira Serveng, Paulo Twiaschor (também denunciado).

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o dinheiro foi repassado por meio de doações para a campanha eleitoral de 2010, ano em que Renan foi eleito senador pelo estado de Alagoas. Em nota, a PGR afirma que Twiaschor fez duas doações ao diretório nacional do PMDB, nos valores de 500 mil reais, em agosto de 2010, e de 300 mil reais, em setembro de 2010.

O diretório nacional do PMDB teria encaminhado as quantias de modo fracionado para as campanhas dos políticos, numa estratégia bastante comum de lavagem de dinheiro.
Janot afirma que o objetivo real do repasse foi comprar a atuação política de Renan e Gomes para que Paulo Roberto Costa fosse mantido na diretoria de Abastecimento da Petrobras. Ainda segundo a acusação, o ex-executivo da estatal favoreceu a Serveng em licitações.

Na denúncia, Janot ressalta que o apoio do PMDB a PauloRoberto Costa foi confirmado nas delações premiadas do senador cassado Delcídio do Amaral, do operador financeiro Fernando Soares (Baiano) e do doleiro AlbertoYousseff.

A PGR pede que Renan e Gomes devolvam 1,6 milhão de reais aos cofres públicos: 800 mil reais a título de reparação de danos materiais e mais 800 mil reais equivalentes ao valor da propina. Além disso, o órgão defende que os parlamentares sejam afastados de seus cargos.

A denúncia resultou na abertura do 11º inquérito contraRenan Calheiros no STF – oito deles derivados de investigações da Lava Jato. No início de dezembro, o senador se tornou réu no Supremo, acusado de receber propinas da construtora Mendes Júnior para o pagamento da pensão de uma filha, entre os anos de 2004 a 2006.

Gomes também se tornou réu no STF há uma semana, acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, numa ação penal também relacionada à Lava Jato.

Confira a íntegra da denúncia de Janot:



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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Odebrecht teria repassado R$ 10 milhões em espécie para o presidente Michel Temer


Michel Temer. Foto: Beto Barata


Claudio Lamachia, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, afirma que 'é absolutamente necessário e urgente o esclarecimento a respeito dos repasses da Odebrecht, inclusive ao presidente da República'


se os recursos transferidos são legítimos ou fruto de propina’, em referência às denúncias veiculadas pela revista Veja e pelo site BuzzFeed de que a empreiteira Odebrecht teria repassado R$ 10 milhões em espécie para o presidente Michel Temer (PMDB), em 2014.

“É absolutamente necessário e urgente o esclarecimento a respeito dos repasses feitos pela Odebrecht aos partidos e autoridades públicas, inclusive ao presidente da República”, defendeu o presidente da entidade máxima da Advocacia Claudio Lamachia.

“As notícias veiculadas pela imprensa sobre diversas autoridades precisam ser apuradas com urgência para que a população não fique refém da incerteza e para que o país possa superar rapidamente os problemas que enfrenta”, recomenda Lamachia.

Cláudio Lamachia. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

BuzzFeed e Veja revelaram nesta sexta-feira, 9, que o executivo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, afirmou em delação premiada que distribuiu propinas a deputados, senadores e governadores.

O Estado confirmou que Temer teve dois encontros com o empresário Marcdelo Odebrecht, em 2014. 

Uma das reuniões foi um jantar entre o então vice-presidente, Odebrecht e o hoje ministro chefe da Casa Civil Eliseu Padilha no Palácio do Jaburu.

Em outro encontro, em São Paulo, Temer estaria acompanhado de seu colega de partido Henrique Alves. Ambos, segundo a delação, pediram dinheiro a executivos da empreiteira, em troca de uma obra.

A revista informou que teve acesso à íntegra dos anexos da delação de Melo Filho, que trabalhou por doze anos como diretor de Relações Institucionais da Odebrecht.

O delator teria afirmado que os R$ 10 milhões foram pagos em dinheiro vivo ao braço direito do presidente, o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O dinheiro também teria sido repassado ao assessor especial do peemedebista, José Yunes, seu amigo há 50 anos.

Na avaliação do presidente da OAB, ‘a sociedade precisa saber se os recursos transferidos são legítimos ou fruto de propina’.

“No momento em que o governo pede mais sacrifícios à população para enfrentar a crise econômica, não podem pairar dúvidas acerca da integridade moral dos que comandam as instituições.”
“Acompanho com atenção os desdobramentos desses fatos para que a OAB possa cumprir com rigor sua função de defender os interesses da sociedade e o cumprimento da Constituição”, destacou Lamachia. “Se necessário, a OAB usará de suas prerrogativas constitucionais para fazer valer os interesses da cidadania.”

COM A PALAVRA, MICHEL TEMER

Procurado, o Palácio do Planalto afirmou que não vai comentar.

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Picolé de chuchu agora é santo? Odebrecht delata caixa 2 em dinheiro vivo para Alckmin


"Picolé de chuchu agora é santo"



Geraldo Alckmin nunca se notabilizou pelo carisma. Foi conhecido, durante um bom tempo, como Picolé de Chuchu.

Faça e experimente um picolé de chuchu se quiser saber, na prática, o que o apelido significava.

Ele jamais deixou de ter as características de um picolé de chuchu, ainda que o apelido tenha progressivamente sumido.

Alckmin mostrou isso quando disputou a presidência com Lula, em 2006. Não foi um embate. Foi um massacre, mesmo com todo o apoio da mídia recebeu.

No momento-comédia de sua campanha, vestiu um macacão da Petrobras para tentar convencer os eleitores de que o PSDB não pretendia privatizá-la.
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Mais recentemente, Alckmin recebeu um novo apelido. Menos engraçado, é certo, mas bem mais revelador — e incriminador: Santo.

Era seu codinome em planilhas ligadas a dinheiro sujo advindo de construtoras que financiaram campanhas suas — e de dezenas de outros políticos — com caixa dois. Às vezes, com dinheiro vivo.

O Santo está na manchete de hoje da Folha e dela pulou logo para as redes sociais. É um dos protagonistas da lista da delação da Odebrecht.

Deve-se cumprimentar o autor anônimo do apelido. Santo é uma escolha altamente inspirada. É o que Alckmin parece ser para muita gente — mas não para os departamentos de propinas das construtoras.

O Santo da Odebrecht é uma das maiores hipocrisias da República. O que ele fez está longe de ser novidade no putrefato mundo político brasileiro, embora para Moro e a Lava Jato só se trate de crime quando um petista está por trás.

O que torna revoltante a conduta hipócrita de Alckmin é ele atirar pedras em outros — petistas, é claro — enquanto, nas sombras, fazia a mesmíssima coisa.

Ele se candidata agora a Santo Padroeiro da Hipocrisia.

Quanto ao resto da história, podemos adivinhar. A mídia dará a menor repercussão possível, como aconteceu nos 23 milhões de Serra. A Lava Jato fingirá que nada ocorreu.


O Santo continuará sua carreira placidamente, imperturbado — e jamais tratado como corrupto. Poderá até receber um abraço fraternal de Moro caso se encontrem em algum evento.

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Juiz Moro comparece em evento do PSDB na cidade de Cuiabá MT


Sérgio Moro (esq) prestigia evento do governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB). A secretária Adriana Vandoni (dir), também do PSDB, foi uma das organizadoras
Rafaela Zanol/Governo do Estado de Mato Grosso


Em palestra, o juiz elogiou deputado tucano citado em delação premiada sobre esquema criminoso de desvio de verbas da Educação

O juiz Sérgio Moro, da primeira instância da Justiça Federal no Paraná, deixou o seu Estado e seu trabalho na última segunda-feira (5) para atender a uma agenda política em Cuiabá, capital de Mato Grosso. Ele foi ao Centro-Oeste do país atendendo a um convite do governador Pedro Taques (PSDB), e discursou em evento comemorativo de lançamento de um site da administração tucana local.

A secretária de Transparência do Estado, Adriana Vandoni, por sua vez também filiada ao PSDB, reuniu a equipe de seu gabinete para tirar fotos com o juiz paranaense, e publicou tudo em sua página pessoal no Facebook, com dizeres como "Orgulho, meu Deus, receber dr Sergio Moro em Cuiabá".

Vandoni não foi a única de sua família a postar fotos com Moro. O filho e a nora da tucana também foram ao encontro do juiz no evento governamental, que sofreu críticas da imprensa local pelo suposto alto custo. "Parabéns sogrita! O evento foi show!", escreveu a nora da secretária da Transparência em sua página de Facebook, junto com uma foto com o marido e com Moro, sorrindo no hotel onde foi realizado o evento.


Já o juiz Moro aproveitou o palanque que o governador tucano lhe concedeu para criticar, mais uma vez, o projeto de lei que visa punir os abusos e erros cometidos por autoridades judiciais, policiais e do Ministério Público. Aproveitou, também, para elogiar um deputado tucano, Nilson Leitão (PSDB-MT), que votou contra o projeto de lei que visa regular a ação das autoridades.

"Não gosto de falar mal de ninguém, mas vendo a lista dos deputados federais desse Estado, um único deputado votou contra essa emenda de criminalização de juízes. Não é política partidária. Então, vou me permitir falar bem do Nilson Leitão", disse o juiz. Moro só não disse que o parlamentar por ele elogiado foi recentemente citado em delação premiada do empresário Giovani Guizardi, que afirmou que o deputado recebeu dinheiro desviado de esquema fraudulento na Secretaria de Estado de Educação, em episódio investigado pela chamada Operação Rêmora, do Ministério Público em Mato Grosso.

 Sérgio Moro palestrou no Espaço Ágora, no Hotel Gran Odara, em Cuiabá. O governo estadual não informou quanto custou aos cofres públicos a ida do juiz de primeira instância a Mato Grosso. 

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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Os militares criaram o AI 5 para ficarem acima da lei. Moro quer ser o AI 5 e na sua cola o MPF


Moro, um terceiranista reprovado na sabatina


Como a tragédia se repete como farsa (Karl Marx), preciso voltar no tempo, para ilustrar uma farsa atual. Recebi de um superintendente da Polícia Federal a missão de investigar um servidor do extinto INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), que estaria furtando gasolina da instituição. Esqueci a pessoa e segui o manual da PF: investigar fatos e, se verdadeiros, buscar provas e autoria (se possível). Bem diferente do que fazem com Lula, pois primeiro acusam, difamam, insuflam o ódio popular e depois saem correndo à procura de pedalinhos, tríplex, pixulex, denorex, jontex, iodex...

Iniciei o trabalho solicitando planilhas com entrada e saída de viaturas, volume de abastecimento, registros de hodômetros. Se a quilometragem percorrida não fosse compatível com o consumo de gasolina, certamente alguém dela se apropriara. Passo seguinte seria descobrir esse alguém. Mas, logo de início vi que até a cúpula do INSS furtava gasolina. Então, o superintendente da PF me chamou para conversar. Disse-me que não era “pra fazer carnaval, pois era só pra dar um susto”. Criado o mal estar me colocaram numa salinha com uma placa “Adido ao Gabinete” – local conhecido na PF como corredor (na Polícia Civil chamam NASA)...

Não sei se avisaram o juiz Sérgio Moro que “era só pra dar uma susto” ou melhor, se avisaram que a Farsa Jato seria apenas para ajudar no golpe. O fato é que, sequer pode ser inocentado de não saber a consequência de seus atos. Não falo dos atos legais, imparciais, deveres de oficio, mas sim das divulgações seletivas, os casuísmos, do ativismo jurídico (por vezes mescla de jurídicos/políticos). Os resultados falam por si - a com a Constituição Federal rasgada, direitos fundamentais violados, quebra de empresas, desemprego, insegurança jurídica, cizânia social, incentivo ao crime de ódio e o golpe.

Com susto, li que o tal magistrado está indo embora para os Estados Unidos. Os holofotes começam a apagar sobre o pavão, cuja cauda de plumagem tucana ao se abrir exibe cores da bandeira americana. Moro vai, se é que vai, e o Brasil fica sem saber se é porque estaria impedido de prender tucanos e ou por não conseguir encontrar ou inventar provas para prender o ex-presidente Lula. Nem Lula nem Dilma estão em listas criminosas e, pelos meios permitidos no direito, nada se provou contra os dois. A ONU e o Tribunal Penal Internacional estão de olho em Moro, e a Farsa Jato, em que pese a bandeira séria aparente, só realça a imagem do Brasil como uma republiqueta sujeita a golpes.

No golpe atual, cogita-se que tucanos assumam o poder em 2017 e que vamos nos tornar americanos - quem tem menos votos governa. Cogita-se que o Congresso Nacional (antes varonil por derrubar a Presidenta Dilma, hoje canalha por querer transformar juízes em seres mortais, responsáveis por seus atos) tem novidades.  Fora Temer! O pacote do golpe contemplaria prorrogação do mandato tucano e as eleições presidenciais de 2018 ficariam um pouquinho mais para a frente, até que a TV Globo/Veja/Folha/Estadão convençam a população de que o pato da FIESP voa melhor do que o boi do Conde João Maurício de Nassau-Siegen. Aliás, neste final de semana teve festa de pato na Av. Paulista.

Os militares criaram o AI 5 para ficarem acima da lei. Moro quer ser o AI 5 e na sua cola o Ministério Público Federal. Os delegados da PF estão contra, pois já apanham demais do “Parquet”. É, os golpistas já não estão se entendendo muito bem. Nesse contexto, Moro, antes de partir, foi ao Senado Federal, e Lindbergh lhe mostrou que lei não é chicote e pena não é vingança. Um espetáculo tão dantesco que tive que concordar até com Renan Calheiros e Gilmar Mendes. Moro não conseguiu provar que o “Projeto Deus Sou Eu” não é um golpe dentro do golpe...

'Uma lei contra abuso de autoridade no Brasil é uma necessidade', afirma Lindbergh Farias


Ao ficar nu, Moro levou um susto e apelou para a mentira e disse: “querem criminalizar a Farsa Jato”. Mentiu, porque Moro sabe ou teria a obrigação de saber, que a lei não retroage para prejudicar (Art. 5º, XL da CF). Portanto, seus abusos atuais ficariam penalmente impunes se aprovada a lei como está. Mostrou mais uma vez que desconhece e ou atropela a lei de forma consciente. Revelou-se tão inexpressivo e acuado, que mais parecia um terceiranista de Direito que ficou em recuperação e que foi reprovado na sabatina.

Armando Rodrigues Coelho Neto – advogado e jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo


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domingo, 4 de dezembro de 2016

Lava Jato tem domingo marcado por manifestações ao seu favor





Manifestantes apoiam a Operação Lava Jato e protestam contra os ajustes das medidas anticorrupção, aprovados pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (30).


Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (4) em mais de 200 cidades em todo o país se manifestar contra os ajustes do pacote das medidas anticorrupção e em apoio à Operação Lava Jato. 

Convocados pelos mesmos movimentos que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff — Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL) e Nas Ruas-, os protestos marcam a primeira onda de manifestações da era Temer. 

As principais pautas dos atos são o apoio à Operação Lava Jato e a oposição aos ajustes aprovados na Câmara das medidas contra a corrupção. 

"Não importa se você é de direita, de esquerda ou de centro. Você tem que ir pra rua protestar contra os corruptos", diz a convocação do movimento Vem pra Rua em publicação no Facebook.

Manifestação em apoio à Lava Jato em Copacabana, Rio de Janeiro, em 4 de dezembro

Segundo estimativas da Polícia Militar, o protesto em Brasília reuniu cerca de 15 mil pessoas, enquanto em Copacabana, no Rio de Janeiro, o número de manifestantes chegou a 20 mil.

Durante a madrugada de quarta-feira (30),  a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do pacote de medidas anticorrupção. Em emendas de última hora, foram retiradas seis propostas do MPF e aprovadas diversas alterações no texto da comissão especial, incluindo temas polêmicos, como a punição de juízes e membros do Ministério Público por crime de responsabilidade, questão que já tinha sido excluída pelo relator do texto, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Manifestação em apoio à Lava Jato em Copacabana, Rio de Janeiro, em 4 de dezembro

Os protestos deste domingo, apesar de mirar mais no Congresso do país do que no Palácio do Planalto, as manifestações têm o perfil semelhante aos atos que pediram o impeahment da ex-presidente Dilma Rousseff. Rejeitando os partidos políticos de uma maneira geral, os manifestantes se vestem de verde e amarelo, pedem o fim da corrupção e enaltecem o juiz federal Sérgio Moro, que comanda as investigações da Operação Lava Jato. 


"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."
- prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard


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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Pacote anticorrupção quer introduzir no Brasil algo fracassado e está sendo abandonado no exterior


Deputados debatem no plenário o projeto, que teve análise adiada para terça-feira 29


Restrição ao habeas corpus e admissão de provas ilícitas ficaram de fora do texto final. Negociação de pena e recompensa para delatores estão na pauta


Restrição ao habeas corpus e admissão de provas ilícitas ficaram de fora do texto final. Negociação de pena e recompensa para delatores estão na pauta

Propostas inicialmente pelo Ministério Público Federal, as “10 medidas contra a corrupção” vêm sofrendo intensas mudanças desde que foi levada à Câmara dos Deputados. Nessa semana, a cada relatório aprovado, muitas figuras saíam de cena, enquanto outras entravam, tornando o cenário instável e suscetível a qualquer alteração até a aprovação definitiva, além de contribuir para a desinformação sobre o tema.

Atualmente, algumas figuras clássicas das dez medidas estão fora do pacote a ser aprovado, como a restrição ao habeas corpus e a admissão das provas ilícitas. Pontos fundamentais de críticas pelos mais diversos setores, essas medidas foram descartadas pelo projeto de lei substitutivo, o qual é uma alternativa proposta por parlamentares à discussão original. Se ele não for aprovado pela Câmara, vota-se o primeiro projeto.

Plea Bargain


No projeto substitutivo, algumas figuras causam intensa preocupação. É o caso, por exemplo, do plea bargain, isto é, a negociação de pena entre acusação e réu antes de começar um processo criminal. Tal figura é trazida muitas vezes em filmes norte-americanos, que abordam a questão que se tornou uma das principais catalisadoras do hiper encarceramento do país.

Para o Juiz de Direito Rubens Casara, o projeto tenta introduzir no país algo que fracassou e está sendo abandonado no exterior. “Esse modelo de “acordo”, no qual a vontade de uma das partes é viciada pela coação consistente na ameaça de uma pena mais grave, fez parte do projeto que gerou o grande encarceramento nos Estados Unidos da América, país em que a liberdade é tratada na lógica neoliberal como mais uma mercadoria.

“Lá a maioria dos estudiosos percebeu que não deu certo, aqui querem importar essa fórmula ineficaz e perversa”, complementa.

Para Antônio Pedro Melchior, Advogado Criminalista e Professor na Escola da Magistratura do Rio Janeiro, a Justiça Criminal negocial do Brasil está totalmente fora de controle, com delações sendo utilizadas comoformas de sair da prisão. O estabelecimento do plea bargain em massa significaria uma profunda crise no sistema punitivo brasileiro.

"É o fim do Processo Penal como exercício da jurisdição, porque a gente sabe como essas negociações entre acusado e MP funcionam", argumenta. 

Reintrodução de um serviço de inteligência para apurar denúncia de corrupção


Outra questão que sequer foi debatida mas consta no projeto atual é o chamado “Programa de Proteção e Incentivo a Relatos de Informações de Interesses Público”, que institui Comissões de Recebimento de Relatos, que são todo um aparato de recebimento de denúncias de corrupção e que os processo de forma um tanto quanto sigilosa, para, caso entenda como relevante, encaminhar aos órgãos de acusação. Os membros dessa comissão julgadora teriam mandato de no mínimo dois anos e poderiam analisar denúncias de qualquer um do povo.

Para a Advogada Criminalista Maíra Machado, essa espécie de Tribunal se assemelha muito ao SNI (Sistema Nacional de Informações). “É mais uma proposta absurda em nome da guerra anti corrupção. Essa proposta, ao que parece, Reintroduz o Serviço Nacional de Informações, mas de modo melhor estruturado”.

SNI era um departamento de inteligência da época do governo militar que processava casos internos em setores públicos para averiguar alguma denúncia de corrupção, como também para servir ao patrulhamento ideológico. Oserviço foi extinto na redemocratização.

Recompensa para os delatores


Um ponto de destaque é a recompensa em dinheiro para delatores, os quais podem ser qualquer um do povo e nem precisa ter relação com a causa. “Parece Velho Oeste”, afirma Victoria de Sulocki, Presidenta da comissão de Direito Penal do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). Ou seja, alguém diz algo sobre algum suposto esquema e se vier uma condenação, essa pessoa recebe de 10 a 20% do valor recuperado.

Ela explica que o que está sendo implantado é “copia e cola” do modelo norte-americano. Ocorre que se as 10 medidas quase não tiveram debate, estas então não tiveram absolutamente nenhum, ainda que introduzem na legislação profundas mudanças que implicam diretamente na vida das pessoas.

Anistia para o caixa 2, Aumentos de penas e fim da prescrição


A única medida que é consenso de conhecimento é a anistia docaixa dois para políticos, o que tem sofrido uma série de críticas. Ocorre que isso é apenas uma minúscula parte do projeto que ainda aumenta as penas de crimes, medida essa historicamente ineficiente no combate a qualquer crime que seja, além do fim da prescrição.

A prescrição é a punição ao Estado pela vagareza noexercício do direito de punir alguém. Quando se é processado criminalmente, a pessoa não pode responder ao processo durante toda sua vida, pois a angústia traduziria-se numa pena perpétua. Além disso, é direito tanto do acusado, como também de toda sociedade que o processo judicial tenha uma duração razoável e a prescrição atua justamente para estimular que a discussão ocorra dentro de um tempo aceitável.

O que o projeto faz é justamente adotar uma série de impeditivos e relativizações da prescrição que acabam por eliminá-la por completo, sob o argumento de que o processo se estende por “chicana” e recursos infinitos de advogados.

Para o Professor René Ariel Dotti, da Universidade Federal do Paraná, trata-se da "mutilação do instituto da prescrição". Em artigo publicado no Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Dotti rebateu a justificativa utilizada para acabar com a prescrição. "O disparate desse discurso omite o fato de que tal manobra pode e deve ser obstada por um magistrado atento e um Ministério Público diligente."

Ninguém sabe o que está sendo votado


Em uma semana, mais de três relatórios com conteúdos diferentes foram votados, levando obviamente a uma desinformação generalizada. O conteúdo desta notícia, por exemplo, destina-se ao último substitutivo aprovado, sendo que tudo pode ser alterado em um próximo eventual, retornando, inclusive, as tão criticadas medidas originais.

Para Victoria, essa desinformação é proposital para desfocar o debate e as críticas ao projeto que fatalmente será aprovado sem nenhum debate. Para ela, embora criminalistas em geral só tenham a lamentar com esse episódio.

*Publicado originalmente no Justificando


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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Presidente da OAB diz que anistia a caixa 2 é surreal




247 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Cláudio Lamachia, emitiu nota nesta sexta-feira (25), na qual critica a tentativa dos deputados de anistiar o caixa 2 eleitoral. “É surreal a possibilidade de a Câmara dos Deputados atuar em desconformidade com o interesse público, aprovando uma anistia para a prática criminosa do caixa dois e outros desvios relacionados, como corrupção e lavagem de dinheiro”, declarou.

 A proposta prevê explicitamente que políticos e partidos não poderão ser punidos nas “esferas penal, civil e eleitoral” caso tenham praticado o crime “até a data da publicação” da lei. O parecer do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), aprovado por unanimidade na comissão especial, prevê a tipificação da prática, mas não deixa explícita a anistia retroativa.
A íntegra da nota:

“É surreal a possibilidade de a Câmara dos Deputados atuar em desconformidade com o interesse público, aprovando uma anistia para a prática criminosa do caixa dois e outros desvios relacionados, como corrupção e lavagem de dinheiro.

O ordenamento jurídico atual já tem instrumentos para processar e punir esses crimes, por meio do Código Eleitoral e da legislação tributária. Uma nova lei teria como função recrudescer o combate ao crime e não anular o efeito das leis que já existem.

É impensável que detentores de função pública queiram usar a oportunidade ímpar de avançar no combate ao caixa dois para perdoar crimes do passado.

Os deputados federais, representantes da sociedade, devem respeitar os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade em suas ações. Não podem legislar em causa própria.

Caso esse acordo seja real e venha a prosperar, a OAB usará suas prerrogativas para defender a Constituição e a sociedade desse atentado à democracia.”

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Testemunhas novas de acusação contra Lula o inocentam



Paraná 247 – Assim como no primeiro dia de audiência do processo contra o ex-presidente Lula na Lava Jato, em que todas as testemunhas de acusação o inocentaram, o mesmo aconteceu nesta quarta-feira.

No primeiro dia, falaram Delcídio Amaral, Eduardo Leite e Augusto Mendonça. Todos disseram desconhecer qualquer ligação do ex-presidente Lula com o imóvel do Guarujá (SP), que é o foco da denúncia (leia aqui).

Desta vez, falaram Pedro Barusco, Pedro Corrêa e Paulo Roberto Costa e o cenário se repetiu.

  • Confira, abaixo, vídeo sobre a audiência:


  • Leia, ainda, nota dos advogados do ex-presidente Lula:


Mais uma vez, as testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal para a segunda audiência realizada dia (23/11) na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba isentaram o ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva em relação à acusação de recebimento de qualquer vantagem indevida por meio de um tríplex no Guarujá.

Foram ouvidos Pedro Corrêa, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco. Todos negaram (i) a realização de qualquer reunião com Lula em que ele tenha solicitado ou recebido vantagem indevida ou, ainda, (ii) qualquer relação entre Lula e o tríplex do Guarujá.

No item 50 da denúncia, o MPF havia relatado que Pedro Corrêa e José Janene foram apresentar ao ex-Presidente reivindicações de novos cargos e valores que seriam usados em benefícios de campanhas políticas e que, na ocasião, Lula teria negado o pleito dizendo: “Vocês têm uma diretoria muito importante, estão muito bem atendidos financeiramente. Paulinho tem me dito”. Lula, segundo o MPF, teria dito ainda que “Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados”. No entanto, na audiência de hoje Paulo Roberto Costa afirmou peremptoriamente que jamais Lula o tratou por Paulinho, até porque seu relacionamento com o então presidente era institucional e nunca houve conversa sobre vantagem indevida.

No curso da audiência, além de não seguir o rito estabelecido na lei, como registrado pela defesa em petição, Moro ainda fez nova antecipação de juízo de valor – tentando transformar o exercício do direito de defesa em falta de argumentos -, o que motivou a reiteração da sua suspeição.

A audiência também foi marcada para ouvir Nestor Cerveró. Seu depoimento, no entanto, foi transferido para amanhã (11 horas) em decorrência de uma decisão do juiz, que alegou percalços criados pela defesa, quando a mídia já havia divulgado anteriormente a palestra do magistrado no Teatro Positivo, prevista para às 20 horas de hoje.

  • Assessoria de imprensa do Teixeira, Martins & Advogados

Belchior - Saia do Meu Caminho


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A lava jato foi a "ponta de lança" para o golpe e o roubo das riquezas do Brasil




A excelente matéria da repórter Cíntia Alves do GGN pode trazer a tona uma questão que intriga qualquer brasileiro ou brasileira que se debruça sobre os efeitos colaterais da Lava-jato: como pode a justiça do país deixar quebrar a indústria nacional tão facilmente.

Os impactos da operação anticorrupção mais famosa da nossa história - com o espetáculo midiático tão pesado seria difícil não sê-la - causaram, no mínimo, um déficit de 140 bilhões de reais, ou 2,5% do PIB, segundo estudo do “insuspeito” tucano Gesner Oliveira.

E a resposta para o porque da Força Tarefa da Operação não ter ligado muito para a quebra da indústria nacional, desde empreiteiras até micro e pequenas empresas indiretamente com tamanha queda do PIB, esta bem clara no documento (oficial!) que o Wikileaks revelou aos brasileiros em 2009.

Segundo a então diretora relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda: “Petrobrás terá todo controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores americanos.”

Repetindo: poderia prejudicar os fornecedores americanos!

Ou seja, com o Pré-Sal e a Lei da Partilha original - que o entreguista do Temer conseguiu alterar na câmara - os fornecedores americanos se sentiram ameaçados e implementaram um Lobby pesado no Senado para acompanhar os trâmites sobre as regras da exploração de águas ultra-profundas. O consulado americano, inclusive, definiu a estratégia de “recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro” [na época, a esperança era a vitória do Serra em 2010 para mudar a lei].



Pois bem, qual o primeiro projeto do José Serra, citado no telegrama, quando virou senador pelo estado de São Paulo em 2014? Mudar, justamente, as regras da Lei da Partilha que contrariavam as petrolíferas internacionais no telegrama.

Bom, Carla Lacerda, da Chevron, disse em 2009 que “Eles [governo Lula] são os profissionais e nós [lobistas das empresas de petróleo] somos os amadores”.

Parece que as empresas aprenderam direitinho que a joia rara do lobby estava mesmo era no judiciário, pois o legislativo não tem muita credibilidade para trabalhar temas escancaradamente entreguistas contra uma figura da popularidade do ex-presidente Lula.

Assim, Moro e o Ministério Público quebraram a indústria nacional e abram caminho para que os fornecedores americanos pudessem lucrar com o mercado nacional (tem dúvidas? Então veja com carinho que a GE Oil &Gás comprou a Baker Hughes numa operação bilionária em plena crise).

O Tio-Sam usou o Serra enquanto pode, mas se “profissionalizou”  e apostou as fichas mesmo em Moro e Dallagnol para destruir o capital produtivo do país e abrir as portas para as multinacionais estrangeiras continuarem a abusar  do Brasil e impedir que nossa soberania nacional nos fizesse protagonistas no mercado mundial para que continuemos como uma mera colônia a ser explorada pela elite mundial.

A Chrevon de Lacerda aprendeu, afinal, que não deveria ser amadora, pois não há espaço no Brasil para tais pessoas.




Lava Jato e cooperação norte-americana


 A Lava Jato irrompe em meados de março de 2014, a partir de uma interceptação de esquema ilegal do doleiro Alberto Yousseff, que desencadeou a operação que iria apurar irregularidades na gestão da Petrobrás, o que acabou por tornar-se ao longo do tempo em uma operação política contra o Partido dos Trabalhadores, Lula e Dilma.

A Lava Jato tem uma colaboração Jurídica norte-americana para investigar a Petrobrás, “cooperação” entre aspas, que na geopolítica poderia ser considerado como entregar aos americanos, informações comerciais, estratégicas e também uma cooptação maior do Estado Norte-Americano e seu objetivo político.

A tal “associação” entre Lava Jato, pode ser classificada como continuação da espionagem americana, como afirmam petroleiros [ leia aqui ] e deles tem uma influência grande no trato jurídico e político da questão da Petrobrás.

Moro e o treinamento nos EUA




Documentos do governo dos EUA vazados pelo Wikileaks revelam o treinamento de Sergio Moro e mostram como os trabalhos do juiz federal e da Lava Jato sofrem influência daquele país. O informe cita ainda assessoria externa em ‘tempo real’ para os brasileiros. Pontos a serem analisados:

Sergio Moro participou do seminário na condição de palestrante, em outubro de 2009, expondo de acordo com o telegrama recebido pelos governo dos EUA, as “15 questões mais frequentes nos casos de lavagem de dinheiro nas cortes brasileiras”. O que denota a aproximação do juiz em questão com o Departamento de Estado norte-americano.

Para os agentes do EUA envolvidos no projeto, “(…) há necessidade continuada de assegurar treinamento a juízes federais e estaduais no Brasil, e autoridades policiais para enfrentar o financiamento ilícito de conduta criminosa. (…) Idealmente, o treinamento deve ser de longo prazo e coincidir com a formação de forças-tarefa de treinamento. Dois grandes centros urbanos com suporte judicial comprovado para casos de financiamento ilícito, especialmente São Paulo, Campo Grande ou Curitiba, devem ser selecionados como locação para esse tipo de treinamento.”- Cooptação política dos mesmos operadores do direito, o que prova é a Lava Jato mirar unicamente o PT em suas “operações de fato” ( recentemente FHC passou a “ser investigado” mas o processo demora, até a defesa da mulher de Eduardo Cunha teve 4 meses para sua defesa)

" Começa o plano B dos grandes centros financeiros do mundo". Agora começa a Grande Batalha do Atlântico Sul.



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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Lula é inocente, e agora, Mozo?



Por Esmael


A inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a prova cabal do abuso de autoridade da Operação Lava Jato.


Nesta segunda (12), em depoimento como testemunha de acusação, o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido) afirmou nunca ter tido nenhuma conversa com o ex-presidente a respeito de qualquer procedimento ilícito.
Não há prova alguma contra Lula. E agora juiz Sérgio Moro, que fazer?
Se houve abuso de autoridade contra Lula, necessariamente, também ocorreu contra os demais réus da Lava Jato. Certo? Corretíssimo.
Nesse furdúncio todo, a Lava Jato conseguiu parir — e enjeitar — o ilegítimo governo Michel Temer (PMDB) com o golpe de Estado em 31 de agosto. Ah, também é responsável por quebrar a economia do país e devolver milhões de brasileiros à miséria.

Portanto, desenha-se como engodo um final infeliz para a pirotecnia do juiz Moro e do procurador Deltan Dallagnol.

Metrô - Tudo Pode Mudar



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domingo, 20 de novembro de 2016

Aécio diz que é inocente e "nos fingimos que acreditamos"




Minas 247 – Mesmo sendo um dos políticos mais citados por delatores da Lava Jato (saiba mais aqui), o senador Aécio Neves PSDB-MG se sentiu à vontade para falar sobre a operação, numa entrevista ao jornalista Pedro Venceslau (leia aqui), em que defendeu a anistia ao caixa dois pretérito, se disse inocente das acusações que sofre e sugeriu, nas entrelinhas, a prisão do ex-presidente Lula.

"Em relação especificamente ao caixa 2, eu defendo a criminalização. O equívoco lá atrás foi tentarem aprovar algo sem uma discussão mais ampla. Os casos passados vão acabar sendo diluídos pelos tribunais", disse ele.

Como criminalizar para frente significa anistiar o passado, Aécio foi questionado pelo jornalista e saiu pela tangente. "Isso não chegou ainda na Câmara. Só quando conhecermos o texto é que veremos se houve excessos."

Sobre o fato de ter sido delatado pelo ex-senador Delcídio Amaral, Aécio questionou o teor das acusações. "As citações feitas pelo senador Delcídio estão sendo investigadas e, estou certo, serão arquivadas por serem absurdas e sem o mínimo indício que possa comprová-las", disse o presidente nacional do PSDB.

Ele também negou que o empresário Oswaldo Borges, seu tesoureiro informal, acusado por empresários, como Léo Pinheiro, da OAS, de cobrar propina de 3% nas obras da Cidade Administrativa de Belo Horizonte, tenha cometido ilícitos."O sr. Oswaldo Borges é um conhecido empresário mineiro que atuou formalmente na captação de recursos de várias campanhas do PSDB, inclusive na última campanha presidencial, o que é de conhecimento público e, como afirmou o próprio ex-presidente da Andrade, a relação se deu de forma absolutamente legal e sem qualquer contrapartida, como ele próprio disse", afirmou Aécio, sem comentar as acusações da OAS.

Sobre prisões de políticos, ele fez um reparo ao que ocorreu com seu amigo Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, que o apoiou em 2014, mas sugeriu nas entrelinhas a prisão do ex-presidente Lula.

"Não conheço o caso. Mas temos de ter cuidado para que a prisão não seja a primeira etapa de um processo", afirmou, ao se referir a Cabral.

Sobre Lula, o posicionamento foi distinto. "Não torço pela prisão do Lula, mas para que a Justiça seja feita. A prisão dele não me traria alegria, mas eu não preocuparia com as consequências."

Aécio também defendeu a volta do financiamento privado de campanhas, raiz de todos os escândalos de corrupção recentes, e disse que, do jeito que está, não dá pra continuar.

Sobre o processo no TSE, aberto pelo PSDB, para pedir a cassação da chapa Dilma-Temer, ele deu a entender que defende a separação dos casos, para que Temer continue no poder até 2018. "Eu, pessoalmente, penso que a responsabilidade do presidente Temer não é a mesma da Dilma", disse.

Relembre, abaixo, o que alguns delatores disseram sobre Aécio.

Na primeira, o doleiro Alberto Youssef aponta Aécio como o mentor intelectual de um mensalão em Furnas, que distribuía mesadas de US$ 100 mil a parlamentares – entre eles, o finado José Janene, que foi sócio de Youssef. Asssista aqui:



Na segunda delação, o lobista Fernando Moura afirma que um terço da propina em Furnas era destinada ao líder da oposição:



Na terceira, o entregador de propinas "Ceará" diz que Aécio era "o mais chato" cobrador das entregas de recursos da empreiteira UTC:



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sábado, 19 de novembro de 2016

Lula processa e pede prisão do juiz Moro




247 - A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta sexta-feira, 18, uma queixa-crime subsidiária contra o juiz federal Sérgio Moro, pela prática de abuso de autoridade.

Os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira lembram a representação contra Moro, feita ainda em junho na Procuradoria Geral da República (PGR), por abuso de autoridade nas ações da condução coercitiva de Lula, na busca e apreensão de bens e documentos de Lula e de seus familiares e na interceptação telefônica de Lula, seus familiares e advogados.

"Diante disso, o artigo 16 da Lei 4.898/65 autoriza que a vítima de abuso de autoridade, no caso Lula e seus familiares, possa propor diretamente a ação penal por meio de peça denominada "queixa-crime subsidiaria", tal como a que foi protocolada nesta data perante o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, que tem competência originaria para conhecer e julgar ações penais contra agente público investido nas funções de juiz federal na circunscrição de Curitiba", explicam Zanin e Teixeira em nota.

Vila Soma


No mesmo dia em que sua defesa entrou com nova representação contra Moro, o ex-presidente Lula participou de visita à Vila Soma, a maior ocupação urbana do Brasil, localizada no município de Sumaré em São Paulo. Lá moram cerca de 10 mil pessoas que lutam pelo direito à moradia. A ocupação é organizada pelo MTST e fica em um local que estava abandonado há 25 anos.

Leia na íntegra a nota dos advogados de Lula:

"Nota


Na qualidade de advogados do ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva, sua esposa e filhos ingressamos na data de hoje (18/11/2016) com queixa-crime subsidiária contra o agente público federal Sergio Fernando Moro, em virtude da prática de abuso de autoridade.

Em 16/6/2016, Lula e seus familiares protocolaram na Procuradoria Geral da Republica uma representação, na forma do artigo 2º. da Lei 4.898/65, pedindo providências em relação a fatos penalmente relevantes praticados pelo citado agente público no exercício do cargo de juiz da 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba. Os fatos relatados são os seguintes:

(i) a condução coercitiva do ex-Presidente, para prestar depoimento perante autoridade policial, privando-o de seu direito de liberdade por aproximadamente 6 (seis) horas;

(ii) a busca e apreensão de bens e documentos de Lula e de seus familiares, nas suas respectivas residências e domicílios e, ainda, nos escritórios do ex-Presidente e de dois dos seus filhos (diligências ampla e estrepitosamente divulgadas pela mídia) e, mais,

(iii) a interceptação das comunicações levadas a efeito através dos terminais telefônicos utilizados pelo ex-Presidente, seus familiares, colaboradores e até mesmo de alguns de seus advogados, com posterior e ampla divulgação do conteúdo dos diálogos para a imprensa.

A ilegalidade e a gravidade dessa divulgação das conversas interceptadas foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de decisão proferida nos autos da Reclamação 23.457.

Até a presente data, nenhuma providência foi tomada pelo Ministério Publico Federal após a citada representação. Essa situação está documentada em ata notarial lavrada pelo notário Marco Antonio Barreto De Azeredo Bastos Junior, do 1.º Ofício de Notas e Protesto de Brasília, Distrito Federal, que acompanhou advogados de Lula e seus familiares em diligências específicas para a obtenção de informações sobre a mencionada representação.

Diante disso, o artigo 16 da Lei 4.898/65 autoriza que a vítima de abuso de autoridade, no caso Lula e seus familiares, possa propor diretamente a ação penal por meio de peça denominada "queixa-crime subsidiaria", tal como a que foi protocolada nesta data perante o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, que tem competência originaria para conhecer e julgar ações penais contra agente público investido nas funções de juiz federal na circunscrição de Curitiba.

Após expor todos os fatos que configuram abuso de autoridade, a petição pede que o agente público Sergio Fernando Moro seja condenado nas penas previstas no artigo 6º. da Lei 4.898/65, que pune o abuso de autoridade com detenção de dez dias a seis meses, além de outras sanções civis e administrativas, inclusive a suspensão do cargo e até mesmo a demissão.

Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira"


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