Por Sputnik
Manifestantes apoiam a Operação Lava Jato e protestam contra os ajustes das medidas anticorrupção, aprovados pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (30).
Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (4) em mais de 200 cidades em todo o país se manifestar contra os ajustes do pacote das medidas anticorrupção e em apoio à Operação Lava Jato.
Convocados pelos mesmos movimentos que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff — Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL) e Nas Ruas-, os protestos marcam a primeira onda de manifestações da era Temer.
As principais pautas dos atos são o apoio à Operação Lava Jato e a oposição aos ajustes aprovados na Câmara das medidas contra a corrupção.
"Não importa se você é de direita, de esquerda ou de centro. Você tem que ir pra rua protestar contra os corruptos", diz a convocação do movimento Vem pra Rua em publicação no Facebook.
Manifestação em apoio à Lava Jato em Copacabana, Rio de Janeiro, em 4 de dezembro
Segundo estimativas da Polícia Militar, o protesto em Brasília reuniu cerca de 15 mil pessoas, enquanto em Copacabana, no Rio de Janeiro, o número de manifestantes chegou a 20 mil.
Durante a madrugada de quarta-feira (30), a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do pacote de medidas anticorrupção. Em emendas de última hora, foram retiradas seis propostas do MPF e aprovadas diversas alterações no texto da comissão especial, incluindo temas polêmicos, como a punição de juízes e membros do Ministério Público por crime de responsabilidade, questão que já tinha sido excluída pelo relator do texto, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Manifestação em apoio à Lava Jato em Copacabana, Rio de Janeiro, em 4 de dezembro
Os protestos deste domingo, apesar de mirar mais no Congresso do país do que no Palácio do Planalto, as manifestações têm o perfil semelhante aos atos que pediram o impeahment da ex-presidente Dilma Rousseff. Rejeitando os partidos políticos de uma maneira geral, os manifestantes se vestem de verde e amarelo, pedem o fim da corrupção e enaltecem o juiz federal Sérgio Moro, que comanda as investigações da Operação Lava Jato.
"A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular."
- prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard
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