O presidente Jair Bolsonaro gastou
R$711 mil, entre diárias suas e de sua equipe, telefonia e passagens terrestres,
para inaugurar uma ponte que custou R$255 mil, em uma rodovia não pavimentada
em São Gabriel da Cachoeira extremo noroeste do estado do Amazonas. Um
documento fornecido pela Casa Civil da Presidência da República via Lei de
Acesso à Informação (LAI) ao deputado Elias Vaz(PSG-GO)
explicitou o valor da viagem, mais caro que a própria obra.
Bolsonaro na inauguração da ponte em São Gabriel da Cachoeira (AM), em Maio
Veja a íntegra da manifestação do governo sobre a viagem:
Ao discriminar os gastos com a empreitada de inauguração, a
Presidência da República diz que R$50 mil foram pago em diárias ao chamado
"Escalão Avançado", e outros R$610 mil em deslocamentos terrestres na
cidade, isolada na floresta amazônica. Há ainda outros R$ 50 mil em gastos com
cartão de crédito corporativo, e mais R$742 em telefonia. A viagem da equipe
presidencial durou cinco dias.
O valor gasto daria para construir quase três pontes como a
que foi inaugurada e corta o Igarapé Rodrigo e Cibele. Parte da BR-307, uma
rodovia federal de terra que corta a cidade até próximo da fronteira com a
Colômbia e a Venezuela, a ponte tem 18 metros de comprimento e 6 metros de
largura. A ponte já existia, e R$69 mil do total de R$255 mil foi destinado
para recuperar a antiga estrutura. A obra foi feita pelo Exército
brasileiro.
Veja a íntegra da manifestação do governo sobre a obra:
Por conta do desequilíbrio de gastos, o deputado Elias Vaz
anunciou que irá acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o caso.
"O presidente Bolsonaro fez um evento para inaugurar uma ponte de madeira
no Amazonas. Acontece que a inauguração custou três vezes mais que a ponte.
Isso fere diretamente o princípio da economicidade, artigo 70 da
Constituição", disse o parlamentar goiano.
BRASÍLIA – O comandante-geral do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, abriu nesta segunda-feira, 24, uma apuração disciplinar sobre a participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro. A manifestação foi realizada neste domingo, no Rio de Janeiro, e provocou aglomeração em um momento de pandemia de covid-19. Tanto Bolsonaro como Pazuello estavam sem máscara.
A apuração disciplinar é uma forma de o Exército garantir a
Pazuello o direito de defesa, embora a infração por participar de manifestação
política esteja documentada.
O Estadão apurou com quatro fontes que a
decisão já foi comunicada a Pazuello. O general ainda teria nesta segunda-feira
uma reunião no Comando-Geral do Exército, o Forte-Apache, em Brasília, a poucos
metros de sua residência na capital, o Hotel de Trânsito de Oficiais.
A punição varia de acordo com o grau do ato, se for julgada
como transgressão leve, média ou grave. Ao fim do processo, o comandante do
Exército pode aplicar a pena que vai de advertência verbal até prisão por no
máximo 30 dias.
O procedimento disciplinar é uma espécie de julgamento
adotado para casos considerados menos graves do que os que vão ao Conselho de
Justificação. Esse conselho pode ser instaurado em casos de reincidência de
transgressão disciplinar, crimes, atos que afetem a honra e o decoro, entre
outros, e pode acarretar o afastamento imediato de oficiais e na sua reforma e
perda de patentes.
Pazuello é um general de Divisão intendente, e, para sua
formação, está no topo da carreira, com três estrelas. Pelas regras atuais, os
generais de Intendência não podem chegar a quatro estrelas, cargo máximo de
general de Exército. O ex-ministro da Saúde poderia pedir passagem à reserva,
mas até hoje sempre resistiu a essa ideia, mesmo enquanto esteve no exercício
do cargo de ministro e era pressionado por generais a se afastar da ativa.
A participação de Pazuello em ato político irritou ainda
mais o generalato. O regulamento disciplinar do Exército prevê cinco
transgressões de natureza política, entre as quais “autorizar, promover ou
tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja de caráter reivindicatório
ou político, seja de crítica ou de apoio a ato de superior hierárquico”.
Oficialmente, o Exército ainda não se pronunciou sobre o
caso. O comando da Força Terrestre também não se manifestou sobre a reunião do
general da ativa com o ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral)
no hotel militar, dois dias depois de dizer à Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Covid que não poderia comparecer a depoimento presencial por ter tido
contato direto com assessores infectados pelo novo coronavírus.
O procedimento disciplinar vai enquadrar a conduta de
Pazuello em gradações da transgressão. Ela pode ser atenuada pelo “bom
comportamento” e "relevância de serviços prestados" pelo oficial
(Pazuello não tem outros casos em sua ficha), mas agravada por ter sido uma
manifestação “em público” – o ex-ministro subiu em carro de som e passeou de
moto entre militantes bolsonaristas.
A transgressão pode ser considerada "justificada",
o que, na prática, não resultaria em punição, se restar comprovado que Pazuello
obedeceu a “ordem superior”. Na ativa, ele ocupa um cargo administrativo na
Secretaria-Geral do Exército, e não mais um cargo civil de natureza política no
governo, mas estava acompanhado de Bolsonaro.
Sputnik Brasil - O Exército matou a tiros um homem e deixou ferido seu sogro
após fuzilar o carro em que ele estava em Guadalupe, na Zona Oeste do Rio de
Janeiro, neste domingo (7).
Familiares e amigos ouvidos pelo jornal Extra afirmam que os
militares confundiram o carro das vítimas com o veículo de criminosos.
Ainda de acordo com a publicação, a vítima fatal é Evaldo,
músico membro do grupo "Remelexo da cor".
"Quando eles [militares] começaram a atirar, minha tia
pegou meu primo no colo e mostrou que era carro de família, mas mesmo assim
eles não pararam de dar tiros" relatou um dos sobrinhos de Evaldo ao
Extra.
O Comando Militar do Leste afirma que os militares reagiram
a "injusta agressão".
Vídeos publicados nas redes sociais mostram o incidente:
#URGENTE:
Recebi esse vídeo no zap, a descrição diz que é na favela o Muquiço - RJ e que o exército fuzilou esse carro, confundindo-o com de bandidos, matando as pessoas que estavam dentro.
ALGUÉM TEM INFORMAÇÕES SOBRE? Comenta aqui, por favor! pic.twitter.com/t4JEbjPBD9
O Brasil recebeu, em janeiro, um novo lote do sistema de mísseis portáteis russos Igla-S, que deverá ser distribuído para unidades de defesa antiaérea em todo o país. O Ministério do Exército não forneceu mais informações, e o Ministério da Defesa esclareceu que continuam as negociações para compra do sistema Pantsir S-1
A compra dos novos Igla-S esteve na pauta da visita que a presidente Dilma Rousseff fez a Moscou em dezembro de 2012, que foi seguida por uma missão de alto nível do comando do Estado-Maior das Forças Armadas junto às autoridades russas e aos fabricantes do equipamento. A decisão pela compra foi tomada no ano passado.
Os mísseis Igla-S, considerados de curto alcance, podem ser operados por um único homem, têm alcance de seis quilômetros, altitude máxima de 3.500 metros, velocidade de duas vezes a do som (cerca de 2.500 km/h) e peso de apenas 10,6 quilos. Esse equipamento foi bastante utilizado durante as hostilidades entre Equador e Peru em 1995 e mais recentemente nos conflitos envolvendo a Geórgia e a Ossétia do Sul, na Europa.
O jornalista especializado em assuntos militares e editor da coluna Insider, Roberto Lopes, elogia a compra dos Igla-S, afirmando que o reaparelhamento da defesa aérea é uma das prioridades do Exército Brasileiro. Segundo ele, o Brasil está comprando diversos sistemas, entre eles o autopropulsado Guepard de fabricação alemã.
“O problema é que o Exército não possui mísseis para longa distância. Onde o Exército Brasileiro está mais bem servido, com o Igla, é justamente na curta distância. Esse equipamento é muito importante e prioritário, porque vai atender aos projetos de reorganização da defesa aérea. Prova de que o Igla é muito bem aceito pelos militares brasileiros é o fato de que ele também está na Força Aérea para defender suas instalações.”
Embora tenha grande mobilidade operacional, podendo servir em operações na Amazônia e nas zonas de fronteira, os mísseis Igla-S não se prestarão, no Brasil, ao abate de aeronaves ligadas ao narcotráfico. “Não faz parte da doutrina brasileira abater aviões supostamente pertencentes ao narcotráfico por meio de artilharia antiaérea. A FAB tem essa autorização, após abordagem e negativa de pouso do avião contactado.”
Quanto às negociações para compra do sistema Pantsir S-1, o analista afirma que ele é um passo adiante em termos de defesa antiaérea, embora seja um equipamento caro para um Exército de poucos recursos como o brasileiro.
“Além disso, as negociações começaram às vésperas da crise econômica que o Brasil ainda enfrenta. Tudo que dizia respeito à importação de equipamento militar ficou subordinado à disponibilidade de verba. O problema com os Pantsir S-1 não é a tecnologia e, sim, recursos.” Lopes acredita que, por tudo isso, o Brasil deva adquirir uma pequena quantidade de veículos. Quanto à transferência de tecnologia, acenada pelo governo e pelo fabricante russos, ela deve ser limitada à fabricação de apenas alguns componentes. “O importante é que ele (o sistema) venha e o Exército Brasileiro consiga desenvolver uma doutrina de emprego.”
O sistema Pantsir S-1 não tem equivalente no mercado ocidental. Ele pode ser disparado enquanto protege colunas em deslocamento, uma vez que os veículos utilizam radares de gestão de tiro com alcance superior a 30 quilômetros. Em posição defensiva, uma bateria pode ser instalada em menos de dez minutos.
Os lançadores são controlados por uma unidade de tiro alimentada por dois radares com alcance superior a 80 quilômetros. O sistema é capaz de acompanhar 40 alvos e cada lançador pode acoplar quatro alvos por vez, identificados por laser. Cada lançador dispõe de 12 mísseis, dois canhões de 30 mm com capacidade para atingir aviões, mísseis de cruzeiro, munições guiadas, entre outros alvos. O baixo custo e a simplicidade do míssil é uma das vantagens do sistema, permitindo – ao contrário dos concorrentes ocidentais – armazenamento por longos períodos sem cuidados especiais.
A Rússia começou negociações com o Brasil e a Indonésia sobre o possível fornecimento de caças Sukhoi Su-35, segundo declarou o chefe da corporação estatal russa Rostec, Sergey Chemezov, na segunda-feira, 9 de novembro.
O caça Su-35 (código da OTAN — Flanker-E) é a versão mais moderna do caça multipropósito Su-27. Ele foi pela primeira vez apresentado ao mercado fora da Rússia em 2013.
"O interesse pelo caça é grande, mas ainda foram assinados contratos. Além disso, os Emirados Árabes Unidos, a Indonésia e o Brasil estão interessados nele," disse Chemezov nas declarações à imprensa.
O Su-35 utiliza tecnologias de quinta geração, podendo levar mísseis, teleguiados ou não, de curto, médio ou longo alcance.
Lembramos que, no âmbito da exposição Dubai Airshow 2015 nos Emirados Árabes Unidos, que está decorrendo até 12 de novembro, a Rússia apresenta diversos aviões e sistemas de defesa antiaérea. Os fabricantes de armamentos e equipamentos bélicos russos participam do Salão Aeronáutico de Dubai desde 1993.